terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - JESUS E O CONCERTO, por Alexandre Snyman



Hebreus 10: 16 e 17, “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei nos seus corações as minhas leis, e sobre as sua mentes a escreverei, e acrescenta: Também de nenhum modo Me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre”.
Um dos mais importantes tópicos em Hebreus é o do novo concerto inaugurado por Jesus Cristo. As leis humanas regulam por contratos o que cada parte tem como dever e direito nos relacionamentos em que se obrigam. Foi assim que os Israelitas quiseram agir com Deus; “Tudo quanto o Senhor falou nós faremos e seremos obedientes” (Êxodo 19:8) [veja também 24:7]. Mas, Ele fez conosco uma aliança, nos promete tudo e nada pede de nós; O que é superior e melhor, Hebreus 8:6. Ele somente espera que creiamos em suas promessas a nós: “Eu te tomarei pela mão, e te guardarei” (Isaías 42:6).
Deus sempre desejou que fosse assim, Ele não muda, esse Seu proceder é ratificado pelo “sangue da eterna aliança” (Hebreus 13:20)
Quando os Israelitas falharam, Ele fez outra aliança com eles, mas, da Sua parte nada mudou. Agora, mediante a fé em Cristo o crente vive em obediência à lei escrita no coração. Teremos uma visão mais detida do novo concerto, e de como ele se relaciona com Cristo e Seu ministério no Céu. Vou citar os ensinos do concerto como apresentados pelo pastor Ellet José Waggoner um dos mensageiros de 1888. Bem, alguém poderá pensar: Mas porque recorrer a eles, não há outros dentre nossos eruditos que contribuíram eficaz e verdadeiramente ao nosso entendimento dos concertos? A resposta logicamente é sim, mas há algo muito especial a respeito de E. J. Waggoner e suas explicações dos concertos. Trata-se de que, quando houve discussão e controvérsia entre os concertos na época e nos anos que se seguiram à experiência de 1888, nesse tempo a mensageira do Senhor, a profetiza do Altíssimo Deus, que estava entre nós na época, no que chamamos Espírito de Profecia, apoiou vigorosamente a posição de E. J. Waggoner sobre os concertos. Note, por exemplo, a carta de nº 59 de 1890 que ela escreveu ao pastor Urias Smith [ver Mat. de 1888 de EGW, pág. 599] que discordou violentamente do modo como Waggoner apresentava a aliança divina.
 “Antes de ontem, à noite, o Senhor abriu-me muitas coisas à mente. Foi claramente revelado qual tem sido a sua influência e como foi em Mineápolis; Tens fortalecido as mãos e mentes de homens tais como Larson, Porter, Dan Jones, Nicola e um vasto número desses, todos te citam e o inimigo da justiça observa prazerosamente”.
O que a Sra. White está dizendo aqui, em tudo isto é que a ascendência que o Pastor Urias Smith vinha exercendo sobre a irmandade, nem sempre foi a melhor e eficaz; notem isto mais adiante na mesma carta:
“Por tua influência tens realizado o que outros homens cumpriram antes de ti, fechando a porta a vossa própria alma, onde, se Deus enviasse luz do céu, nem um só raio penetraria à tua alma, porque fechas a porta de modo que não encontrará acesso ali. Não te empenhes tão duramente para realizar a obra que satanás está levando a cabo; esta obra foi realizada em Mineápolis; satanás triunfou. Esta obra tem sido realizada aqui em Battle Creek”.
Battle Creek no Estado de Michigan era um grande centro de nossa obra, Mineapolis, é onde a
Assembleia da Associação Geral de 1888 foi realizada, e onde a mui preciosa mensagem sobre justificação pela fé foi dada pelos pastores Waggoner e Jones. Assim podemos compreender o que a mensageira do Senhor está dizendo; satanás triunfou, disse ela, em Mineapolis, então ela declara que a mesma coisa estava se passando em Battle Creek. Mas vamos agora à parte da carta em que ela defende a teologia apresentada pelo irmão Waggoner quanto aos concertos, repreendendo o pastor Urias Smith, por opor-se a ele.
 “Foi me mostrado que a evidência com respeito aos concertos era clara e convincente. Você mesmo, Dam Jones, o irmão Poter e outros tem despendido vossos poderes investigativos por nada, a fim de produzirem uma posição sobre os concertos que variam da posição que o postor Waggoner apresentou”. Isto simplesmente está dizendo ao pastor Smith que se ele, Dan Jones, o irmão Poter e outros estavam tentando demonstrar que o pastor Waggoner estava equivocado em seu entendimento dos concertos, estavam perdendo tempo; essencialmente, esta é a mensagem de tais palavras. A carta a Urias Smith prossegue dizendo:
“Quando receberdes a verdadeira luz que brilha, não faça interpretações torcendo as passagens como fizeram os judeus. Eles lidaram com estas coisas de modo a torná-las nebulosas para confundir as mentes”.
Agora notem isto mais adiante, na mesma carta, em que a mensageira do Senhor reafirma a posição dos concertos como apresentados pelo pastor Waggoner como de fácil compreensão. E que o destinatário da carta, o pastor Urias Smith, só não entendia porque estava com ideias preconcebidas  na mente e desejava apoiá-las, mesmo que fosse torcendo as escrituras.
“A questão do concerto é bastante clara, e deve ser recebida por mentes não preconceituosas; foi-me revelada luz nessa questão. Você volveu-se da revelação clara porque temia que a questão da lei em Gálatas tivesse que ser aceita”. E houve também outra carta, a de nº 30 também de 1890 [ver Mat. de 1888 de EGW, pág. 623]: “Desde que fiz a declaração no último sábado, de que a perspectiva dos concertos como ensinada pelo irmão Waggoner era verdadeira, parece que grande alivio adveio a muitas mentes. Estou muito feliz em saber que o irmão Prescott [William Warren Prescott, ver Mat. de 1888 de EGW, pág. 1148] está apresentando as lições do irmão Waggoner a seus alunos em suas aulas; ele está apresentando os concertos de uma forma clara e convincente”.
E, novamente na mesma carta: “Estou inclinada a pensar que o irmão Prescott recebeu o testemunho embora ele não estivesse presente quando fiz essa declaração. Penso que era tempo de tomar minha posição e estou contente de que o Senhor levou-me a pronunciar o testemunho que dei”.
Assim permitam-me acentuar, que se encontrarem dificuldade ou não estiverem à vontade ou talvez tomados de alguma prevenção em relação à explicação dos concertos, como dados pelo pastor Ellet José Waggoner, lembre-se que o que ele ensinou sobre isto recebeu sólido apoio do Espírito de Profecia. Há muitos lugares em que se pode ver a respeito da posição de Waggoner em relação aos concertos, um deles, que eu recomendaria entusiasticamente, é o livro: O Concerto Eterno — As Promessas de Deus a Nós, [ver o livro completo no blog agape-edicoes.blogspot.com em arquivos de agosto a out. de 2010] . Este é um livro bem longo, e não podemos dar consideração a todos os vários aspectos aqui num estudo tão breve. Também Waggoner tem muito a dizer sobre os concertos, atingindo o cerne da questão em seus comentários à carta aos Gálatas no livro “The Glad Tidings” [Ver  Boas Novas       ] .
Primeiro ele cita Gálatas 3:15-18: “Ninguém anula a herança de um homem, ou a ela adiciona algo, uma vez tenha sido ratificada. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a sua descendência; não diz: A seus descendentes, referindo-se a muitos, mas como a um. E a seu descendente que é Cristo. E digo isto: A lei que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula o concerto previamente ratificado por Deus, de modo a tornar a promessa inválida, pois, se a herança é pela lei, não é mais por promessa; mas Deus a deu a Abrão por promessa”.
E Waggoner comenta: “O concerto e a promessa de Deus são uma só coisa, isto é claramente visto no verso 17, onde Paulo assegura que cancelar o concerto seria tornar nula a promessa. Em Gênesis 17 lemos que Deus fez um concerto com Abrão para dar-lhe a terra de Canaã como posse eterna; no verso 18 Paulo declara que Deus lha deu por promessa. Os concertos divinos com o homem nada mais podem ser do que promessas para ele. ‘Quem primeiro lhe deu e novamente lhe será recompensada? Pois dEle e mediante Ele, e para Ele, são todas as coisas’” (Romanos 11:35, 36).
Agora veja um exemplo que mostra a diferença entre o novo concerto e o contrato de prestação de serviço em que cada parte ganha da outra. O bombeiro concerta torneiras e recebe o seu dinheiro, e quem o contratou fica satisfeito. O novo concerto, contudo, não funciona assim, é um ajuste unilateral, isto é, Deus não precisa de nós, nós é que dependemos dEle, Ele nos estende Sua graça, Sua misericórdia, Seu perdão dos pecados; nós nada oferecemos em troca, porque nada temos para dar que retribua a mercê, a piedade, a absolvição que dEle obtemos; tudo quanto podemos fazer é aceitá-los pela fé, uma fé que é motivada por amor, que conduz à obediência partida do coração.
Eis porque Waggoner declara, e nós enfatizamos, e vamos destacar novamente, que o concerto de Deus com o homem não pode ser nada mais do que promessas a ele. E agora temos este parágrafo na página 71 do livro The Glad Tidings: “Após o dilúvio Deus fez um concerto com todos os animais da terra e toda ave, mas, as bestas e pássaros não prometem nada em retorno, Gênesis 9:9-16, eles simplesmente colhem ás dádivas das mãos de Deus, e isso é tudo quanto podemos fazer, receber. Deus nos prometeu tudo de que precisamos, mais do que podemos pedir por coisas como um presente, nós lhe damos a nós mesmos. Isto nada é; Ele nos concede a Si mesmo, e isto, é tudo. O que causa o problema todo é que mesmo quando os homens estão dispostos a reconhecer a Deus o Senhor de tudo, desejam fazer barganhas com Ele; desejam ser iguais em negociações, numa transação em que podem considerar-se em igualdade com Deus. Mas, quem quer que trate com Deus deve fazê-lo em Seus próprios termos, isto é, na base do fato de que nós nada somos, nada temos e nada damos; enquanto Ele é tudo, tem tudo e concede tudo.”
Procure perceber a semelhança com o que vimos no parágrafo de abertura — O novo concerto não funciona do modo como normalmente esperamos de um contrato entre iguais. Nesta nova aliança Deus não precisa de nós, mas nós é que dependemos dEle. Ele nos estende Sua graça, misericórdia, perdão dos pecados; nós nada oferecemos em troca, porque nada temos para dar que mereça a graça, misericórdia e perdão que dEle obtemos. Tudo quanto podemos fazer é aceitá-los pela fé, uma fé que é motivada por um amor que conduz à obediência vinda espontânea e naturalmente do coração.
Agora observe algo mais do que E. J. Waggoner tem a dizer nesta linha de pensamento, ele nos diz na pág. 72 do The Glad Tidings: “Não se esqueçam de que o concerto e a promessa são a mesma coisa e transmitem terra, mesmo a terra toda tornada nova, a Abraão e seus filhos; e então vem uma sentença que é uma belíssima expressão das gloriosas boas novas do Novo Concerto, ouçam: Lembrem-se também, que sendo que, somente a justiça habitará nos novos céus e na nova Terra, a promessa inclui tornar justos quantos creem. Isto é feito em Cristo, em Quem a promessa é confirmada; agora, ninguém anula um testamento ou a ele nada acrescentam uma vez tenha sido ratificado; quanto mais deve ser este o caso com o Testamento de Deus.” Prestaram bem atenção a esta sentença? Vamos repetir: “Lembrem-se também que sendo que somente a justiça habitará nos novos Céus e na nova Terra, a promessa inclui tornar justos quantos creem.”
É inútil dizermos para Deus: Senhor, eu aprecio a promessa da nova Terra e todas estas coisas maravilhosas, mas eu sei que há uma justiça requerida para viver lá que eu não possuo. E Deus simplesmente declara: Que tipo de Deus você pensa que Eu sou. Eu não só estou lhe prometendo a nova Terra, Eu não lhe prometo somente um novo Céu. Eu lhe prometo também a justiça necessária para viver ali! Portanto, uma vez que justiça perfeita e eterna foi garantida pelo testamento feito com Abraão, que também é confirmado em Cristo pelo juramento de Deus, é impossível que a lei, que foi pronunciada quatrocentos e trinta anos depois, possa introduzir qualquer outro aspecto. A herança foi dada a Abrão por promessa, mas se após quatrocentos e trinta anos se desse que agora a herança devesse ser obtida de algum outro modo, então a promessa não seria de efeito algum, e o testamento ou concerto seria tornado nulo. Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou à sua descendência, coube a promessa de ser tornado herdeiro do mundo e sim mediante a justiça da fé (Romanos 4:13).
O Evangelho era tão pleno e completo nos dias de Abraão, quanto sempre foi e sempre será. Nenhuma adição a ele ou mudança em suas provisões ou condições poderia ser feita após Deus ter jurado a Abraão; nada pode ser retirado dele como sempre existiu e nada pode ser exigido de qualquer homem mais do que foi requerido de Abraão. Gloriosas e maravilhosas boas novas, quando entramos neste relacionamento do concerto com Deus, estamos numa posição de receber e crer em Suas promessas a nós.  Lembrem-se que Deus é tudo, tem tudo e concede tudo; e nós nada somos, nada temos e, portanto nada podemos dar.
Na leitura de Hebreus 8:9, onde nos é dito: “Não segundo o concerto que Eu fiz com eles,” há muitos que chegam à conclusão com isto, de que Deus nos fez ambos os concertos; na realidade, porém, a diferença entre o velho e o novo concertos é simplesmente que Deus fez somente um concerto, o segundo veio à existência porque o homem assumiu o papel de introduzir algo no concerto. Podemos definir a diferença entre os dois concertos dessa maneira: O Concerto que Deus estabeleceu é chamado o Concerto Eterno, que é também o novo concerto, conquanto isto possa também ser confuso a algumas pessoas. O novo concerto é o mais antigo porque foi estabelecido no jardim do Éden, em Gênesis 3:15 lemos: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente, este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. Este é o concerto original, eterno, foi renovado mais tarde com Noé, Abrão, e logicamente a cruz deu a ele o seu selo final de validade. Temos que nos lembrar que Deus nunca teve mais de uma maneira de salvar uma humanidade perdida. Mas, alguém poderá perguntar: E onde o velho concerto entra? Este foi o do Sinai.
Às vezes é chamado de concerto sinaítico, e é certo dizer isto, porque de fato, foi ali que ocorreu. Tratava-se do modo do homem salvar-se a si mesmo, tentando fazer alguma coisa para recompensar a Deus por Suas promessas; isto é o que o velho concerto sempre foi. Quando eles prometeram: Tudo quanto o Senhor disse nós faremos e obedeceremos [ver êxodo 19:8 e 24:7], Deus aceitou o compromisso deles com quanto soubesse que eles não cumpririam a palavra empenhada. É de se esperar que confiemos nas promessas de Deus a nós. Assim, lembremo-nos novamente disto: Deus nunca teve mais de um modo de salvar a humanidade perdida, e esse meio nos é concedido sob o concerto eterno, o outro lado do quadro é o modo humano de salvar-se a si mesmo. Notem isto outra vez no livro “The Glad Tidings pá. 100, escrito por Waggoner: “O apóstolo Paulo quando fala de Hagar e Sara, (Gálatas 4:22-31) declara: Essas duas mulheres são os dois concertos. (Agora prestem atenção na frase a seguir): Esses dois concertos existem hoje”. Muitos tem pensado que o primeiro concerto, aquele que Deus estabeleceu no jardim do Éden, durou por um pouco, depois Ele mudou de ideia, e introduziu outro sistema o qual também não funcionou, assim Ele mudou outra vez de método e finalmente voltou ao seu plano original. Deus não age desta maneira. O que Deus simplesmente fez foi uma promessa de salvar a humanidade e isto sob o concerto eterno. E porque existem dois concertos hoje? Porque toda vez que encontramos o homem introduzindo algum sistema para salvar-se, temos o velho concerto. Isto remonta ao jardim do Éden; ali vemos Adão e Eva que ao perceberem que estavam nus cozeram folhas de figueira para se cobrirem (Gênesis 3:7). Deus veio e disse, Adão, Eu disse que o dia em que você comessem, vocês morreriam (Gên . 2:17). Pois bem, Eu tenho também um outro plano, doloroso para Mim, e Eu o sofri eternamente (Apoc. 13:8), Meu Filho morrerá por vocês e seus descendentes (Gên 3:15). Começam vocês dois agora entender a tragédia que é o ato que praticaram: Agora, para que compreendam bem isto, eu quero que você Adão tome este punhal e mate este cordeiro. Eu imagino Eva pondo a mão sobre o braço de Adão, segurando-o para trás como que não apoiando essa ideia, mas eu ouço Deus dizendo: Vamos Adão, coragem! É uma lição necessária para lhes abrir a mente para a hediondez do pecado. E com a pele daquele animal, Deus mesmo fez vestimentas para Adão e sua mulher, e os vestiu (Gênesis 3:21).
Depois temos Caim e Abel, Caim queria fazer as coisas a sua maneira, trazendo frutos e vegetais para o sacrifício. Na mente humana o que faz sentido é a salvação pelas obras, afinal, Caim havia se esforçado para produzir aqueles frutos. Deus não podia aceitar isto, porque nada havia ali que simbolizasse o sacrifício de sangue; por outro lado, Deus nada havia dito a respeito disto. Deus somente havia dado ordem que trouxessem sacrifícios de animais. Abel obedeceu a Deus e trouxe um cordeiro para o sacrifício. Um era o concerto eterno, o sacrifício de Abel; o outro era o velho concerto, o sacrifício de Caim com produtos da terra. Vemos o mesmo, por exemplo, no caso de Abraão: Deus havia prometido a Abraão que Sara iria dar à luz a prometida semente. Abraão e sara decidiram tomar a questão em suas mãos e fazer as coisas à maneira deles. Assim Hagar entrou em cena, e ela era representante do velho concerto. O homem tentando salvar-se a seu próprio modo; o homem tentando cumprir os propósitos de Deus a sua maneira. Isso é o que precisamos ter em mente, é essencial para nosso estudo dos concertos. Assim o apóstolo ressalta o princípio de que Hagar e Sara são dois concertos, e esses dois concertos existem hoje.
Os dois concertos, declara Waggoner, não se tratam de questão de tempo, mas de condições. Que ninguém se glorie que não pode prender-se ao velho concerto, pensando que seu tempo é passado. O tempo para isto é passado somente no sentido de ter decorrido para executarmos a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscência, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias (I Pedro 4:3). Waggoner explica mais adiante: a diferença é apenas aquela entre uma mulher livre e uma escrava. Os filhos de Hagar, não importa quantos pudesse ter, seriam todos escravos, enquanto os de Sara seriam necessariamente livres. Assim, o concerto do Sinai mantém todos quantos o ouviram em escravidão sob a lei, enquanto o concerto do alto concede liberdade; não liberdade de obediência a lei, mas liberdade de desobediência a ela.
Ó, como poderia eu ressaltar isso suficientemente?!?   O concerto do Sinai mantém todos quantos o ouviram em escravidão sob a lei. Eles prometeram a Deus que obedeceriam à Sua lei, mas não podiam fazê-lo, porque não tinham meios de cumprir suas próprias promessas. Diz a mensageira do Senhor: “As promessas dos homens são como cordas de areia” [Ellen G. White: A Ciência do Bom Viver, pág. 175; Temperança ,pág. 112; Nossa Alta Vocação,  pág. 98]
O concerto do alto por outro lado concede liberdade; não liberdade da obediência a lei, como tantos ensinam, mas liberdade da desobediência, essa é a promessa. Liberdade da desobediência; significa que você recebe liberdade do pecado. Não desobedece a lei de Deus, porque Deus o prometeu. Ele nos promete a justiça de que precisamos para viver numa nova Terra e novos Céus.
A liberdade não é encontrada longe da lei, mas na lei. Cristo nos redima da maldição, que é a transgressão da lei, de modo que a bênção nos advenha, e a bênção é obediência a lei. Salmo 119:1 diz: “Bem aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor”. Esta bênção é que é liberdade. Assim “andarei em liberdade, pois busquei os teus preceitos,” são as palavras de Salmo 119:45.
A diferença entre os dois concertos pode ser assim resumida: No concerto do Sinai, nós próprios temos que lidar sozinhos com a lei, enquanto no concerto do alto, temos a lei em Cristo. No primeiro caso significa morte, uma vez que “a lei é mais aguda do que espada de dois gumes” (Hebreus 4:12), e não podemos lidar com ela sem enfrentar resultados fatais. Mas, no segundo caso, temos a lei nas mãos de um Mediador. Num caso é o que nós podemos fazer; e no outro é o que o Espírito de Deus pode realizar em nós, se não O impedirmos.
Tenha em mente, diz Waggoner, na pág. 101 do livro “Glad Tidings” [Boas Novas], que não há a menor dúvida em toda a carta aos Gálatas quanto a se a lei deve ser ou não observada. A única questão é como deve ser guardada. Deve ser nossa própria ação de modo que a recompensa seja não de graça, mas de débito? Ou deve ser a operação de Deus em nós realizando tanto o querer como o executar segundo a Sua boa vontade? Esta mesma controvérsia surgiu em Mineápolis, lembram-se da última declaração da carta 59 de 1890, no início deste estudo, da mensageira de Deus ao pastor Urias Smith?
“Irmão Urias Smith você deixou a luz clara, porque temia que a questão da lei em Gálatas teria que ser aceita”.
O Pastor Jack Sequeira no sermão: A preeminência do sacerdócio de Cristo, na série sobre o santuário diz: O novo concerto é eterno nunca muda, pois Deus é sempre o mesmo. Quando Paulo diz que Ele jurou, está falando de algo imutável. Em Hebreus 7:17-19, vemos a lei sacerdotal levítica que veio a um fim na cruz. (verso 20). Deus não fez juramento algum, quando inaugurou tal sacerdócio humano, pois era apenas uma figura, uma parábola da obra de Cristo que foi estabelecido como Sumo Sacerdote por juramento (v 21), isto é, voto do concerto eterno. Uma referência a Salmos 110:4: “Jurou o Senhor e não Se arrependerá, Tu és sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque.” Como ilustração, usemos o exemplo do casamento. Biblicamente o casamento é indissolúvel, enquanto ambos viverem. Esta é a comunhão que Cristo deseja ter com Seu povo, salvação perfeita (Hebreus 7:25), total, na Almeida antiga. Assim por favor, lembre-se: Quando o inimigo vem e diz: “—você não é bom suficiente para Deus lhe salvar,” ou com qualquer outro argumento para derrubá-lo, responda-lhe: “—Eu tenho um Sumo Sacerdote que me representa perante o Pai, e Ele é hábil para me salvar, não importa o que aconteça.” Ao nos aproximarmos do fim e Deus remover Sua proteção, e o tempo de angústia chegar, ele dirá a Satanás: “—Aqui está Meu povo. Eles tem a fé de Meu Filho e a revelam por cumprir os mandamentos (Apocalipse14:12), não mecanicamente, mas no Espírito.” E satanás dirá: “—Sim, porque Tu tens construído uma cerca de proteção em volta deles (Jó 1:10), mas os dê em minhas mãos e eu Lhe mostrarei que eles tornarão as costas para Ti.” E Deus dirá: “—Muito bem, você os pode ter, só não lhes mates (Jó 1:12).” E ele virá e nos rondará e nos tentará, não tanto em termos de coisas materiais, nem mesmo muito fisicamente, o que mais ele fará para nos ferir será algo psicológico, mental. Ele virá e dirá: “—Você está perdido, veja o que você fez! Você sabe o porquê de ainda se sentir um pecador? É porque Deus não mais o ama.” O que faremos? Você e eu poderemos agonizar, como nos é dito em O Grande Conflito.  Como Jacó lutaremos com nosso Salvador que não nos esqueceu e que estará ao nosso lado ainda que se nos pareça tudo escuro e tenebroso e nos salvará completamente, ainda que caiam os Céus.
Quando o velho concerto falha em nossa vida, Deus não desiste de nós, Ele permitiu que aquele concerto existisse para destruir a confiança deles em si mesmos, vindos de quatro séculos de religião pagã, de auto suficiência e dependência de si mesmos. Há um caminho, é o novo concerto, porque com base em “superior promessa” (Hebreus 8:6, última parte). Deus disse a Pedro: “quando você se converter Pedro” (Lucas 14:29), isto é, quando você abandonar este velho concertismo, que promete que não Me negará, que vai morrer por Mim (v.31), quando você perder toda a confiança em si mesmo, “apascenta minhas ovelhas” (João 21:17, última parte). Depois da ressurreição Pedro admitiu na terceira pergunta insistente de Cristo que não O tinha amado com amor Ágape. “Senhor Tu o sabes” (primeira parte do verso).
Não podemos entrar no novo concerto se não perdermos a confiança em nós mesmos. Mesmo antes do pecado, essa verdade está patente em Gênesis. Deus criou o homem do pó da terra e sabia de sua total dependência dEle como o Mantenedor, assim deu a eles um importante presente, Marcos 2:27, sem o qual não poderiam subsisti — o sábado, para que semanalmente recordassem, Êxodo 20:8, a forçosa sujeição da humanidade ao Criador.
Hebreus 7:7 a 9 nos diz que, o velho concerto era defeituoso e que nossa esperança é o novo concerto, o homem tem que voltar às origens e reconhecer que nada é, senão pó, e que Cristo é o Senhor de suas vidas, eis porque disse que era “Senhor do Sábado” (Mateus 12:8). Podemos conectar isto com a criação, relembrando que somos pó e dependemos inteiramente do nosso Senhor e Criador.
Em Hebreus 8:10-12, são dadas quatro provisões do novo concerto:
1ª— “Eu porei as Minhas leis em suas mentes e as inscreverei em seus corações” (primeira parte do verso 10). Isto quer dizer, irmãos, que Deus porá em nós o desejo de amá-lO e ao nosso irmão, em outras palavras, Guardar a lei se tornará algo natural, espontâneo na pessoa convertida, não regras. Os pensamentos de Cristo se tornarão nossas reflexões, seus desejos serão nosso anseio, seu alvo se tornará nosso intuito. A meta de Cristo era viver e morrer como nós. Você e eu morremos na cruz em Cristo. Eu vim para fazer não a Minha vontade, mas a vontade daquele que Me enviou, (João 6:39). Isto era para Ele prazer, os dez mandamentos  não mais são regras para o povo do novo concerto. “Deleito-me em fazer a Tua vontade ò Deus Meu” (Salmo 40:8). Davi estava falando de uma comunhão sob o novo concerto, e esta é a diferença entre aqueles sob o velho concerto e a daqueles que estão debaixo do novo ou do concerto eterno. Aqueles, fazem coisas boas porque é uma necessidade, eles têm que pagar o dízimo, para terem a passagem para o céu, precisam fazer isto, não podem se esquecer daquilo, isto é enfadonho. A primeira provisão do novo concerto é pois, mudança de motivação, em direção ao ideal de Deus, revelado nos dez mandamentos.
2ª— A segunda provisão do novo concerto é: “Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo” (Hebreus 8:10, última parte). Ele está dizendo: Eu não os considero como pecadores, nem como Meus inimigos e sim como Meus filhos (João 3:1 e 2). Não falemos com Deus, pois como juiz e doador da lei, mas como nosso Pai que nos constituiu co-herdeiros com Cristo, (Romanos 8:16-17).
3ª— Hebreus 8:11 diz: “E não ensinará cada um a seu próximo nem cada um a seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos Me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.”  É um dinâmico relacionamento entre nós e nosso Pai. No velho concerto há distância entre Deus se Seu povo, o novo nos aproxima dEle. Por isso precisamos não só estudar diligentemente a palavra de Deus, devemos permitir que nosso conhecimento ao considerarmos contemplarmos a Cristo em Seu santuário, (Hebreus 3:1), nos transforme, Ele tem que Se tornar nosso Deus pessoal.
E, finalmente, 4ª— Hebreus 8:12 diz: “Pois, para com suas iniquidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei.” Deus nos olha como perfeitos que somos em Cristo, com o novo nascimento. Hebreus 7:28 diz: “Porque a lei constitui sumo sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, isto é, do novo concerto, que foi posterior a lei, constitui o Filho Perfeito para sempre. E é através desse tal Sumo Sacerdote que vamos a Deus.
Finalizando este capítulo, Hebreus 8, no verso 13 , “quando Ele diz nova, referindo-se à aliança, [o novo concerto] torna antiquada a primeira. Ora aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer”. Quando alguém usa um sapato ou uma roupa até virar um mulambo, nem mesmo dá para as Dorcas, os joga fora, façamos o mesmo com a nossa autoconfiança, nossas próprias obras, e nos apossemos do novo concerto que nunca envelhece. Você não pode dizer como alguns, que quer duas alianças, temos que desistir de uma pela outra. Você não pode dizer eu mais Cristo, isto não funciona, é, não eu, que é o velho concerto, mas —Cristo.
Amém.
 -Alexandre Snyman

O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tennessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que Ágape Edições recebeu da mesma.
 

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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