Para 25 de nov. a 2 de dez. de 2017
Romanos, capítulo oito inicia com nenhuma condenação em Cristo e termina
com nenhuma separação dEle. Condenação é uma sentença legal de um juiz num
tribunal. Justificação ou absolvição, é o oposto de condenação.:
E. J. Waggoner
assim escreveu em 1891:
"Vamos prover algumas definições para serem mantidas em nossas
mentes. A
justificação é 'uma demonstração de ser justo, ou de acordo com a lei,
retidão, ou decoro.’ Condenação é ‘o ato judicial de declarar (*alguém)
culpado, e condenado a uma pena.’ As duas palavras são diametralmente opostas
em significado, e temos a declaração inspirada de que todo o mundo é culpado
(condenado) perante Deus, e que, pelas obras da lei, ninguém pode ser
justificado" (Ellet J. Waggoner, Signs of the Times, de 23 de
novembro de 1891. Ele usou essas definições legais anteriormente em artigos
naquela mesma revista em 25 de março de 1886 e 11 de setembro de 1884).
Ellen White escreveu, no início daquele mesmo ano, relativo à diferença
entre justificação e condenação: "Justificação é o oposto da
condenação" (Ellen White, Manuscrito 21, 1891, págs. 1
a 11).
A seguir temos uma definição de justificação de um Dicionário bíblico:
Justificação,
"Quanto à sua natureza [justificação], é um ato judicial de Deus .... É o ato de um juiz e não de uma autoridade soberana. A lei não é abrandada ou posta de lado..." (Easton, M. 1996, c1897). Easton's Bible Dictionary, Dicionário Bíblico Easton).
"Quanto à sua natureza [justificação], é um ato judicial de Deus .... É o ato de um juiz e não de uma autoridade soberana. A lei não é abrandada ou posta de lado..." (Easton, M. 1996, c1897). Easton's Bible Dictionary, Dicionário Bíblico Easton).
A fim de suspender a nossa justa sentença de condenação, por causa de
nossas transgressões da lei, Jesus teve que morrer por nós, como nós.
Ele
é tanto nosso Substituto quanto nosso Representante. Em vez de condenação, a
nossa sentença de absolvição foi declarada no Calvário, em Cristo (*Grifamos).
A justificação é tanto um termo judicial — uma palavra das cortes legais
— como um termo experiencial. Justificação torna-se experiência pessoal se a
pessoa crê. Tem lugar uma mudança na mente e no coração. Quando cremos em
Cristo ocorre, "pela fé," uma mudança, o próprio novo nascimento.
No julgamento, a justificação é o ato gracioso de Deus, que Se senta
como Juiz, nas altas cortes do céu. Por este ato Ele pronunciou, a
respeito da raça humana caída, um decreto de restauração ao favor divino. Isso
foi porque Cristo, o Representante da humanidade, pagou a penalidade pelas
transgressões da lei pelo homem, no Calvário. A justiça de Deus foi satisfeita
com a pena de morte, contida na sentença de condenação, imposta à raça humana
decaída, no seu Representante.
"A
justiça moveu-se de sua elevada e terrível posição; e as hostes celestiais, os
exércitos de santidade, aproximaram-se da cruz, curvando-se com reverência,
pois na cruz, a justiça foi satisfeita" (Ellen White, “Signs of the Times,” Os Sinais dos Tempos
de
5 de junho de 1893).
A liberação da condenação, em Cristo, vem por causa do que Deus
fez em Cristo. Isto é
afirmado claramente em Romanos 8:3:
"Porque Deus realizou o que a lei não poderia fazer, porque estava
enferma pela carne, ao
enviar seu próprio Filho, em semelhança da carne do pecado, e com respeito ao
pecado, condenou o pecado na carne" (A Bíblia NET, primeira
Edição).
Por causa da nossa natureza pecaminosa, a lei não pode nos livrar da
condenação. Ela
nunca pode justificar. Ela só pode nos condenar. A fim de nos tornarmos livres
da condenação, Deus enviou Jesus e "O
fez pecado por nós." Assim podemos ser, não apenas juridicamente
justificados, mas, também, justificados em nossa vida, por meio da fé nEle.
Jesus nasceu "debaixo da lei, para
resgatar os que estavam debaixo da lei" (Gálatas 4:4 e 5). Ele tomou
nossa condenação "sob a lei." Jesus foi enviado em carne humana
pecaminosa, como a nossa, a fim de condenar o pecado em nossa carne caída.1
Como Ele
fez isso? Em primeiro lugar, Ele
nunca cedeu às clamorosas tendências para o pecado, inerentes á nossa natureza.
Por conquistar essas tendências Ele condenou-as onde elas residiam — em nossa
natureza caída.2
Em segundo lugar, Ele tomou os nossos pecados cometidos sobre Si mesmo,
juntamente com a nossa natureza humana decaída. Em Sua morte, Ele condenou os
nossos pecados para sempre. A amplitude da condenação de Cristo encontra-se no
fato de que Ele condenou o pecado em sua tendência, bem como tomando a
condenação que resultou de nossos pecados cometidos. Se Jesus tivesse falhado
em condenar o pecado em um único ponto, Ele não poderia ser o Salvador
completo.
Alonzo T. Jones comentou
sobre isso:
"Oh, Ele é um Salvador completo. Ele é o Salvador dos pecados
cometidos por nós, e o Conquistador das tendências para cometer pecados. NEle
temos a vitória. Nós não somos mais responsáveis por essas tendências estarem
em nós do que pelo sol brilhar, mas cada homem sobre a terra é responsável por
estas coisas que aparecerem visivelmente nEle, porque Jesus Cristo fez provisão
contra elas se tornarem conhecidas dos outros. Antes de aprendermos de Cristo,
muitas delas tinham aparecido publicamente. O Senhor fez cair sobre Ele todas
estas, e Ele as removeu. Desde que aprendemos de Cristo, as tendências que não
têm surgido, Ele condenou como pecado na carne" (Alonzo T. Jones, Boletim
da Conferencia Geral, de 21 de fevereiro de 1895, pág. 267)
Cristo foi
condenado como nós merecíamos, para que fôssemos justificados como Ele merece. Ele foi condenado
como nós, para que possamos ser livres nEle. "Ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas
iniquidades: o castigo de nossa paz estava sobre Ele" (Isaías 53: 5).
Ele sofreu a condenação que era nossa, para que recebêssemos a liberdade que
era Sua. "Pelas Suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53: 5).
É você
livre em Cristo?
— Jerry Finneman
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Biografia do autor, Pastor Geraldo L.
Finneman
O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos
estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais
para encontros evangelísticos,
incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de
Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do
Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com
ele, mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas
ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de
Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente
livro escrito por ele, "Christ in
the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o
português.
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Notas do tradutor:
1) Cristo “nasceu da
descendência de Davi” (Rom 1:3);
Cristo
“é nosso parente chegado” (Rute
2:20);
Cristo
é o “Remidor ... mais chegado” (Rute 2:12). Não bastava o remidor ser um
parente, tinha que ser o Remidor, o parente, mais chegado:
“O Verbo Se fez carne, e habitou entre
nós” (João 1:14). Karl Barth, geralmente considerado por muitos
o maior teólogo cristão-protestante do século XX, pastor da Igreja Reformada,
diz, em sua obra Church Dogmatics, que “Carne, sarx, é a
natureza humana marcada pelo pecado de Adão.”
“Visto como os filhos participam da
carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas”
(Heb. 2 14, leia até o vs. 17); Mas Cristo nunca permitiu que Sua natureza
caída se tornasse uma natureza que peca.
“Nisto conhecereis o Espírito de Deus:
Todo o espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus; E todo o
espírito que não confessa que Jesus veio em carne não é de Deus; mas este é o
espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no
mundo.” (1ª João 4: 2 – 4). “Porque
já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus veio
em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (2ª João vs. 7).
Quem
é o anticristo de quem João fala em duas
de suas cartas, que já estava no mundo, e que havia de vir? Agostinho era um
adúltero (teve um filho fora do casamento). E raciocinou que Cristo não poderia
ter a natureza caída que ele, Agostinho, tinha. Formulou então a doutrina da
“Imaculada concepção da virgen Maria” para que ela gerasse a Cristo sem pecado,
isto é na natureza de Adão antes da queda. Ele projetou o próprio pecado na
pessoa de Cristo.
A
“doutrina oficial e ‘infalível’ da Imaculada Concepção" definida pelo Papa
Pio IX em 1854. "É completamente entendido que no Seu nascimento Cristo
partilhou da natureza de Maria—a "mulher" de quem Ele foi
"feito". Mas a mente carnal não está disposta a permitir que
esse Deus, na Sua perfeição de santidade, possa suportar vir a homens, onde
eles estão, em sua pecaminosidade. Portanto esforço foi feito para escapar das
consequências desta gloriosa verdade, que é o esvaziar-Se de Si, por inventar
uma teoria de que a natureza da virgem Maria era diferente da natureza
do resto da humanidade; que a sua carne não era exatamente a carne como é a de
toda a humanidade. Esta invenção diz que, por algum meio especial Maria foi
feita diferente do resto dos seres humanos, especialmente para que Cristo fosse
propriamente nascido dela” (A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a
Perfeição Cristã, págs. 41-42).
Em
1888, na sessão da Associação Geral de Mineápolis, Ellet J. Waggoner tornou a
divindade e a humanidade de Cristo o fundamento da justificação pela fé.
“A
grande obra da redenção podia ser efetuada apenas pelo Redentor tomando o
lugar do decaído Adão.” Ellen G. White, em Review and
Herald, 24 de fevereiro de 1874 (grifamos).
“A
natureza de Deus, cuja lei havia sido transgredida,e a natureza de Adão, o
transgressor, uniram-se em Jesus, o Filho de Deus e o Filho do homem.”
Manuscrito 141 de E. G. White, 1901, Comentário
Bíblico de vol. 7, pág. 926 (grifos supridos).
“Não
devemos pensar que a possibilidade de Cristo ceder às tentações de Satanás
degradou Sua humanidade, e que Ele possuía as mesmas pecaminosas e corruptas
propensões como o homem (*Não, Ele não pecou). A natureza
divina, combinada com a humana, tornou-O suscetível de ceder às tentações de
Satanás. Aqui o teste de Cristo era tanto maior do que aquele de Adão e Eva,
pois Ele tomou a nossa natureza, decaída mas não corrompida.” (Manuscrito
57 de E. G. White, 1890). grifamos. A nossa natureza é corrompida porque todos
pecamos).
Para
evitar qualquer possível mal-entendido sobre a realidade da participação de
Jesus na natureza da humanidade caída, Ellen White amiúde emprega o verbo assumir,
implicando que Ele realmente a tomou sobre Si mesmo. “Cristo assumiu nossa
natureza decaída e expôs-Se a cada tentação a que o homem está sujeito”,
Manuscrito 80 de E. G. White, 1903. “Ele assumiu os riscos da
natureza humana, para ser provado e tentado”, E. G. White, Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pág. 226. “Ele assumiu a natureza humana,
suas enfermidades, riscos e tentações”, Manuscrito 141 de E. G. White, 1901
(itálicos supridos). Cristo não se tornou pecador, Ele assumiu a nossa
natureza, como uma capa que sobre Si tomou em seu “estado decaído” Carta
106 de E. G. White, 1896.
“Pensemos
sobre a humilhação de Cristo. Ele tomou sobre Si mesmo a decaída,
sofrida, degradada e maculada natureza humana”
Ellen White, em Youth’s Instructor, 20 de dezembro de 1900. Grifamos
A
participação de Cristo na plena natureza humana em seu estado decaído, é
colocada por Ellen White como condição sine qua non para a
salvação do homem. “Estava nos planos de Deus que Cristo tomasse sobre Si
mesmo a forma e a natureza do homem caído, para que Ele pudesse ser
aperfeiçoado através do sofrimento, e suportar em Si mesmo a força das
tentações de Satanás, a fim de que conhecesse melhor como socorrer aqueles que
são tentados.” E. G. White, Spiritual Gifts (Dons Espirituais), vol.
4, págs. 115, 116.
Não
se trata de que Cristo assumiu a natureza humana apenas no aspecto físico, como
muitos entre nós afirmam, mas também no aspecto mental e moral:
“Cristo
devia redimir, em nossa humanidade, a falha de Adão. Quando este fora vencido
pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado.
Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor da
mente e do corpo. Achava-se circundado das glórias do Éden, e em comunicação diária
com seres celestiais. Não assim quanto a Jesus, quando penetrou no deserto para
medir-Se com Satanás. Por quatro mil anos estivera a raça a decrescer em
forças, físicas, vigor mental e valor moral; e Cristo tomou sobre
Si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem
das profundezas de sua degradação.” Ellen G. White, O
Desejado de Todas as Nações, pág. 117. Essa comparação já havia sido feita
em Reviewand Herald, 28 de julho de 1874. Ver também Mensagens
Escolhidas, vol. 1, págs. 267, 268.
Se
Cristo foi isento da natureza pecaminosa no aspecto moral, como querem alguns,
na escada que Jacó viu, falta este degrau. Então Cristo, não atingiu-nos no
fundo do poço. E isto faz total diferença: Confúcio, Maomé, e outros líderes ‘religiosos’
chegam à boca do poço e dizem-nos, viu, eu te adverti para você não cair aí,
agora, quando você sair daí, eu posso lhe ajudar a novamente não cair. Não é
assim que Cristo faz: Cristo desce até o fundo do poço, onde nos encontramos, e
nos resgata dali.
A
ideia de que Cristo nasceu de uma mãe imaculada ou sem pecado, não herdou
nenhuma tendência para pecar, e por esta razão não pecou, O remove do reino de
um mundo caído, e do exato lugar onde ajuda é necessitada.
Herbert
Douglas, autor das lições da Escola Sabatina do 2º trimestre de 1977, com o
título Jesus, O Homem Modelo, e um escolástico evangélico, Donald
Dayton, demonstraram que muitos teólogos defendiam e criam na ideia de que
Cristo tomou a nossa natureza caída, entre eles Edward Irving, (1792-1834), e
no século XX Karl Barth (1886-1968), e Colin Gunton (1941-2003).
No
Seu lado humano, Cristo herdou exatamente o que cada filho de Adão herda, —uma
natureza caída. No lado divino, desde a Sua concepção Ele foi gerado e nascido
do Espírito. E tudo isto foi feito para colocar a humanidade em um campo
vantajoso, e demonstrar que, da mesma maneira, cada um que é 'nascido do
Espírito', pode ganhar vitórias sobre o pecado na sua própria carne
pecaminosa. Assim cada um deve vencer como Cristo venceu, Apoc. 3: 21. Sem este
nascimento não pode haver nenhuma vitória sobre a tentação, e nenhuma
salvação do pecado. João 3:3-7” (condensado). Veja Apoc. 14: 12.
"Deus,
em Cristo, condenou o pecado, não por pronunciar contra ele meramente como um
juiz assentado em plena sala de julgamento, mas por vir e viver na carne, em
carne pecaminosa, mas sem pecar. Em Cristo, Ele demonstrou que é
possível, pela Sua graça e poder, resistir à tentação, vencer o pecado, e viver
uma vida sem pecado em carne pecaminosa". ... E do ponto de vista da
fraqueza e enfermidade do perdido, Ele confiou em Deus, que Ele Lhe
livraria e o salvaria. Carregado com os pecados do mundo; e tentado em todos
pontos como nós somos, esperou em Deus e confiou nEle para livrá-Lo de todos
esses pecados e guardá-Lo de pecar. Salmos 69:1-21; 71:1-20; 22:1-22; 31:1-5.
... Esta vitória dEle é o que trouxe a cada homem do mundo a divina fé pela
qual cada homem pode esperar em Deus e confiar nEle, e pode achar o poder de
Deus para livrá-lo do pecado e guardá-lo de pecar. Essa fé que Ele exerceu e
pela qual Ele obteve a vitória sobre o mundo, a carne, e o demônio — essa fé é
o Seu dom a cada homem perdido no mundo" (A. T. Jones, O Caminho
Consagrado para a Perfeição Cristã, págs. 56 e 57).
Jesus
fez mais que meramente "sentir nossa dor" de fome, fadiga, tristeza,
e ferida física e emocional. Pela natureza caída que Ele assumiu, Ele
pessoalmente conheceu a luta contra o pecado com que cada um de nós lida
diariamente. Nossa esperança na batalha contra o pecado está na certeza de que
Jesus, na mesma natureza que nós temos, de fato defrontou e conquistou cada
tentação que nos confronta. Pelo poder da fé de Jesus operando em nossa vida,
nós podemos dizer, "NÃO!!!" às tentações de Satanás. Cristo
suportou exatamente a mesma batalha e assim Ele pode, honesta e
inequivocamente, aqui em nossa condição caída, dizer a todos nós: Siga-Me, o
caminho que eu preparei conduz direto ao trono de Deus! "Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo em Meu trono,
assim como eu também venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono" (Apoc.
3:21).
“Sua
vida testificou que, com a ajuda do mesmo poder divino que Cristo recebeu, é
possível ao homem obedecer à lei de Deus.” Manuscrito 141, de E. G. White, 1901. Mensagens
Escolhidas, vol. 3, pág. 132.
Obviamente,
essa prova não teria sido efetiva se Jesus houvesse vivido uma vida sem pecado
em uma natureza humana diversa da nossa – isto é, em a natureza de Adão antes
da queda. Isso explica por que, com perfeita lógica, Ellen White afirmava que “a
grande obra da redenção poderia ser efetuada apenas com o Redentor tomando o
lugar do decaído Adão.” Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 132.
A
verdade sobre a natureza que Cristo assumiu na Sua encarnação significa que não
há nenhuma desculpa para pecar nas nossas próprias vidas. Reverentemente
estudemos este assunto em tudo o que significa para nós neste Dia cósmico da
Expiação com a sua purificação do santuário celestial.
Certa
ocasião, algumas pessoas questionaram a decaída natureza de Cristo. Ellen White
lhes respondeu: “Tenho recebido cartas afirmando que Cristo não podia ter
tido a mesma natureza que o homem, pois nesse caso, teria caído sob tentações
semelhantes. Se não possuísse natureza humana, não poderia ter sido exemplo
nosso. Se não fosse participante de nossa natureza, não poderia ter sido
tentado como o homem tem sido. Se não Lhe tivesse sido possível ceder à
tentação, não poderia ser nosso Auxiliador.” E. G. White, Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pág. 408
Numa
carta enviada a W. L. H. Baker, que evidentemente tinha tendência de
falar de Cristo como um homem “integralmente humano”, (Nós, por termos
pecado, somos ‘inteiramente humanos’, pecadores, Ele não pecou) Ellen White sugeriu
que ele fosse mais cauteloso: “Nunca, de modo algum, deixe a mais leve
impressão sobre mentes humanas de que uma mancha, inclinação ou corrupção
incidia sobre Cristo, ou que Ele, de alguma maneira, cedeu à corrupção.” Carta
8 de E. G. White, 1895. Citada no Comentário
Bíblico, vol. 5, pág. 1128.
“Tomando
sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no
mínimo que fosse, do seu pecado... Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita
ausência de pecado na natureza humana de Cristo.” Mensagens Escolhidas, Vol.
1, pág. 256.
Não há melhor
síntese da Cristologia de Ellen White, do que seu comentário sobre o Sermão da
Montanha: “Cristo é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terra, e o topo
chegando à porta do Céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada
houvesse deixado de chegar à Terra, por um único degrau que fosse, teríamos
ficado perdidos. Mas Cristo vem ter conosco onde nos achamos. Tomou
nossa natureza e venceu, para que, revestindo-nos de Sua natureza, nós
pudéssemos vencer. Feito ‘em semelhança
da carne do pecado’ (Rom. 8:3), viveu uma vida isenta de pecado. Agora, por
Sua divindade, firma-Se ao trono do Céu, ao passo que, pela Sua humanidade, Se
liga a nós. Manda-nos que, pela fé nEle, atinjamos à glória do caráter de Deus.
Portanto, devemos ser perfeitos, assim como ‘é perfeito vosso Pai que está nos
Céus’. Mat. 5:48” O Desejado de Todas as
Nações, págs. 311, 312 (grifamos).
A
escada representa Jesus, o meio designado para a comunicação. Não houvesse Ele
com Seus próprios méritos estabelecido uma passagem através do abismo que o
pecado efetuou, e os anjos ministradores não podiam ter comunhão com o homem
decaído. Cristo liga o homem em sua fraqueza e desamparo, à fonte do poder
infinito” (Patriarcas e Profetas,
pág. 184),
“É
este o mesmo quadro ao qual Se referiu Cristo em Sua palestra com Natanael,
quando disse: ‘Vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre
o Filho do Homem.’ João 1:51.
2) Se nós acariciarmos o amor ao pecado em nossos corações, ele
aparecerá, eventualmente, em atos pecaminosos visíveis , “do que há em
abundância no coração, disso fala a boca” (Mat. 12:34).
Jesus possuia as nossas mesmas
tendências hereditárias para o pecado porque assumiu a nossa natureza caída. “Por
isso convinha [era necesário] que em tudo fosse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para
expiar os pecados do povo” (Hebreus 2:17). Entretanto Jesus munca teve as
nossas tendências cultivadas, adquiridas, porque não pecou, porque não cedeu às
tentações. Como disse o Pr. Jerry Finneman, “Ele nunca cedeu às clamorosas
tendências para o pecado, inerentes à nossa natureza. Por conquistar essas
tendências Ele condenou-as onde elas residiam — em nossa natureza decaída.
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