O
texto é Hebreus 10: 14: “Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre,
quantos estão sendo santificados”.
O
pensamento chave é: Voluntariamente Jesus entregou Sua vida e tornou-Se o
sacrifício supremo a fim de nos salvar. O Seu sacrifício torna supérfluos todos
os demais sacrifícios.
De
Gregory de Nazianzus, escrito ao que tudo indica em 381 de nossa era: “Jesus
iniciou Seu ministério tornando-Se faminto, contudo, Ele é o pão da vida; Jesus
terminou Seu ministério terreno com sede, entretanto, Ele é a água viva; Jesus estava
cansado, porém Ele é o nosso descanso; Jesus pagou tributo, mas Ele é o Rei;
Jesus foi acusado de ter demônio, contudo Ele expulsava demônios; Jesus chorou,
mas Ele enxuga as nossas lágrimas; Jesus foi vendido por 30 moedas de prata, contudo
Ele redimiu o mundo; Jesus foi levado como um cordeiro ao matadouro, entretanto
Ele é o Bom Pastor; Jesus morreu, mas por Sua morte destruiu o poder da morte”.
O
pastor Millian Lauritz Andreasen, em sua obra, “O Livro de Hebreus” no capítulo 10, intitulado “Completa Santificação” diz: “O capítulo
10 da epístola de Hebreus prossegue na discussão da falta de eficácia da lei
cerimonial em tornar o homem perfeito. A principal prova que o autor apresenta
neste capítulo é o fato evidente de que, se a lei realmente fizesse o adorador
perfeito, o oferecimento pelo pecado cessaria, pois, os homens não teriam mais
consciência do pecado, não trariam mais qualquer oferta pelo pecado, (v.1 a 4).
Tendo provado este ponto, o autor prossegue mostrando que Cristo, mediante o
oferecimento de Seu corpo, de uma vez por todas, aperfeiçoou para sempre os que
são santificados. A primeira demonstração disto Ele fez num corpo no qual veio
realizar a vontade de Deus. A segunda demonstração Ele faz naqueles cujos
pecados e iniquidades são removidos. Para esses, não há mais oferta pelo
pecado, (v. 5 a 18). Onde há remissão de pecado e não mais consciência deles,
pode haver ousadia perante Deus, devido ter Cristo entrado no santuário por nós
em virtude de Seu sangue, (v.19 a 22). O resto do capítulo dedica-se à
exortação para apegar-se à fé sem hesitação, encorajando-se mutuamente, em
vista do fato de que o grande dia de Deus se aproxima, “porque ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará”
(v. 23 a 39).
Cristo
de modo algum decretou a abolição da lei sacrificial. Paulo por outro lado é
muito enfático de que a lei cerimonial foi ab-rogada. Portanto, torna-se
obrigação do apóstolo apresentar razões de peso para sua posição. Se ele puder
demonstrar que Cristo introduziu perfeição, o que a lei levítica não podia
fazer, ele conseguiu uma prova decisiva, pois, a cessação do pecado não só
tornaria as ofertas pelo pecado desnecessárias, mas também a lei que as
requeria. O ponto vital é demonstrar que
Cristo veio para eliminar o pecado; se Paulo puder fazê-lo ele não precisa de
mais provas da anulação da lei que requeria a oferta pelo pecado, não haveria
necessidade de tal lei. Indubitavelmente a obra no primeiro compartimento do
santuário terrestre foi insatisfatória, pois, tinha que ser repetida dia após
dia. O apóstolo mostra que a obra no segundo compartimento foi igualmente
inadequada porque, conquanto temporária, provisoriamente eliminava o pecado; os
serviços tinham que ser repetidos ano após ano, mostrando que não era uma obra
permanente; a lógica disso é clara, creio que não é difícil entender o
raciocínio por trás disso tudo. A imperfeição do sistema sacrificial, a
necessidade de constante repetição, estabelece o fato de que não é uma obra
permanente.
Agora,
do verso 1º: “A lei tem sombra de bens
vindouros”. Logicamente está subentendido ai que é a lei levítica. É
significativa a declaração relativa a uma sombra, e não a própria imagem das
coisas, o que equivale dizer que não seria de se esperar dai, uma semelhança
bastante próxima entre a sombra e o objeto que a lançava. Uma imagem, uma
fotografia, uma estátua, oferecem muito mais detalhes do que uma sombra,
contudo, mesmo isso retrata imperfeitamente o original. Disso podemos esperar
que a lei mostre o esboço da realidade; consequentemente, não é seguro extrair
paralelos muito próximos.
O
verso 2 [na
KJV] diz: “Doutra sorte, não teriam
cessado de ser oferecidos? por quantos que prestam culto, tendo sido
purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecado.” Notem
que é uma pergunta: Não teriam os
sacrifícios cessado de serem oferecidos? A principal fraqueza do serviço do
santuário, era que não podia fazer perfeitos os adoradores. Isto é evidente do
próprio plano, que propicia um serviço anual repetido. Se os sacrifícios
tivessem cumprido o seu propósito intencionado, não teriam cessado de serem
oferecidos? Porque os adoradores uma vez purificados, não mais teriam
consciência do pecado. Mas tão logo findava a sequência de serviços anuais,
outra se iniciava, que culminava noutro dia da expiação. Tão logo os serviços
expiatórios, no dia da purificação tinham conclusão, os sacrifícios noturnos se
reiniciavam. O cordeiro era morto e o sangue espargido, tudo mostrando que
mesmo a maior expiação que havia sido feita nesse dia não havia cumprido o seu
propósito, não havia tornado o adorador perfeito. Notem a ênfase aqui sobre
tornar perfeito, e notem esta última sentença novamente, tão logo os serviços
expiatórios no dia da expiação tinham sido concluídos, os sacrifícios noturnos
se reiniciavam; no mesmo dia; vocês veem?
O
cordeiro era morto e o sangue espargido, tudo mostrando que, mesmo a maior
expiação que havia sido feita nesse dia não havia cumprido o seu propósito, não
havia tornado o adorador perfeito, eles ainda careciam de expiação e um ano
depois repetiam todo o serviço, desse modo admitindo a ineficácia de conseguir
a perfeição ou santificação. “Não
cessariam de ser oferecidos?” Uma vez mais a mesma sentença com um ponto de
interrogação, é uma pergunta interessante, de grande implicação, e o autor
coloca-nos na obrigação de uma resposta afirmativa — eles teriam cessado de ser
oferecidos porque uma vez purificado, o adorador não mais teria consciência do
pecado.
Agora
notem os versos 3 e 4: “Entretanto nesses sacrifícios faz-se recordação de
pecados todos os anos, porque é impossível que sangue de touros e de bodes
remova pecados”. O pastor Andreasen então comenta: “Seria injusto condenar os
serviços pelo que não realizaram, e isso pela simples razão de que não poderiam
fazer o que precisava ser feito. Não era possível que o sangue de bodes e
touros eliminasse o pecado, nunca faria os adoradores perfeitos".
Uma
vez mais a ênfase é sobre tornar os adoradores perfeitos. Uma lembrança cada
ano, “Porque naquele dia se fará expiação
por vós para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados
perante o Senhor” (Levíticos 16: 30).
A
parte importante deste verso é que a ênfase está sobre a purificação, não tanto
as coisas do santuário e outras coisas dessa natureza, mas que as próprias
pessoas precisavam ser purificadas. “O
sacerdote fará expiação por vós, para purificar-vos e sereis purificados de
todos os vossos pecados, perante o Senhor”. (Levíticos 16: 30).
Ao
longo do ano, o perdão era obtido pela confissão e oferecimento do sacrifício
prescrito; no dia da expiação todos esses pecados eram novamente trazidos à
lembrança, nesse dia o sumo sacerdote realizava pessoalmente todos os serviços.
Ele oferecia o incenso, matava o touro e o bode, aspergia o sangue sobre a
arca, o lugar santo e o altar. O povo não tinha parte alguma para participar no
serviço, não levavam o cordeiro, não colocavam a mão sobre o sacrifício, nem
matavam a vítima. Era tudo feito por eles, em contraste com o serviço diário.
Esse serviço no dia da expiação, a que o autor faz referência, quando ele diz
que aqueles sacrifícios que ofereciam ano após ano jamais poderiam tornar o
adorador perfeito; o pastor Andreasen intitula esse capítulo em particular: Santificação Completa. Agora,
porém, ele tira a conclusão de que se o sacrifício os fizesse perfeitos, eles
não mais teriam consciência do pecado e as ofertas pelo pecado teriam cessado.
Alguns, equivocadamente pensam que Cristo por um pronunciamento oficial,
declara a lei levítica ab-rogada; Cristo jamais fez tal anuncio. Ele próprio
não pecou, assim, em Seu caso, não havia necessidade por qualquer oferta pelo
pecado e seria o mesmo no caso de qualquer outro se parasse de pecar; e se
todos deixassem de pecar não mais haveria oferta pelo pecado; essa seria a
forma ideal de ab-rogar a lei cerimonial.
Agora
leiamos Hebreus 10:5 a 10: “Por isso, ao entrar no mundo diz: Sacrifício e
oferta não quisestes; antes corpo Me formaste; não Te deleitaste com holocaustos
e ofertas pelo pecado. Então Eu disse: Eis aqui estou, no rolo do livro está
escrito a Meu respeito, para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Isto depois de
dizer, como acima, sacrifícios e ofertas não quisestes, nem holocaustos e
oblações pelo pecado, nem com isto Te deleitastes. Cousas que se oferecem segundo a lei. Então
acrescentou: Eis aqui estou, para fazer ó Deus, a Tua vontade, remove o
primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido
santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo uma vez por todas”.
Agora
tem o comentário na pág. 421: “Cristo em realidade realizou o que a lei não
podia fazer? É necessário demonstrar isso, pois, se Cristo não tornou a
perfeição viável, então Ele falhou no próprio aspecto em que a lei sacrificial
falhou; então não estaremos em melhor condição do que antes. O apóstolo portanto
demonstra, que Cristo, no corpo que Lhe
foi dado, operou a vontade de Deus em todo particular e mostrou como a
perfeição pode ser obtida. Tendo dado uma demonstração que o alcançar perfeição
é possível, Ele oferece santificar aqueles que vão a Ele”.
E
com tudo isto em mente, vejamos agora o que o pastor Alonso Trevier Jones em
seu livro “O Caminho Consagrado Para a
Perfeição Cristã” pág. 76 nos tem a dizer; trata-se do capítulo 12 de seu
livro e tem por título, suficientemente significativo: “Perfeição”. Vejamos primeiro o parágrafo que precede a este
capítulo de Hebreus: “O verdadeiro santuário do qual aquele era um símbolo, o
original do qual isto era um modelo, era naquele tempo existente; entretanto
nas trevas e confusão do Egito, Israel perdeu a verdadeira ideia disto, tanto
como também de muitas outras coisas que eram claras a Abraão, Isaque e Jacó.
Através destas lições ilustradas Deus quis dar-lhes o conhecimento da verdade,
por conseguinte não era um símbolo de alguma coisa por vir que ainda não
existia, mas um símbolo no sentido de ser uma lição, uma parábola e
representação visível daquilo que existia naquele tempo, sendo, porém
invisível, para educá-los numa tal experiência na fé e na verdadeira
espiritualidade, de modo que pudessem ver o invisível, e através disto tudo
estava Deus a revelar-lhes, assim como a todos os povos, para sempre, que Ele,
através do sacerdócio, ministério e o serviço de Cristo no verdadeiro santuário
ou templo que está no Céu, vive entre os homens. Ele revelou que nesta fé de
Jesus, perdão pelos pecados e expiação é ministrado ao homem para que Deus
habite nele e ande nele, sendo Ele o seu Deus e eles o Seu povo; e que por isso
seriam separados de todos os povos que há sobre a face da Terra, separados para
Deus como Seus próprios e verdadeiros filhos e filhas para serem edificados
para a perfeição no conhecimento de Deus” (Êxodo 33: 15-16; II Coríntios 6: 16-18
e 7:1).
Mas
agora prossigamos no capítulo 12, sobre perfeição: “A grande ideia e o
propósito do verdadeiro santuário, seu sacerdócio e seu ministério, é a de que
Deus habite no coração do povo”. Qual a grande ideia e propósito em habitar no
coração do povo? A resposta é perfeição, a perfeição moral e espiritual do
adorador. Consideremos o seguinte: Ao fim do capítulo 5 da epístola aos
Hebreus segue-se imediatamente a declaração de que Cristo, tendo sido
aperfeiçoado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos o que Lhe
obedecem, chamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (vs.
9-10). Também está escrito pelo que deixando os rudimentos da doutrina de
Cristo, prossigamos até a perfeição (Hebreus 6:1). A seguir é mostrado que a
perfeição é alcançada somente através do Sacerdócio de Melquisedeque, e é
demonstrado que isso foi sempre assim, e que o sacerdócio levítico foi somente
temporário, e típico do sacerdócio de Melquisedeque. Seguindo-se a isto, na
discussão do sacerdócio levítico, está escrito: “Se, portanto, a perfeição
houvera sido mediante o sacerdócio levítico, que necessidade havia logo de que
outro sacerdote se levantasse segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse contado
segundo a ordem de Arão?” (Hebreus 7: 11). E outra vez na mesma conexão, pois a
lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança
pela qual chegamos a Deus, (v.19).
Através
destes versos vemos perfeitamente que a perfeição dos adoradores é aquela que é
oferecida e alcançada no sacerdócio e ministério de Cristo. Mas estas ainda não
são as reflexões todas a respeito desse pensamento, porque isto era como já foi
citado na descrição do santuário e seu serviço, uma alegoria para o tempo
presente em que se oferecem dons e sacrifícios que quanto à consciência, não
podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço. A grande falta era que nenhum
desses serviços podia aperfeiçoar aquele que os executava. Por conseguinte, o
grande pensamento, e alvo de tudo, é que o sacerdócio e o ministério de Cristo,
no verdadeiro santuário, podem fazer e fazem realmente perfeito aquele que
entra pela fé nesse serviço. Este serviço terrestre não podia aperfeiçoar,
quanto à consciência, aquele que o executava; mas vindo Cristo, o Sumo
Sacerdote dos bens futuros por maior e mais perfeito tabernáculo não feito por
mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes ou bezerros, mas por
Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção (Hebreus 9: 11 e 12). Este santuário, sacerdócio, sacrifício e
ministério de Cristo, aperfeiçoa, levando à eterna redenção cada um que pela fé
entra no serviço. E, portanto, recebe o que este serviço foi estabelecido para
dar.
Ademais,
porque, se o sangue de touros e bodes e a cinza de uma novilha espargida sobre
os imundos os santifica quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de
Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus,
purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?
O sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha espargida sobre o ímpio
santificava realmente, purificando a carne, no serviço levítico e no santuário
terrestre; porque a escritura declara isto continuamente, e sendo isso assim,
quanto mais o sangue de Cristo purificará as vossas consciências das obras
mortas para servirdes ao Deus vivo.
O
que são as obras mortas? A morte é em si a consequência do pecado, obras mortas
são, portanto, obras que têm pecado em si. A expiação da consciência das obras
mortas é a inteira purificação da alma do pecado, pelo sangue de Cristo,
através do Espírito eterno de modo que na vida e nas obras dos crentes em
Jesus, o pecado não tenha mais lugar. As obras serão somente obras de fé. E a
vida ser somente a vida com fé. Sendo isso o verdadeiro e puro serviço do Deus
vivo. Também está escrito: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, não a
imagem exata das coisas, nunca pelos mesmos sacrifícios que continuamente se
oferecem cada ano, podem aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira,
não teriam deixado de ser oferecidos? porque, purificados uma vez os
ministrantes não mais devem ter consciência do pecado, mas naqueles sacrifícios
há uma lembrança dos pecados feita novamente cada ano, porque é impossível que
o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”. (Hebreus 10:1 a 4).
Isto
mostra, outra vez, que apesar da perfeição ser o grande objetivo em todo
ministério que se realizava debaixo da lei, a perfeição não podia ser alcançada
por quaisquer dessas realizações; eram todas, simplesmente, figuras para o
tempo então presente do ministério e sacerdócio pelo qual a perfeição é
alcançada, ou seja, o ministério de Cristo. Estes sacrifícios não podiam
aperfeiçoar aqueles que vinham ao santuário. O verdadeiro sacrifício, o
verdadeiro ministério no santuário e no verdadeiro tabernáculo, tornam perfeitos
de fato, aqueles que vêm ao santuário, e essa perfeição consiste em que os
adoradores não mais tenham consciência do pecado. Não era possível ao sangue de
touros e bodes tirar pecados, apesar destes sacrifícios terem sido oferecidos
continuamente, e ano após ano, não era possível purificar os adoradores de tal
maneira que não tivessem mais consciência dos pecados. O sangue de touros e
bodes e as cinzas de uma novilha, espargida sobre o impuro, podiam santificar e
realmente santificavam alcançando assim a purificação da carne; mas somente da
carne. E até isto era uma alegoria para o tempo presente, do sangue de Cristo,
que muito mais purifica os adoradores de tal maneira que não tenham mais
consciência de pecado. Notem mais uma vez essa sentença repetida tantas vezes,
pois não é possível que o sangue de bodes e touros removam os pecados. À base
da pág. 80 de “O Caminho Consagrado Para
a Perfeição Cristã”, Alonso Trevier
Jones diz: “Por conseguinte, como a vontade de Deus é a santificação e a
perfeição dos adoradores, como a vontade de Deus é que Seus adoradores sejam
purificados, de modo a não mais terem consciência do pecado, e como o serviço e
as ofertas neste santuário terrestre não podiam fazer isto, tirou Ele tudo isto,
para que pudesse estabelecer a vontade de Deus, na qual vontade temos sido
santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”.
Santificação
é a verdadeira observância de todos os mandamentos de Deus, em outras palavras,
isto quer dizer que a vontade de Deus concernente ao homem é que Sua vontade
seja perfeitamente cumprida no homem, Sua vontade é expressa em sua lei dos dez
mandamentos, que é todo o dever do homem. Essa lei é perfeita e a perfeição de
caráter é a perfeita expressão dessa lei na vida do adorador de Deus. Por essa
lei vem o conhecimento do pecado e todos pecaram e carecem da glória de Deus, e
ficaram aquém dessa perfeição de caráter. Os sacrifícios e ritos nos serviços
do santuário terrestre não podiam eliminar os pecados dos homens, e assim, não
podiam trazê-los a esta perfeição. Mas o sacrifício e o ministério do
verdadeiro Sumo Sacerdote, no santuário e verdadeiro tabernáculo, de fato
realiza isto; elimina inteiramente todo o pecado e o adorador é tão plenamente
purificado que não mais tem consciência do pecado. Pelo sacrifício, a oferta, e
o serviço de Si mesmo, Cristo eliminou os sacrifícios e as ofertas e os
serviços que nunca poderiam eliminar o pecado. Por Sua perfeita prática da
perfeita vontade de Deus, Ele estabeleceu a vontade de Deus, nessa vontade é
que temos sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez
por todas (Hebreus 10: 10).
Neste
ponto, permitam-me lembrar-lhes novamente o parágrafo de abertura do livro de
E. J. Waggoner: “Cristo e Sua Justiça”.
No primeiro verso do terceiro capítulo de Hebreus, temos uma exortação que
abrange todas as ordens dadas aos cristãos, trata-se disto: “Por isso, santos irmãos, que participais da
vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa
confissão — Jesus”. Fazer o que a Bíblia ordena, considerar a Cristo contínua
e inteligentemente como Ele é, transformará uma pessoa num perfeito cristão,
pois pelo contemplar é que somos transformados. Estou certo de que podem ver o
paralelo do que estamos estudando de Alonzo Trevier Jones com este primeiro
parágrafo de Ellet Joseph Waggoner. Observem o que Jones diz adicionalmente:
“Neste anterior santuário terrestre e serviço, o sacerdote aparecia cada dia,
ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios que nunca podiam
tirar os pecados, mas Este, havendo oferecido um único sacrifício pelos
pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, esperando até que os Seus
inimigos sejam postos por escabelo de Seus pés. Porque com uma só oblação
aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hebreus 10: 11-14). Assim, a
perfeição é, em todos os sentidos, obtida através do sacerdócio, do sacrifício
e do serviço deste nosso Sumo Sacerdote, à destra do trono da Majestade nos
Céus, no Seu ministério no santuário e verdadeiro tabernáculo que o Senhor
fundou e não o homem. E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois
daqueles dias, diz o Senhor, porei as Minhas leis em seus corações e as escreverei
em seus entendimentos, e acrescenta, e jamais me lembrarei de seus pecados e
das suas iniquidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo
pecado. (Hebreus 10: 15-18).
E
este é o caminho novo e vivo que Cristo através da carne consagrou por nós,
para toda a humanidade, E pelo qual cada alma pode entrar no mais santo de
tudo, o mais santo de todos os lugares, a mais santa de todas as experiências,
o mais santo de todos os relacionamentos, o mais santo de todos os viventes.
Este caminho novo e vivo que Ele nos consagrou através da carne, isto é, Ele
vindo na carne e identificando-Se como a humanidade na carne, consagrou-nos a
nós que estamos nesta carne, um caminho de onde estamos para lá onde Ele
atualmente está, ou seja, à destra do trono da majestade nos céus, no lugar
santíssimo. Na Sua vida na carne, tendo sido feito em todas as coisas como nós,
e tendo sido tentado em todos os pontos como nós, identificou-se com cada alma
humana, mesmo lá onde ela está; e deste lugar, onde cada alma humana está,
consagrou Ele para esta alma um caminho novo e vivo, através de todas as
vicissitudes e experiências de uma vida inteira, e mesmo através da morte, da
sepultura para dentro do lugar santíssimo à destra do trono da Majestade nos
Céus.
Agora,
por favor, atentem bem às palavras de Jones em continuação na pág. 83 de seu
livro “O Caminho Consagrado Para a
Perfeição Cristã”: “Ó esse caminho consagrado; consagrado por Suas
tentações e sofrimentos, por Suas orações e lágrimas, por Seu viver santo e
morte sacrifical, por Sua triunfante ressurreição, e gloriosa ascensão e por
Sua triunfante entrada no santíssimo do santuário celestial, à mão direita do
trono da Majestade no Céu; esse caminho Ele consagrou para nós, como Ele Se
tornou um de nós, fez este o nosso caminho, a nós pertence. Ele dotou cada alma
com direito divino de andar neste caminho consagrado, e como Ele próprio fez
isto, na carne, na nossa carne, criou a possibilidade, dando-nos segurança real,
para que cada alma humana possa andar nesse caminho, em tudo quanto Ele
represente e por Ele entrar plena e livremente no lugar santíssimo. Ele como um
de nós, na nossa natureza humana, fraco como nós carregado com os pecados do
mundo, na nossa carne pecaminosa, neste mundo, uma vida inteira, viveu uma vida
santa. Sendo inocente, puro, separado dos pecadores e foi feito mais sublime do
que os Céus; e foi assim que Ele fez e consagrou um caminho (Hebreus 10: 20),
pelo qual cada crente nEle pode, neste mundo, e durante uma vida inteira viver
uma vida santa, inocente, pura, separada dos pecadores e, em consequência, ser
tornado como Ele, mais alto que os Céus.
Estes
são pensamentos tremendos. Para muitos, isso é demais, mas entendemos que esta
mensagem que nos veio a mais de cem anos, é aquela que nos foi ordenado dar ao
mundo [Test. Para Ministros, pág. 92]; e
esse é o cerne do que temos recebido por esses dois mensageiros, os pastores
Alonzo Trevier Jones e Ellet Joseph Waggoner. E logicamente cremos que Ellen G.
White foi também parte dessa mensagem, uma parte vital da mesma. Na pág. 84 de “O Caminho Consagrado Para a Perfeição
Cristã,” temos isto: “Perfeição, perfeição de caráter é o alvo do cristão,
perfeição obtida na carne humana neste mundo. Cristo obteve esta perfeição na
carne humana neste mundo, e assim fez e consagrou um caminho, pelo qual, nEle
cada crente pode obter o mesmo. Ele tornou-Se assim nosso grande Sumo
Sacerdote; pelo Seu ministério sacerdotal no verdadeiro santuário, para
capacitar-nos a obtê-la. Perfeição é o grande alvo dos cristãos e o Sumo
Sacerdócio é o ministério de Cristo no verdadeiro santuário, é o único caminho
do qual cada alma humana pode obter este verdadeiro alvo neste mundo”. “O Teu caminho ó Deus está no santuário” (Salmo
77: 13).
“Tendo, pois, irmãos
ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho
que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e tendo um grande
Sacerdote sobre a casa de Deus, acheguemo-nos
com verdadeiro coração e inteira certeza de fé, tendo os corações
purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos
firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é O que prometeu” (Hebreus 10: 20-23).
“Porque não tendes chegado ao fogo palpável e ardente e à escuridão e ao
clangor da trombeta e ao som das palavras tais que quantos as ouviram
suplicaram que não lhes falasse mais” (Hebreus 12: 18-19). Mas tendes chegado
ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e à universal
assembléia, e à igreja dos primogênitos, escritos nos Céus e a Deus, o Juiz de
todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados e a Jesus, o Mediador da nova
aliança e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que falou o
próprio Abel. Oh! tendes cuidado, não recuseis ao que fala, pois, se [não] escaparam aqueles que recusaram a
ouvir quem divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos
desviamos dAquele que dos Céus nos adverte”. (Hebreus 12: 18-25).
E
notem mais de “O Caminho Consagrado,” pág.
122: “Jesus Cristo é o verdadeiro Sacerdote. Por conseguinte, cada um que crê
em Jesus Cristo, no Seu sacrifício e no ministério que Ele exerce no verdadeiro
santuário, deve não somente confessar seus pecados, mas para sempre
implicitamente confiar neste verdadeiro Sumo Sacerdote, em Seu ministério, no
verdadeiro santuário, para acabar com a transgressão, dar fim aos pecados,
fazer reconciliação pela iniquidade e trazer
justiça eterna no seu coração e na sua vida. Justiça eterna, bem
entendido, não justiça para hoje e pecado amanhã e de novo justiça e de novo
pecar; isto não significa justiça eterna. Justiça eterna é justiça que é
trazida ao interior do indivíduo e permanece eternamente na vida daquele que
tinha acreditado e confessado e que continua ainda acreditando, e recebe esta
justiça eterna no lugar de todos os pecados, de todo ato de pecar. Unicamente
esta é a justiça eterna, somente esta é redenção eterna do pecado. Esta benção
inexprimível é um dom gracioso de Deus, através do ministério celeste que
estabeleceu em nosso favor , no Sacerdócio e ministério de Cristo no santuário
celeste. Consequentemente, hoje, mesmo agora, durante o tempo que se chama
hoje, como nunca antes, é a palavra de Deus para todos os povos: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para
que sejam apagados os vossos pecados e venham os tempos de refrigério pela
presença do Senhor, e envie Ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado o
qual convém que o Céu retenha até aos tempos da restauração de tudo.” (Atos
3: 19-21).
O
tempo da vinda do Senhor e a restauração de todas as coisas, está de fato ás
portas e quando Jesus vier, é para receber o Seu povo e para Apresentar-Se à
Sua gloriosa igreja, sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas
santa e incorruptível. É para se ver perfeitamente refletido em todos os Seus
santos. Antes de Ele vir deve o Seu povo estar nessa condição, antes de Ele vir
devemos ter alcançado este estado de perfeição na completa imagem de Jesus,
pelo Seu poder. “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção
do dom de Cristo. Por isso diz:
“Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o
cativeiro, e concedeu dons aos homens. E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e
mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu
serviço, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade
da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, ou
ao homem perfeito, como dizem outras
versões, à medida da estatura da
plenitude de Cristo” (Efésios 4: 7-8, 11-13).
É
este estado de perfeição, esta revelação pela fé da imagem completa de Jesus em
cada crente que se constitui a consumação do mistério de Deus, sendo Cristo em
nós a esperança da glória. Essa consumação é cumprida na purificação do
santuário, que é a terminação do mistério de Deus, a terminação final da
transgressão, a terminação completa dos pecados; o ato de reconciliação pela
iniquidade, o trazer a justiça eterna, o encerramento da visão e da profecia, e
a consagração do santíssimo. Não é demais repetirmos Hebreus 10: 4: “Porque é impossível que o sangue de touros
e bodes remova pecados”. E de “O
Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã,” pág. 119: “Este é o grande
objetivo do verdadeiro sacerdócio no verdadeiro santuário. Os sacrifícios, o
sacerdócio, o ministério no santuário, que eram somente uma alegoria para o
tempo presente, não podiam efetivamente tirar o pecado. Não podiam, portanto,
fazer perfeitos aos que ali vinham, todavia, o sacrifício, o sacerdócio e o
ministério de Cristo no verdadeiro santuário tiram os pecados, para sempre,
fazendo, por conseguinte, os que se aproximam, perfeitos, tornando perfeitos
para sempre os que são santificados.
Perfeição,
completa santificação, chamem do que quiserem, mas, eis aqui como é descrito em
“Testemunhos Para Ministros” pp. 18 e
19: “Dotada da justiça de Cristo a igreja é sua depositária, e em plena e final
manifestação devem nela aparecer a
riqueza de Sua misericórdia, amor e graça. A declaração em Sua oração
intercessória, de que o amor do Pai é tão grande para conosco como para com Ele
mesmo, o Filho unigênito, e que onde Ele estiver estaremos nós sendo para
sempre um com Cristo e o Pai, é uma maravilha para as hostes celestes e é Sua
grande alegria. O dom de Seu Santo Espírito, rico, amplo e abundante, deve ser
para a Sua igreja como uma circundante muralha de fogo contra a qual os poderes
do inferno não prevalecerão. Em Sua incontaminada pureza e imaculada perfeição,
Cristo considera Seu povo como a recompensa de todos os Seus sofrimentos,
humilhação e amor e o suplemento de Sua glória: Cristo o grande centro de que
irradia toda glória. Bem-aventurados
aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro”.
(Apocalipse 19: 9).”
(Apocalipse 19: 9).”
Maravilhoso
e dizemos, Amém!
Alexandre Snyman
O irmão Alexandre Snyman foi pastor
adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de
sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto
à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se
vê de correspondência que recebi da mesma.
Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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