O
Conceito da Humanidade de Cristo
Hebreus
2:17: "Por isso mesmo convinha que
em todos as coisas Se tornasse semelhante aos irmãos para ser misericordioso e
fiel Sumo Sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos
pecados do povo".
Jesus veio
em carne humana, isto é, na natureza
humana, foi tentado nessa natureza, sofreu nessa natureza carnal, morreu
nessa natureza; todavia, Ele não pecou
nem mesmo uma vez em nossa natureza carnal, humana. Agora Ele é nosso Sumo
Sacerdote no Céu*.
Na lição 2
tivemos a oportunidade de meditar na obra de Cristo como Profeta Sacerdote e Rei. A fim
de ser profeta Ele teve que nascer neste mundo, em
outras palavras, Ele se tornou' homem; Ele teria que ser homem antes de ser um
sacerdote. A humanidade de Cristo é de suma importância para nós, nos fala da
intima relação que temos com Cristo. 0 pastor Jack Sequeira, no 4o
sermão da série do livro de Hebreus, comentando o capitulo 2:15-18, nos diz:
"Cristo Se tornou um homem por três razões principais: 1ª) para
reconquistar e restaurar nosso destino, perdido quando Adão pecou; 2ª) Cristo
veio para nos livrar da nossa presente escravidão do pecado e medo da morte. O
Cristão que tem medo da morte precisa entender o Evangelho; Paulo diz": "Para mim o viver é Cristo e o morrer é
lucro" (Filipenses 1:21),
e, 3ª)
"Cristo Se' tornou homem para ser um fiel e misericordioso Sumo
Sacerdote" (Hebreus 2:17).
No 4o
sermão da série sobre o Santuário, intitulado: O motivo, ou a ideia em Cristo,
disse: "A base desta expressão bíblica, em Cristo, é de grande ênfase nos
escritos de Paulo, e é o conceito da solidariedade; temos exemplos bíblicos
disso, entre outros Levi pagou dízimos na pessoa de Abraão. (Hebreus 9, u.p.).
No original grego em Gênesis 2:7 é dito que: 'Deus soprou nas narinas o fôlego de vidas', no plural, isto é
todos fomos criados em Adão (Atos 7:26 p. p.), é o conceito de
solidariedade".
Nós
ocidentais, enfatizamos os direitos individuais, o que é um empecilho para o
amplo entendimento da ligação recíproca dos seres humanos, mas para os africanos
e orientais, é mais fácil explicar o motivo bíblico "em Cristo", pois
eles têm maior dependência mútua, eles raciocinam mais corporativamente. 0
famoso escolástico grego Foss Westcott em sua obra “University Sermons,” páginas 225, 226 diz: "Toda humanidade
estava em Cristo, ele era um homem corporativo, eis porque Ele é chamado de O
Segundo Adão. Ele é em si uma segunda raça humana; assim agora como em todos os
tempos, a humanidade está unida com Ele, Seus
atos são nossos atos, desde que não rejeitemos esta união. Quando o culpado com sua oferta entrava no
pátio do Santuário, que significa o lugar de refúgio, cercado por uma cortina
branca de aproximadamente 2,70m de altura, ninguém o podia ver,
estava circundado pela justiça de Cristo. A humanidade de Cristo era o
Santuário. A palavra tabernáculo quer dizer habitar, (Êxodo 25:8), Deus quer
acampar conosco. Em Jesus temos abrigo, n'Ele temos
vida (Efésios 2:5), n'Ele
ressuscitamos e estamos assentados no Céu (v.6). Cristo não veio especificamente
para nos explicar as Boas Novas, mas para ser o evangelho. Deus nos pôs em
Cristo e n'Ele reescreveu a nossa história. Cristo não veio simplesmente morrer
em nosso lugar, mas para ser nós, e nós morremos e ressuscitamos n'Ele".
Ellen White entendeu a ideia em
Cristo, embora não use esta expressão, veja Mensagens
Escolhidas, Vol. 1, páginas 250, 251 e 396, quando ela diz que “em Cristo Deus nos olha como se nuca tivéssemos pecado,” Caminho a Cristo, pág. 62, isso não quer dizer que Deus seja
míope ou mentiroso pois em Cristo, você realmente nunca pecou. Não há condenação em Cristo. "Se alguém está em Cristo, nova criatura é"
(II Coríntios 5:17).
Veja, Deus nos está dizendo:
Vocês não são mais Meus inimigos (v.18) porque vocês estão correndo de Mim?
No 5° sermão Cristo Nosso Substituto, o pastor Jack Sequeira diz: "Apenas
20% da população do mundo são cristãos". Para os orientais, os muçulmanos
por exemplo, que são em maior número do que o cristianismo, essa ideia é inaceitável,
por ser antiética, pois nenhum juiz terreno vai transferir o crime de alguém
para um inocente. Se nós não resolvermos o problema da doutrina da
substituição, ou como eles criticamente a chamam: Justificação de mentirinha,
ou ficção legal, ou ainda, dizem: Contabilidade celestial.
Sabendo explicar a eles que a
salvação em Cristo Jesus é uma mensagem legal, isto é, de acordo com a lei
(Romanos 3:25,26 e 31), nunca poderemos atingir 80% do planeta. Temos que
dominar este assunto, do contrário, nosso evangelismo vai continuar sendo, em
essência, a transferência de fiéis de uma denominação para outra. Eles têm que
saber que a Bíblia condena a transferência de pecados (Deuteronômio 24:26; II
Reis 14:6 ú.p., etc.). Em Ezequiel 18:1-3 nos é dito: "Vivo Eu, diz o Senhor, que jamais direis novamente este provérbio: 'Os pais comeram uvas
verdes e os dentes dos filhos é que se embotaram'. A alma que pecar essa morrerá" (Versos 4 e 20). "Se algum justo gerar um
filho ladrão, assassino etc. (verso 10 em diante) o seu sangue cairá sobre ele" (Verso 13
ú.p.). Isto é: Não sobre o pai. "A justiça do justo ficará sobre ele e a perversidade do malvado, cairá
sobre este" (Verso 20
ú.p.) .
Nós não morremos porque Adão
pecou, mas porque participamos do pecado.
Romanos 5:12 ú.p. explica: "Porque
todos pecaram..."; não há
transferência. Nós estamos é verdade,
implicados, embaraçados, enredados no
pecado de Adão, porque fomos
criados nele, mas, graça sem
igual, que Cristo era nós, quando obedeceu
e inocente
faleceu a segunda morte, e nós
falecemos com Ele. Cristo não
faleceu em seu lugar, visto que
isto é
antiético e ilegal, até mesmo
pela Lei
de Deus. Ele morreu
sendo você, n'Ele todos morremos
e vivemos.
Ray Stedman,
um escolástico
evangélico moderno, cujos olhos
tem sido
graças a Deus abertos,
diz: "Jesus
morreu porque tomou o nosso
lugar, isto é Ele
não era
um mero
substituto".
A serva
do Senhor
diz no
Comentário
Bíblico, volume V,
pág. 1130:
"Em Cristo a divindade e a
humanidade foram misteriosamente combinadas, e o homem e Deus
tornaram-se um". E no volume
VII pág.
904: "Cristo
nada poderia ter feito
em Seu
ministério terrestre em salvar o
homem se não estivesse
combinado com a humanidade".
Deus teve
que juntar
Cristo e nós em uma
única pessoa; essa é a ideia
“em Cristo.”
No momento
em que
nos tornemos
um, Ele
então Se tornou o Segundo Adão,
o nosso
substituto, de tal modo que
o que
é verdade quanto a Ele o
é também
quanto a nós. Veja o
pecado de Adão e a norte
de Cristo,
foram atos corporativos. (II Coríntios
5:14). I Pedro nos
diz que:
"Estamos
mortos em Seu corpo no madeiro, estamos
mortos" (Ia
parte
do verso).
O problema
que tem
vindo da falsa apresentação da doutrina da substituição é o que o famoso
teólogo e mártir alemão Dietrich
Bonhoeffer chama de "graça barata," "cheap
Grace," em inglês. A conclusão a que leva é
que me
basta simplesmente crer; termo que
para eles significa unicamente
uma mera
aquiescência mental, mas Paulo define fé
como obediência
à verdade
(Efésios 2:8-10; Tito 3:5-8 etc.). Em
Romanos 6 vemos que Ele
e nós
morremos para o pecado, assim a
desobediência à Lei de Deus
é uma
contradição da fé. É verdade que
o aspecto
objetivo do evangelho, pregado pela
parábola do santuário, foi
realizada uma vez por todas
no calvário,
e é o que nos salva,
nada mais;
e não
podemos melhorá-lo. Mas, não podemos nos esquecer da faceta
subjetiva do Evangelho que é
o outro lado da mesma moeda
das Boas
Novas. "Se já morremos com
Ele também viveremos com Ele". (II Timóteo 2:11).
Você não
pode separar
Cristo nossa Justiça, em termos
de verdade objetiva, da experiência subjetiva de cada cristão.
Mas, atenção, isto não quer dizer
que a
salvação é Cristo e você,
isto seria salvação pelas obras; mas,
a obediência
é através
do poder
que o Espírito Santo está desejoso
de nos
comunicar, se não o impedirmos. Isto é pela fé,
vejam que aqui, crer não é uma mera anuência mental, é obediência em Cristo.
Vejamos
agora alguns comentários feitos pelo pastor Milian Lauritz Andreasen na sua obra:
O Livro de Hebreus:
Vimos
no primeiro capitulo que o autor traz indispensável prova da divindade de
Cristo. No capitulo dois ele mostra que: "Era necessário a Cristo Se tornar homem a fim de que pudesse se
tornar um fiel e misericordioso Sumo Sacerdote, de que outra forma poderia Ele
lidar gentil e brandamente com o fraco, frágil e errante homem? Ele teve que
ser tentado em todos os pontos como
nós, pois somente passando pela experiência que os homens estão sujeitos,
poderia Ele socorrer, redimir, e salvar os que são fracos. Para salvar o homem
era necessário que Cristo se tornasse homem".
Ao
introduzir o capitulo 2 ele diz: "Este capitulo começa (versos 1-4) com a
advertência contra a indiferença, o pecado da apatia e negligência. O perigo
que ameaçava os cristãos hebreus não era a decadência moral, mas um abandono
gradativo daquilo que haviam aprendido, juntamente com a falta de desejo de
dedicação a um estudo sério da Palavra de Deus. Paulo estava muito preocupado
com a condição espiritual do povo. Adiante a igreja enfrentaria tempos
perigosos; a perseguição logo começaria e em poucos anos, o exército romano
tomaria a cidade, o templo seria destruído e os cristãos seriam compelidos a
fugir para escapar à morte e salvar suas vidas. Apesar disso, a igreja não
estava ainda completamente desperta; estavam indiferentes, sem uma âncora
segura, sua condição era critica e o problema maior é que eles não estavam
conscientes desse perigo".
Numa
linguagem forte o autor de Hebreus fala, no capitulo 2, dos sofrimentos de
Cristo. Em seu livro aos hebreus o pastor Andreasen nos fala na página 94: "Os sofrimentos de Cristo
sempre foram um vasto campo de estudo e contemplação. Nos versos anteriores
fomos introduzidos a aspectos mais profundos da redenção. Foi pela graça de Deus que Cristo provou a morte por todo homem
(verso 9). Esta é uma frase notável e
singular; mais interessante ainda é a declaração de que Deus permitiu que Seu
Filho morresse. ‘Porque convinha que
Aquele por cuja causa e em quem todas as coisas
existem, conduzindo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles”’ (Hebreus 2:10). Esta é outra
expressão notável. Sua morte se tornou o meio através do qual satanás, que
tinha o poder sobre a morte, fosse destruído. Hebreus 2:17 e 18 dizem: 'Por isso mesmo convinha que em todas as coisas,
se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo
Sacerdote. Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso
para socorrer os que são tentados'".
Sobre essa
seção o pastor Andreasen comenta
que ela
necessita ser estudada cuidadosamente; não teremos
um quadro
completo dos sofrimento de Cristo
se nos
centralizarmos apenas na cruz.
No livro
Educação, à
página 263, temos isto: "Aqueles
que pensam a respeito do resultado
de apressar
ou retardar
o Evangelho, pensam dele em relação
a si
próprios e ao mundo. Poucos
pensam de sua relação
com Deus.
Poucos pensam no sofrimento que
o pecado causou ao nosso Criador.
Todo o
Céu sofreu
na agonia
de Cristo, mas aquele sofrimento não
começou ou terminou com Sua
manifestação na humanidade. A cruz é a
revelação para nossos sentidos adormecidos de dor que desde o
principio o pecado trouxe ao coração
de Deus.
Cada desvio
do direito,
cada ato
de crueldade,
e toda falha da humanidade em
alcançar seu ideal, traz sofrimento
a Ele. Quando sobreveio aos israelitas
as calamidades
que eram
resultado certo da separação
de Deus,
a escravidão
por seus
inimigos, crueldade e morte,
é dito
que Sua
alma foi
ferida com a miséria de Israel,
Juízes 10:16. ‘Em toda
angústia deles foi Ele angustiado, Ele os tomou ... e
... os conduziu todos os dias
da antiguidade" (Isaias
63:9).
E de
O Desejado
de Todas
as Nações,
pág. 278:
"Toda a Sua vida foi um
sacrifício de Si mesmo pela
salvação do mundo. Quer jejuando no deserto da tentação,
quer comendo
com os
publicanos no banquete na casa de
Levi Mateus,
estava dando a vida pela
redenção dos perdidos".
E da
página 759: "Todo o Céu,
bem como
os não
caldos mundos, foram testemunhas do conflito; com que
profundo interesse seguiram as cenas finais
da luta!
Viram o Salvador penetrar no
horto do Getsêmani, a alma vergando
sob o
horror de uma grande treva.
Ouviram-Lhe o doloroso grito:
'Meu
pai, se
é possível,
passe de Mim este cálice'.
À medida
que d'Ele
era retirada
a presença
do Pai, viram-nO aflito por uma
dor mais
atroz que a da grande
e derradeira luta com a morte.
Suor de
sangue irrompeu-Lhe dos poros, gotejando no
chão. Por três vezes foi-lhe
arrancada dos lábios a súplica de
livramento. Não mais pôde o
Céus suportar
a cena, e um mensageiro de
conforto foi enviado ao Filho
de Deus'".
Destas citações
aprendemos que o sofrimento de
Deus não
começou, nem findou com
a manifestação
de Cristo
na humanidade,
mas tal sofrimento tem sido a
porção de Deus, desde o
inicio do pecado. Neste sofrimento, não podemos diferenciar o sofrimento do Pai, daquele
do Filho,
tão verdadeiramente
um sofreu
como o
outro. Quando Isaque estava amarrado sobre
o altar,
seu pai,
pronto a inserir a faca sobre
o coração
do filho,
não podemos
acreditar que somente Isaque tenha sofrido,
assim como não podemos acreditar
que somente Jesus sofreu. Para o
Pai ouvir
as terríveis
palavras "Meu Deus, Meu Deus,
porque Me desamparaste?"
E não
poder responder a Seu Filho: Filho
Eu não
O abandonei,
estou aqui ao Seu lado".
Para o Pai não poder proferir
estas palavras, isto lhe causou
profunda agonia comparada somente
com a
agonia que Seu Filho sofreu
quando não obteve resposta alguma. Recusamo-nos a julgar quem sofreu mais; o
sofrimento divino é mesmo
imensurável. Ele foi feito um homem de dores e,
que sabe o que é padecer. "Ele tomou
sobre Si todas as nossas iniquidades e as nossas dores levou sobre Si" (Isaias 53:4).
De acordo com
Mateus esta passagem bíblica foi cumprida muito antes da crucifixão, podemos
dizer então que, o fato de Jesus ter nascido sob a Lei, foi uma consequência
necessária de ter nascido em semelhança de natureza pecaminosa, de ter tomado
sobre Si, a natureza de Abraão. Cristo foi feito como homem a fim de poder Se
submeter ao sofrimento da morte. Desde a mais tenra infância a cruz sempre
esteve diante de Cristo.
A importância
do verso 11 de
Hebreus 2 que
diz: "Pois tanto O que santifica
como os que são santificados, todos vêm de Um só. Por isso, Cristo não Se
envergonha de lhes chamar irmãos".
É de se
admirar que Jesus Se identifique como nosso irmão, embora sendo o Criador e Rei
do Universo, Ele está, entretanto, desejoso de Se ver irmão de Suas caldas,
pecaminosas, e, às vezes, até mesmo perniciosas criaturas.
Inacreditável!
O termo irmão aponta a uma intima aproximação e relacionamento; Jesus e Seus
seguidores são uma família. O que deseja isto nos ensinar? Ou quão próximo Jesus
veio da raça humana? A. T. Jones no livro "O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã",
pág. 24 e 25 diz: "Gênesis, Levíticos e aqui em Hebreus, é
ensinada a verdade de que ao um
homem perder a sua herança, e caindo ele próprio em
escravidão, como ele próprio
não pode remir-se, nem à sua herança, o direito de
redenção cai sobre
o parente mais próximo que é capaz, de parentesco
próximo por consanguinidade, e Jesus é
o único em todo
o Universo que é capaz.
Nós somos filhos do homem que perdeu a nossa herança, portanto como os filhos
participam da carne e
do sangue, também Ele, igualmente
participou das mesmas coisas, Heb. 2:14. Participou da carne e do sangue na mesma substância como a
nossa, e tornou-Se
assim o nosso parente mais próximo. É por isso que está escrito que Ele, e nós, somos todos de Um, João 17: 21 e 22,
pelo
que não Se envergonha
de
nos chamar irmãos, Heb. 2:11. Como Ele, na Sua
natureza humana, é um de
nós, e como “tomou sobre Si as nossas enfermidades” (Mateus
8:17),
podia compadecer-Se das nossas fraquezas.
Sendo em tudo
feito como nós, Heb.2:17, Ele quando
tentado, sentiu tanto quanto nós sentimos ao sermos tentados, sabendo assim
tudo sobre a tentação. E assim
pode ajudar e salvar
totalmente a todos que O recebem. Quando estava na carne estava tão fraco como
nós somos, e, de
Si próprio, “não podia fazer coisa alguma”
(João 5:30). Assim, guando “tomou sobre Si as nossas enfermidades e nossas dores”
(Isaias 53:4),
e
foi tentado como nós, sentindo como nós sentimos, por Sua
divina fé venceu
tudo pelo poder de Deus, O qual está fé Lhe
tinha trazido. Esta fé divina
e este poder do alto, estão igualmente à nossa disposição. É por isso que o Seu nome é Emanuel, que significa Deus
conosco. Não somente Deus com Cristo, mas Deus conosco. Deus estava com Ele na
eternidade e podia ter estado com Ele mesmo se não tivesse Se dado por nós, mas
o homem, através do pecado, se tornou sem Deus, e Deus desejou Ser novamente
conosco, portanto, Jesus Se tornou nós, para que Deus, com Ele, possa ser Deus
conosco; e este é o Seu nome Emanuel,
porque é isto que Ele é, Bendito seja o Seu nome!
Esta e a fé de Jesus e o poder dela, este é o nosso Salvador, um de Deus e um do
homem sendo por conseguinte capaz de salvar inteiramente cada alma que se
achegar a Deus através dEle.
De acordo com
isto está ainda escrito: "Deus enviou Seu Filho nascido de mulher..."
(Gaiatas 4:4). "Mas, porque tinha Ele que nascer de uma mulher? Para Se
integrar suficientemente na humanidade como a humanidade se acha, a saber, sob
o pecado. Era a semente da mulher que tinha de ferir a cabeça da serpente, Gênesis
3:15, e, somente como semente da mulher, e nascido de mulher, que Ele podia
defrontar a serpente em seu próprio terreno; no mesmo lugar onde o pecado tinha
encontrado neste mundo. Se Ele não tivesse vindo em intimo contato com o pecado,
como existe neste mundo, como está na natureza humana, se Ele tivesse sido
afastado por simplesmente um único grau da natureza humana, então não
precisaria ter nascido de mulher. Isto mostra que entre Cristo e o pecado,
neste mundo, e entre Cristo e a natureza humana como se acha sob o pecado, não
há qualquer tipo de separação nem mesmo a sombra de um só grau. Ele foi feito
carne, Ele foi feito para ser pecado, Ele foi feito carne assim como a carne é, e somente com a carne é neste mundo.
Ele foi feito para ser pecado somente como o pecado é. Era isto que Ele tinha
que fazer para remir a humanidade perdida. Se Ele tivesse sido separado somente
um grau, ou até mesmo a sombra de um
simples grau, em qualquer sentido da natureza daqueles aos quais veio para
remir, teria falhado em tudo. Destarte como foi feito debaixo da Lei, em vista
de que os que queria remir estavam sob a Lei, e como foi feito maldição, porque
estão sob maldição os que Ele remiria, e como Ele foi feito pecado, porque são
pecadores, vendidos debaixo do pecado, os que queria remir, exatamente assim
Ele foi feito carne e sangue, e a mesma carne porque os que Ele veio remir são
carne e sangue e tinha de ser nascido de uma mulher porque o pecado entrou no
mundo inicialmente através de uma mulher. É por
conseguinte verdade sem qualquer exceção que em todas as coisas convinha-Lhe ser
feito como os Seus irmãos, Hebreus 2:17.
"Se Ele
não tivesse sido da mesma carne, como são os que veio remir, não haveria
qualquer utilidade o ser Ele feito carne de modo algum, mais do que isto, sendo
que a única carne que há neste vasto mundo ao qual Ele veio para remir, é esta
pobre e pecaminosa e perdida carne humana que cada homem tem, se esta não for a
carne da qual Ele foi feito, então realmente, nunca veio ao mundo que precisa ser remido. Porque, se
Ele tivesse vindo numa natureza humana diferente da qual há atualmente neste mundo, conquanto estando no
mundo, no entanto, para qualquer propósito prático de alcançar o homem e de
ajudá-lo, teria estado tão longe dele como se nunca tivesse vindo, porque neste
caso, teria estado tão longe do homem, e seria tanto como doutro mundo, como se
nunca tivesse vindo para este mundo de modo algum. Sobre Cristo foi colocada toda
a iniquidade do real pecado de todos nós, o pecado de todos nós desde a origem
até o final deste mundo; o pecado como é em si mesmo e como o cometemos; pecado
em suas tendências e pecado em atos; pecado como em hereditariedade em nós, que
nem cometemos, e pecado como é cometido por nós".
"Não existia outra maneira
de Cristo nos salvar, se não que sobre Ele caísse a iniquidade de todos nós;
somente se submetendo a lei da hereditariedade poderia Ele alcançar o pecado
completamente, como o pecado verdadeiramente é. Sem tomar sobre si nossa
natureza, nossos pecados não poderiam ser colocados sobre Ele, incluindo os
atos, a condenação, e a culpa inerentes ao pecado. Mas, além disso, há em cada
pessoa em diversas maneiras a suscetibilidade de pecar, herdada por muitas gerações
que ainda não chegou ao clímax do ato de pecar".
"Esta capacidade,
aparentemente dormente, só necessita de oportunidade para expandir em atos; o
grande pecado de Davi é uma ilustração disso. Leia o Salmo 51:5 e II Samuel
11:2, ao libertar-nos do pecado não é suficiente que sejamos libertos somente
de pecados passados, mas necessitamos de ser salvos de cometer outros pecados.
Para que isto aconteça, esta possibilidade de pecar tem que ser enfrentada e
subjugada. Necessitamos ser imbuídos de poder do alto que nos previna de pecar,
um poder que vença esta inclinação hereditária ao pecado existe em cada um de
nós".
"Todos os pecados realmente
cometidos por todos os homens foram colocados sobre Cristo, imputados a Ele
para que Sua justiça seja imputada a cada ser humano, atribuída a cada um de
nós. Mas, sobre Ele também foi colocada nossa potencialidade de pecar, quando
Ele tomou sobre Si nossa natureza carnal; ao tomar a carne humana, nascendo de uma mulher, da mesma
carne e sangue que somos, a fim de que Sua justiça seja manifesta em nossa vida
diária. Vemos então que Cristo confrontou o pecado na natureza pecaminosa que
tomou sobre Si, e, triunfou sobre o mesmo; eis porque está escrito: "Deus, enviando Seu próprio Filho em semelhança
da carne pecaminosa, e no tocante ao pecado, e, com efeito, condenou Deus na
carne o pecado" (Romanos 8:3).
"Ele é a nossa paz, tendo abolido
na carne a inimizade. Então, assim como os pecados que cometemos foram
imputados sobre Ele, a fim de que Sua justiça seja atribuída a nós, assim
também Cristo enfrentou e conquistou em nossa natureza pecaminosa o pendor que temos para pecar, para que nesta mesma
natureza seja manifestada a Sua justiça que nos habilita nEle, e Ele vivendo em nós, nos dando
poder para confrontar e conquistar o pecado, e esta propensão para pecar que
existe nesta mesma carne, isto é, em
nossa natureza pecaminosa".
"Vemos
então que pelos pecados que efetivamente cometemos, pelos pecados passados a
justiça de Cristo é imputada a nós; como nossos pecados foram colocados sobre
Ele, e, para evitar que continuemos pecando, Sua justiça é comunicada a nós em
nossa carne, à nossa natureza pecaminosa, assim como nossa natureza com sua
susceptibilidade de pecar foi colocada sobre Cristo".
"Cristo é
então um Salvador completo. Ele nos salva de todos os pecados efetivamente
cometidos, como também de cometer pecados futuros durante nossa jornada cristã,
pecados que cometeríamos se não vivêssemos em Cristo. Se Cristo não tivesse
tomado sobre Si nossa natureza, com a possibilidade de pecar, inerente em nós,
onde haveria uma filosofia ou argumentação quanto à genealogia de Cristo como
dada nas Escrituras? Ele foi descendente de Davi, Abraão, de Adão, e ao ser
nascido de mulher Ele alcançou mesmo antes de Adão, ao inicio do pecado no
mundo, e nesta genealogia toda, há dificilmente um em cuja vida não se encontre
registrado algum ato errado".
"Agora,
foi ao fim dessa genealogia que o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, que
foi nascido de mulher. Foi com tal hereditariedade que Deus enviou Seu Filho em
semelhança de carne pecaminosa, tal descendência, tal genealogia afetou a
Cristo, da mesma forma que afetaria outro ser humano sob a lei da iniquidade
dos pais que afeta os filhos até a 3a e 4a geração.
Tudo isto pesou sobre Cristo, quando Ele enfrentou a tentação no deserto e
durante toda a Sua vida na carne, ou seja, em natureza pecaminosa”.
"Daí,
tanto por hereditariedade como por imputação Ele estava sobrecarregado com os
pecados de todo o mundo, e assim, com toda esta carga sobre Si, com todas estas
desvantagens, Cristo saiu triunfante sobre a Terra, onde, sem nenhuma aspecto
negativo, o primeiro par caiu".
Hebreus 2
culmina com o oficio Sumo Sacerdotal de Jesus Cristo, nosso irmão, lista
qualificações para tal função, descreve Jesus nesta atividade e rapidamente
aponta ao ministério que Ele exerce; e uma das qualificações de Jesus, era que
Ele tinha que defrontar a tentação do pecado, exatamente como nós humanos o temos
que fazer. A. T. Jones, na página 53 de O
Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã,
diz:
"Entramos
em descanso no perdão de todos os nossos pecados, crendo em Cristo que foi fiel
em todas as obrigações e em toda tentação da vida. Também entramos no repouso e
lá permanecemos por sermos participantes da Sua fidelidade, na qual e pela
qual, também seremos fiéis a Ele que nos ordenou. Porque em considerá-lo como
Sumo Sacerdote da nossa profissão na Sua fidelidade, estamos constantemente a
ponderar que não temos um Sumo Sacerdote que não possa se compadecer das nossas
fraquezas, porém um que como nós em tudo foi tentado, mas sem pecado"
(Hebreus 4:15).
"E a razão porque Ele pode
efetivamente Se compadecer das nossas fraquezas, é que como nós em tudo foi
tentado. Não há nada em que alguma alma possa ser tentada em que Ele não o
tenha sido da mesma maneira e tenha sentido a tentação tão verdadeiramente como
qualquer alma humana possa experimentar. Porém, apesar de ter sido tentado em
tudo, como nós, e ter sentido o poder da tentação, tão verdadeiramente como
qualquer um pode sentir, foi em tudo fiel, passando através disso tudo sem
pecado, e, pela fé nEle, nesta Sua fidelidade cada alma pode enfrentar todas as
tentações e passar por elas sem pecar. Esta é a nossa salvação!"
"Porque Ele foi feito carne
como o homem e em todas as coisas convinha-Lhe ser feito como os Seus irmãos e
ser tentado em tudo como nós, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote nas
coisas referentes a Deus. E isto, não somente para expiar os pecados do povo,
mas também para socorrer, sustentar-nos, nos carregar, aliviar livrar do
sofrimento os que são tentados. Ele nos
livra na nossa tentação e assim não cairemos, Ele nos elevará vitoriosamente
sobre ela para não pecarmos". "Visto que temos um grande Sumo
Sacerdote, Jesus, Filho de
Deus, e que penetrou nos Céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão" (Hebreus 4:14).
"Visto que temos um Grande
Sumo Sacerdote, cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que
possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo de
necessidade" (Verso 16).
"E esta é a razão porque a fim de ser Ele um misericordioso fiel Sumo
Sacerdote nas coisas que pertencem a Deus, e trouxesse muitos filhos para a
glória, Ele tornou-se Capitão da salvação deles, sendo circundado pela
enfermidade, atacado pela tentação, sendo homem de dores e que sabe o que é
padecer; isto tudo para que em todas as coisas fosse familiarizado com a
experiência humana de maneira que verdadeiramente pudesse compadecer-Se
ternamente dos ignorantes e errados" (Hebreus 5:1-2).
"Numa palavra, para que
pudesse ser um misericordioso e fiel
Sumo Sacerdote em coisas concernentes a Deus, foi-Lhe necessário tornar-Se
perfeito, através de sofrimentos".
E agora prestem atenção nesta
muito importante citação de Mensagens Escolhidas, vol. I, pág. 244:
"A
humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo e por meio de Cristo
a Deus. Isto
deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real, deu
prova de Sua humanidade tornando-se homem, entretanto era Ele Deus na carne. Quando abordarmos este assunto bem faremos em tomar a peito as palavras
dirigidas por Cristo a Moisés junto à sarça ardente: "Tira as sandálias dos pés porque o lugar em que estás é terra santa"
(Êxodo 3:5).
Devemos aproximar-nos desse estudo com a
humildade de um discípulo de coração contrito, o estudo da encarnação de
Cristo é campo frutífero que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca
de verdades ocultas”.
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Alexandre Snyman
O irmão Alexandre Snyman foi pastor
adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de
sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto
à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se
vê de correspondência que recebi da mesma.
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