terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - JESUS, NOSSO SACRIFÍCIO E SALVAÇÃO, por Alexandre Snyman



O texto é Hebreus 10: 14: “Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre, quantos estão sendo santificados”.
O pensamento chave é: Voluntariamente Jesus entregou Sua vida e tornou-Se o sacrifício supremo a fim de nos salvar. O Seu sacrifício torna supérfluos todos os demais sacrifícios.
De Gregory de Nazianzus, escrito ao que tudo indica em 381 de nossa era: “Jesus iniciou Seu ministério tornando-Se faminto, contudo, Ele é o pão da vida; Jesus terminou Seu ministério terreno com sede, entretanto, Ele é a água viva; Jesus estava cansado, porém Ele é o nosso descanso; Jesus pagou tributo, mas Ele é o Rei; Jesus foi acusado de ter demônio, contudo Ele expulsava demônios; Jesus chorou, mas Ele enxuga as nossas lágrimas; Jesus foi vendido por 30 moedas de prata, contudo Ele redimiu o mundo; Jesus foi levado como um cordeiro ao matadouro, entretanto Ele é o Bom Pastor; Jesus morreu, mas por Sua morte destruiu o poder da morte”.
O pastor Millian Lauritz Andreasen, em sua obra, “O Livro de Hebreus” no capítulo 10, intitulado “Completa Santificação” diz: “O capítulo 10 da epístola de Hebreus prossegue na discussão da falta de eficácia da lei cerimonial em tornar o homem perfeito. A principal prova que o autor apresenta neste capítulo é o fato evidente de que, se a lei realmente fizesse o adorador perfeito, o oferecimento pelo pecado cessaria, pois, os homens não teriam mais consciência do pecado, não trariam mais qualquer oferta pelo pecado, (v.1 a 4). Tendo provado este ponto, o autor prossegue mostrando que Cristo, mediante o oferecimento de Seu corpo, de uma vez por todas, aperfeiçoou para sempre os que são santificados. A primeira demonstração disto Ele fez num corpo no qual veio realizar a vontade de Deus. A segunda demonstração Ele faz naqueles cujos pecados e iniquidades são removidos. Para esses, não há mais oferta pelo pecado, (v. 5 a 18). Onde há remissão de pecado e não mais consciência deles, pode haver ousadia perante Deus, devido ter Cristo entrado no santuário por nós em virtude de Seu sangue, (v.19 a 22). O resto do capítulo dedica-se à exortação para apegar-se à fé sem hesitação, encorajando-se mutuamente, em vista do fato de que o grande dia de Deus se aproxima, “porque ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará” (v. 23 a 39).
Cristo de modo algum decretou a abolição da lei sacrificial. Paulo por outro lado é muito enfático de que a lei cerimonial foi ab-rogada. Portanto, torna-se obrigação do apóstolo apresentar razões de peso para sua posição. Se ele puder demonstrar que Cristo introduziu perfeição, o que a lei levítica não podia fazer, ele conseguiu uma prova decisiva, pois, a cessação do pecado não só tornaria as ofertas pelo pecado desnecessárias, mas também a lei que as requeria.  O ponto vital é demonstrar que Cristo veio para eliminar o pecado; se Paulo puder fazê-lo ele não precisa de mais provas da anulação da lei que requeria a oferta pelo pecado, não haveria necessidade de tal lei. Indubitavelmente a obra no primeiro compartimento do santuário terrestre foi insatisfatória, pois, tinha que ser repetida dia após dia. O apóstolo mostra que a obra no segundo compartimento foi igualmente inadequada porque, conquanto temporária, provisoriamente eliminava o pecado; os serviços tinham que ser repetidos ano após ano, mostrando que não era uma obra permanente; a lógica disso é clara, creio que não é difícil entender o raciocínio por trás disso tudo. A imperfeição do sistema sacrificial, a necessidade de constante repetição, estabelece o fato de que não é uma obra permanente.
Agora, do verso 1º: “A lei tem sombra de bens vindouros”. Logicamente está subentendido ai que é a lei levítica. É significativa a declaração relativa a uma sombra, e não a própria imagem das coisas, o que equivale dizer que não seria de se esperar dai, uma semelhança bastante próxima entre a sombra e o objeto que a lançava. Uma imagem, uma fotografia, uma estátua, oferecem muito mais detalhes do que uma sombra, contudo, mesmo isso retrata imperfeitamente o original. Disso podemos esperar que a lei mostre o esboço da realidade; consequentemente, não é seguro extrair paralelos muito próximos.
O verso 2 [na KJV] diz: “Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos? por quantos que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecado.” Notem que é uma pergunta: Não teriam os sacrifícios cessado de serem oferecidos? A principal fraqueza do serviço do santuário, era que não podia fazer perfeitos os adoradores. Isto é evidente do próprio plano, que propicia um serviço anual repetido. Se os sacrifícios tivessem cumprido o seu propósito intencionado, não teriam cessado de serem oferecidos? Porque os adoradores uma vez purificados, não mais teriam consciência do pecado. Mas tão logo findava a sequência de serviços anuais, outra se iniciava, que culminava noutro dia da expiação. Tão logo os serviços expiatórios, no dia da purificação tinham conclusão, os sacrifícios noturnos se reiniciavam. O cordeiro era morto e o sangue espargido, tudo mostrando que mesmo a maior expiação que havia sido feita nesse dia não havia cumprido o seu propósito, não havia tornado o adorador perfeito. Notem a ênfase aqui sobre tornar perfeito, e notem esta última sentença novamente, tão logo os serviços expiatórios no dia da expiação tinham sido concluídos, os sacrifícios noturnos se reiniciavam; no mesmo dia; vocês veem?
O cordeiro era morto e o sangue espargido, tudo mostrando que, mesmo a maior expiação que havia sido feita nesse dia não havia cumprido o seu propósito, não havia tornado o adorador perfeito, eles ainda careciam de expiação e um ano depois repetiam todo o serviço, desse modo admitindo a ineficácia de conseguir a perfeição ou santificação. “Não cessariam de ser oferecidos?” Uma vez mais a mesma sentença com um ponto de interrogação, é uma pergunta interessante, de grande implicação, e o autor coloca-nos na obrigação de uma resposta afirmativa — eles teriam cessado de ser oferecidos porque uma vez purificado, o adorador não mais teria consciência do pecado.
Agora notem os versos 3 e 4: “Entretanto nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados”. O pastor Andreasen então comenta: “Seria injusto condenar os serviços pelo que não realizaram, e isso pela simples razão de que não poderiam fazer o que precisava ser feito. Não era possível que o sangue de bodes e touros eliminasse o pecado, nunca faria os adoradores perfeitos".
Uma vez mais a ênfase é sobre tornar os adoradores perfeitos. Uma lembrança cada ano, “Porque naquele dia se fará expiação por vós para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor” (Levíticos 16: 30).
A parte importante deste verso é que a ênfase está sobre a purificação, não tanto as coisas do santuário e outras coisas dessa natureza, mas que as próprias pessoas precisavam ser purificadas. “O sacerdote fará expiação por vós, para purificar-vos e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o Senhor”. (Levíticos 16: 30).
Ao longo do ano, o perdão era obtido pela confissão e oferecimento do sacrifício prescrito; no dia da expiação todos esses pecados eram novamente trazidos à lembrança, nesse dia o sumo sacerdote realizava pessoalmente todos os serviços. Ele oferecia o incenso, matava o touro e o bode, aspergia o sangue sobre a arca, o lugar santo e o altar. O povo não tinha parte alguma para participar no serviço, não levavam o cordeiro, não colocavam a mão sobre o sacrifício, nem matavam a vítima. Era tudo feito por eles, em contraste com o serviço diário. Esse serviço no dia da expiação, a que o autor faz referência, quando ele diz que aqueles sacrifícios que ofereciam ano após ano jamais poderiam tornar o adorador perfeito; o pastor Andreasen intitula esse capítulo em particular: Santificação Completa. Agora, porém, ele tira a conclusão de que se o sacrifício os fizesse perfeitos, eles não mais teriam consciência do pecado e as ofertas pelo pecado teriam cessado. Alguns, equivocadamente pensam que Cristo por um pronunciamento oficial, declara a lei levítica ab-rogada; Cristo jamais fez tal anuncio. Ele próprio não pecou, assim, em Seu caso, não havia necessidade por qualquer oferta pelo pecado e seria o mesmo no caso de qualquer outro se parasse de pecar; e se todos deixassem de pecar não mais haveria oferta pelo pecado; essa seria a forma ideal de ab-rogar a lei cerimonial.
Agora leiamos Hebreus 10:5 a 10: “Por isso, ao entrar no mundo diz: Sacrifício e oferta não quisestes; antes corpo Me formaste; não Te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então Eu disse: Eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a Meu respeito, para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Isto depois de dizer, como acima, sacrifícios e ofertas não quisestes, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto Te deleitastes.  Cousas que se oferecem segundo a lei. Então acrescentou: Eis aqui estou, para fazer ó Deus, a Tua vontade, remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo uma vez por todas”.
Agora tem o comentário na pág. 421: “Cristo em realidade realizou o que a lei não podia fazer? É necessário demonstrar isso, pois, se Cristo não tornou a perfeição viável, então Ele falhou no próprio aspecto em que a lei sacrificial falhou; então não estaremos em melhor condição do que antes. O apóstolo portanto demonstra,  que Cristo, no corpo que Lhe foi dado, operou a vontade de Deus em todo particular e mostrou como a perfeição pode ser obtida. Tendo dado uma demonstração que o alcançar perfeição é possível, Ele oferece santificar aqueles que vão a Ele”.
E com tudo isto em mente, vejamos agora o que o pastor Alonso Trevier Jones em seu livro “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã” pág. 76 nos tem a dizer; trata-se do capítulo 12 de seu livro e tem por título, suficientemente significativo: “Perfeição”. Vejamos primeiro o parágrafo que precede a este capítulo de Hebreus: “O verdadeiro santuário do qual aquele era um símbolo, o original do qual isto era um modelo, era naquele tempo existente; entretanto nas trevas e confusão do Egito, Israel perdeu a verdadeira ideia disto, tanto como também de muitas outras coisas que eram claras a Abraão, Isaque e Jacó. Através destas lições ilustradas Deus quis dar-lhes o conhecimento da verdade, por conseguinte não era um símbolo de alguma coisa por vir que ainda não existia, mas um símbolo no sentido de ser uma lição, uma parábola e representação visível daquilo que existia naquele tempo, sendo, porém invisível, para educá-los numa tal experiência na fé e na verdadeira espiritualidade, de modo que pudessem ver o invisível, e através disto tudo estava Deus a revelar-lhes, assim como a todos os povos, para sempre, que Ele, através do sacerdócio, ministério e o serviço de Cristo no verdadeiro santuário ou templo que está no Céu, vive entre os homens. Ele revelou que nesta fé de Jesus, perdão pelos pecados e expiação é ministrado ao homem para que Deus habite nele e ande nele, sendo Ele o seu Deus e eles o Seu povo; e que por isso seriam separados de todos os povos que há sobre a face da Terra, separados para Deus como Seus próprios e verdadeiros filhos e filhas para serem edificados para a perfeição no conhecimento de Deus” (Êxodo 33: 15-16; II Coríntios 6: 16-18 e 7:1).
Mas agora prossigamos no capítulo 12, sobre perfeição: “A grande ideia e o propósito do verdadeiro santuário, seu sacerdócio e seu ministério, é a de que Deus habite no coração do povo”. Qual a grande ideia e propósito em habitar no coração do povo? A resposta é perfeição, a perfeição moral e espiritual do adorador. Consideremos o seguinte: Ao fim do capítulo 5 da epístola aos Hebreus segue-se imediatamente a declaração de que Cristo, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos o que Lhe obedecem, chamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (vs. 9-10). Também está escrito pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição (Hebreus 6:1). A seguir é mostrado que a perfeição é alcançada somente através do Sacerdócio de Melquisedeque, e é demonstrado que isso foi sempre assim, e que o sacerdócio levítico foi somente temporário, e típico do sacerdócio de Melquisedeque. Seguindo-se a isto, na discussão do sacerdócio levítico, está escrito: “Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico, que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse contado segundo a ordem de Arão?” (Hebreus 7: 11). E outra vez na mesma conexão, pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança pela qual chegamos a Deus, (v.19).
Através destes versos vemos perfeitamente que a perfeição dos adoradores é aquela que é oferecida e alcançada no sacerdócio e ministério de Cristo. Mas estas ainda não são as reflexões todas a respeito desse pensamento, porque isto era como já foi citado na descrição do santuário e seu serviço, uma alegoria para o tempo presente em que se oferecem dons e sacrifícios que quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço. A grande falta era que nenhum desses serviços podia aperfeiçoar aquele que os executava. Por conseguinte, o grande pensamento, e alvo de tudo, é que o sacerdócio e o ministério de Cristo, no verdadeiro santuário, podem fazer e fazem realmente perfeito aquele que entra pela fé nesse serviço. Este serviço terrestre não podia aperfeiçoar, quanto à consciência, aquele que o executava; mas vindo Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros por maior e mais perfeito tabernáculo não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes ou bezerros, mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção (Hebreus 9: 11 e 12). Este santuário, sacerdócio, sacrifício e ministério de Cristo, aperfeiçoa, levando à eterna redenção cada um que pela fé entra no serviço. E, portanto, recebe o que este serviço foi estabelecido para dar.
Ademais, porque, se o sangue de touros e bodes e a cinza de uma novilha espargida sobre os imundos os santifica quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo? O sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha espargida sobre o ímpio santificava realmente, purificando a carne, no serviço levítico e no santuário terrestre; porque a escritura declara isto continuamente, e sendo isso assim, quanto mais o sangue de Cristo purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo. 
O que são as obras mortas? A morte é em si a consequência do pecado, obras mortas são, portanto, obras que têm pecado em si. A expiação da consciência das obras mortas é a inteira purificação da alma do pecado, pelo sangue de Cristo, através do Espírito eterno de modo que na vida e nas obras dos crentes em Jesus, o pecado não tenha mais lugar. As obras serão somente obras de fé. E a vida ser somente a vida com fé. Sendo isso o verdadeiro e puro serviço do Deus vivo. Também está escrito: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, não a imagem exata das coisas, nunca pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, podem aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? porque, purificados uma vez os ministrantes não mais devem ter consciência do pecado, mas naqueles sacrifícios há uma lembrança dos pecados feita novamente cada ano, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”. (Hebreus 10:1 a 4).
Isto mostra, outra vez, que apesar da perfeição ser o grande objetivo em todo ministério que se realizava debaixo da lei, a perfeição não podia ser alcançada por quaisquer dessas realizações; eram todas, simplesmente, figuras para o tempo então presente do ministério e sacerdócio pelo qual a perfeição é alcançada, ou seja, o ministério de Cristo. Estes sacrifícios não podiam aperfeiçoar aqueles que vinham ao santuário. O verdadeiro sacrifício, o verdadeiro ministério no santuário e no verdadeiro tabernáculo, tornam perfeitos de fato, aqueles que vêm ao santuário, e essa perfeição consiste em que os adoradores não mais tenham consciência do pecado. Não era possível ao sangue de touros e bodes tirar pecados, apesar destes sacrifícios terem sido oferecidos continuamente, e ano após ano, não era possível purificar os adoradores de tal maneira que não tivessem mais consciência dos pecados. O sangue de touros e bodes e as cinzas de uma novilha, espargida sobre o impuro, podiam santificar e realmente santificavam alcançando assim a purificação da carne; mas somente da carne. E até isto era uma alegoria para o tempo presente, do sangue de Cristo, que muito mais purifica os adoradores de tal maneira que não tenham mais consciência de pecado. Notem mais uma vez essa sentença repetida tantas vezes, pois não é possível que o sangue de bodes e touros removam os pecados. À base da pág. 80 de “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã”,  Alonso Trevier Jones diz: “Por conseguinte, como a vontade de Deus é a santificação e a perfeição dos adoradores, como a vontade de Deus é que Seus adoradores sejam purificados, de modo a não mais terem consciência do pecado, e como o serviço e as ofertas neste santuário terrestre não podiam fazer isto, tirou Ele tudo isto, para que pudesse estabelecer a vontade de Deus, na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”.
Santificação é a verdadeira observância de todos os mandamentos de Deus, em outras palavras, isto quer dizer que a vontade de Deus concernente ao homem é que Sua vontade seja perfeitamente cumprida no homem, Sua vontade é expressa em sua lei dos dez mandamentos, que é todo o dever do homem. Essa lei é perfeita e a perfeição de caráter é a perfeita expressão dessa lei na vida do adorador de Deus. Por essa lei vem o conhecimento do pecado e todos pecaram e carecem da glória de Deus, e ficaram aquém dessa perfeição de caráter. Os sacrifícios e ritos nos serviços do santuário terrestre não podiam eliminar os pecados dos homens, e assim, não podiam trazê-los a esta perfeição. Mas o sacrifício e o ministério do verdadeiro Sumo Sacerdote, no santuário e verdadeiro tabernáculo, de fato realiza isto; elimina inteiramente todo o pecado e o adorador é tão plenamente purificado que não mais tem consciência do pecado. Pelo sacrifício, a oferta, e o serviço de Si mesmo, Cristo eliminou os sacrifícios e as ofertas e os serviços que nunca poderiam eliminar o pecado. Por Sua perfeita prática da perfeita vontade de Deus, Ele estabeleceu a vontade de Deus, nessa vontade é que temos sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas (Hebreus 10: 10).
Neste ponto, permitam-me lembrar-lhes novamente o parágrafo de abertura do livro de E. J. Waggoner: “Cristo e Sua Justiça”. No primeiro verso do terceiro capítulo de Hebreus, temos uma exortação que abrange todas as ordens dadas aos cristãos, trata-se disto: “Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão — Jesus”. Fazer o que a Bíblia ordena, considerar a Cristo contínua e inteligentemente como Ele é, transformará uma pessoa num perfeito cristão, pois pelo contemplar é que somos transformados. Estou certo de que podem ver o paralelo do que estamos estudando de Alonzo Trevier Jones com este primeiro parágrafo de Ellet Joseph Waggoner. Observem o que Jones diz adicionalmente: “Neste anterior santuário terrestre e serviço, o sacerdote aparecia cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios que nunca podiam tirar os pecados, mas Este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus, esperando até que os Seus inimigos sejam postos por escabelo de Seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hebreus 10: 11-14). Assim, a perfeição é, em todos os sentidos, obtida através do sacerdócio, do sacrifício e do serviço deste nosso Sumo Sacerdote, à destra do trono da Majestade nos Céus, no Seu ministério no santuário e verdadeiro tabernáculo que o Senhor fundou e não o homem. E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois daqueles dias, diz o Senhor, porei as Minhas leis em seus corações e as escreverei em seus entendimentos, e acrescenta, e jamais me lembrarei de seus pecados e das suas iniquidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. (Hebreus 10: 15-18). 
E este é o caminho novo e vivo que Cristo através da carne consagrou por nós, para toda a humanidade, E pelo qual cada alma pode entrar no mais santo de tudo, o mais santo de todos os lugares, a mais santa de todas as experiências, o mais santo de todos os relacionamentos, o mais santo de todos os viventes. Este caminho novo e vivo que Ele nos consagrou através da carne, isto é, Ele vindo na carne e identificando-Se como a humanidade na carne, consagrou-nos a nós que estamos nesta carne, um caminho de onde estamos para lá onde Ele atualmente está, ou seja, à destra do trono da majestade nos céus, no lugar santíssimo. Na Sua vida na carne, tendo sido feito em todas as coisas como nós, e tendo sido tentado em todos os pontos como nós, identificou-se com cada alma humana, mesmo lá onde ela está; e deste lugar, onde cada alma humana está, consagrou Ele para esta alma um caminho novo e vivo, através de todas as vicissitudes e experiências de uma vida inteira, e mesmo através da morte, da sepultura para dentro do lugar santíssimo à destra do trono da Majestade nos Céus.
Agora, por favor, atentem bem às palavras de Jones em continuação na pág. 83 de seu livro “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã”: “Ó esse caminho consagrado; consagrado por Suas tentações e sofrimentos, por Suas orações e lágrimas, por Seu viver santo e morte sacrifical, por Sua triunfante ressurreição, e gloriosa ascensão e por Sua triunfante entrada no santíssimo do santuário celestial, à mão direita do trono da Majestade no Céu; esse caminho Ele consagrou para nós, como Ele Se tornou um de nós, fez este o nosso caminho, a nós pertence. Ele dotou cada alma com direito divino de andar neste caminho consagrado, e como Ele próprio fez isto, na carne, na nossa carne, criou a possibilidade, dando-nos segurança real, para que cada alma humana possa andar nesse caminho, em tudo quanto Ele represente e por Ele entrar plena e livremente no lugar santíssimo. Ele como um de nós, na nossa natureza humana, fraco como nós carregado com os pecados do mundo, na nossa carne pecaminosa, neste mundo, uma vida inteira, viveu uma vida santa. Sendo inocente, puro, separado dos pecadores e foi feito mais sublime do que os Céus; e foi assim que Ele fez e consagrou um caminho (Hebreus 10: 20), pelo qual cada crente nEle pode, neste mundo, e durante uma vida inteira viver uma vida santa, inocente, pura, separada dos pecadores e, em consequência, ser tornado como Ele, mais alto que os Céus.
Estes são pensamentos tremendos. Para muitos, isso é demais, mas entendemos que esta mensagem que nos veio a mais de cem anos, é aquela que nos foi ordenado dar ao mundo [Test. Para Ministros, pág. 92]; e esse é o cerne do que temos recebido por esses dois mensageiros, os pastores Alonzo Trevier Jones e Ellet Joseph Waggoner. E logicamente cremos que Ellen G. White foi também parte dessa mensagem, uma parte vital da mesma. Na pág. 84 de “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã,” temos isto: “Perfeição, perfeição de caráter é o alvo do cristão, perfeição obtida na carne humana neste mundo. Cristo obteve esta perfeição na carne humana neste mundo, e assim fez e consagrou um caminho, pelo qual, nEle cada crente pode obter o mesmo. Ele tornou-Se assim nosso grande Sumo Sacerdote; pelo Seu ministério sacerdotal no verdadeiro santuário, para capacitar-nos a obtê-la. Perfeição é o grande alvo dos cristãos e o Sumo Sacerdócio é o ministério de Cristo no verdadeiro santuário, é o único caminho do qual cada alma humana pode obter este verdadeiro alvo neste mundo”. “O Teu caminho ó Deus está no santuário” (Salmo 77: 13).
“Tendo, pois, irmãos ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne, e tendo um grande Sacerdote sobre a casa de Deus, acheguemo-nos  com verdadeiro coração e inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é O que prometeu” (Hebreus 10: 20-23). “Porque não tendes chegado ao fogo palpável e ardente e à escuridão e ao clangor da trombeta e ao som das palavras tais que quantos as ouviram suplicaram que não lhes falasse mais” (Hebreus 12: 18-19). Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e à universal assembléia, e à igreja dos primogênitos, escritos nos Céus e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados e a Jesus, o Mediador da nova aliança e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que falou o próprio Abel. Oh! tendes cuidado, não recuseis ao que fala, pois, se [não] escaparam aqueles que recusaram a ouvir quem divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos dAquele que dos Céus nos adverte”. (Hebreus 12: 18-25).
E notem mais de “O Caminho Consagrado,” pág. 122: “Jesus Cristo é o verdadeiro Sacerdote. Por conseguinte, cada um que crê em Jesus Cristo, no Seu sacrifício e no ministério que Ele exerce no verdadeiro santuário, deve não somente confessar seus pecados, mas para sempre implicitamente confiar neste verdadeiro Sumo Sacerdote, em Seu ministério, no verdadeiro santuário, para acabar com a transgressão, dar fim aos pecados, fazer reconciliação pela iniquidade e trazer  justiça eterna no seu coração e na sua vida. Justiça eterna, bem entendido, não justiça para hoje e pecado amanhã e de novo justiça e de novo pecar; isto não significa justiça eterna. Justiça eterna é justiça que é trazida ao interior do indivíduo e permanece eternamente na vida daquele que tinha acreditado e confessado e que continua ainda acreditando, e recebe esta justiça eterna no lugar de todos os pecados, de todo ato de pecar. Unicamente esta é a justiça eterna, somente esta é redenção eterna do pecado. Esta benção inexprimível é um dom gracioso de Deus, através do ministério celeste que estabeleceu em nosso favor , no Sacerdócio e ministério de Cristo no santuário celeste. Consequentemente, hoje, mesmo agora, durante o tempo que se chama hoje, como nunca antes, é a palavra de Deus para todos os povos: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham os tempos de refrigério pela presença do Senhor, e envie Ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado o qual convém que o Céu retenha até aos tempos da restauração de tudo.” (Atos 3: 19-21).
O tempo da vinda do Senhor e a restauração de todas as coisas, está de fato ás portas e quando Jesus vier, é para receber o Seu povo e para Apresentar-Se à Sua gloriosa igreja, sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e incorruptível. É para se ver perfeitamente refletido em todos os Seus santos. Antes de Ele vir deve o Seu povo estar nessa condição, antes de Ele vir devemos ter alcançado este estado de perfeição na completa imagem de Jesus, pelo Seu poder. “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso diz:
Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, ou ao homem perfeito, como dizem outras versões, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4: 7-8, 11-13).
É este estado de perfeição, esta revelação pela fé da imagem completa de Jesus em cada crente que se constitui a consumação do mistério de Deus, sendo Cristo em nós a esperança da glória. Essa consumação é cumprida na purificação do santuário, que é a terminação do mistério de Deus, a terminação final da transgressão, a terminação completa dos pecados; o ato de reconciliação pela iniquidade, o trazer a justiça eterna, o encerramento da visão e da profecia, e a consagração do santíssimo. Não é demais repetirmos Hebreus 10: 4: “Porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados”. E de “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã,” pág. 119: “Este é o grande objetivo do verdadeiro sacerdócio no verdadeiro santuário. Os sacrifícios, o sacerdócio, o ministério no santuário, que eram somente uma alegoria para o tempo presente, não podiam efetivamente tirar o pecado. Não podiam, portanto, fazer perfeitos aos que ali vinham, todavia, o sacrifício, o sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário tiram os pecados, para sempre, fazendo, por conseguinte, os que se aproximam, perfeitos, tornando perfeitos para sempre os que são santificados.
Perfeição, completa santificação, chamem do que quiserem, mas, eis aqui como é descrito em “Testemunhos Para Ministros” pp. 18 e 19: “Dotada da justiça de Cristo a igreja é sua depositária, e em plena e final manifestação devem nela aparecer  a riqueza de Sua misericórdia, amor e graça. A declaração em Sua oração intercessória, de que o amor do Pai é tão grande para conosco como para com Ele mesmo, o Filho unigênito, e que onde Ele estiver estaremos nós sendo para sempre um com Cristo e o Pai, é uma maravilha para as hostes celestes e é Sua grande alegria. O dom de Seu Santo Espírito, rico, amplo e abundante, deve ser para a Sua igreja como uma circundante muralha de fogo contra a qual os poderes do inferno não prevalecerão. Em Sua incontaminada pureza e imaculada perfeição, Cristo considera Seu povo como a recompensa de todos os Seus sofrimentos, humilhação e amor e o suplemento de Sua glória: Cristo o grande centro de que irradia toda glória. Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro”.
(Apocalipse 19: 9).” 
Maravilhoso e dizemos, Amém! 
Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma.
 

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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