segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lição 4 - Justificação pela Fé, por Paul Penno

Justificação pela fé é a mensagem do Terceiro anjo em verdade(1), por Paulo Penno
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Ellen White ficou radiante quando ouviu a mensagem do concerto eterno e a justificação pela fé dos lábios de A. T. Jones e E. J. Waggoner. Para ela, esse claro ensino era consoante com a mensagem dos três anjos. "Chegada é a hora de seu juízo" e nosso Sacerdote está purificando o santuário celestial. Para ela, a mensagem do santuário era o caminho a ser preparado para a segunda vinda de Jesus. A purificação do povo de seus pecados, e a consequente purificação do pecado do santuário celeste, foi o cumprimento do concerto eterno de Deus para perdoar seus pecados e escrever suas leis em seus corações e mentes. A mensagem do concerto era uma mensagem de trasladação.

No Seminário para ministros, realizado no Instituto Teológico de Battle Creek em 1890, a Sra. White escreveu, repetidamente, ao longo das semanas, nas colunas da Review and Herald, sobre o seu entusiasmo pela mensagem (*dos pastores Waggoner e Jones) do concerto eterno, que ela estava ouvindo deles.

Observe suas declarações (*começando em 21/1/1890):
“Estamos no dia da expiação, e devemos trabalhar em harmonia com a obra de Cristo de purificação do santuário dos pecados do povo. Que nenhum homem, que deseje ser encontrado com a veste nupcial, resista nosso Senhor em Seu ofício. Como Ele é, assim serão seus seguidores neste mundo. Nós devemos agora apresentar ao povo a obra que, pela fé, vemos o nosso Sumo Sacerdote desenvolver no santuário celestial” (Ellen G. White, “A Necessidade de Completa Consagração,” Review and Herald 67,3, de 21 de janeiro de 1890, pág. 33.

“A importante e aterradora questão é este casamento, o casamento do Cordeiro, que foi adiado por tanto tempo. O tempo chegou, para o povo de Cristo despertar e sentir o tempo em que vive. O tempo chegou quando a noiva deve aprontar-se (*Apoc. 19:7) para o casamento, recebendo o presente de Seu vestido de casamento. Este vestuário foi a mensagem de justiça do Sumo Sacerdote” (Ibidem)

Uma semana depois, enquanto o assunto dos concertos predominava no Seminário, Ellen White dirigiu novamente a atenção do povo para o santuário na primeira página da revista.

“Cristo está no santuário celestial, e Ele está lá para fazer expiação por Seu povo. . . . Ele está purificando o santuário dos pecados do povo. Qual é o nosso trabalho? —. É nosso trabalho estar em harmonia com a obra de Cristo. Pela fé, nós devemos trabalhar com Ele, para estar em união com Ele. . . . Um povo deve estar preparado para o grande dia de Deus” (Ellen G. White, O Senhor Deve Ser Nossa Luz, Review and Herald, 67,4, de 28 de janeiro de 1890, pág. 49).

“Cristo está no céu purificando o templo dos pecados do povo, e devemos trabalhar em harmonia com Ele sobre a terra, limpando o templo da alma de sua corrupção moral” (Ellen G. White, O Perigo de Falar de Dúvida, Review and Herald, 67,6, de 11 de fevereiro de 1890, pág. 81).

"O povo não entrou no lugar Santíssimo, onde Jesus foi para fazer expiação por Seus filhos. Precisamos do Espírito Santo, a fim de compreender as verdades para este tempo, mas há seca espiritual nas igrejas" (Ellen G. White, É Necessário Seriedade na Causa de Deus, Review and Herald, 67,8, de 25 de fevereiro de 1890, pág. 113).

Note que entrar no santuário com Jesus, pela fé, no dia de expiação, significa avançar com a luz que Jesus estava dando na terra ao Seu povo (*em 1888 e anos que se seguiram). A verdade do concerto eterno e justificação pela fé, que Jones e Waggoner estavam trazendo ao povo de Deus era para ser entendida em conexão com o dia do Ministério da expiação de Jesus no santuário.

Em 4 de março de 1890, Ellen G. White enfatizou novamente o tema da trasladação:
“Luz está cintilando do trono de Deus, e para quê? — É que um povo deve ser preparado para ficar de pé no dia de Deus. (Ellen G. White, Aproxime-se de Deus, Review and Herald, 67,9, de 4 de março de 1890, pág. 129.

(*No dia 18/03/1980:) “Se os nossos irmãos todos trabalhassem, juntamente com Deus, não teriam dúvida de que a mensagem que Ele enviou para nós durante estes últimos dois anos, é do céu. . . . Suponha que você apagasse os testemunhos que vêm sendo dados durante estes últimos dois anos (*de Mineápolis, em 1888, até 1890) proclamando a justiça de Cristo, quem você pode nos apontar como trazendo luz especial para o povo? (Ellen G. White, A Mensagem Presente, Review and Herald, 67,11, de 18 de março de 1890, pág. 161).

A presente mensagem de justificação pela fé foi a mensagem do terceiro anjo em verdade, dando poder e força para a purificação do santuário.
Muitos falaram da lei, da lei, e ficaram preocupados que se estava dando muita ênfase sobre a justificação pela fé.

"É verdade que os homens vão dizer: ‘você está excitado e gastando muito tempo falando muito sobre este assunto (*de justificação pela fé) e você não prega o suficiente sobre a lei, agora, você deve pensar mais na lei, não esteja o tempo todo abordando sobre esta justiça de Cristo, mas fale sobre a lei.'
Deixe a lei cuidar de si mesma. Temos estado a falar sobre a lei até chegarmos a estar secos, como as colinas de Gilboa, sem orvalho ou chuva" (Manuscrito nº 10, pág. 9, apud Materiais sobre 1888 de Ellen G. White, volume 2, pág. 557)

Muitos ridicularizaram a mensagem de justificação pela fé que nos foi trazida por Waggoner e Jones e a denunciaram como fanatismo. Eles inquiriram da irmã White “... se a mensagem de justificação pela fé era a mensagens dos três anjos,” (*e veja o que ela respondeu:) “eu respondi ‘é a tríplice mensagem angélica em verdade.’ O profeta declara, ‘E depois destas coisas eu vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória’ (Apoc. 18:1)” (E. G. White, Arrependimento, o Dom de Deus,” Review and Herald, 67, de 13 de abril de 1890, págs. 193 e 194).

"A mensagem do terceiro anjo, em verdade" foi claramente identificada com o Anjo do Apocalipse 18:01 e que é "a mensagem do terceiro anjo, em verdade.“ O que ela queria dizer com a afirmação “em verdade”?

Justificação pela fé em conexão com a purificação do santuário, era a tríplice mensagem agélica em verdade. Prepararia o povo para estar de pé na hora de crise, e para ser trasladado sem ver a morte na segunda vinda de Jesus. Era, e ainda é, a mensagem de sacudidura da igreja de Laodicéia. Trazia consigo todo o panorama do alto clamor e da chuva serôdia do Espírito Santo.


A Mensagem do Terceiro Anjo

Em 1891 E. J. Waggoner ligou o concerto eterno com a Tríplice Mensagem Angélica e justificação pela fé desta forma:

"Nós devemos. . . pregar ‘Cristo e Este crucificado’ é a soma do ‘evangelho do reino’, ou. . . a tríplice mensagem angélica. . . . Mostrar, do concerto que Deus fez com Abraão, o sacrifício de Cristo, a justificação pela fé ... “ (“Como Devemos Alcançar os Judeus”, de E. J. Waggoner, em The Present Truth, A Verdade Presente, nº 7,26, de 17 de dezembro de 1891, pág. 413).

Este era o meio para alcançar aos judeus, mostrando-lhes o que Deus queria fazer com Israel ao tirá-los do Egito e introduzi-los na terra prometida. Este é o mesmo trabalho que Deus faria em reunir Seus fora do mundo, e levando-os para a posse da herança eterna.
Em 1895 Ellen White conectou "a mui preciosa mensagem" de Waggoner e Jones, com a mensagem do terceiro anjo e o concerto eterno.

"Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor uma mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia por de maneira mais proeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber o justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. . . . É a terceira mensagem angélica, que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida. O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto. . . " (E. G. White, Testemunho à igreja de Battle Creek, Carta 57 de 1º de Maio de 1895, e Testemunhos para Ministros, págs. 91 e 92).

Esta declaração conecta a mensagem do terceiro anjo, com a justificação pela fé e o concerto eterno. O pastor William W. Prescott (*Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, pág. 1148) foi o último de uma geração que tinha sido testemunha ocular dos acontecimentos de 1888. Ele publicou uma série de artigos sobre os concertos na história bíblica. (W. W. Prescott, em O Evangelho do Concerto, Review and Herald, 113, de 20 de agosto a 8 de outubro de 1936). Prescott reconheceu quão importantes foram os concertos para a compreensão das três mensagens angélicas. Ele escreveu:

Temos sido claramente instruídos que a justificação pela fé "É a mensagem do terceiro anjo, em verdade", e na medida em que justificação pela fé é a característica essencial do concerto com Abraão, como é ensinado em Gálatas 3:8. . . o concerto com Abraão, é a essência da Mensagem do terceiro anjo. . . . Devemos proclamar a plenitude do significado dessa aliança desenvolvido a partir do tempo de Abraão até agora. Este é "o evangelho eterno", que deve ser pregado a todo o mundo em preparação para a grande consumação. (W. W. Prescott, em O Evangelho do Concerto, IV, A Doutrina da Promessa do Concerto, Review and Herald, 113,47 de 10 de setembro de 1936, pág. 8).

Tudo o que era necessário para preparar o corpo de Cristo, a partir de toda nação, tribo, língua e povo, para a trasladação, e a segunda vinda de Cristo, estava contido na promessa de Deus a Abraão. Ellen White, E. J. Waggoner e W. W. Prescott ligaram a mensagem do terceiro anjo com o concerto eterno de Deus.
—Paul Penno, Jr.
Em 10 de dezembro de 2008

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista das cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.
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Notas do tradutor:

1) Na teologia adventista “a mensagem do terceiro anjo” é sinônimo de “a tríplice mensagem angélica,” ou “a mensagem dos três anjos”. Apoc.14, portanto a conecta com a doutrina da expiação, tendo, assim, íntima relação com a purificação do santuário.

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