Para 28 de out. a 4 de nov. 2017
O evangelho de "—tudo que você tem que
fazer é crer" e Deus vai ajustar as suas contas no céu, é "graça barata" que torna sem
efeito a lei de Deus. O evangelho de "—confiar e obedecer" é "legalismo" e elimina a lei
de Deus também. O apóstolo Paulo é totalmente contra a abolição da lei de Deus.
Ele escreve: "Anulamos, pois, a lei
pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei" (Rom. 3:31). Então, como devemos entender a relação
entre a fé e a lei?
Através dos séculos, os cristãos têm lutado
com a salvação guardando a lei ou crendo. A histórica idéia católico-romana era
que a salvação é pela graça que é recebida pelo participante da santa ceia através
dos sacramentos da Igreja, o que, por sua vez, permite que ele preste a Deus
obras aceitáveis, a fim de que os pecados sejam perdoados. A lei de Deus, e o
sábado em particular, eram de pouca importância. A descoberta de Lutero da
justificação pela fé foi o começo de uma restauração do amor de Deus para os
pecadores, perdoando os pecados constantes de seu registro (*nos livros do
céu). Distinta da justificação pela fé foi a busca de viver para Deus, mas a
verdade do sábado e da lei de Deus eram de importância secundária.
O que Ellen White ouviu da mensagem de 1888
foi o perfeito casamento entre a justificação pela fé e a lei de Deus.1 Em outras palavras, a justificação pela fé é a experiência de ver o crucificado Salvador, e
apreciar o fato de que "se Um morreu
por todos, logo todos morreram" (2ª Cor. 5:14), ou seja, todos
estariam mortos se Alguém (*Cristo) não tivesse morrido por todos. Esse eficaz dom do maravilhoso perdão de Deus em
Cristo é dado ao pecador e reconcilia o coração de um inimigo de Deus, para que
a alma receba a expiação.
Disto resulta que não se pode ser reconciliado com Deus sem
se reconciliar com a Sua santa lei. "Anulamos,
pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (Rom.
3:31). Portanto, se nós somos reconciliados com Deus, deveremos ter prazer em
obedecer a todos os Seus dez mandamentos, incluindo o quarto. Sim, vamos
obedecer o sétimo também, a justificação pela fé cura alienados corações
feridos no casamento.
Paulo fornece duas ilustrações da justificação pela fé do
Antigo Testamento. "O nosso pai
Abraão" foi um gentio (*pagão), quando Deus proclamou a cruz para ele
(Gálatas 3:8). O amor abnegado de Deus, de auto-doação, venceu o coração de
Abraão, e ele “creu em Deus, e isso lhe
foi imputado como justiça" (Rom. 4:3). Aquele que pretende ser
"justificado pelas obras" supre a justiça em que se gloria, mas todas
essas obras auto-motivadas nada são "diante de Deus." É a fé que é
ativada pelo Ágape criador de Deus
que conta como justiça, e não há egocentrismo envolvido nela.
Quando alguém é motivado pelo interesse próprio, trabalha
por salários (*a serem) auferidos, mas a graça não pode ser conquistada. Graça
é dom de Deus aos pecadores. A fé genuína é centrada na cruz, onde o pecador se
identifica com Cristo. Deus justifica o ímpio só a partir de dentro para
fora. Isto é o que Paulo quer dizer quando ele escreve, "sua fé lhe é imputada como justiça" (vs. 5).2
A segunda ilustração de Paulo da justificação pela fé é
David. A “bem-aventurança" de David tem duas partes: a imputação da
justiça de Deus, e o perdão dos pecados (vs. 6 e 7). David escreveu da
abençoada experiência de Deus remover seus pecados (Salmo 32:1, 2). Igualmente
importante é a felicidade pessoal de Deus em tornar alguém justo (v. 8).
"A falsa visão de justificação pela fé declara que a
justiça verdadeira deve sempre ser imputada vicariamente (*indiretamente), que nunca pode ser
realmente transmitida. Qual é a diferença? Uma
senhora veste um casaco de pele de leopardo, mas nunca é uma parte dela, é
delegada, imputada. O leopardo usa um casaco de pele de leopardo, como parte de
si mesmo. A visão falsa diz que o pecado nunca pode ser erradicado (*da vida de
uma pessoa) até que nós vejamos o Senhor nas nuvens do céu e Ele nos transforme. Mas a Bíblia ensina que a justiça imputada vicária deve e
irá também se tornar justiça compartilhada.3
Assim é que, a fé, motivada por Ágape, estabelece a lei. "Portanto, é pela fé, para que seja
segundo a graça" (Rom. 4:16). O dom da cruz é o sentido último
(*máximo) da expiação, que é perfeita harmonia com a lei de Deus.
A lei, divorciada da graça, provoca a inimizade natural
nascida do coração. Essa inimizade é rebeldia, que visa acabar com o pecado
(3:15). Qualquer conceito de justificação pela fé, que não consegue lidar com a
inimizade do coração é antinomianismo (*aversão à lei). Se a justificação pela
fé é um assentimento mental de uma operação (*contábil) no livro do céu,
anos-luz de distância do crente, pela qual Deus ajusta as contas de alguém no
céu, sem haver reconciliação do coração, é uma volta ao redor da cruz. Se o
egocentrismo não é crucificado com Cristo, a lei é anulada.
Deus não nos pede que guardemos os Seus mandamentos a fim de
sermos salvos. Seu amor nos constrange a crer em Suas promessas – o concerto
eterno. O evangelho de Paulo proíbe toda e qualquer possibilidade de
"justiça" “pela lei" (Gal. 3:21). "As promessas de Deus" foram dadas a Abraão 430 anos
antes de seus descendentes receberam os Dez Mandamentos escritos em tábuas de
pedra (Gal. 3:17). O propósito de Deus em dar a lei foi apresentar uma descrição perfeita
da justiça. Mas os que são motivados pelo medo são "guardados debaixo da lei", presos por um oficial
correcional, para que a lei possa conduzi-los "para aquela fé que se havia de manifestar" (Gal. 3: 23).
Paulo não está escrevendo sobre a sequência histórica dos
judeus do Sinai à cruz, mas a respeito da função da lei, por força do Espírito
Santo, de convencer o coração "do
pecado e da justiça" (João 16:8).
"Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela
fé em Jesus Cristo
fosse dada aos crentes" (Gal. 3:22).
A “fé de Jesus" é a fonte da nossa fé nEle. É o fato
dEle tomar o nosso "eu" (*nossa natureza caída) e negá-lo
continuamente durante Sua vida terrena, culminando em Sua cruz. Seu último ato
de fé, foi quando pendurado na cruz, abandonado por Deus, Ele levou nossa
maldição da segunda morte e ainda proclamou a Sua fé, "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito: e, havendo dito isso,
expirou" (Lucas 23:46). Sua fé ligou o pecador ao Pai através do
abismo, e isto é a expiação.
Nós apreciamos a "fé de Jesus" e
"cremos" nEle. Experimentamos a reconciliação do coração a Deus, que
está em perfeita harmonia com a Sua lei de amor manifestada na obediência a
todos os Seus mandamentos.
--Paul E. Penno
Notas do Autor:
1) "Em Sua grande misericórdia,
enviou Senhor uma mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores
Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr, de maneira mais preeminente diante
do mundo, o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo.
Apresentava a justificação pela fé
no Fiador; convidava o povo para receber a
justiça de Cristo, que se manifesta
na obediência a todos os mandamentos de Deus" (Testemunhos Para Ministros, págs. 91 e 92, grifamos).
2) "O último versículo do terceiro
capítulo de Romanos nos diz que, pela fé, nós estabelecemos a lei. Além disso,
o próprio termo" justificação" mostra que a fé cumpre a exigência da
lei. Fé torna o homem um obediente à lei, pois esse é o significado do termo
"justificação pela fé" (E. J. Waggoner, "Estudos em Romanos. A bênção de Abraão," The Signs of the
Times, de 13 de fevereiro de 1896, pág. 2).
3) Robert J. Wieland, Dial
Daily Bread ( de 14 de fevereiro, 1998).
Nota
do tradutor:
Não
devemos esperar obter quaisquer boas obras por nós próprios. Temos tentando,
mas já falhamos e sabemos que continuaremos a falhar. Ouça, nunca haverá
qualquer coisa boa em nós, de qualquer tipo, de agora até o fim do mundo, exceto se forem ali criadas pelo próprio
Criador, por Sua Palavra, que tem nela energia criadora. Não se esqueça
disso. Se desejamos andar em boas
obra isso somente se realizará se formos criados em Cristo Jesus para aquelas
boas obras, Efésios 2: 10. Paremos de tentar. Olhemos para o Criador e
recebamos a Sua palavra criadora. "Que a Palavra de Cristo habite em
vós abundantemente" (Col.
3:16), então aquelas boas obras aparecerão. Ele lhe diz que somos "feitura
dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:10). Então reconheçamos as boas obras que
são criadas em nós, não dando nenhuma atenção a qualquer obra que não seja ali
criada, porque nada há bom a não ser o que é criado pelo Senhor. Veja que o
verbo está no tempo presente, "somos feitura dEle".
Somos criados em CRISTO JESUS para
as boas obras. ... Creiamos no Senhor. Ele fala de perdão. Ele fala de um
coração limpo. Ele fala de santidade; Ele a cria. Permitamos que Ele a crie em
nós, ... permitamos que a palavra criadora opere em nós aquilo que a Palavra
profere,
Na
criação: “Deus falou e tudo se fez”, não demorou nem uma fração de segundos
entre Deus ter falado e a coisa acontecer. A palavra criadora de Deus teve
cumprimento imediato. Deus fala e a Sua palavra se cumpre ato contínuo. A
palavra de Deus diz: “Cria em mim um coração puro” (Salmo
51:11). Quando nós cremos na criadora Palavra de Deus, Ela se cumpre de
imediato em nós, criando o principio da coisa falada em nossa vida e “Aquele que começou boa obra em nós há de
completá-la até o Dia de Cristo Jesus” (Fil. 1:6).
Quando
Jesus disse ao leproso: “Fica limpo”, houve criação imediata
completa, pois a palavra criadora de Deus se cumpriu imediatamente de maneira
completa. Não houve necessidade de o leproso entrar em um processo de
tratamento de cura; a palavra criara a cura imediata e completa.
A
Palavra de Deus diz: ”perdoados estão os teus pecados”. Quando cremos na
criadora Palavra de Deus, somos perdoados imediata e completamente. Não há
necessidade de sermos perdoados continuamente por aquele mesmo pecado, a não
ser que não confiemos na Palavra de Deus que diz: “vai e não peques mais”. “Sede
perfeitos”, “sede santos”.
Na
vida cristã tudo depende da palavra de DEUS. A palavra de DEUS nos impede de pecar. "Quanto ao trato dos homens, pela
palavra dos Teus lábios eu me guardarei das veredas do destruidor" (Salmo 17: 4). "Escondi
a Tua palavra no meu coração, para não pecar contra Ti” (Salmo 119: 11). Esta
é a "forma" determinada por DEUS para a vitória sobre o pecado.
"Ele é poderoso para vos guardar de tropeçar" (Judas 1:
24). "Eu te sustento com a
destra de Minha justiça" (Isaías
41: 10). "Poderoso é Deus para o
firmar" (Romanos 14:
4). "Porque a palavra de DEUS é viva
e eficaz" (Hebreus 4:
12).
Justificação
pela fé, portanto, é justificação que vem pela palavra de DEUS. "Justificados [tornados justos], pela fé [por esperar e depender somente
da Palavra de Deus], tenhamos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5: 1). “Mediante a fé estais guardados na virtude
de Deus" (1ª Pedro 1:
5). Confiemos nessa palavra, dependamos dela e descobriremos o seu poder
mantenedor.
A
‘fé de Jesus’, remove as montanhas de dificuldade de controlar o nosso
ego! E, assim cumprir-se-á na Terra )Apocalipse
14.12).
Ao
sermos cristãos verdadeiros, aprenderemos e confiaremos correta e devidamente
que a Palavra do Senhor tem poder de criar justiça – perfeita obediência à Lei
de Deus. Lembremo-nos de que o inimigo de Deus afirma que nos é impossível vencer
perfeitamente e está acusando nosso Pai de injusto, por estar aguardando
perfeita vitória sobre o mal; de mentiroso, por afirmar que nos é
possível; e de falho, por ter feito uma lei muito além de nossa
capacidade.
Então,
é por amor ao Pai que buscamos a VITÓRIA perfeita – a justiça de Cristo pela
fé, isto é, ‘a terceira mensagem angélica’! Essas calúnias satânicas devem ser
anuladas, irrefutavelmente! Busquemos, pois, alcançar essa vitória pela fé,
tendo ‘fome e sede’ dela! E o coração de nosso querido Pai vai se encher de
alegria!
Esta nota foi elaborada com base em um sermão sobre as três
mensagens angélicas, a justificação pela fé no poder criador da palavra de
Deus, estando em nós, e operando por, e, mediante nós, como DEUS CONOSCO, intitulado "Está
Escrito", proferido pelo pastor Alonzo T. Jones, um dos dois
mensageiros de 1888, em 21 de fevereiro de 1899.