terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - A LINGUAGEM DO SANTUÁRIO E O LIVRO DE HEBREUS, por Alexandre Snyman



Hebreus capítulo 9 o verso 11, na versão King James: “Mas Cristo, tornando-Se Sumo Sacerdote, de boas coisas a virem, por um maior e mais perfeito tabernáculo não feito por mãos, quer dizer, não deste edifício”.
 “O livro de Hebreus está cheio de linguagem do santuário que nos ajuda a entender o que o Senhor está fazendo por nós no Céu agora”.
O Pastor Jack Sequeira no sermão “A Redenção Desdobrada”, da série o santuário diz: “Tudo no santuário, o mobiliário, o material, o arranjo, o ritual e os serviços, apontam a Jesus. – Cristo é a realidade do santuário”. No plano geral lhe dá o desenvolvimento de um projeto do começo ao fim. Isto é o que o santuário faz por nós; nos desdobra o plano da redenção desde o começo até o fim. Temos que manter em mente que o santuário é o evangelho em tipo. Há seis pontos que mostram que o santuário aponta para Cristo e como se torna uma realidade nEle:
1º- Deus encontrou o pecador no santuário. Deus hoje nos encontra em Cristo.
2º- Deus se revelou a Si mesmo para o pecador no santuário. (Êxodo 29:46). Agora Deus Se revela a Si mesmo em Jesus Cristo. Quando desejarmos ver a Deus, como Ele realmente Se parece, olhamos a Jesus, Ele disse: “Quem Me vê a Mim, vê o Pai” (João 14:9). E isto é muito importante porque há muitos cristãos que têm um quadro de Cristo e outro de Deus. Eles pensam que Cristo é amante e perdoador, mas que Deus é um terrível e raivoso juiz com um garfo na mão, pronto a te empurrar para o inferno de fogo. Isto não é verdade, Deus em Cristo estava revelando a Si mesmo a nós e aqueles que viram a Cristo, viram também o Pai.
3º- Deus habitou com pecadores no santuário (Êxodo 25:8 e 29-46). “Agora Ele habita conosco em Cristo, e através de Cristo vimos a Sua glória”. Mateus 1:23 diz: “Seu nome será Emanuel, que quer dizer Deus conosco”.
4º- Deus falou com o pecador no santuário, agora Ele fala a nós em Cristo. Hebreus 2:1 trás isso muito claramente: “Nestes últimos dias, Deus nos falou pelo Filho”. Em outras palavras, Cristo é a Palavra falada a nós que vivemos no período do Novo Testamento.
5º- Deus aceitou o pecador no santuário (Levíticos 1:4), agora Ele nos aceita em Cristo. Nós somos aceitos no Amado (Efésios 1:6).
6º- Deus perdoou o pecador no santuário; é em Cristo que recebemos perdão dos pecados. Assim vemos que a linguagem do santuário no livro de Hebreus é o evangelho em tipo. O salmista diz que tudo no santuário revela a glória de Deus, tudo tem uma função, um significado; eis aí porque não olhamos ao santuário com uma atitude volúvel porque tudo aponta ao evangelho. Há áreas que às vezes ignoramos, devemos então olhar para o santuário para descobrirmos como o plano da salvação é revelado naquele ponto que não compreendemos.
O Pastor Frederico Carnes Gilbert em “O Messias no Seu Santuário,” pág. 29 diz: “O santuário era designado por diferentes nomes, era às vezes conhecido como tabernáculo (Êxodo 26:1), a palavra hebraica é mishkan, outras vezes como em I Reis 1:39, ohel, tenda, como aparece na versão revisada e padronizada em inglês, embora na King James e nas versões em português apareça
 também tabernáculo.  Ainda, em Êxodo 29:44, era chamado de ohel moed, tenda da congregação, assim chamado por ser o local da assembléia geral de Israel, e Jeová fez deste o lugar de reunião com o povo. E ainda mishkan ha-eduth, Tabernáculo do testemunho (Êxodo 38:21). 
Considerando-se que a Lei de Deus erra guardada na parte interior do santuário, e que o Decálogo era o testemunho de Si próprio, de Seu caráter, de Sua imutabilidade, o nome tabernáculo do testemunho era uma apropriada designação a ser dada ao santuário. Na página 31: O véu, paroketh, era usado para três propósitos:
1º- Para ser uma porta de separação entre o santo, no lado leste, e o santíssimo no oeste (Levíticos 16:2).
2º- Para cobrir a arca, quando o santuário fosse transportado de um lugar para outro (Números 4:5).
3º- Sobre o véu era aspergido o sangue das ofertas trazidas ao santuário pelo pecador para remissão dos pecados. (Levíticos 4:6).
As medidas da estrutura do tabernáculo propriamente dito, isto é, do edifício, eram 20 cúbitos de comprimento e 10 de largura e altura. Algumas dificuldades encontraríamos se tivéssemos tempo para aprofundar em detalhes, mas nosso objetivo é apresentar a Cristo; mas apenas algumas informações: 1º-Sabemos que cúbito é o osso longo situado na parte interna do antebraço, entre o cotovelo e o pulso; a palavra em hebraico é ammah, mas como a estatura humana é variável encontramos a medida cúbito de diferentes comprimentos, e há outro problema, muitos mediam o cúbito do cotovelo até a ponta do maior dedo. Do Pastor Millian Lauritz Andreasen em sua obra: “O Livro de Hebreus”, pág. 317 ouvimos: “Em qualquer análise do livro de Hebreus, o capítulo 9 deve sobressair; nele o autor está se aproximando do clímax em seu argumento com relação a Cristo como Sumo Sacerdote. Após dar uma breve explanação do tabernáculo, construído por Moisés, o edifício, o mobiliário, o serviço, o apóstolo nos informa, no verso 8, que o Espírito Santo estava dando a entender com isso que o caminho do santíssimo ainda não estava descoberto, enquanto o primeiro tabernáculo ainda estava de pé. Então ele prossegue contrastando o tabernáculo terreno com o celestial, mostrando que aquele era apenas uma figura para o tempo então presente (vs. 9 e 10)”.
Através de maior e mais perfeito tabernáculo, Cristo entrou nos lugares celestiais com Seu próprio sangue e obteve eterna redenção para nós, (vs. 11 a 14). Cristo é o Mediador do Novo Concerto que se tornou efetivo na Sua morte. Igualmente a morte ocorreu na dedicação do primeiro concerto, embora tenha sido somente a morte de bezerros e de bodes e o sangue deles foi espargido sobre o Livro do Concerto, o povo, o tabernáculo e os vasos, (vs. 15-21). De acordo com a lei, quase todas as coisas eram purificadas, ou purgadas, com sangue. “Era necessário que as figuras das coisas que estão nos Céus, fossem purificadas com o sangue daqueles animais, mas, as coisas celestiais, com um sacrifício melhor, a saber: O próprio sangue de Cristo”, (vs. 22 e 23). Cristo entrou nos lugares sagrados no Céu para agora comparecer perante Deus por nós. Quando Ele vier a segunda vez, aparecerá sem pecado para a salvação dos que o aguardam, (vs. 24-28).
E o autor partindo do princípio de que seus leitores sejam bem familiarizados com o tabernáculo que ele descreve, assinala que agora não pode falar detalhadamente sobre algo tão bem conhecido. Entretanto, ele pensa ser aconselhável relatar as mais importantes fases do serviço do santuário terrestre, antes de dedicar toda a sua atenção ao celestial. Como há diversos paralelos entre os dois santuários, ele argumenta que seria de grande ajuda se seus ouvintes mantivessem a mente, tanto a organização como os serviços, no terrestre, que se torna de especial importância, quando sabemos que o Espírito Santo afirma que há nele um significado além do que é visível. Era uma figura para aquele tempo, e até o tempo da reforma; no verso 1, por exemplo, temos: “A primeira aliança tinha também preceitos de serviços sagrados e um tabernáculo desta Terra”.
O fato de que o primeiro concerto também tinha ordenanças, implica que o novo também as tem. Ao o autor da epístola iniciar a comparação entre os dois santuários, é interessante notar que ele parte da certeza de que há ordem, isto é: lei regulamento no santuário celestial. Verso 2: “com efeito, foi preparado o tabernáculo cuja parte anterior, onde estavam o candelabro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o santo lugar”. Na versão King James, primeiro, parece referir-se a todo o santuário propriamente dito, talvez porque era usado cada dia do ano, e o segundo: Santo dos santos ou santíssimo era aberto apenas num período pequeno no dia da expiação. Eis aí também a razão porque o primeiro compartimento é considerado uma instituição em si mesmo. Enquanto o final do verso 2, nas versões em português, afirmam que se chama o santo lugar, a King James diz que é chamado de o santuário. Havia um castiçal que ficava ao sul, (Êxodo 40:24) em frente ao véu (v. 26); havia somente um, no templo de Salomão eram 10.  O candelabro era a única fonte de luz dentro do santuário pois não existiam janelas no edifício, e, embora composto de 7 lâmpadas, por mais brilhantes que fossem, a luminosidade não devia ser grande, mesmo porque não estava necessariamente todo aceso ao mesmo tempo. Este candeeiro era de ouro e de fino e apurado trabalho manual (Êxodo 37:17-24). A mesa posta ao lado norte, (Êxodo 40:22), era usada para o pão da proposição e as ofertas de libação bem como para os utensílios utilizados no santuário. Cada sábado 12 pães frescos eram colocados nela, um para cada tribo (Êxodo 25:30 e Levíticos 24:5-9).O pão da proposição, literalmente o pão da presença, era assim chamado porque devia estar perante Deus continuamente, (Levíticos 24:8).
Agora o verso 3: “Por trás do segundo se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, ou Santíssimo. Este é o único lugar onde este véu é chamado de segundo. O santíssimo era um cubo, portanto, de igual medida nas três dimensões.” Verso 4: “Ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, a vara de Arão que floresceu, e as tábuas da aliança”. A versão King James diz: “Um incensário de ouro”, ao invés de um altar de ouro para o incenso. A Almeida  parece ser mais correta, eis que o altar de incenso era o mais importante artigo no lugar santo, onde estava no primeiro compartimento (Êxodo 30:6). Mas, temos de defrontar a declaração de que pertencia ao lugar santíssimo. Como seria isto? O altar de ouro para o incenso estava no lugar santo e pertencia ao santíssimo? Ora neste altar, o incenso era oferecido diariamente e ao sacerdote, sabemos, não é permitido entrar no lugar santíssimo, sob pena de morrerem; assim é claro que o altar de incenso devia estar no primeiro compartimento. Então, porque o autor o lista com os itens do segundo compartimento? O Santíssimo? Deve-se notar que o autor não declara que o altar ficava no lugar santíssimo, mas que a ele pertencia um altar de ouro para o incenso. E este modo de expressar é peculiar e significante. Uma possível solução pode ser encontrada em I Reis capítulo 6, ali é-nos dito que Salomão preparou um cômodo nos fundos da casa, ou do templo e este interior ele constituiu em santuários; a saber: o santo dos santos (vs.16 na Almeida). E I Reis 6:16, na King James, o tal cômodo que sabemos era o santíssimo, é chamado de Oráculo; interessante e valiosa informação; outra designação de que dispomos para o santíssimo. O pequeno dicionário da Língua Portuguesa, por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, assim a define: Oráculo: 1º, resposta de um deus a quem o consulta. 2º, Divindade que respondia a consulta. 3º, em sentido figurado, pessoa cuja palavra ou conselho tem grande peso ou inspira absoluta confiança. 4º, Palavra infalível, muito autorizada.
Entendemos que esta é uma palavra preciosa para nos referirmos ao santíssimo. Ali Deus Se encontrava com Seu povo, falava como eles e lhes transmitia suas mensagens a par de na arca estar depositada a lei de Deus. Assim, oráculo na King James, podemos entender ser um lugar de revelação no interior do templo, a saber, o santo dos santos. E, I Reis 6:22 diz: “Assim, cobriu de ouro toda a casa, inteiramente e também todo o altar que estava diante do Santo dos Santos”.
Este altar aqui mencionado é o altar do incenso, e é dito ter pertencido ao oráculo, na King James, ou Santo dos Santos. E como em Hebreus 9:4 não há afirmação de que ficava no santíssimo, mas simplesmente que pertencia a ele, ou como Hebreus diz: “o tinha”.
O incenso oferecido diariamente neste altar era dirigido em direção ao propiciatório, ali Deus habitava, entre os querubins, e ao incenso ascender com as orações, enchia o santíssimo, bem como o lugar santo. O véu que separava os dois compartimentos não se estendia até ao teto, mas apenas até certa altura, o incenso podia assim ser oferecido no primeiro apartamento, o único lugar onde o sacerdote devia entrar, e ainda atingir o segundo no sentido ao qual havia sido dirigido. Eis ai como o altar do incenso permanecia no lugar santo e no entanto pertencia ao santíssimo. O verso 6 diz: Os sacerdotes sempre entram no primeiro tabernáculo, mas no segundo o sumo sacerdote sozinho uma vez por ano, (v. 7 p.p.), este era o dia da expiação. Não sem sangue, que oferecia por si e pelos erros do povo, última parte do verso na King James. Paulo nos está dando aqui uma breve revisão dos serviços do antigo santuário descrevendo os dois compartimentos bem como os rituais diário e anual que neles ocorria. Então nos versos 8-14 ele fala de Cristo entrando no santuário celestial, e Seu ministério Sumo Sacerdotal lá. Embora o ponto de Paulo seja superioridade do que Cristo está fazendo no Céu, em contraste com o que acontecera na Terra, é claro que o ministério no santuário abaixo, isto é, no santuário terrestre, está conectado com o ministério no santuário celestial acima. E esta é a razão porque Paulo fala deles juntos, o entendimento do que aconteceu na Terra nos ajuda a compreender o que está acontecendo no Céu.
O apóstolo bem como seus leitores, deviam ser bem versados no Velho Testamento e seus serviços rituais. O santuário a que se refere é o tabernáculo original, como introduzido por Deus e construído sob a supervisão de Moisés (Êxodo 25 a 31 e nos capítulos 35 a 40). O templo erigido posteriormente por Salomão era mais sofisticado que o modelo do deserto, e continha dez itens de cada um que havia no tabernáculo móvel.
 O Pastor A. T. Jones no livro “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã” diz na p. 57: “Aquele santuário terrestre como o seu ministério, é mais resumidamente descrito e o sentido dele é mais brevemente relatado em Hebreus 9, por isso, citamos Hebreus 9:2-12, “Porque o tabernáculo estava preparado, o primeiro em que havia o candeeiro e a mesa e os pães da proposição, ao que se chama o santuário, mas depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto coberta de ouro toda em redor em que estavam o vaso de ouro que continha o maná, a vara de Arão que havia florescido e as tábuas do concerto; e sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório das quais coisas não falaremos agora particularmente. Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo tempo, entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo o serviço de Deus; mas no segundo só o sumo sacerdote uma vez ao ano, não sem sangue que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a entender o Espírito Santo que o caminho do santuário ainda não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo que é uma alegoria para a época presente em que se oferecem dons e sacrifícios, que quanto a consciência não podem aperfeiçoar aquele que oficia o serviço, consistindo somente em manjares e bebidas e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, Sumo Sacerdote de bens futuros, por maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é não desta criação, nem por sangue de bodes e de bezerros, mas por Seu próprio sangue entrou uma vez no santuário, havendo efetuado um eterna redenção”.
“Este santuário era somente uma alegoria , e apenas uma alegoria para o tempo então presente; nele sacerdote e sumo sacerdotes ministravam e ofereciam tanto dons como sacrifícios, eram igualmente como o santuário, somente uma alegoria para o tempo então presente , porque tudo isto quanto a consciência não pode aperfeiçoar aquele que participa do serviço. Aquele santuário e o próprio tabernáculo eram somente a figura do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor fundou e não o homem. O sumo sacerdote do santuário era  somente um símbolo de Cristo, que é o Sumo Sacerdote do santuário e do verdadeiro tabernáculo. O ministério do sumo sacerdote do santuário terrestre era somente o símbolo do ministério de Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote que está assentado nos Céus à destra do trono da Majestade, Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo o qual o Senhor fundou e não o homem”.
É bom para nós aqui revermos o primeiro parágrafo do livro “Cristo e Sua Justiça”, escrito pelo pastor E. J. Waggoner. No primeiro verso do terceiro capítulo de Hebreus, nós temos uma advertência, a qual abrange todas as injunções dadas ao Cristão: e esta é: (Hebreus 3:1): “Portanto santos irmãos , participantes da divina vocação, considerai atentamente o apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus Cristo”. Fazer isto como a Bíblia ordena, considerar Cristo, contínua e inteligentemente exatamente como Ele é, transformará uma pessoa em um perfeito cristão, pois por contemplarmos, somos transformados. Voltemos agora para A. T. Jones, no livro “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã” p. 60: “As ofertas do sacerdócio no ministério do santuário terrestre eram somente um símbolo da oferta de Cristo, o verdadeiro Sumo Sacerdote, no Seu ministério no santuário e no verdadeiro tabernáculo. Cristo era por conseguinte a verdadeira substância e o propósito de todo o sacerdócio e serviço do santuário terrestre, e qualquer parte dele que se fizesse sem isto era sem significação.
E tão exatamente como Cristo é o verdadeiro Sacerdote da cristandade, do qual o sacerdócio levítico era um símbolo, assim o santuário no qual Cristo é ministro é o verdadeiro santuário da cristandade, do qual o santuário terrestre e da dispensação levítica era um símbolo.
E assim está escrito: “Ora se Ele estivesse na Terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplares e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para construir o tabernáculo, porque foi dito: Olha que faças tudo conforme o modelo que no monte se ter mostrou”. (Hebreus 8:4-5). “De sorte que era necessário que as figuras das coisas nos céus assim se purificassem com esses sacrifícios terrenos, mas as próprias coisas celestiais com sacrifício melhor do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu para agora comparecer por nós perante a face de Deus. E no próprio Céu, na dispensação cristã, foi visto o trono de Deus e um altar de ouro, e um anjo com um incensário oferecendo incenso com as orações de todos os santos, e da mão do anjo, subiu à presença de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos. (Apocalipse 4:5 e 8:2-4). Também neste mesmo tempo foi visto o próprio Céu, o templo de Deus e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo. (Apocalipse 11:9; 15:5-8 e 16:1). E o que mais foi visto lá? Sete lâmpadas de fogo que diante do trono ardiam. (Apocalipse 4:5). Lá também foi visto um semelhante ao Filho do Homem, vestido com as vestes dum Sumo Sacerdote. (Apocalipse 1:13). Assim, há no Céu um santuário Cristão e um sacerdócio de Cristo nosso Sumo Sacerdote, todo como era simbolizado no santuário terrestre por meio de tipo”.
A lição diz em Hebreus 8:1-3 e 9:5-7:  Achamos os que estavam envolvidos no serviço do santuário, querubins, sacerdotes, Sumo Sacerdote, ministro no santuário, e o Mediador. O título, sacerdote e Sumo Sacerdote refere-se aos descendentes de Arão, bem como a Jesus que é o Sacerdote por excelência e Sumo Sacerdote, o único cujo ministério pode resolver o problema do pecado. Isto novamente, leva a um tema chave no livro de Hebreus, a superioridade de Cristo e Seu ministério sobre todos que O precederam. A lição nos dá alguns textos, primeiro Hebreus 1:3: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”. (2:17): “Por isso mesmo, convinha que em todas as coisas se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas coisas referente a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo”. (8:12): “Pois, para com as suas iniquidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”. (9:26); ” Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora , porém ao se cumprirem os tempos se manifestar uma vez por todas para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado”. V.28: “Assim também Cristo, tendo se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado aos que o aguardam, para a salvação”. (10:12 e 17): “Jesus, porém, tendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus. Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades para sempre”. (13:11,12): “Pois, aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo Sumo Sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo Seu próprio sangue, sofreu fora da porta”.
Estes textos focalizam o problema do pecado e a sua solução. A lição diz: A queda de Adão e Eva, mudou o relacionamento dos seres humanos com Deus e embora tenha alterado dramaticamente a vida na Terra, trazendo doenças, sofrimento e morte, a real tragédia é a ruptura existente entre o Céu e a Terra, o abismo, entre a criatura e o Criador. Tudo que o pecado nos leva a fazer a nós mesmos e a outros é devido ao que o pecado tem feito por nós e o nosso relacionamento com Deus. O pecado rompeu esse relacionamento, causando uma separação e criou uma divisão entre o Criador e os que foram por Ele criados, de tal modo que ficaram isolados da única fonte de sua existência, vida e propósito. O que perderam devido ao pecado, não foi só físico, mas espiritual, mesmo eterno. Foi primeiro e principalmente para reconstruir uma passagem por sobre este isolamento que Jesus Cristo veio, morreu e agora ministra no Céu em nosso favor. E o livro de Hebreus é sobre isto: Deus construindo uma ponte entre o Céu e a Terra, é uma visão geral de um inteiro plano da salvação, começando com a morte de Cristo  na cruz, simbolizado pelo sacrifício e continuando com o trabalho de Cristo no santuário celestial. Com efeito, na escritura, a ênfase não é tanto neste problema, mas na solução, perdão do pecado, libertação do pecado e o poder para vencer o pecado. Um tema chave em Hebreus é purificação, Deus quer, não somente nos perdoar, mas purificar-nos, limpar-nos e tornar-nos santos. Tudo isso é agora possível, mas somente devido ao superior sacrifício de Jesus. Seu superior sangue e Seu superior ministério em nosso favor.
O que temos, pois em Hebreus? E vamos ser mais específicos; a parábola do santuário é Deus nos mostrando um problema e como Ele o está resolvendo, e só Ele o pode fazer; e somente o sangue que Jesus derramou na cruz do calvário é eficaz e é a única solução.
Do auxiliar do professor temos esse comentário: O santuário que Paulo tem em mente e que em Hebreus é claramente a tenda no deserto descrita em detalhe em Êxodo, consiste de um pátio, o primeiro compartimento e um compartimento interior. No tabernáculo e no templo que depois substituiu a estrutura móvel do deserto, o primeiro compartimento estava em constante uso, diariamente, de manhã e de tarde o sacerdote determinado, entrava para colocar óleo no castiçal (Êxodo 27:20), e ao mesmo tempo para queimar incenso. (Êxodo 30:7).
Também semanalmente, colocava pães frescos na mesa da proposição, (Levíticos 24:5 e 6). Estes eram os serviços principais que qualquer sacerdote escalado podia executar, mas somente ao Sumo Sacerdote, era permitido entrar no segundo tabernáculo, o Santíssimo, uma vez ao ano, no dia da Expiação e as condições para isto foram estritamente prescritas em Levíticos 16, onde o santo dos santos é chamado de o lugar santo por dentro do véu. (verso 2 na King James). Arão a qualquer sucessor do sumo sacerdote em Israel entrava no santo dos santos, somente no décimo dia do sétimo mês. O ano novo, o dia da expiação e a Festa dos Tabernáculos, originalmente, pertenciam a um festival complexo, em que o reino de Israel era anualmente celebrado. Mas, no conjunto destas festas, no Novo Testamento, o Divino Sacerdote Rei, preenche o central e decisivo papel por virtude de Seu perfeito próprio sacrifício. Ele tomou Seu assento à direita do Trono de Deus, e reina para sempre na celestial, nova e eterna ordem do Sumo Sacerdócio de Sião. Em Hebreus 9:2 -10, temos a prescrição da ordem levítica, em contraste, temos também a narrativa do Sacerdócio de Cristo nos versos 11-28. Segundo o tema central de Hebreus, Cristo nosso Sumo Sacerdote, de acordo com a ordem de Melquisedeque é infinitamente superior a Arão e a ordem levítica. O apóstolo Paulo está usando o grego coiné usual no tempo de Cristo, para dizer que o tabernáculo celestial é melhor do que o terreno. Segue o protótipo de Êxodo, redenção, concerto e santuário.
O santuário do Novo Concerto é superior porque é do Céu, (Hebreus 8:1; 9: 24). É claro que aqui em Hebreus se estriba em Êxodo 25:9 e 40, achando lá uma referência para o genuíno santuário de Deus, que é anterior ao terreno. Sendo uma cópia do original, é inferior, descrito como uma sombra do santuário celestial. Na epistola aos Hebreus o santuário celestial é real; Jesus entrou lá após Sua ascensão (Hebreus 4:14-16; 6:19 e 20; 9:24; e 10:12), e está desempenhando um trabalho Sacerdotal no Céu, (Hebreus 8:1 e 2). Para Paulo, a realidade de todas essas experiências, é incontestável, é claro que o livro de Hebreus segue os ensinamentos do Velho Testamento e assume um real, santuário no Céu. Por outro lado, Arão e seus sucessores entraram no santíssimo do santuário terrestre no dia da expiação, por virtude de sacrifício de animais. Jesus Cristo entrou no santuário celestial através do próprio sangue. A preposição grega dia, significa através, por, por meio de, ou mais frequentemente por conta de, Seu próprio sangue. Arão certamente carregou o sangue sacrifical para dentro do santo dos santos. Jesus Cristo, cumpriu em realidade o que Arão e seus sucessores realizavam em tipo; pelo duplo ritual de matar a vítima e apresentar o sangue no santo dos santos. Os sumo sacerdotes levitas tinham que se apresentar perante o Deus, repetidamente, porque a redenção que seu ministério representava era de caráter temporário; mas Cristo entrou uma vez por todas para lá ser entronizado perpetuamente, porque a redenção desempenhada por Ele é perfeita em natureza e eterna em efeito. É nesta mesma conexão, ouçam agora estas notas de explicação do pastor A. T. Jones no livro “Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã”, p. 67: “A colocação do tabernáculo estava situada no meio do acampamento de Israel, e era assim uma ilustração, uma parábola e sugestão da verdade de que Ele quer habitar no meio de cada indivíduo. (Efésios 3:16-19). Alguns desta nação em cada período, viram no santuário, esta grande verdade salvadora, mas como uma corporação em todos os períodos, faltou a Israel o espessamento, e detendo-se na ideia de que Ele gostava de habitar apenas no tabernáculo, no meio do acampamento, deixaram de tê-lo, pessoalmente, com Ele próprio presente nas suas vidas individuais. Em conformidade com isso, tornou-se o seu culto somente exterior e formal, em vez de ser interior e espiritual. Por isso as suas próprias vidas continuariam sem ser reformadas ou santas, e assim, os que saíram do Egito falharam nesta grande coisa que Deus tinha para eles, e caíram no deserto, (Hebreus 3:17-19). O mesmo erro foi cometido pelo povo depois de terem entrado na terra de Canaã, eles puseram a sua confiança no Senhor, somente se Ele habitasse no tabernáculo, e não quiseram permitir que o tabernáculo e seu ministério fosse os meios pelos quais Ele pudesse habitar pela fé neles próprios. Em consequência disso, a iniquidade aumentou em suas vidas, e Deus permitiu que o tabernáculo fosse destruído e a arca de Deus foi levada cativa pelos pagãos (Jeremias 7:12, I Samuel 4:10-12), a fim de que o povo aprendesse a ver, a encontrar, e servir a Deus individualmente. Depois da ausência do tabernáculo e dos seus serviços no meio de Israel, por cerca de 100 anos, foi o mesmo restaurado por Davi, sendo depois, substituído pelo grande templo construído por Salomão.
Contudo, igualmente o seu verdadeiro propósito foi gradualmente perdido de vista. Formalismo, acompanhado pela iniquidade, aumentava progressivamente até o Senhor ser obrigado a clamar aborreço, desprezo as vossas festas e as vossas assembléias solenes, não me dão nenhum prazer. E ainda  que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas nem atentarei para as ofertas pacíficos dos vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso (Amós 5:21-24). Também em Judá, o Senhor através de Isaías foi obrigado a fazer uma reclamação semelhante; “Ouvi a palavra do Senhor, vós príncipes de Sodoma, prestai ouvidos a Lei do nosso Deus vós o povo de Gomorra. De que Me serve a Mim a multidão dos vossos sacrifícios? Diz o Senhor; já estou farto de holocaustos de carneiros e da gordura de animais nédios, e não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante Mim, quem vos requereu o só pisardes os Meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs, o incenso para Mim é abominação, e também as luas novas, o sábado, e a convocação das congregações. Não posso suportar iniquidade associada com ajuntamento solene. As vossas luas novas e as vossas solenidades a Minha alma as aborrece, já Me são pesadas, estou cansado de as sofrer. Pelo que quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os Meus olhos, sim, multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade dos vossos atos de diante de Meus olhos, cessai de fazer mal, aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto, ajudai o oprimido, fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas. Vinde então e arguí-me diz o Senhor. Ainda que o vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve, ainda que sejam vermelhos  como o carmesim, se tornarão como a branca lã”. (Isaías 1:10-18).
O sumário da lição diz: Hebreus é muito rico no que se refere a palavras relacionadas com o santuário. Sem dúvida, o conceito do santuário, forma um fundamento para se entender o livro todo, e o que esta ideia nos ensina é que Deus deseja estar junto de nós, habitar entre nós. Através de Jesus agora temos acesso à Majestade do Céu, e podemos nos alegrar na segurança da salvação. Maravilhoso! E dizemos:
 Amém.
Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma. 

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."