quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Lição 5 – Expiação — Oferta da Purificação, por Paulo Penno,



Para 26 de outubro a 2 de novembro de 2013

Nosso propósito não é passar sobre o mesmo assunto que o estudo da lição já cobriu de forma adequada em relação aos sacrifícios diários realizados no antigo tabernáculo. Em vez disso, nosso objetivo é trazer para a aplicação prática da expiação do pecado, como é o foco na mensagem de 1888.
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Cristo é o portador do pecado. Ele leva o pecado e a culpa da raça como o Cordeiro de Deus. Ele cancela nossa dívida. Ellen G. White escreveu:
"Sua veste de carne humana foi rasgada quando Ele estava na cruz, o — Portador do pecado da raça.... Ele qualificou-Se para não ser apenas representante do homem, mas o seu advogado, de modo que cada alma, se o desejar, possa dizer, eu tenho um amigo na corte."1
"A culpa de cada descendente de Adão, de todas as eras, pressionava sobre o coração de Cristo... Ele, o portador de pecados, sofreu punição judicial pela iniquidade e tornou-Se, Ele mesmo, pecado pelo homem."2
A justiça é certa. Deus não pode revogar essa lei. O pecado traz a sua própria punição — a morte. (*“O pecado, sendo consumado, gera a morte,” Tiago, 1:15). Não a cessação da vida, que agora chamamos de "morte" (a Bíblia a chama de "sono"). A coisa real é a "segunda morte," O fim consciente total de toda esperança, a realização total da condenação final. Cristo satisfez esta reivindicação da justiça: Ele pagou a pena por esse pecado comum da humanidade em Sua morte na cruz. Ele carregou a culpa total do mundo. Portanto, não pode haver mais pena de morte eterna para qualquer pecador, a menos que ele opte por rejeitar o perdão dado a ele pelo grande Portador do pecado.
Romanos 3:19-25 nos diz claramente que a nossa culpa é, na realidade, a de assassinar o Filho de Deus. "Todo o mundo seja condenável diante de Deus." "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." E Jesus nos lembra de como isso é verdade: “quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes" (Mat. 25:40). E Isaías 53:6 diz-nos que o Senhor (o Pai!) fez cair a iniquidade de nós todos sobre Cristo, nosso Portador de pecados. Você e eu somos pecadores condenados (e tudo o mais que isso implica) perdoados, postos em liberdade, absolvidos — sim!
Cristo de fato redimiu toda a raça humana por Seu sacrifício, "aboliu [a segunda] morte," arrancou o medo que assombra a humanidade, “despojando os principados e potestades” acorrentou a Satanás e seus maus domínios ("principados") ao seu carro triunfal em Sua entrada (procissão) vitoriosa, havendo riscado a cédula que era contra nós dos nossos pecados, que nós tínhamos assinado como dívida nossa, a ser paga com nossa própria segunda morte, e reverteu a "condenação" que veio a "todos os homens" através de Adão, anunciando a "todos os homens" um glorioso "veredicto de absolvição". (*Veja Col. 2:13 a 15).
O amor (Ágape) de Deus em Cristo, nosso Substituto, convence do pecado. Esta obra do Espírito Santo nos chama a confessar e abandonar nossos pecados. "Ao colocar nossas mãos" sobre o sacrifício confessamos a responsabilidade pelo assassinato do Filho de Deus.
O verdadeiro problema não são "pecados" específicos mas o pecado dos pecados — a participação no Calvário. Você começa a perceber que o pecado de alguém (ruim quanto possa ser!) seria seu pecado, exceto pela graça de um Salvador. E antes da visão de raio-x sensível do céu da bagagem do seu coração — você vê, finalmente, que o pecado do Calvário está em seu coração. O pecado do mundo é o seu pecado (que é o caso de todos nós). Por natureza, você não é naturalmente melhor do que ninguém, você compartilha a culpa do mundo. Você é uma parte de uma família humana perdida que precisa desesperadamente ser salva. Mas a boa nova apresenta-se no palco agora —você tem um Salvador, e você pode começar a compartilhar com Ele o arrependimento pelos pecados do mundo.
O pecado nunca pode ser verdadeiramente perdoado de uma forma experimental, até "confessarmos os nossos pecados" (1ª João 1:9). Mas, se nunca aprendemos o que nossos pecados realmente são, como é que podemos verdadeiramente os "confessar”? Multidões tropeçam nunca conhecendo o verdadeiro perdão. Eles têm que quebrar a cabeça para pensar em algo suficientemente ruim para "confessar". Então, terríveis realidades continuam surgindo e eles encontram pecado que assedia continuamente transformado em pecado acariciado.3 Mil tentações não são iguais nem mesmo a um único pecado, a menos que as acariciemos. Ter uma natureza pecaminosa não é pecado, mas ceder à tentação sim.
Não podemos acariciar um pecado se o coração aprecia a largura, o comprimento a altura e a profundidade do amor que levou o Filho de Deus a ir ao inferno para nos achar lá. Esta é a definição de "crer," como em João 3:16. Diga "não!" à tentação, milhares de vezes por dia, se necessário. Deixe as boas novas libertá-lo na gloriosa liberdade. Cristo "em tudo foi tentado [como você], mas sem pecado" (Heb. 4:15), e mesmo que você seja tentado você também pode vencer "assim como [Ele] também venceu" (Apocalipse 3: 21).4 E isso é hoje, você não precisa esperar até o seu leito de morte. Como Cristo, você vai aprender instantaneamente a dizer ao diabo, "Afasta-te de Mim!"
A fé aprecia o que custou ao Filho de Deus para comprar-nos o perdão. Ágape constrange o coração do pecador, para que o sangue de Cristo o limpe e o purifique do pecado.
Nosso texto favorito para o perdão é 1ª João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça." Esse texto é muitas vezes mal interpretado como uma licença virtual para continuar pecando. Muitos dizem “—Simplesmente continue pecando, confessando os seus pecados, e você vai continuar a ser perdoado.” Mas o que é o perdão na Bíblia? É apenas o perdão que justifica o pecado? Não! A palavra grega neste versículo para "perdoar" significa tirar o pecado, aqui e agora, para fazer a "lavagem" com o "sangue de Cristo" (Apocalipse 1:5). Existe algo mais precioso do que tal purificação?
Lemos em 1ª João 4:8 que "Deus é Ágape". E o que é Ágape? O versículo 9 nos diz que é a motivação que levou o Pai a dar Seu Filho unigênito para morrer por nós "para que por Ele vivamos." É um tipo especial de amor que está disposto a morrer a segunda morte para que possamos viver a vida eterna. É um amor que está disposto a ir para o inferno, para que possamos ir para o céu. É um amor que escolhe morrer na cruz em vez de ser indulgente consigo mesmo. Se "Deus é Ágape", e se Jesus é o Filho de Deus, em Sua encarnação Jesus é Ágape em carne humana. Quando Ele veio à terra, Ele pôs de lado todas as prerrogativas da divindade, mas Ele não poderia esvaziar-Se de Ágape. E é por isso que Ele escolheu não pecar — Ele escolheu uma cruz em lugar de pecar.
Mas existem falsificações! Como podemos enxergar a diferença? Por que há tanta pregação "amor, amor, amor", mas os ouvintes não sentem a necessidade de vencer o próprio pecado? Não há nada de errado com o amor em si, se sabemos a ideia certa de quando a Bíblia diz que "Deus é amor". (*Mas se) nós assumimos nossa natural ideia egocêntrica humana, será impossível para um coração honesto ouvir, compreender, contemplar, "pesquisar" o que Ágape exibiu na "maravilhosa cruz", e, em seguida, deixar-se mergulhar no pecado.
O pecado é registrado no santuário celestial. Deus assume a responsabilidade pela remoção do pecado na hora do Seu juízo. A preocupação do pecador é com a honra de Deus em Sua necessidade de vindicação. Nós somos Suas testemunhas perante o universo do poder de salvação e libertação do Seu sangue. A boa nova é que, quando Deus vencer a Sua demanda (*no termino do grande conflito com Satanás), nós estaremos incluídos nesta vitória .

- Paul E. Penno

Notas:
[1] "Caifás ", artrigo publicado na revista adventista The Advent Review and Herald , de 12 de junho de 1900.
[2] A História da Redenção, pág. 225.
 [3] Um "pecado que nos assedia" (Heb. 12:1, KJV) é aquele que persegue nossos passos, mesmo depois de pensamos que estamos convertidos . Ele tenta nos arrastar de volta para o abismo da culpa. O dicionário define "assediar," como "atacar de todos os lados; sitiar, cercar, obstruir." Não é o pecado que você aprecia.” É o único fora de sua vontade que tenta agarrar-se a nós como uma sanguessuga. É o clamor de nossa carne pecaminosa batendo na porta do coração novamente. Se você abrir a porta, mesmo um pouquinho, você o convida a entrar e ele se torna um "pecado acariciado". “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Salmo 66:18). Então, feias realidades continuam surgindo e elas encontram pecado que assedia continuamente transformando-se em pecado acariciado. Mil tentações não são o mesmo que um pecado sequer, a menos que as acariciemos. Ter uma natureza pecaminosa não é pecado, ceder a ele sim.
“E ninguém se lisonjeie de que o pecado acariciado algum tempo pode ser deixado facilmente aos poucos. Não acontece assim. Todo pecado acariciado debilita o caráter e fortalece o hábito; a depravação física, mental e moral é a consequência. Podeis arrepender-vos do erro que cometestes, e pôr os pés no caminho justo, porém, o molde de vosso espírito e a familiaridade com o mal vos tornarão difícil distinguir entre o bem e o mal. Pelos maus hábitos formados, Satanás vos atacará sempre e sempre” (Parábolas de Jesus, pág. 281, e Mente, Caráter e Personalidade, págs. 13 e 14). 
4)  “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus” (Parábolas de Jesus, pág. 69).
Nota: Esta lição e o vídeo dela, do Pastor Paulo Penno, estão na Internet em: http://1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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