Para
25/11 a 2/12/17
No sétimo capítulo de Romanos, que foi o tema da lição da
semana passada, Paulo descreve um problema. O problema
é que nem conhecimento, nem esforço habilitam alguém para guardar a lei. Como
consequência, a auto-confiança, ainda que bem informada e bem-intencionada, é
condenada nos termos da lei.
No
oitavo capítulo de Romanos, que é o assunto da lição desta semana, Paulo
apresenta a solução para o problema. No primeiro versículo, Paulo relaciona a
ausência de condenação com o estar "em Cristo". Note que a
frase "que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (VS.
1)1 que aparece na Versão King James, e que implica que
a ausência de condenação é atribuível ao que chamamos de santificação, a
obediência compartilhada de Cristo, não está no original. Assim, a tradução
correta do primeiro versículo do capítulo é: "Portanto, agora nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (New American Standard Bible, Nova Versão
Americana Padronizada).
Posteriormente,
Paulo desenvolve o conceito de estar "em Cristo". No quarto
verso, ele introduz o conceito de obediência dada por Cristo como prova de fé. Nos
versículos seguintes, ele identifica a alternativa "à lei do pecado e
da morte", "a carne", a mente carnal, medo, morte e
escravidão, como a lei do Espírito da vida em Cristo, a mente espiritual, a
paz, a vida, e adoção.
Qual
é a lei do "Espírito da vida em Cristo" (v. 2)? Quando Adão e
Eva deram ouvidos a Satanás, eles perderam sua liberdade e adquirirama mente
carnal, a mente em inimizade com Deus, que nos separa de Deus e uns dos outros.
Em Cristo, porém, a liberdade é restaurada e inimizade e isolamento são
abolidos (Gên. 3:15; Efésios 2:14).
Alonzo
T. Jones descreve esta realização assim: "É verdade, os judeus em sua
separação de Deus tinham construído separações extras entre eles e os gentios.
É verdade que Cristo quis retirar todas as separações, do caminho, e Ele fez
isso . Mas a única maneira pela qual Ele fez isso, e a única maneira que Ele
poderia fazer, era destruir o que os separava de Deus. Todas as separações
entre eles e os gentios ter-se-iam desaparecido, quando a separação, a
inimizade, entre eles e Deus tivesse ido embora.
"Oh,
que boa nova, a inimizade é abolida! É abolida, graças a Deus. ... Ela se foi,
em Cristo ela se foi. Não fora de Cristo, em Cristo foi abolida, aniquilada.
Agradeça ao Senhor. Esta é liberdade "(A Mensagem do Terceiro Anjo
Nº 11, Boletim da Conferência Geral de 1895, pág. 194 [edição original]).
Ellet
J. Waggoner explica os versos dois a quatro: "Portanto, a lei, como ela é
na pessoa de Cristo, é a lei do Espírito de Vida. Então, ele [o crente] toma a
vida de Cristo, e obtém a perfeição da lei, como está em Cristo, e O serve em
espírito, e não na velhice da letra. Assim, ele é libertado da obediência
escrava (*por seu próprio esforço), para a lei da liberdade em obedecer. Existe
uma quantidade maravilhosa de rica verdade no fato de que, - "A lei do
Espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte."
"Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma
pela carne..." (VS. 3). Há algum (*fator de) desânimo nisto? Isto
lança descrédito sobre a lei? De modo nenhum. O que a lei não poderia fazer?
Não poderia justificar-me porque eu era fraco. Não tinha nada de bom material
para obrar. Não foi culpa da lei, foi falha do material. A carne era fraca e a
lei não a poderia justificar. Mas Deus enviou o Seu Filho em semelhança da
carne do pecado, para condenar o pecado na carne, para que Ele pudesse
justificar-nos" (Estudos Bíblicos Sobre o Livro de Romanos, Boletim da Conferência Geral de 1891,
pág. 29, reprodução fac-símile).
Por
favor note que, no terceiro verso, Paulo descreve a natureza humana que Cristo
assumiu na encarnação como "à semelhança de carne pecaminosa".2 Ellen G. White escreveu:
"A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que
une as nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso
estudo" (Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 244).
Os
mensageiros de 1888 reconheceram a conexão entre Cristologia e soteriologia.
Eles acreditavam que, para redimir a humanidade, Cristo assumiu a natureza
humana, como foi após a queda, com suas tendências e desejos. E. G White apóia
esta visão da natureza humana de Cristo: "Ao tomar sobre Si a natureza do
homem, em seu estado caído, Cristo não participou em nada do seu pecado"
(ibiden, pág. 256). "Ele tomou sobre Sua natureza sem pecado a nossa
pecaminosa natureza, para saber como socorrer aqueles que são tentados" (Medicina
e Salvação, pág. 181, também, veja Heb. 4:15),.
Cristo
tomou a nossa natureza que tendia a puxá-Lo em uma direção contrária à vontade
do Seu Pai, e, portanto, a pecar, mas Ele negou o próprio eu (Rom. 15:3).
Assim, a natureza pecaminosa, que Cristo tomou sobre Sua divindade, não O levou
a tornar-Se um pecador, como tal. Se Ele tivesse Se aproveitado da natureza
decaída, então Ele teria pecado.
"Jesus
veio ao mundo, e colocou-Se na carne, exatamente onde os homens estavam, e
defrontou esta carne, assim como ela é, com todas as suas tendências e desejos,
e pelo poder divino, que Ele trouxe pela fé, Ele “condenou o pecado na
carne", e, assim, trouxe a toda a humanidade aquela fé divina, que
traz o poder divino ao homem, para livrá-lo do poder da carne e da lei do
pecado, exatamente onde ele está, e dar-lhe seguro domínio sobre o carne, tal
como ela é "(A. T. Jones, Review and Herald, 1 de setembro de
1896).
É
importante enfatizar que Cristo ao entrar na carne humana caída, na
"semelhança de carne pecaminosa" não cometeu pecado. A visão
pós-queda da natureza humana de Cristo não compromete em nada, Sua
impecabilidade absoluta.
É
importante enfatizar que Cristo ao entrar na carne humana pecadora, na
"semelhança de carne pecaminosa", não cometeu pecado. A visão
pós-queda da natureza humana de Cristo não compromete, em nada, a Sua absoluta
impecabilidade.
A
própria expressão "semelhança de carne pecaminosa” (Rom. 8:3) e "foi
feito à semelhança de homens" (Efésios
2:7) mostram que não há diferença entre sua humanidade e a nossa. Ele enfrentou
as mesmas tentações que são a sorte comum da humanidade. Nós temos um Salvador
que está perto de nós e não longe. A diferença entre Cristo e nós, não é a
“carne", que Ele tomou, mas a "mente" ou o caráter que Ele
manteve no conflito, cujo resultado final é a justiça de Cristo.
Assim
como Cristo tinha a mente de Deus, somos exortados a ter a mente de Cristo
(Filipenses 2:5). Nós podemos adquiri-la. "Deixe que essa mente esteja
em você" (KJV). Por
consentimento ou permissão deixamos que Cristo seja formado dentro de nós. Em
outras palavras, a justiça é pela fé em Cristo (1ª Cor. 3:16) por uma renovação
contínua da mente (Rom. 12:2).
Há
também uma diferença entre a vida de Cristo e as nossas vidas. A diferença é a
Sua constante subjugação da natureza decaída. Ele nunca sucumbiu a ela. Durante
Sua vida na terra, Cristo nunca exerceu Sua própria vontade, Ele optou por
fazer apenas a vontade do Pai (Mateus 26:39, João 5:30, 6:38). "Jesus não
revelou qualidades, nem exerceu poderes, que os homens não possam possuir
mediante a fé nEle. Sua perfeita humanidade é a que todos os Seus seguidores
podem possuir, se forem sujeitos a Deus como Ele o foi" (O Desejado de
Todas as Nações, pág. 664).
Os
crentes de todos os tempos são salvos por estar "em Cristo". Mesmo o
povo de Cristo do tempo do fim, que a Testemunha Verdadeira o identifica como
guardando os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, será salvo
estando "em Cristo".
—Roland Fanselau
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O irmão Rolando Fanselau nasceu, em 1932, em um lar adventista na
América Central, de pais alemães. Na década
de 1990, o pastor Roberto J. Wieland o introduziu à mensagem do Advento, na
ênfase de 1888. Após a leitura das obras de Alonzo T. Jones; Ellet J. Waggoner;
Ellen G. White, Roberto Wieland, e Donald K. Short, sua apreciação pela
mensagem foi reforçada. Ele é membro da Igreja Adventista de Collegedale na
cidade de Collegedale, no estado americano do Tennessee, localizada no
endereço: 4829 College Drive E., caixa postal 3002, cidade de Collegedale,
TN. Cep. 37315, Fone (423) 396-2134, FAX (423) 396-9509 •
Email: church@southern.edu
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Nota do tradutor:
1) O Comentário Bíblico, volume 6 da série SDABC, pág. 560, diz “Importante evidência textual pode ser citada
(cf. pág. 10) pela omissão da frase "que não andam segundo a carne, mas
segundo o Espírito." É
geralmente referida como tendo sido adicionada aqui do verso 4.” E, na pág. 10, do mesmo volume, “Esta menção
é apenas como uma questão de interesse e (ou) sem nenhuma tentativa de
avaliação.”
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