Para a lição de 5ª Feira, 9/11/17
Feitos ou
Constituídos?
— Romanos 5: 18 e 19 dizem: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens
para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos
os homens para a justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só
homem, muitos foram feitos
pecadores, assim pela obediência de Um, muitos serão feitos justos.”
Esta é a versão Almeida Fiel, bem como a KJV.
Se, entretanto, consultarmos a versão Literal de Young1, veremos que, ao invés de usar o verbo fazer, no
tempo passado, “feitos,” usa o termo “constituído,” em estrita fidelidade
à versão original do texto:
"Assim, pois,
como através de uma ofensa a todos os homens (*veio) a condenação, assim também
por meio de uma declaração de "Justos" a todos os homens veio
justificação de vida, pois, como através da desobediência de um homem [Adão], muitos [todos os
homens] foram constituídos pecadores, assim também por meio da
obediência de Um [Cristo], muitos [todos os mesmo homens] serão constituídos
justos "(Versão Literal de Young, de Romanos 5: 18 e 19).
Com efeito, o pecado de Adão não fez
"todos os homens" serem pecadores reais — o que seria "o pecado
original"2. A paternidade de Adão
não obrigou ninguém a pecar! (Pode ser que a tradução da Almeida e da
KJV, como "feito" tenha levado alguns a pensar que a Bíblia
ensina o pecado original, mas a
Versão Literal Young deixa claro que ainda
temos liberdade de escolha. Graças a Deus!)
Mas, por outro lado, é
verdade que "todos pecaram" (Rom. 3:23), exceto Cristo. Mas Ele tomou sobre Si o DNA caído de
Adão, e Ele ainda mostra que herdando uma natureza pecaminosa não é
necessariamente forçoso ser um pecador em caráter. Cristo foi tentado
como nós somos, mas ele disse "Não!" para cada tentação: “Em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Heb.
4:15); “Porque a graça de Deus se há
manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que,
renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente
século sóbria, e justa, e piamente” (Tito 2:11, 12). O pecado de Adão constituiu "todos os homens", sob a condenação legal do pecado. Jesus a
"tomou" sobre si, para que Ele pudesse morrer.
Da mesma forma, de
acordo com a versão Literal de Young, a cruz de Cristo não fez todos os mesmos
homens se tornarem experiencialmente “justos”. Constituiu-os "justos" no sentido legal para que o Pai
pudesse enviar Sua chuva sobre os justos e os injustos — para que Ele pudesse
tratar cada pessoa como se não tivesse pecado. Alguns chamam
esta experiência de uma "segunda provação.” Mas Deus dá a entender o que Ele diz: ninguém pode mantê-lo fora do céu, exceto
por sua própria perversa escolha.
por Robert J. Wieland.
Escrito em 25 de março de 2005
O irmão Roberto J. Wieland é
um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe
e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do
Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na
Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.
Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, são de João
Soares da Silveira.
Notas do tradutor:
1) A Tradução Literal de Young. É a versão bíblica literal, traduzida
diretamente do hebráico e do grego, feita por Roberto Young em 1862, com
edições também em 1887 e, 10 anos após a sua morte, em 1898.
2) A expressão “Pecado Original”
é uma idéia católico-romana criada por Santo Agostinho, que não conseguindo
vencer o pecado do adultério (tendo mesmo um filho fora do casamento)
procurando uma desculpa para o seu fracasso, declarou que o homem é culpado não
somente por seus próprios pecados, mas, principalmente, culpado pelo próprio
pecado de Adão. Assim o homem peca pelo simples fato de ser descendente de
Adão, quando a Bíblia e o Espírito de Profecia amplamente ensinam que pecado é
escolha, não “status”.
Ao pensar em Cristo homem, Santo Agostinho viu que sua ideia
de pecado original era contraditória, pois, se nós somos pecadores,
simplesmente porque nascemos, então Cristo, também, foi um pecador, pois Ele,
também, nasceu como nós nascemos. Sem dúvida, este era um pensamento
intolerável.
Assim, Agostinho viu que estava projetando os seus pecados
na pessoa de Cristo, e, para escapar disto, declarou que Cristo possuía uma
natureza diferente da nossa; a natureza de Adão antes da queda, desprezando a
verdade da Bíblia. A diferença entre
Cristo e nós não é uma questão de natureza, mas de caráter.
O passo decorrente seguinte foi o catolicismo adotar a
doutrina da Imaculada Conceição da Virgem Maria, a fim de gerar um ente santo,
Cristo.
Muitos, mesmo entre nós, pregam a doutrina da imaculada concepção
de Jesus Cristo. Dirão que nada tem a ver. Mas a base inicial foi a mesma.
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