Hebreus
10: 16 e 17, “Esta é a aliança que farei
com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei nos seus corações as minhas
leis, e sobre as sua mentes a escreverei, e acrescenta: Também de nenhum modo
Me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre”.
Um
dos mais importantes tópicos em Hebreus é o do novo concerto inaugurado por
Jesus Cristo. As leis humanas regulam por contratos o que cada parte tem como
dever e direito nos relacionamentos em que se obrigam. Foi assim que os
Israelitas quiseram agir com Deus; “Tudo
quanto o Senhor falou nós faremos e seremos obedientes” (Êxodo 19:8) [veja também 24:7]. Mas, Ele fez conosco
uma aliança, nos promete tudo e nada pede de nós; O que é superior e melhor,
Hebreus 8:6. Ele somente espera que creiamos em suas promessas a nós: “Eu te tomarei pela mão, e te guardarei”
(Isaías 42:6).
Deus
sempre desejou que fosse assim, Ele não muda, esse Seu proceder é ratificado
pelo “sangue da eterna aliança” (Hebreus
13:20)
Quando
os Israelitas falharam, Ele fez outra aliança com eles, mas, da Sua parte nada
mudou. Agora, mediante a fé em Cristo o crente vive em obediência à lei escrita
no coração. Teremos uma visão mais detida do novo concerto, e de como ele se
relaciona com Cristo e Seu ministério no Céu. Vou citar os ensinos do concerto
como apresentados pelo pastor Ellet José Waggoner um dos mensageiros de 1888.
Bem, alguém poderá pensar: Mas porque recorrer a eles, não há outros dentre
nossos eruditos que contribuíram eficaz e verdadeiramente ao nosso entendimento
dos concertos? A resposta logicamente é sim, mas há algo muito especial a
respeito de E. J. Waggoner e suas explicações dos concertos. Trata-se de que,
quando houve discussão e controvérsia entre os concertos na época e nos anos
que se seguiram à experiência de 1888, nesse tempo a mensageira do Senhor, a
profetiza do Altíssimo Deus, que estava entre nós na época, no que chamamos
Espírito de Profecia, apoiou vigorosamente a posição de E. J. Waggoner sobre os
concertos. Note, por exemplo, a carta de nº 59 de 1890 que ela escreveu ao
pastor Urias Smith [ver Mat. de 1888 de EGW, pág. 599] que
discordou violentamente do modo como Waggoner apresentava a aliança divina.
“Antes de ontem, à noite, o Senhor abriu-me
muitas coisas à mente. Foi claramente revelado qual tem sido a sua influência e
como foi em Mineápolis; Tens fortalecido as mãos e mentes de homens tais como
Larson, Porter, Dan Jones, Nicola e um vasto número desses, todos te citam e o
inimigo da justiça observa prazerosamente”.
O
que a Sra. White está dizendo aqui, em tudo isto é que a ascendência que o
Pastor Urias Smith vinha exercendo sobre a irmandade, nem sempre foi a melhor e
eficaz; notem isto mais adiante na mesma carta:
“Por
tua influência tens realizado o que outros homens cumpriram antes de ti,
fechando a porta a vossa própria alma, onde, se Deus enviasse luz do céu, nem
um só raio penetraria à tua alma, porque fechas a porta de modo que não
encontrará acesso ali. Não te empenhes tão duramente para realizar a obra que
satanás está levando a cabo; esta obra foi realizada em Mineápolis; satanás
triunfou. Esta obra tem sido realizada aqui em Battle Creek”.
Battle
Creek no Estado de Michigan era um grande centro de nossa obra, Mineapolis, é
onde a
Assembleia da Associação Geral de 1888 foi realizada, e onde a mui preciosa mensagem sobre justificação pela fé foi dada pelos pastores Waggoner e Jones. Assim podemos compreender o que a mensageira do Senhor está dizendo; satanás triunfou, disse ela, em Mineapolis, então ela declara que a mesma coisa estava se passando em Battle Creek. Mas vamos agora à parte da carta em que ela defende a teologia apresentada pelo irmão Waggoner quanto aos concertos, repreendendo o pastor Urias Smith, por opor-se a ele.
Assembleia da Associação Geral de 1888 foi realizada, e onde a mui preciosa mensagem sobre justificação pela fé foi dada pelos pastores Waggoner e Jones. Assim podemos compreender o que a mensageira do Senhor está dizendo; satanás triunfou, disse ela, em Mineapolis, então ela declara que a mesma coisa estava se passando em Battle Creek. Mas vamos agora à parte da carta em que ela defende a teologia apresentada pelo irmão Waggoner quanto aos concertos, repreendendo o pastor Urias Smith, por opor-se a ele.
“Foi me mostrado que a evidência com respeito
aos concertos era clara e convincente. Você mesmo, Dam Jones, o irmão Poter e
outros tem despendido vossos poderes investigativos por nada, a fim de
produzirem uma posição sobre os concertos que variam da posição que o postor
Waggoner apresentou”. Isto simplesmente está dizendo ao pastor Smith que se
ele, Dan Jones, o irmão Poter e outros estavam tentando demonstrar que o pastor
Waggoner estava equivocado em seu entendimento dos concertos, estavam perdendo
tempo; essencialmente, esta é a mensagem de tais palavras. A carta a Urias
Smith prossegue dizendo:
“Quando
receberdes a verdadeira luz que brilha, não faça interpretações torcendo as
passagens como fizeram os judeus. Eles lidaram com estas coisas de modo a
torná-las nebulosas para confundir as mentes”.
Agora
notem isto mais adiante, na mesma carta, em que a mensageira do Senhor reafirma
a posição dos concertos como apresentados pelo pastor Waggoner como de fácil
compreensão. E que o destinatário da carta, o pastor Urias Smith, só não
entendia porque estava com ideias preconcebidas
na mente e desejava apoiá-las, mesmo que fosse torcendo as escrituras.
“A
questão do concerto é bastante clara, e deve ser recebida por mentes não
preconceituosas; foi-me revelada luz nessa questão. Você volveu-se da revelação
clara porque temia que a questão da lei em Gálatas tivesse que ser aceita”. E
houve também outra carta, a de nº 30 também de 1890 [ver
Mat. de 1888 de EGW, pág. 623]:
“Desde que fiz a declaração no último sábado, de que a perspectiva dos
concertos como ensinada pelo irmão Waggoner era verdadeira, parece que grande
alivio adveio a muitas mentes. Estou muito feliz em saber que o irmão Prescott [William Warren Prescott, ver Mat. de 1888 de EGW, pág. 1148] está apresentando as
lições do irmão Waggoner a seus alunos em suas aulas; ele está apresentando os
concertos de uma forma clara e convincente”.
E,
novamente na mesma carta: “Estou inclinada a pensar que o irmão Prescott
recebeu o testemunho embora ele não estivesse presente quando fiz essa
declaração. Penso que era tempo de tomar minha posição e estou contente de que
o Senhor levou-me a pronunciar o testemunho que dei”.
Assim
permitam-me acentuar, que se encontrarem dificuldade ou não estiverem à vontade
ou talvez tomados de alguma prevenção em relação à explicação dos concertos,
como dados pelo pastor Ellet José Waggoner, lembre-se que o que ele ensinou
sobre isto recebeu sólido apoio do Espírito de Profecia. Há muitos lugares em
que se pode ver a respeito da posição de Waggoner em relação aos concertos, um
deles, que eu recomendaria entusiasticamente, é o livro: O Concerto Eterno — As Promessas
de Deus a Nós, [ver o livro
completo no blog agape-edicoes.blogspot.com em arquivos de
agosto a out. de 2010] . Este é um livro bem longo, e não podemos
dar consideração a todos os vários aspectos aqui num estudo tão breve. Também
Waggoner tem muito a dizer sobre os concertos, atingindo o cerne da questão em
seus comentários à carta aos Gálatas no livro “The Glad Tidings” [Ver Boas
Novas ] .
Primeiro
ele cita Gálatas 3:15-18: “Ninguém anula a herança de um homem, ou a ela
adiciona algo, uma vez tenha sido ratificada. Ora, as promessas foram feitas a
Abraão e a sua descendência; não diz: A seus descendentes, referindo-se a
muitos, mas como a um. E a seu descendente que é Cristo. E digo isto: A lei que
veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula o concerto previamente
ratificado por Deus, de modo a tornar a promessa inválida, pois, se a herança é
pela lei, não é mais por promessa; mas Deus a deu a Abrão por promessa”.
E
Waggoner comenta: “O concerto e a promessa de Deus são uma só coisa, isto é
claramente visto no verso 17, onde Paulo assegura que cancelar o concerto seria
tornar nula a promessa. Em Gênesis 17 lemos que Deus fez um concerto com Abrão
para dar-lhe a terra de Canaã como posse eterna; no verso 18 Paulo declara que
Deus lha deu por promessa. Os concertos divinos com o homem nada mais podem ser
do que promessas para ele. ‘Quem primeiro
lhe deu e novamente lhe será recompensada? Pois dEle e mediante Ele, e para
Ele, são todas as coisas’” (Romanos 11:35, 36).
Agora
veja um exemplo que mostra a diferença entre o novo concerto e o contrato de
prestação de serviço em que cada parte ganha da outra. O bombeiro concerta
torneiras e recebe o seu dinheiro, e quem o contratou fica satisfeito. O novo
concerto, contudo, não funciona assim, é um ajuste unilateral, isto é, Deus não
precisa de nós, nós é que dependemos dEle, Ele nos estende Sua graça, Sua misericórdia,
Seu perdão dos pecados; nós nada oferecemos em troca, porque nada temos para
dar que retribua a mercê, a piedade, a absolvição que dEle obtemos; tudo quanto
podemos fazer é aceitá-los pela fé, uma fé que é motivada por amor, que conduz
à obediência partida do coração.
Eis
porque Waggoner declara, e nós enfatizamos, e vamos destacar novamente, que o
concerto de Deus com o homem não pode ser nada mais do que promessas a ele. E
agora temos este parágrafo na página 71 do livro The Glad Tidings: “Após o dilúvio Deus fez um concerto com todos os
animais da terra e toda ave, mas, as bestas e pássaros não prometem nada em
retorno, Gênesis 9:9-16, eles simplesmente colhem ás dádivas das mãos de Deus,
e isso é tudo quanto podemos fazer, receber. Deus nos prometeu tudo de que
precisamos, mais do que podemos pedir por coisas como um presente, nós lhe
damos a nós mesmos. Isto nada é; Ele nos concede a Si mesmo, e isto, é tudo. O
que causa o problema todo é que mesmo quando os homens estão dispostos a
reconhecer a Deus o Senhor de tudo, desejam fazer barganhas com Ele; desejam
ser iguais em negociações, numa transação em que podem considerar-se em
igualdade com Deus. Mas, quem quer que trate com Deus deve fazê-lo em Seus
próprios termos, isto é, na base do fato de que nós nada somos, nada temos e
nada damos; enquanto Ele é tudo, tem tudo e concede tudo.”
Procure
perceber a semelhança com o que vimos no parágrafo de abertura — O novo concerto não funciona do modo como
normalmente esperamos de um contrato entre iguais. Nesta nova aliança Deus não
precisa de nós, mas nós é que dependemos dEle. Ele nos estende Sua graça,
misericórdia, perdão dos pecados; nós nada oferecemos em troca, porque nada
temos para dar que mereça a graça, misericórdia e perdão que dEle obtemos. Tudo
quanto podemos fazer é aceitá-los pela fé, uma fé que é motivada por um amor
que conduz à obediência vinda espontânea e naturalmente do coração.
Agora
observe algo mais do que E. J. Waggoner tem a dizer nesta linha de pensamento,
ele nos diz na pág. 72 do The Glad
Tidings: “Não se esqueçam de que o concerto e a promessa são a mesma coisa
e transmitem terra, mesmo a terra toda tornada nova, a Abraão e seus filhos; e
então vem uma sentença que é uma belíssima expressão das gloriosas boas novas
do Novo Concerto, ouçam: Lembrem-se também, que sendo que, somente a justiça
habitará nos novos céus e na nova Terra, a promessa inclui tornar justos
quantos creem. Isto é feito em Cristo, em Quem a promessa é confirmada; agora,
ninguém anula um testamento ou a ele nada acrescentam uma vez tenha sido
ratificado; quanto mais deve ser este o caso com o Testamento de Deus.”
Prestaram bem atenção a esta sentença? Vamos repetir: “Lembrem-se também que
sendo que somente a justiça habitará nos novos Céus e na nova Terra, a promessa
inclui tornar justos quantos creem.”
É
inútil dizermos para Deus: Senhor, eu aprecio a promessa da nova Terra e todas
estas coisas maravilhosas, mas eu sei que há uma justiça requerida para viver
lá que eu não possuo. E Deus simplesmente declara: Que tipo de Deus você pensa
que Eu sou. Eu não só estou lhe prometendo a nova Terra, Eu não lhe prometo
somente um novo Céu. Eu lhe prometo também a justiça necessária para viver ali!
Portanto, uma vez que justiça perfeita e eterna foi garantida pelo testamento
feito com Abraão, que também é confirmado em Cristo pelo juramento de Deus, é
impossível que a lei, que foi pronunciada quatrocentos e trinta anos depois,
possa introduzir qualquer outro aspecto. A herança foi dada a Abrão por
promessa, mas se após quatrocentos e trinta anos se desse que agora a herança
devesse ser obtida de algum outro modo, então a promessa não seria de efeito
algum, e o testamento ou concerto seria tornado nulo. Não foi por intermédio da
lei que a Abraão ou à sua descendência, coube a promessa de ser tornado
herdeiro do mundo e sim mediante a justiça da fé (Romanos 4:13).
O
Evangelho era tão pleno e completo nos dias de Abraão, quanto sempre foi e
sempre será. Nenhuma adição a ele ou mudança em suas provisões ou condições
poderia ser feita após Deus ter jurado a Abraão; nada pode ser retirado dele
como sempre existiu e nada pode ser exigido de qualquer homem mais do que foi
requerido de Abraão. Gloriosas e maravilhosas boas novas, quando entramos neste
relacionamento do concerto com Deus, estamos numa posição de receber e crer em
Suas promessas a nós. Lembrem-se que
Deus é tudo, tem tudo e concede tudo; e nós nada somos, nada temos e, portanto
nada podemos dar.
Na
leitura de Hebreus 8:9, onde nos é dito: “Não
segundo o concerto que Eu fiz com eles,” há muitos que chegam à conclusão
com isto, de que Deus nos fez ambos os concertos; na realidade, porém, a
diferença entre o velho e o novo concertos é simplesmente que Deus fez somente
um concerto, o segundo veio à existência porque o homem assumiu o papel de
introduzir algo no concerto. Podemos definir a diferença entre os dois
concertos dessa maneira: O Concerto que Deus estabeleceu é chamado o Concerto
Eterno, que é também o novo concerto, conquanto isto possa também ser confuso a
algumas pessoas. O novo concerto é o mais antigo porque foi estabelecido no
jardim do Éden, em Gênesis 3:15 lemos: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre
a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe
ferirás o calcanhar”. Este é o concerto original, eterno, foi renovado mais
tarde com Noé, Abrão, e logicamente a cruz deu a ele o seu selo final de
validade. Temos que nos lembrar que Deus nunca teve mais de uma maneira de
salvar uma humanidade perdida. Mas, alguém poderá perguntar: E onde o velho
concerto entra? Este foi o do Sinai.
Às
vezes é chamado de concerto sinaítico, e é certo dizer isto, porque de fato,
foi ali que ocorreu. Tratava-se do modo do homem salvar-se a si mesmo, tentando
fazer alguma coisa para recompensar a Deus por Suas promessas; isto é o que o
velho concerto sempre foi. Quando eles prometeram: Tudo quanto o Senhor disse
nós faremos e obedeceremos [ver êxodo 19:8
e 24:7], Deus aceitou o compromisso deles com quanto soubesse que
eles não cumpririam a palavra empenhada. É de se esperar que confiemos nas
promessas de Deus a nós. Assim, lembremo-nos novamente disto: Deus nunca teve
mais de um modo de salvar a humanidade perdida, e esse meio nos é concedido sob
o concerto eterno, o outro lado do quadro é o modo humano de salvar-se a si
mesmo. Notem isto outra vez no livro “The Glad Tidings pá. 100, escrito por
Waggoner: “O apóstolo Paulo quando fala de Hagar e Sara, (Gálatas 4:22-31)
declara: Essas duas mulheres são os dois concertos. (Agora prestem atenção na
frase a seguir): Esses dois concertos existem hoje”. Muitos tem pensado que o
primeiro concerto, aquele que Deus estabeleceu no jardim do Éden, durou por um
pouco, depois Ele mudou de ideia, e introduziu outro sistema o qual também não
funcionou, assim Ele mudou outra vez de método e finalmente voltou ao seu plano
original. Deus não age desta maneira. O que Deus simplesmente fez foi uma
promessa de salvar a humanidade e isto sob o concerto eterno. E porque existem
dois concertos hoje? Porque toda vez que encontramos o homem introduzindo algum
sistema para salvar-se, temos o velho concerto. Isto remonta ao jardim do Éden;
ali vemos Adão e Eva que ao perceberem que estavam nus cozeram folhas de
figueira para se cobrirem (Gênesis 3:7). Deus veio e disse, Adão, Eu disse que
o dia em que você comessem, vocês morreriam (Gên . 2:17). Pois bem, Eu tenho
também um outro plano, doloroso para Mim, e Eu o sofri eternamente (Apoc.
13:8), Meu Filho morrerá por vocês e seus descendentes (Gên 3:15). Começam
vocês dois agora entender a tragédia que é o ato que praticaram: Agora, para
que compreendam bem isto, eu quero que você Adão tome este punhal e mate este
cordeiro. Eu imagino Eva pondo a mão sobre o braço de Adão, segurando-o para
trás como que não apoiando essa ideia, mas eu ouço Deus dizendo: Vamos Adão,
coragem! É uma lição necessária para lhes abrir a mente para a hediondez do
pecado. E com a pele daquele animal, Deus mesmo fez vestimentas para Adão e sua
mulher, e os vestiu (Gênesis 3:21).
Depois
temos Caim e Abel, Caim queria fazer as coisas a sua maneira, trazendo frutos e
vegetais para o sacrifício. Na mente humana o que faz sentido é a salvação
pelas obras, afinal, Caim havia se esforçado para produzir aqueles frutos. Deus
não podia aceitar isto, porque nada havia ali que simbolizasse o sacrifício de
sangue; por outro lado, Deus nada havia dito a respeito disto. Deus somente
havia dado ordem que trouxessem sacrifícios de animais. Abel obedeceu a Deus e
trouxe um cordeiro para o sacrifício. Um era o concerto eterno, o sacrifício de
Abel; o outro era o velho concerto, o sacrifício de Caim com produtos da terra.
Vemos o mesmo, por exemplo, no caso de Abraão: Deus havia prometido a Abraão
que Sara iria dar à luz a prometida semente. Abraão e sara decidiram tomar a
questão em suas mãos e fazer as coisas à maneira deles. Assim Hagar entrou em
cena, e ela era representante do velho concerto. O homem tentando salvar-se a
seu próprio modo; o homem tentando cumprir os propósitos de Deus a sua maneira.
Isso é o que precisamos ter em mente, é essencial para nosso estudo dos
concertos. Assim o apóstolo ressalta o princípio de que Hagar e Sara são dois
concertos, e esses dois concertos existem hoje.
Os dois concertos, declara Waggoner, não se tratam de questão de tempo, mas de
condições. Que ninguém se glorie que não pode prender-se ao velho concerto,
pensando que seu tempo é passado. O tempo para isto é passado somente no
sentido de ter decorrido para executarmos a vontade dos gentios, tendo andado
em dissoluções, concupiscência, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias
(I Pedro 4:3). Waggoner explica mais adiante: a diferença é apenas aquela entre
uma mulher livre e uma escrava. Os filhos de Hagar, não importa quantos pudesse
ter, seriam todos escravos, enquanto os de Sara seriam necessariamente livres.
Assim, o concerto do Sinai mantém todos quantos o ouviram em escravidão sob a
lei, enquanto o concerto do alto concede liberdade; não liberdade de obediência
a lei, mas liberdade de desobediência a ela.
Ó,
como poderia eu ressaltar isso suficientemente?!? O concerto do Sinai mantém todos quantos o
ouviram em escravidão sob a lei. Eles prometeram a Deus que obedeceriam à Sua
lei, mas não podiam fazê-lo, porque não tinham meios de cumprir suas próprias
promessas. Diz a mensageira do Senhor: “As
promessas dos homens são como cordas de areia” [Ellen G. White: A Ciência do Bom Viver, pág.
175; Temperança ,pág. 112; Nossa
Alta Vocação, pág. 98]
O
concerto do alto por outro lado concede liberdade; não liberdade da obediência
a lei, como tantos ensinam, mas liberdade da desobediência, essa é a promessa.
Liberdade da desobediência; significa que você recebe liberdade do pecado. Não
desobedece a lei de Deus, porque Deus o prometeu. Ele nos promete a justiça de
que precisamos para viver numa nova Terra e novos Céus.
A
liberdade não é encontrada longe da lei, mas na lei. Cristo nos redima da
maldição, que é a transgressão da lei, de modo que a bênção nos advenha, e a
bênção é obediência a lei. Salmo 119:1 diz: “Bem
aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor”.
Esta bênção é que é liberdade. Assim “andarei
em liberdade, pois busquei os teus preceitos,” são as palavras de Salmo
119:45.
A
diferença entre os dois concertos pode ser assim resumida: No concerto do
Sinai, nós próprios temos que lidar sozinhos com a lei, enquanto no concerto do
alto, temos a lei em Cristo. No primeiro caso significa morte, uma vez que “a lei é mais aguda do que espada de dois
gumes” (Hebreus 4:12), e não podemos lidar com ela sem enfrentar resultados
fatais. Mas, no segundo caso, temos a lei nas mãos de um Mediador. Num caso é o
que nós podemos fazer; e no outro é o que o Espírito de Deus pode realizar em
nós, se não O impedirmos.
Tenha
em mente, diz Waggoner, na pág. 101 do livro “Glad Tidings” [Boas Novas],
que não há a menor dúvida em toda a carta aos Gálatas quanto a se a lei deve
ser ou não observada. A única questão é como deve ser guardada. Deve ser nossa
própria ação de modo que a recompensa seja não de graça, mas de débito? Ou deve
ser a operação de Deus em nós realizando tanto o querer como o executar segundo
a Sua boa vontade? Esta mesma controvérsia surgiu em Mineápolis, lembram-se da
última declaração da carta 59 de 1890, no início deste estudo, da mensageira de
Deus ao pastor Urias Smith?
“Irmão
Urias Smith você deixou a luz clara, porque temia que a questão da lei em
Gálatas teria que ser aceita”.
O
Pastor Jack Sequeira no sermão: A preeminência do sacerdócio de Cristo, na
série sobre o santuário diz: O novo concerto é eterno nunca muda, pois Deus é
sempre o mesmo. Quando Paulo diz que Ele jurou, está falando de algo imutável.
Em Hebreus 7:17-19, vemos a lei sacerdotal levítica que veio a um fim na cruz.
(verso 20). Deus não fez juramento algum, quando inaugurou tal sacerdócio
humano, pois era apenas uma figura, uma parábola da obra de Cristo que foi
estabelecido como Sumo Sacerdote por juramento (v 21), isto é, voto do concerto
eterno. Uma referência a Salmos 110:4: “Jurou
o Senhor e não Se arrependerá, Tu és sacerdote eterno segundo a ordem de
Melquisedeque.” Como ilustração, usemos o exemplo do casamento.
Biblicamente o casamento é indissolúvel, enquanto ambos viverem. Esta é a
comunhão que Cristo deseja ter com Seu povo, salvação perfeita (Hebreus 7:25),
total, na Almeida antiga. Assim por favor, lembre-se: Quando o inimigo vem e
diz: “—você não é bom suficiente para Deus lhe salvar,” ou com qualquer outro
argumento para derrubá-lo, responda-lhe: “—Eu tenho um Sumo Sacerdote que me
representa perante o Pai, e Ele é hábil para me salvar, não importa o que
aconteça.” Ao nos aproximarmos do fim e Deus remover Sua proteção, e o tempo de
angústia chegar, ele dirá a Satanás: “—Aqui está Meu povo. Eles tem a fé de Meu
Filho e a revelam por cumprir os mandamentos (Apocalipse14:12), não
mecanicamente, mas no Espírito.” E satanás dirá: “—Sim, porque Tu tens
construído uma cerca de proteção em volta deles (Jó 1:10), mas os dê em minhas mãos
e eu Lhe mostrarei que eles tornarão as costas para Ti.” E Deus dirá: “—Muito
bem, você os pode ter, só não lhes mates (Jó 1:12).” E ele virá e nos rondará e
nos tentará, não tanto em termos de coisas materiais, nem mesmo muito
fisicamente, o que mais ele fará para nos ferir será algo psicológico, mental.
Ele virá e dirá: “—Você está perdido, veja o que você fez! Você sabe o porquê
de ainda se sentir um pecador? É porque Deus não mais o ama.” O que faremos?
Você e eu poderemos agonizar, como nos é dito em O Grande Conflito. Como Jacó
lutaremos com nosso Salvador que não
nos esqueceu e que estará ao nosso lado
ainda que se nos pareça tudo escuro e tenebroso e nos salvará completamente, ainda que caiam os Céus.
Quando
o velho concerto falha em nossa vida, Deus não desiste de nós, Ele permitiu que
aquele concerto existisse para destruir a confiança deles em si mesmos, vindos
de quatro séculos de religião pagã, de auto suficiência e dependência de si
mesmos. Há um caminho, é o novo concerto, porque com base em “superior promessa” (Hebreus 8:6, última
parte). Deus disse a Pedro: “quando você
se converter Pedro” (Lucas 14:29), isto é, quando você abandonar este velho
concertismo, que promete que não Me negará, que vai morrer por Mim (v.31),
quando você perder toda a confiança em si mesmo, “apascenta minhas ovelhas” (João 21:17, última parte). Depois da
ressurreição Pedro admitiu na terceira pergunta insistente de Cristo que não O
tinha amado com amor Ágape. “Senhor Tu o
sabes” (primeira parte do verso).
Não
podemos entrar no novo concerto se não perdermos a confiança em nós mesmos.
Mesmo antes do pecado, essa verdade está patente em Gênesis. Deus criou o homem
do pó da terra e sabia de sua total dependência dEle como o Mantenedor, assim
deu a eles um importante presente, Marcos 2:27, sem o qual não poderiam
subsisti — o sábado, para que semanalmente recordassem, Êxodo 20:8, a forçosa
sujeição da humanidade ao Criador.
Hebreus
7:7 a 9 nos diz que, o velho concerto era defeituoso e que nossa esperança é o novo concerto, o homem tem que voltar às
origens e reconhecer que nada é, senão pó, e que Cristo é o Senhor de suas
vidas, eis porque disse que era “Senhor
do Sábado” (Mateus 12:8). Podemos conectar isto com a criação, relembrando
que somos pó e dependemos inteiramente do nosso Senhor e Criador.
Em
Hebreus 8:10-12, são dadas quatro provisões do novo concerto:
1ª— “Eu porei as Minhas leis em suas mentes e as inscreverei em seus
corações” (primeira parte do verso 10). Isto quer dizer, irmãos, que Deus
porá em nós o desejo de amá-lO e ao nosso irmão, em outras palavras, Guardar a
lei se tornará algo natural, espontâneo na pessoa convertida, não regras. Os
pensamentos de Cristo se tornarão nossas reflexões, seus desejos serão nosso
anseio, seu alvo se tornará nosso intuito. A meta de Cristo era viver e morrer
como nós. Você e eu morremos na cruz em Cristo. Eu vim para fazer não a Minha
vontade, mas a vontade daquele que Me enviou, (João 6:39). Isto era para Ele
prazer, os dez mandamentos não mais são
regras para o povo do novo concerto. “Deleito-me
em fazer a Tua vontade ò Deus Meu” (Salmo 40:8). Davi estava falando de uma
comunhão sob o novo concerto, e esta é a diferença entre aqueles sob o velho
concerto e a daqueles que estão debaixo do novo ou do concerto eterno. Aqueles,
fazem coisas boas porque é uma necessidade, eles têm que pagar o dízimo, para
terem a passagem para o céu, precisam fazer isto, não podem se esquecer
daquilo, isto é enfadonho. A primeira provisão do novo concerto é pois, mudança de motivação, em direção ao ideal
de Deus, revelado nos dez mandamentos.
2ª— A segunda provisão
do novo concerto é: “Eu serei o seu Deus
e eles serão o Meu povo” (Hebreus 8:10, última parte). Ele está dizendo: Eu
não os considero como pecadores, nem como Meus inimigos e sim como Meus filhos
(João 3:1 e 2). Não falemos com Deus, pois como juiz e doador da lei, mas como
nosso Pai que nos constituiu co-herdeiros com Cristo, (Romanos 8:16-17).
3ª— Hebreus 8:11 diz: “E não ensinará cada um a seu próximo nem
cada um a seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos Me conhecerão,
desde o menor deles até ao maior.” É
um dinâmico relacionamento entre nós e nosso Pai. No velho concerto há
distância entre Deus se Seu povo, o novo nos aproxima dEle. Por isso precisamos
não só estudar diligentemente a palavra de Deus, devemos permitir que nosso
conhecimento ao considerarmos contemplarmos a Cristo em Seu santuário, (Hebreus
3:1), nos transforme, Ele tem que Se tornar nosso Deus pessoal.
E,
finalmente, 4ª— Hebreus 8:12 diz: “Pois, para com suas iniquidades usarei de
misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei.” Deus nos olha como
perfeitos que somos em Cristo, com o novo nascimento. Hebreus 7:28 diz: “Porque
a lei constitui sumo sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do
juramento, isto é, do novo concerto, que foi posterior a lei, constitui o Filho
Perfeito para sempre. E é através desse tal Sumo Sacerdote que vamos a Deus.
Finalizando
este capítulo, Hebreus 8, no verso 13 , “quando
Ele diz nova, referindo-se à aliança, [o novo
concerto] torna antiquada a
primeira. Ora aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a
desaparecer”. Quando alguém usa um sapato ou uma roupa até virar um
mulambo, nem mesmo dá para as Dorcas, os joga fora, façamos o mesmo com a nossa
autoconfiança, nossas próprias obras, e nos apossemos do novo concerto que
nunca envelhece. Você não pode dizer como alguns, que quer duas alianças, temos
que desistir de uma pela outra. Você não pode dizer eu mais Cristo, isto não
funciona, é, não eu, que é o velho concerto, mas —Cristo.
Amém.
-Alexandre Snyman
O irmão Alexandre Snyman foi pastor
adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de
sua vida viveu no estado de Tennessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto
à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se
vê de correspondência que Ágape Edições recebeu da mesma.
Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
___________________________