Para 12 a 19 de outubro de 2013
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional" (Rom. 12:1).
Perceba que nosso verso para
memorizar não nos diz que devemos sacrificar a nós mesmos, não podemos fazer
isso, mas somos crucificados com Cristo. Somente Ele é o Sacrifício pelo mundo
inteiro. Diz que devemos “apresentar os
nossos corpos.” A palavra "apresentar" significa colocar a oferta junto ao altar voltado
para Deus no Lugar Santíssimo e deixá-la à disposição de Deus. Este não é um
ato de fazer, mas é uma prova de fé.
Ao longo de Romanos
capítulos 1 a 8, as "misericórdias
de Deus", pelas quais somos instados "a apresentar nossos corpos," são todas obras de Deus. Aqui
nós vemos as doutrinas da justificação, da santificação, da fé, e a remoção do
pecado do homem através do sacrifício feito uma só vez para o mundo.
Há apenas um Sacrifício,
e este é o que Deus proveu — Jesus Cristo. Deus não exige um sacrifício de
homens, mas faz Um para ele. A ideia de que o homem pode fazer um sacrifício
que vai expiar algum pecado é a própria essência do paganismo. Vem do
pressuposto de que o homem é capaz de salvar a si mesmo; mas, se o homem
pudesse fazer um sacrifício que fosse expiar o seu pecado, ele seria o seu
próprio salvador, e se o homem fosse capaz de salvar a si mesmo, ele seria um
deus ele mesmo, não devendo submissão a qualquer outro.
É evidente que um
sacrifício oferecido por um pecador, que não é "agradável a Deus" é
apenas zombaria. É um insulto a Deus, uma vez que é um pressuposto de que o
pecador é independente de Deus, e é capaz de salvar a si mesmo. Apenas os
sacrifícios de justiça podem ser aceitáveis. "Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor"
(Salmo 4:5). "Pois não desejas
sacrifícios; senão eu os daria; ... Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado, a um coração quebrantado e contrito não desprezarás ó Deus .... Então Te agradarás dos
sacrifícios de justiça" (Salmo 51:16 a 19).
Amós 5:21-24 mostra
que os sacrifícios sem justiça eram uma abominação a Deus, enquanto que a
justiça sempre foi aceitável, mesmo se não houvesse sacrifício. Dirigindo-se a
nós hoje, Deus diz: "Odeio, desprezo
as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não Me exalarão bom cheiro. E
ainda que Me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não Me agradarei delas;
nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de Mim
o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas violas.
Corra, porém, o juízo como as águas e a justiça como o ribeiro impetuoso."
Os judeus não
aceitavam nem aprendiam que o sistema de sacrifícios era para apontá-los ao
Salvador crucificado que queria viver neles — tornando-os justos. Eles, de
alguma forma, derivavam autossatisfação e mérito em continuar com seus
sacrifícios inúteis.
Um sacrifício vivo
começa com a morte do eu. Não podemos morrer para nós mesmo, mas nós podemos
aceitar a morte do eu já dada a nós pelo evangelho. Houve apenas um Sacrifício.
Apresentar nossos corpos
como um sacrifício vivo é rendição completa: "Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo
vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, O
qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gál. 2:20). Este versículo
nos ensina que já não vivemos, mas é Cristo que vive em nós pela fé. Portanto,
é Sua fé dentro de nós; Sua vida dentro de nós; Sua justiça dentro de nós. “Um conhecimento desse mistério fornece a chave
para todos os outros. Abre para a alma os tesouros do universo, as possibilidades
de desenvolvimento infinito."1 Ser
crucificado com Cristo é um sacrifício de justiça.
Nosso sacrifício é um
sacrifício vivo — nosso próprio corpo rendido a Cristo como Seu próprio corpo
legítimo. Mas o que significa que estamos a oferecer nossos corpos como
sacrifício vivo? (Leia Hebreus 10:5-10 e note que era para estabelecer a
vontade de Deus no homem, versículo 9: “Eis
aqui venho, para fazer, ó Deus, a Tua vontade”). Isso significa que Aquele
que nos aceitou no Amado, e que fornece o único Sacrifício Perfeito, nos compra com a vida daquele Sacrifício quando O aceitamos. ...
Morto desde "a fundação do
mundo", entretanto Ele vive;
sempre um sacrifício, "Ele vive para
sempre." Continuamente dando; agrada o Pai, que nEle toda a plenitude habitará
— sempre no altar, mas nunca consumido; Sua corrente de vida flui
constantemente, mas nunca é diminuída.
Agora, quando sabemos
que o nosso corpo foi preparado por Cristo, no qual Ele deve fazer a vontade do
Pai, e oferecer um sacrifício aceitável, e dar-nos a Ele, para que possamos
dizer: "Vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim", é evidente que estamos oferecendo a Deus o
sacrifício que Ele mesmo providenciou, e, sendo assim, toda a vida daquele sacrifício
incorruptível é nossa.
O fato de que o Seu
Espírito nos exorta a oferecer nossos corpos como um sacrifício vivo, prova que
Ele nos deu a vida necessária para fazê-lo. A exortação é, em si, a promessa de vida.
"Cristo veio em
carne 1.800 anos atrás (*era 1800 quando isto foi escrito, em 1893), apenas com
a finalidade de demonstrar a possibilidade de que aquilo que Ele fez uma vez
(*isto é, habitar em carne pecaminosa), Ele é capaz de fazê-lo de novo. Aquele
que nega a possibilidade de Sua vinda na carne dos homens, tal como ela é agora,
nega, assim, a possibilidade de Ele alguma vez ter vindo em carne."2
"O Espírito de
Deus tem estado presente em poder entre Seu povo, mas não pode ser concedido a
eles, porque eles não abriram seus corações para recebê-Lo .... O Senhor
projetou que as mensagens de advertência e instrução dadas pela espírito ao Seu
povo, deviam ir a todo lugar. Mas a influência que cresceu a partir da
resistência à luz e verdade em Minneapolis tendia a tornar sem efeito a luz que
Deus deu a Seu povo através dos Testemunhos".3
Ao confessarmos os
nossos pecados, somos libertados do pecado, e confissão contínua significa
contínua liberdade. Não é pecado contínuo e purificação
contínua, mas a confissão contínua e a purificação contínua. Como um
sacrifício vivo, somos preenchidos com a justiça de Cristo, e é somente por Sua
justiça que a purificação do santuário é realizada. Nossos corpos são o templo
de Deus e quando o pecado permanece nestes corpos (por causa de "Cristo em nós, a esperança da
glória") ele (*o pecado) é impedido de entrar no santuário celestial
(1ª Cor. 3:16, 17; 6:19 , 20).
"Hoje você deve
dar-se a Deus, para que sejais esvaziados do próprio eu, esvaziados da inveja,
ciúmes, ruins suspeitas, contendas, enfim, tudo o que tem sido desonroso a
Deus. Hoje você deve ter o seu vaso purificado para que possa estar pronto para
o orvalho celestial, prontos para os aguaceiros da chuva serôdia; pois a chuva serôdia
virá, e a bênção de Deus encherá toda alma que estiver purificada de toda
contaminação. É nossa obra hoje entregar nossas almas a Cristo, para que possamos
estar preparados para o tempo do refrigério pela presença do Senhor —
preparados para o batismo do Espírito Santo."4
Cristo não morreu
como alguém que estando em férias faz uma pausa de todos os esforços de
perseguição e rejeição para ficar longe de tudo isso. Ele fez a escolha de
desistir de todos os reclamos futuros à Divindade e de um relacionamento com o
pai. A cruz foi a mais completa e absoluta demonstração de Ágape que tenha sido revelada para a humanidade.
Se pudermos começar a
entender a nossa própria oposição e resistência a Cristo como uma
denominação, então a nossa história estará apenas a um batimento cardíaco de
distância do Calvário. Uma vez que vejamos nosso verdadeiro envolvimento com a
crucificação de Cristo, estaremos preparados para reconhecer a nossa
participação no pecado de rejeitar a chuva serôdia e a mensagem do alto clamor
de 1888. Já não poderemos presunçosamente afastá-lo, dizendo: "Não é
problema meu, eu não era nem nascido então," mais do que podemos apagar o
nosso envolvimento com a cruz. Tão certo como a sombra do Calvário paira sobre
os judeus como uma nação, assim, certamente, a sombra de 1888 paira sobre nós
como igreja. "Assim como os judeus."5
Em apreciação pelo
único sacrifício do mundo, apresentemos nossos corpos hoje como um sacrifício
vivo — pois as misericórdias de Deus clamam apenas por esta resposta do Seu
povo.
-Introspecção redigida e editada pelo
Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.
Notas (a 5ª é do tradutor):
[1]
Ellen G. White, My
Life Today [Minha Vida Hoje], pág. 301.
[2] Ellet J. Waggoner , "A Salvação Presente," publicado
na revista The Present Truth, de 18
de maio de 1893, págs. 145 e 146.
[3]
Ellen G. White, Boletim Diário da Conferência
Geral de 1893, vol. 5, nº 19.
Também
publicado em Manuscript Releases,
vol. 15, pág. 305.
[4] Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, pág. 959; Review and Herald , 22 /3/1892.
5) "Assim
como os judeus,” uma frase usada por Ellen G. White mais de
100 vezes para demonstrar que nós hoje, como igreja estaríamos “judaizando os
judeus,” outra expressão dela que tem o mesmo significado, isto é, estaríamos
rejeitando a Cristo como eles O rejeitaram. Se Cristo viesse hoje nós O
rejeitaríamos como os judeus O rejeitaram.
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