terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - Jesus e a Bíblia Hebráica, por Alexandre Snyman


Jesus e a bíblia hebraica, tem muito a ver com a introdução geral do tema do Santuário, assim, abordaremos os dois ao mesmo tempo.
O Pastor Jack Sequeira, autor do livro “Laodicéia”, recentemente publicado pela C. P. B, a Nossa Casa; quando na IASD de Washington, pregou duas séries de palestras de 27 sermões cada. A primeira sobre o livro de Hebreus, a segunda sobre o Santuário, à qual deu o nome de “God Show In Tell”, que seria algo como (o plano da salvação em três dimensões), explicando que “a maioria das pessoas tem dificuldade para entender uma planta, dai, os engenheiros construírem esboços tridimensionais para que o leigo possa compreender o projeto a ponto de opinar. Assim, o Santuário, seria a maquete divina do plano da salvação. Nesta série, citaremos destes estudos.
No sermão Cristo maior que os anjos, disse: ”Com a morte dos discípulos, a igreja passou a ser comandada pelos gentios, especialmente os chamados pais da igreja; e a doutrina do Santuário foi tida como algo aplicável só aos judeus, até o século XIX, quando a igreja Adventista a ressuscitou. Esta é a única contribuição genuína e exclusivamente adventista, para o cristianismo. Por que então não causou tanto impacto? Existindo mesmo muita crítica negativa. Será que temos posto como o povo de Israel, tanta ênfase em mobiliários, ritos, bodes e touros, esquecendo-nos de Cristo?”.
  No sermão: Cristo, a palavra final de Deus, o pastor Jack Sequeira disse: “O livro de Hebreus, é a mais clara e sistemática apresentação de Cristo da Bíblia. O tema do livro de Hebreus é: Jesus é o cumprimento de todas as promessas do Velho Testamento.” Bem, a ideia capital de Hebreus é uma de excelência, superioridade, primor; assim Cristo, a tudo, prometido por meio de tipos e símbolos, sobrepuja. Ninguém em nada O excedeu jamais, não lhe é superior, e não O suplantará em qualidade poder e sublimidade.
 Em consequência disto, a palavra chave do livro de Hebreus é: Melhor, algo superior e preferível.
Primeiro: Cristo é a melhor revelação (Hebreus 1:1-4); Segundo: Cristo é a melhor esperança (Hebreus 7:19); Terceiro: Cristo é a melhor fiança, garantia (Hebreus 7:22); Quarto: Cristo é o melhor sacerdócio (7:23-28); Quinto: Cristo é o melhor concerto e promessa (Hebreus 8:6); Sexto: Cristo é o melhor sacrifício (Hebreus 9:23); Sétimo: Cristo é a melhor possessão (Hebreus 1:1-4), e, Oitavo: Cristo é a melhor ressurreição (Hebreus 11:35). Enfim, Cristo é melhor do que todos os tipos e símbolos empregados nas promessas do V. T. Cristo é a ancora da alma (Hebreus 6:19, p.p), segura e firme, e que penetra até o interior do véu (u.p do verso). O nosso grande consolo e que nos deixa tranquilos, Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje e eternamente” (Hebreus 13:8).
O livro de Hebreus foi escrito com o propósito de apresentar a Cristo, pois Ele é a resposta para cada necessidade humana. Foi escrito, provavelmente, entre os anos de 64 a 67 da era cristã, com a finalidade de preparar os cristãos judeus em Cristo Jesus, pela providência divina, para a crise que viria no ano 70 com a destruição de Jerusalém, desviando a atenção deles do templo e da cidade, para o Salvador Jesus Cristo. Igualmente hoje, a doutrina do Santuário nos é importante, para desviar nossa atenção de nossos bens, gorda aposentadoria, sucesso profissional, dinheiro no banco, etc., para olharmos exclusivamente a Cristo.
Existem mais de duzentos símbolos bíblicos da aliança de Deus, através do Santuário, diz-nos o Pastor Lesley Wardinst, cujas obras podem ser encontradas em qualquer loja nos U. S. A, tipo Cels, chamadas ABC, as Book Store Adventistas. 

Entre outros, existiu em nossa igreja, dois bons autores, quanto ao assunto do Santuário, se não os melhores. 
Primeiro: O pastor Frederico Carnes Gilbert que escreveu o Livro “O Messias no seu Santuário”, constitui-se de uma série de estudos sobre o santuário e os seus serviços, tanto em tipo, quanto em realidade, na pessoa de Jesus Cristo. O pastor Frederico teve em nossa igreja, como o principal trabalho ser um evangelista aos judeus (Enciclopédia Adventista, págs. 515 e 516). 
Segundo: O pastor Millian Lauritz Andreasen, ele estudou profundamente a doutrina do santuário, e foi considerado uma autoridade neste assunto. Por muitos anos foi o principal, ou pelo menos, um dos mais importantes pastores em nossa igreja; escreveu os livros: O Serviço do Santuário e a Epístola aos Hebreus (Enciclopédia Adventista, pág. 43). Vamos citar nesta série das obras desses expoentes da doutrina do santuário. Ficamos surpresos que ao examinarmos obras de teólogos adventistas contemporâneos, estes dois pastores e suas obras não são sequer alistadas, nem mesmo na bibliografia como consultados.
    Comecemos com o pastor Frederico Gilbert em “O Messias no Seu Santuário,” pág. 5, onde ele diz: “O pecado não estava incluído no programa de Deus para esta Terra, Satanás é um inovador e originador do antinomismo, teoria adversa ao princípio da lei. Ele não tinha o direito de introduzir nesta Terra, desobediência aos mandamentos de Deus; mas o Eterno Deus nos garantiu em Sua palavra que a raiz e os ramos do pecado serão destruídos, devem ser consumidos em fumaça e cinzas (Malaquias 4:1, u. p). O Senhor repetidamente revelou por tipos e lições objetivas contidas nos serviços e cerimônias do antigo Santuário, os meios que Ele usará através do grandioso poder do Divino Salvador Jesus, para trazer a um fim, o reino do erro e da morte; e completa luz deste ensinamento celestial foi dada à presente geração. Há 2500 anos o profeta Daniel predisse o tempo, quando Cristo haveria de transferir Seu ministério do lugar Santo para o Santíssimo do santuário celestial, preparatório para o tempo quando a divina intercessão para a salvação do homem seria terminada. A este profeta, através do mesmo mensageiro celestial, Gabriel, foi revelada à sequência dos eventos que culminariam com o tempo quando pecado e pecadores não mais existirão. O assunto do santuário celestial e seu ministério ilustrado pela grande parábola do tabernáculo no deserto e posteriormente pelo templo em Jerusalém como o sacerdócio, sacrifícios e outros serviços rituais, foi dado para difundir brilhantes raios de luz celestial sobre todas as nações, tribos, línguas e povos no final do maior período profético mencionado na Bíblia. a saber, os 2.300 dias de Daniel 8:14. No final desse período o livro selado de Daniel seria aberto e os sábios entenderiam:
“O assunto do santuário, em conexão com os 2.300 dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente apropriados para esclarecer o passado movimento adventista e mostrar qual é a nossa presente posição. Estabelecer a fé do vacilante e dar a certeza do glorioso futuro; esses, tenho frequentemente visto, são os principais assuntos sobre o que os mensageiros se devem demorar” (Primeiros Escritos, pág. 63).
E, de Obreiros Evangélicos, págs. 302 e 303: “Temos de estar estabelecidos na fé segundo a luz da verdade que nos foi dada em nossa primeira experiência. Naquele tempo erro após erro, procurava forçar a entrada entre nós, ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita oração e o Espírito Santo nos trazia às nossas mentes a verdade. Por vezes, noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Grupos de homens e mulheres devotos se associavam conosco com este propósito, o poder de Deus descia sobre mim e eu era capacitada, claramente, para definir e separar a verdade do erro. Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés eram colocados sobre um sólido alicerce; aceitávamos a verdade ponto por ponto, sobre o esclarecimento do Espírito Santo. Eu era tomada em visão e explanações me eram dadas; foram concedidas ilustrações de coisas celestiais e do santuário, e assim fomos colocados em condições de receber luz que sobre nós resplandecia em raios claros e distintos. Eu sei que nossa doutrina do santuário, se firma em justiça e verdade exatamente como a temos pregado por tantos anos. É o inimigo que desvia certas mentes por veredas estranhas, ele fica feliz quando aqueles que conhecem a verdade, se empenham em carrear textos bíblicos para embasar teorias errôneas que não têm base na verdade. As Escrituras são assim desvirtuadas, não foram concedidas para dar forma concreta ao erro, mas para solidificar resistência à verdade”.
     O santuário e sua purificação podem ligar o interesse do coração daquele que deseja entender os propósitos do Criador e Redentor na salvação dos justos e na final disposição do pecado.
Do pastor M. L. Andreasen do prefacio de sua obra o “Livro de Hebreus”, temos isto: “O livro de Hebreus apareceu em um tempo crítico da igreja primitiva. A destruição de Jerusalém estava iminente, todos os sinais declaravam que o evento não poderia estar muito distante e muitos dos crentes entendiam que isto seria o fim do mundo, o que não é de se admirar, pois mesmo na mente de alguns dos apóstolos estes dois eventos estavam entrelaçados; eles indagaram a Jesus “quando acontecerão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim dos tempos?” (Mateus 24:3, ú.p.). Na página 7, o pastor Andreasen diz: “Quando Jesus visitou Jerusalém pela última vez, quando o povo O aclamava como o Rei, Ele chorou sobre a cidade dizendo: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. Pois, sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e, por todos os lados te apertarão o cerco” (Lucas 19:42 e 43).
E mais tarde Ele disse: “Todas estas coisas hão de vir sobre esta geração” (Mateus 23:36). Isto causou consternação e pânico entre os discípulos, não lhes parecia possível que Deus iria esquecer-Se de sua cidade e povo, e como poderia ser que o inimigo ainda que poderoso, destruísse o templo? Não era ele construído com enormes e maciças pedras? Bem, talvez Jesus não tenha notado quão grandes eram estas pedras, pois então seria mais cauteloso em Suas declarações. Assim, quando Jesus ia saindo do templo, Seus discípulos O pararam para Lhe mostrarem a estrutura do templo (Mateus 24:1). Aparentemente inconscientes do fato de que Ele poderia saber disto mais do que imaginavam. Ao caminharem um dos discípulos disse: “Mestre, veja que pedras, que edifício!” (Marcos 13:1). Na King James temos a impressão de que o referido discípulo dizia assim: “Mestre, veja que método de construção, com estas grandes pedras, observe que técnica!”
   Era-lhes embaraçoso ouvir de Jesus, predições que criam nunca ocorreriam; mas Jesus com tal autoridade afirmou: “Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (v. 2), que nada mais inquiriram; mas devem ter pensado muito a respeito, pois quando chegou ao Monte das Oliveiras, de fronte ao templo, Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: “Mestre, quando acontecerão estas coisas” (v. 4 p.p); e que sinal haverá de Tua vinda e do fim dos tempos? (Mateus 24:3); ou do fim do mundo (Na versão King James). Jesus não separou em Mateus 24, os eventos que se referiam à destruição de Jerusalém dos do fim do mundo; é evidente, entretanto, que um evento é simbólico do outro, e que a profecia é de dupla aplicação. Embora separados por um longo período, tinham muito em comum. Os discípulos formularam duas perguntas: quando acontecerão estas coisas?, referindo-se as pedras que não ficariam uma sobre a outra, quando da destruição de Jerusalém e do templo, e a outra: que sinais haverá da Tua vinda e do fim do mundo? Após a ascensão, os discípulos devem ter pesado cada palavra de Jesus, e as comparado com as profecias do Velho Testamento. Cristo não poderia retornar enquanto o evangelho não fosse pregado em todo o mundo (Mateus 24:14) e isto não havia ainda sido feito. Também não ocorrera que o sol e a lua e as estrelas tivessem testemunhado do cumprimento da profecia e as potências do céu não haviam ainda sido abaladas (vs. 29 e 30), e, no entanto dissera que todos ou muitas coisas deveriam ainda ocorrer naquela geração (Mateus 23:26). Assim, muitos criam que Cristo voltaria em breve. Mas Paulo, na sua epistola aos Tessalonicenses, os advertiu: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostaria e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (Capítulo 2:3 , de 2ª Tessalonicenses).
    A carta de Paulo trouxe luz sobre eles, mas também causou desencorajamento em certa medida. Se houve um tempo em que a igreja muito precisou de encorajamento, aquele foi um. Os discípulos estavam morrendo um por um, e, em breve, seria a igreja deixada sozinha, Entretanto, Cristo prometera que não os deixaria órfãos (João14:18), mas, agora, parecia que exatamente isto ocorria. Era um tempo crítico. Porque Jesus demorava tanto? O que estava Ele fazendo? Estava Ele lá nos céus, sentado, olhando os acontecimentos ou realizava alguma importante obra?  Foi nesse tempo de perplexidade que o livro de Hebreus apareceu com a luz necessária e o conforto devido. Agora todo o Israel poderia entender bem, que a morte do sacrifício não era suficiente para expiação; devia haver uma ministração do sangue para tornar a oferta eficaz. Se isto não for entendido, também por nós, não compreenderemos o livro de Hebreus. Vamos, portanto repetir esta frase: Devia haver uma ministração do sangue para tornar a oferta eficaz. No capítulo 9, dos versos 24 a 28 ouvimos: “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porem no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para Se oferecer a Si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que Ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou, uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado, E, assim como aos homens esta ordenado morrerem uma só vez, e depois disto o juízo, assim também Cristo, tendo-Se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”.
   O de que o povo necessitava, era uma clara concepção do que Cristo estava fazendo por eles nas cortes celestiais; precisavam de um entendimento do Santuário Celestial e do seu serviço, isto explicaria a demora em Sua volta e restauraria sua vacilante fé. Eles viviam no tempo do cumprimento da primeira parte da profecia de Jesus, a destruição de Jerusalém e do templo. Nós hoje vivemos na segunda parte, a volta de Cristo nas nuvens de glória. Tanto quanto havia extravagantes errôneos ensinamentos então, atualmente há os que erram. Há tanta necessidade de diligente estudo da Palavra de Deus em nosso tempo, quanto naquela época e, talvez, mais ainda. O livro de Hebreus foi um importante fator estabilizante na crise daquele tempo antes da queda de Jerusalém. É de se esperar que a discussão dos temas relativos ao santuário celestial, seja de alguma ajuda para a igreja hodierna.
   Como cristãos que crêem na breve volta de Jesus, devemos estar bem firmados na fé uma vez dada aos santos. Todos temos que ter os olhos firmados no grande Sumo Sacerdote e no trabalho que Ele está fazendo no santuário acima, ou onde Ele sempre vive para fazer intercessão por eles (Hebreus 7:25, u.p). E que seja o privilégio de muitos de nós, entramos com ousadia no Santo dos Santos, pelo sangue de Cristo, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne (Hebreus 10:19 e 20). Esta é a esperança e a oração de quem escreveu Hebreus, e do autor deste livro o Pastor M.L. Andreasen, no seu tempo, o principal pastor adventista.
    O pastor Jack Sequeira, de quem já vos falamos, disse que há grande controvérsia sobre quem escreveu o livro de Hebreus; uns dizem que foi Lucas, outros Timóteo ou Barnabas [Atos 4:36 e 13:1 na KJV], outros ainda Pedro, Apolo ou mesmo Priscila, neste caso seria a única autora feminina no Novo Testamento. O livro de Hebreus foi escrito provavelmente em hebraico ou aramaico, mas este manuscrito perdeu-se; o único de que dispomos é o manuscrito grego, e, linguisticamente parece impossível que Paulo tenha escrito o livro de Hebreus se o considerarmos do ponto de vista do manuscrito grego, a despeito de controvérsia temos a iluminação de Ellen G. White de que Paulo foi quem o escreveu.
   O pastor Frederico Gilbert, na página 11 de seu livro, O Messias em Seu Santuário, diz: ”A primeira menção do santuário na Bíblia está em Êxodo 15:17, “Tu os introduzirás e os plantarás no monte da Tua herança, no lugar que aparelhastes, ó Senhor, para a Tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as Tuas mãos estabeleceram.”.
     O pastor Urias Smith, no seu livro Daniel e Apocalipse, página 209, diz: “A palavra santuário ocorre no Velho e Novo Testamentos 140 vezes, e nos dicionários, bem como nos diferentes contextos bíblicos aonde aparece, significa um santo e sagrado lugar, lugar para habitação do Altíssimo; assim, não pode ser a Terra, por não ser nem uma coisa, nem outra. O propósito da construção do santuário era para que Deus pudesse “shakan,” habitar com um povo santo (Êxodo 25:8). A palavra “shakan,” é intimamente relacionada com “Shekinah”, o lugar de repouso de Deus. Como Deus residiu com os filhos de Israel, Ele deseja habitar no nosso coração pelo Seu espírito. O apóstolo Paulo transmite essa idéia quando se refere a Êxodo 29:45, dizendo em II Coríntios 6:16, “Que ligação há entre o Santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus Vivente, como Ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; Serei o seu Deus e eles serão o Meu povo”. Deus confiou ao povo de Israel o santuário e os seus serviços (Êxodo 25:1-9), para serem uma propriedade peculiar dentre todos os povos, para serem um reino sacerdotal (Êxodo19: 5 e 6). Deus não faz acepção de pessoas, não há parcialidade com o Criador, Deus escolheu a Abraão para ser uma benção a todos os povos (Gênesis 12:2 e 3 e Romanos15:8). Com este propósito, das duas instituições incumbiu Deus de serem os filhos de Israel depositários: “Guardareis os meus sábados e reverenciareis o Meu tabernáculo, Eu sou o Senhor”. (Lucas 19:30 e 26:2). 
    Para relembrá-los da íntima relação que existe entre o sábado do Senhor e o lugar da habitação de Deus é que era lhes constantemente repetido que deviam ser um povo santo, a fim de que todas as nações dissessem: “...Este grande povo é realmente gente sábia e entendida” (Deuteronômio 4:6 u.p). Não se deviam misturar socialmente com as nações gentílicas (Êxodo 33:16 e Números 23:9), mas deviam ser uma benção para elas (Gênesis 12:2). Entretanto o povo de Deus se trancou em torno de si mesmos e passaram a se preocupar com a letra da lei e o formalismo da sua religião.
“Cerimônias externas e um conhecimento teórico da verdade, constituía-se em justiça farisaica. Uma grande decepção da mente humana nos dias de Cristo, era que um mero assentimento a verdade, constituía-se em justiça; os fariseus reivindicavam serem filhos de Abraão, entretanto esta vantagem não os preservava de egoísmo, malignidade, ganância e a mais baixa hipocrisia. As cerimônias exigidas no serviço de Deus não são ritos destituídos de sentido, como o dos fariseus hipócritas” (O Desejado de Todas as Nações, págs, 309 e 310).
    A palavra hebraica separado (Êxodo 33:16) é mais frequentemente traduzida como: maravilhoso. Deus queria que Seu povo fosse lembrado pelos povos vizinhos com uma nação prodigiosa. Hebreus, foi escrito mais como um sermão, do que uma carta, apontando Jesus e Sua obra aqui na Terra e no Céu, nos ajudando a entender a grande salvação provida por Deus. A mensagem de Deus para seu povo sempre foi: Não desanime!
    Para quem o livro de Hebreus foi escrito? apesar da concentração do sistema do santuário, o sacerdócio, a historia hebraica e, sem dúvida, a Bíblia hebraica, que requerem um bom entendimento do Velho Testamento para serem entendidas, torna-se plausível entender que, os destinatários da epistola aos hebreus, eram os cristãos judeus, uma posição igualmente assumida pelos eruditos. Primordialmente diríamos que aos cristãos judeus de Jerusalém, mas em verdade a todos os cristãos judeus. O autor escreve a eles como se conhecessem o Velho Testamento bem, não somente a sua história, mas o ritual do santuário revelado em suas páginas. Com relação ao conteúdo da epistola, Hebreus 2:3 diz: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram.”
Vimos do Pastor Andreasen, no prefácio de sua obra “O Livro de Hebreus” que o apóstolo Paulo estava escrevendo aos crentes judeus em Jesus, que estavam em perigo de descrerem do cristianismo e retornarem ao judaísmo. Eles estavam perdendo a fé na segunda vinda, achavam que Cristo já deveria ter retornado, e, conforme o tempo passasse estavam em perigo de perderem as grandes verdades do evangelho; e o mesmo pode ocorrer conosco hoje. Exatamente para prevenir isto, o autor de Hebreus, nos dá claras advertências e conselhos. Por exemplo; capítulo 2:1-4. “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos deviemos. Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão e desobediência recebeu o justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho justamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuição do Espírito Santo, segundo a sua vontade”. Depois, capítulo 3:7 a 4:13, não leremos aqui todos esse texto, mas dos versos 7-10 temos: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a Sua voz não endureçais os vossos corações como foi na provação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais Me tentaram, pondo-Me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, Me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram no coração, eles também não conheceram os Meus caminhos”.
   Agora ouçam Deus falando de seu repouso: “Porque em certo lugar assim disse no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera” (capítulo 4:4). Nos versos que se seguem a palavra grega para repouso significa descanso, como numa simples soneca durante o dia, mas quando chegamos no v.9 e lemos: “Portanto resta ainda um repouso para o povo de Deus”, a palavra aí é outra, “sabatismós,” que quer dizer guarda do sábado. Em virtude disto Hebreus 4:9, deve ser assim lido: “Portanto ainda é dever do povo de Deus guardar o sábado”.
Agora, um verso que tem causado polêmica entre os eruditos, capítulo 10:26 “Porque se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados.” O pastor Jack Sequeira no sermão “Cristo Maior Que os Anjos”, pergunta: O que é o pecado? Geralmente dizemos: é a transgressão da lei; mas aqui irmãos, é usado no sentido de rejeitar a Cristo, esta é a essência de todo pecado. João 16:8 e 9 diz: “O Espírito Santo convence o mundo do pecado, e no final do verso diz: porque não creem em Mim”. Se rejeitarmos a Cristo, após O conhecermos, não há quem vá morrer por nós, já não resta sacrifício pelo pecado. Como escaparemos nós se rejeitarmos tão grande salvação? (Hebreus 2:3, p.p). Não devemos estar preocupados aqui que cometemos o pecado imperdoável; o autor de Hebreus está advertindo da final e absoluta rejeição da voz do Espírito Santo, falando a nós, e isto estou certo não ocorre com quem em singeleza e sinceridade de coração, com oração esta em busca da verdade. Mas, devemos estar alertas que, após recebermos o conhecimento da verdade, não devemos ficar cometendo o mesmo pecado vez após vez, continuamente; este pode ser um meio pelo qual passamos a não mais ouvir a voz do Espírito Santo a nos apelar.
     Estas advertências e conselhos revelam o que estava acontecendo quando o livro Hebreus foi escrito. Rejeitar ou perder a salvação; afastar-se de clara proclamação e ensinamento do N.T; perder o divino repouso, por descrença ou desobediência; pecar deliberadamente; viver uma vida destituída de ética, estes são apenas alguns dos perigos que os hebreus defrontavam, e nós também. Eis ai, porque Paulo escreveu esta longa carta, apontando a Jesus; quem era Jesus, o que Ele fez, o que estava fazendo por eles agora. Sua doença espiritual ameaçava seu eterno destino.
Cristo é o esplendor da glória do Pai (Hebreus 1:3); Sua vinda nos inaugurou uma nova era, os últimos dias. Nossa lição destaca também as designações de Jesus, Filho, Cristo, Capitão da salvação, nossa segurança, nosso Mediador, nosso Pastor, nosso Sumo Sacerdote, autor e aperfeiçoador de nossa fé, etc. Mas, é importante sempre nos lembrarmos de que é o próprio Pai que chama o Filho de Deus (cap1:8), constituindo esta uma das melhores provas da eternidade de Cristo, e de sua participação na Divindade. Temos este importante texto: Hebreus 4:15 “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes foi Ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado”.
   Vejam, se Jesus foi tentado em todos os pontos, justamente como nós somos tentados, e, entretanto não pecou, isto significa que Ele tinha que ser como nós, a fim de defrontar as mesmas tentações. Se, por exemplo, nosso Senhor, assumiu a natureza de Adão antes da queda, então não se pode verdadeiramente dizer que Ele foi tentado em todos os pontos como nós o somos. Por que veja, se Ele foi tentado em uma natureza exatamente superior à nossa, como Adão tinha no jardim do Éden, então neste texto que aqui estamos considerando, não pode ser aplicado.
A irmã White, escreveu um panfleto: Cristo Tentado como Nós Somos, e ela faz a seguinte declaração: “A mais forte tentação do homem, vem de seu próprio interior”. Há implicação sendo que, se Cristo foi tentado como nós, então suas mais fortes tentações viriam de dentro também. Muitos negam isto, mas nos é claramente declarado que Ele foi tentado como nós o somos, e se Ele foi tentado como nós, então Ele também deve ter experimentado o que significa ser tentado do interior. E é por esta razão que nossa lição nos chama a atenção para Hebreus 4:15, vamos lê-lo novamente: “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Gloriosas boas novas!!!    
Amém!

Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma.
 

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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