Para 18 a 25 de nov. de 2017
Paulo
desenvolve seu ensino com o que chamamos de blocos. A ideia é que um conceito,
ou ensino, leva ao entendimento do próximo. Nós vemos este conceito demonstrado
em matemática. Cada conceito nessa ciência exata suporta o seguir. Por exemplo,
não entender (*a operação de) divisão nos leva a não compreender frações (*porque
são partes da unidade) e, portanto, não compreender os pontos decimais e
porcentagens. Assim, os blocos básicos (*do desenvolvimento de um raciocínio)
servem de apoio aos mais complexos.
Paulo começa
com os conceitos mais simples para levar ao entendimento dos mais complexos.
Isso explica por que ele é tão minucioso em seus pontos. É como se ele
dissesse: "—Não perca esta ideia. Senão não vai entender o que eu disser
depois." Portanto, para realmente compreender o dilema e a luta do
"homem de Romanos 7" — o "miserável homem" — primeiro você
precisa entender o dilema e a luta da mulher nos primeiros versos de Romanos 7.
A mulher de Romanos 7: 2 e 3
Em nossa
passagem da Escritura, Paulo estava escrevendo aos cristãos judeus em Roma,
acerca de uma verdade essencial. Eles conhecem a lei (a Torá) — podem recitá-la
de memória, tanto individual como coletivamente, mas eles não entendem o seu
verdadeiro significado. Eles sabem que estão sob a jurisdição da lei, e que ela
tem domínio sobre eles enquanto viverem, tanto quanto as leis de um país têm
jurisdição sobre os seus cidadãos e visitantes. No entanto, Paulo está dizendo
a estes judeus cristãos que Deus não só lhes deu liberdade para escolher
obedecer, mas que Ele pôs um fim ao domínio da lei em suas vidas. Para ilustrar
isso, Paulo faz uma declaração em Romanos 7, verso 1, e fornece uma analogia
nos versículos 2-3.
A mulher nos
três primeiros versos de Romanos 7 se encontra em situação semelhante, aos
leitores de Paulo. Vejamos a passagem em Romanos 7:1-3:
Vs. 1 “Não sabeis vós, irmãos (pois falo aos que sabem a lei), que a lei tem
domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?”
Vs. 2 “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver
está-lhe ligada pela lei; mas morto o marido, está livre da lei do marido.”
Vs. 3 “De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro
marido; mas morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se
for de outro marido.”
Na passagem
acima, uma mulher casada se vê atraída por um homem solteiro. Ela quer deixar
seu marido e se casar com ele, mas sabe que não pode porque ela já é casada.
Talvez possamos inferir a partir dos versos que se seguem a Romanos 7:3 que seu
atual marido é um homem cruel, cuja intenção é matá-la. Mas não, isso é
incorreto, na verdade, ele é um marido amoroso. O problema é que ele não pode
se compadecer com a fraqueza dela em não cumprir os mandamentos dele, nem ele
pode ajudá-la a obedecer-lhos.
Em
contraste, seu novo interesse amoroso é uma espécie de homem doce e amoroso,
que não só quer que ela seja Sua, mas também se solidariza com todas as suas
fraquezas (Hebreus 4:15). Este homem também é capaz de ajudá-la a fazer o que
ela é incapaz de realizar por si mesma (Hebreus 2:17, 18). Assim, a nossa
mulher de Romanos 7 tem um dilema. Ela não pode deixar seu atual marido e se
casar com seu novo amor, sem cometer um dos dois crimes: 1º) violar a lei do
casamento, que diz: 'até que a morte os separe” ou 2º), matar seu cônjuge.
Ela não pode
deixar o marido, e não pode ficar. Diariamente, ela sofre uma existência cruel.
O que ela pode fazer? A única saída é através de uma morte. No entanto, não
pode ser através de assassinato. Ela não pode assassinar seu marido, por que é
ilegal. Se ele a mata, ela não estará livre para se casar, porque ela estaria
morta.
Então ela
vai para o seu novo pretendente amoroso e apresenta o seu dilema para Ele. É
verdade que nem Ele nem ela podem matar seu marido, que representa a lei, pois
ela é ‘justa e santa e boa’ (Romanos
7:12). Ele não pode pregar o esposo dela (a lei) na cruz. Mas Ele e ela podem
morrer juntos, libertando-a assim de seu primeiro casamento. Com efeito, Ele
diz a ela que irá pregá-la (nós) na cruz em Si mesmo e, portanto, quando Ele
morrer, ela vai morrer e quando Ele ressuscitar, ela será ressuscitada nEle.
Esta solução a enche de esperança. Em gratidão, ela consente.
Como Paulo
disse (*em Rom. 7:4, "Assim, meus
irmãos, também vós (a mulher) estais mortos
para a lei pelo corpo de Cristo." Não é a lei (ex-cônjuge), que morre
na cruz. Trata-se de nós (toda a raça humana), que morreu no segundo Adão,
Jesus Cristo (cf. 1ª Coríntios 15: 21, 22, 44-47).
Vamos lidar
com a primeira questão. Nós (a raça humana) somos representados, individual e
coletivamente, em Romanos 5. Assim, não tivemos nada a ver com o que Adão fez
para nos mergulhar no pecado. Também não tínhamos nada a ver com o que Cristo,
nosso amante divino, fez para nos resgatar do pecado. Temos, no entanto, uma
escolha — Podemos concordar em receber, individualmente, o dom pela graça
mediante a fé.
Por
conseguinte, a mulher, em Romanos 7, que faz a escolha de morrer em Cristo e
ser ressuscitada nEle, passa a fazer parte da corporativa noiva de Cristo. Ela
é uma parte, mas não o todo. É ela (tanto individual como coletivamente) a quem
o nosso amante divino tem estado à esperar por toda a Sua vida.
Você vê, o
amor é o cumprimento da lei, Romanos 13:10. Cristo, como o amante divino,
cumpriu todos (*os quesitos) da mesma lei. Assim, quando a nossa mulher de
Romanos 7 morre, e é ressuscita com Ele (Cristo), ela também cumpre a lei nEle.
A lei tem sido descrita como o supremo amor a Deus e amor ao homem, como Ele
nos amou (João 13: 34 e 35). Portanto, enquanto não podemos obedecer a lei em
nossa fraqueza, nem a lei pode ajudar-nos a obedecer, nós nos tornamos
obedientes através de Cristo.
Em suma,
quando, pela fé, cremos na nossa morte em Cristo, reconhecida através do
símbolo do batismo, nos libertamos do “domínio e competência” da lei. Não é
abolida, mas é colocada na mente e no coração, como prometido por Deus (Jeremias
31: 33; Ezequiel 11:19, Hebreus 8:10). Isto é o que significa estar debaixo da
graça, em Cristo. Podemos agora produzir juntos o fruto da nossa união. Louvado
seja Deus!
--Raul Diaz
O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja
adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago.
Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e
locais, e coordena o estudo da lição da escola sabatina em sua unidade
evangelizadora em sua igreja local, Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois, Endereço
da igreja: 12831, N. Norton Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A.; Telefone:
001 XX (618) 244-7064. Site: www.mtvernonadventist.org
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