sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lição 5 — Justificação e a Lei, por Jerry Finneman

A justificação faz referência à lei moral de Deus. Justificação é o oposto de condenação. Condenação vem por causa da incredulidade (João 3:18), que é o pecado, a transgressão da lei de justiça de Deus (Romanos 14:23).

Ninguém pode ser justificado pela guarda da lei, nem é uma pessoa justificada sem a guardar-loa. Nós somos justificados, a fim de guardá-la. Nós não usamos a lei como um meio de justificação, nem usaremos a justificação pela fé para nos livrarmos da lei.

Em Romanos 3:31, Paulo pergunta e responde à questão da relação entre a justificação pela fé e a lei: "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei." A lei não é anulada pela fé. A justificação pela fé sempre defende a lei. Como Waggoner explica: "Justificação estabelece a lei no coração. Justificação é a lei encarnada em Cristo, posta dentro do homem, por isso é encarnada no homem "(E. J. Waggoner," Boletim Diário da Conferência Geral", de 12 março de 1891, pág. 85).

A versão Novo Século (2005), traduz Romanos 3:31 desta maneira: "Então destruímos a lei, por seguir o caminho da fé? Não! A fé nos faz ser o que a lei verdadeiramente quer."

Ellen White escreveu que a mensagem enviada do céu através de Waggoner e Jones, “apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus" (Ellen White, Testemunhos Para Ministros, págs. 91 e 92).

A doutrina bíblica da justificação pela fé sempre faz da pessoa um cumpridor da lei. Depois que um pecador é justificado pela fé em Cristo, a justa lei de Deus permanece como testemunha de sua justificação, Salmo 119:172; Romanos 3:21. Esta lei testifica a favor do pecador que crê no Tribunal Supremo do universo. Por outro lado, qualquer pessoa que viola a lei de Deus nunca pode ser justificada.

A cruz, a lei e a Justificação

Tanto a justificação como a lei foram ampliadas com a morte de Cristo no Calvário. Nossas transgressões da lei colocaram Cristo na cruz. Sua obediência até à morte de cruz (Filipenses 2:8), é o meio pelo qual nós somos justificados (Romanos 5:19).

A morte de Cristo não é importante para nós apenas por causa dos nossos pecados, mas também importante para nossa justificação. Além disso, a cruz exalta a lei de Deus. A cruz era necessária para magníficar tanto a justificação como a lei. Isso é o que faz o Calvário tão importante.

Justificação e a lei se encontraram no Calvário. Tanto a justificação e a lei foram magnificadas sobre a cruz. A obediência de Cristo até a morte é a nossa justificação (Filipenses 2:8; Romanos 5:19, 5:9). Ela é recebida pessoalmente pela fé em Cristo (Romanos 5:1). Na Sua morte na cruz, Jesus exauriu a pena que era contra nós, enquanto, ao mesmo tempo Ele exaltou a lei, mostrando que Deus não mudou e não poderia mudar sua lei para salvar Jesus, nosso Representante e Substituto, de sua pena.

Ilustrações de Justificação pela Fé extraídas da experiência de Abraão e Davi.

Em Romanos 4:1-8 estes dois personagens do Antigo Testamento, um mentiroso e o outro adúltero e assassino, são utilizados para ilustrar a justificação de Deus, que segue as condições de arrependimento para com Deus e a fé em Cristo e Sua justiça.

Abraão mentiu duas vezes sobre Sara. Ele disse a Sara falar ao faraó do Egito, que ela era sua irmã. Esta meia-verdade foi um encobrimento da verdade que ela era de fato sua esposa! (Gênesis 12:10-20). Esta mentira levou Sara ser tomada por Faraó como uma concubina. Abraão cometeu esse mesmo pecado mais uma vez em Canaã, com o Rei Abimeleque (Gênesis 20). Deus teve de intervir em ambos os casos, para salvar os reis de consequências terríveis.

E depois também, a Abraão foi prometido que ele seria "pai de muitas nações" (Romanos 4:17). No entanto, a fim de ser pai de muitas nações, Abraão precisava primeiro ser pai de uma criança. Embora Deus tenha feito a promessa de um filho a ele, ele achou que teria que ajudar a Deus em cumprir Sua promessa. Com o tempo, Abraão se arrependeu e, finalmente, creu em Deus.

A outra pessoa do Velho Testamento usada para ilustrar a justificação pela fé é David. Davi foi um adúltero e um assassino. Ele, também, foi levado a um profundo arrependimento de seus pecados e a crer em Cristo por justiça.

Observe o que Deus disse sobre o David depois que ele morreu. Para Salomão Ele disse: "Se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou David teu pai, também prolongarei os teus dias" (1º Reis 3:14). Em seguida, a Jeroboão, Deus disse: "Meu servo David ... guardou os Meus mandamentos e ... e andou após Mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos Meus olhos" (1º Reis 14:8). Depois de Abraão e Davi se arrependerem e crerem em Deus, Ele os tratou como se nunca tivessem pecado. Depois que creram do fundo do coração, Deus não mencionou nenhuma palavra sobre os seus terríveis pecados. Isto então nos leva a uma forma simples mas eficaz de lembrar o que é a justificação e lei tratam, do ponto de vista de Deus. Justificado: Assim como se eu nunca tivesse pecado. Assim como se eu sempre tivesse crido. É como se eu sempre obedecesse.

Como acontece com David e Abraão, quando nos arrependemos e cremos, Deus olha para nós como se nunca tivéssemos pecado - Ele nos vê como se tivéssemos sempre obedecido! Ele diz a você: "Eu, Eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim, e dos teus pecados não Me lembro” (Isaías 43:25). Então ele escreve Sua lei sobre o coração justificado e a mente, trazendo assim justificação e a lei em conjunto na experiência do crente.

Jerry Finneman

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos de Boas-Novas, da Mensagem de 1888, de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele, mas, me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

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