terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - O Ministério de Jesus e o Santuário, por Alexandre Snyman



O texto de Hebreus 7: 27 “Jesus (verso 22) nãos, depois, pelos do povo, porque ele fez isto uma vez por todas, quando a Si mesmo Se ofereceu tem necessidade, como os sumo sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados.”
Hebreus emprega imagens tanto do serviço diário, como em Hebreus 9: 6, quanto anual, verso 7, e todos acentuam o mesmo ponto, mediante Jesus temos completo acesso ao Pai.
1ª Sessão, O serviço diário.
O autor de Hebreus emprega o santuário do deserto do velho testamento e seus serviços sacrificiais, como o modelo, o tipo para ajudar a propiciar um lampejo do ministério de Cristo no santuário celestial, separado desse contexto os versos a respeito de sangues de bodes e touros, a tenda, o véu, o sumo sacerdote, e assim por diante, fazem pouco sentido. Paulo emprega as realidades terrenas para explicar as celestiais, e assim devíamos também fazer. Destarte, não é de surpreender que em harmonia com o tipo do velho testamento, ele distinguiu entre um ministério no primeiro compartimento do tabernáculo, o lugar santo, e o ministério no segundo compartimento, o lugar santíssimo. No anterior, o sacerdote e o sumo sacerdote, servindo numa base diária, ofereciam sacrifícios para expiar os pecados do povo; no lugar santíssimo o sumo sacerdote, fazia a expiação final, e purificava o santuário do pecado (Levíticos 16). O diário parecia tratar com o pecado numa base individual, no anual o serviço integral assumia um componente corporativo, tratando com a nação como um todo. Em hebreus 9: 7, as palavras traduzidas como erros, derivam de uma palavra grega que significa; pecados cometidos mediante ignorância, ou falta de meditação. O que o fato de que, mesmo esse tipo de pecado precisava ser expiado nos diz sobre quão sérios eles eram? Isto indica que Deus está tratando com pequenos e diminutos detalhes no que tange ao pecado. Assim não deve haver sequer um traço de iniquidade para contaminar o reino dos Céus de modo algum.
Em Hebreus 9: 6 vemos que o sacerdote diariamente entrava de manhã e á tarde no primeiro compartimento do tabernáculo e oferecia ali incenso. Nos tempos primitivos, o próprio sumo sacerdote fazia isto (Êxodo 30: 7). Sendo isso realizado diariamente o incenso chegou a ser chamado; Incenso perpétuo, ou continuo (v 8). Notem estes textos; primeiro Hebreus 7: 26-27: “Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como Este, santo, inculpável, sem mancha, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro por seu próprios pecados, depois pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a Si mesmo Se ofereceu”.
Cap. 10: 11 e 12: “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmo sacrifícios, que nunca, jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus”.
E também Hebreus 9: 28: “Assim também Cristo, tendo-Se oferecido uma vez para sempre, para tirar os pecados de muitos, aparecerá, segunda vez, sem pecado, aos que O guardam para a salvação”.
De todas as boas novas encontradas em Hebreus, estes textos contêm algumas das melhores, que são o fato de que o sacrifício de Jesus foi todo suficiente e completo; não mais sangue precisa ser derramado, não mais animais precisam ser sacrificados e não mais mortes para expiar pelo pecado. A morte de Cristo foi suficiente. Boas novas? Sim, e dizemos amém! No livro “O Grande Conflito,” nas ultimas páginas do capítulo O Santuário Celestial, Centro de Nossa Esperança, pág. 419, temos isto:
“O que se fazia tipicamente no ministério do santuário terrestre, é feito na realidade, no ministério do santuário celestial. Depois de sua ascensão, começou nosso Salvador a obra como nosso Sumo Sacerdote. Diz são Paulo: ‘Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus’. (Hebreus 9: 24). O ministério do sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário, ‘para dentro do véu’ que formava a porta e separava o lugar santo do pátio externo, representa o ministério em que entrou Cristo ao ascender ao Céu. Era a obra do sacerdote no ministério diário, a fim de apresentar perante Deus o sangue da oferta pelo pecado, bem como o incenso que ascendia com as orações de Israel. Assim pleiteava Cristo com Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores, apresentando também, com o precioso aroma de Sua justiça, as orações dos crentes arrependidos. Esta era a obra ministerial no 1º compartimento do santuário celeste. Para ali a fé dos discípulos acompanhou a Cristo, quando diante dos seus olhos ele ascendeu. Ali se centralizara a sua esperança, e essa esperança, diz são Paulo: ‘temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu, onde Jesus nosso Precursor, entrou por nós, feito eternamente Sumo Sacerdote’. ... ‘Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção’ (Hebreus 6: 19 e 20; 9: 12). Durante dezoito séculos, este ministério continuou no primeiro compartimento do santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam os seus pecados nos livros de registro”.
2ª Sessão: O dia da expiação em Hebreus.
No capítulo 9: 7, é-nos dito que dentro do segundo compartimento, o santíssimo, ia “o sumo sacerdote, sozinho uma, e só uma vez por ano, no dia da expiação, não sem sangue”. Nesse dia expiação especial era feita e somente o sumo sacerdote podia oficiar, o sangue dos touros que ele transportava para o santuário, era para ele próprio e pelos erros do povo. Mas, o sangue de Jesus purifica o santuário, e com isto o povo, estas são as boas novas, que o sangue de Cristo é inteiramente suficiente para expiar e eliminar todo pecado, não importa como os consideremos. Continuando no Grande Conflito na página 420:
“Como no serviço típico, havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente antes que se complete a obra de Cristo, para a redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Esse é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias, naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo, para efetuar a última parte de Sua solene obra — purificar o santuário. Como antigamente eram os pecados do povo colocados pela fé sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim, no novo concerto, os pecados dos que se arrependem são, pela fé, colocados sobre Cristo e transferidos de fato, para o santuário celeste. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante á remoção dos pecados pelos quais se poluíra; igualmente a purificação real do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Mas, antes que isto se possa cumprir, deve haver um exame nos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação — um julgamento, e isto deve efetuar-se antes da vinda Cristo, para resgatar Seu povo, pois que, quando vier, Sua recompensa estará com ele para dar a cada um segundo as suas obras (Apocalipse 22: 12). ... Ao passo que a oferta pelo pecado apontava para Cristo, como um sacrifício, e o sumo sacerdote representava a Cristo como mediador, o bode emissário tipificava satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados. Quando o sumo sacerdote, por virtude do sangue da oferta de transgressão, removia do santuário os pecados, colocava-os sobre o bode emissário. Quando Cristo, pelo mérito do Seu próprio sangue, remover do santuário celestial os pecados de Seu povo, ao encerrar-se o Seu ministério, Ele os colocará sobre satanás, que, na execução do juízo deverá arrostar a pena final. O bode emissário era enviado para uma terra não habitada, para nunca mais voltar à congregação de Israel, assim será satanás para sempre banido na presença de Deus e de Seu povo, e eliminado da existência na destruição final do pecado e dos pecadores”. Obra citada, págs.. 420 e 421.
Hebreus 9: 23 diz: “Era necessário, portanto, que as figuras das cousas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias cousas celestiais com sacrifícios a eles superiores”. O pastor Andreasen na pág. 356 de sua obra “O Livro de Hebreus”, declara: “À primeira vista pode parecer estranho que deva haver alguma coisa no céu que careça ser purificado, contudo, sabemos que satanás foi outrora um anjo e que ele pecou no céu. Também entendemos que o registro dos pecados dos homens esta inscrito lá, bem como as suas boas obras e quando chegar o tempo em que pecados e pecadores devam não mais existir, haverá uma purificação de tudo o que teve contato com o pecado. Quando finalmente o próprio registro do pecado for destruído, nada mais haverá para trazer o pecado à lembrança; tal purificação das coisas celestiais corresponde adequadamente, à purificação do santuário terrestre, a declaração é definida: Tal como as coisas da terra eram purificadas, assim é necessário que as coisas no céu também o sejam”. Agora, referindo-se especificamente ao verso 23, que está sob consideração aqui, o pastor Andreasen continua: “Era, portanto, necessário pela própria natureza das coisas, que o santuário terrestre e seus vasos do ministério fossem purificados; isto era feito antes que o santuário fosse posto em uso, como questão de dedicação e consagração e era feito anualmente, vez após vez, na medida em que os serviços do santuário prosseguiam”.
Quando aquilo que era o resultado da ação humana era usado para serviço de Deus, não é só eminentemente adequado, mas necessário que seja consagrado e posto à parte para uso santo. Tal como o serviço no santuário em sua maior parte lidava com o pecado, e havendo uma continua contaminação em ambos os lugares santos, e as coisas ali, era imprescindível haver expiação devido à impureza dos filhos de Israel, e por causa de suas transgressões em todos os seus pecados (Levíticos 16: 16). Assim uma vez ao ano no dia da expiação uma purificação tinha lugar e que incluía tanto o lugar santo, o santíssimo e o altar (vs. 16-20). Essa purificação diz o autor era necessária.
O padrão das coisas no céu.
O tabernáculo terreno e todas as tarefas era uma cópia e representação das coisas no céu. A palavra padrão é traduzida como exemplo, e o serviço terreno é indicado como exemplo e sombra, das coisas celestiais. A melhor tradução aqui talvez fosse representação. Não há em Hebreus 9: 23, no original, a palavra coisas e a leitura correta seria. Os próprios céus. Alguns colocam coisas, outros lugares, e ambos são admissíveis, em vista do fato de que, na purificação do santuário terrestre no dia da expiação tanto os lugares santos como as coisas eram purificados, somos levados à crença de que a expressão o próprio céu é correta, incluindo tanto o santuário e as coisas.
Melhores sacrifícios.
O plural sacrifícios, expressa a ideia geral de sacrifício. As muitas formas usadas no serviço Levítico inclui-se no único grande sacrifício de Cristo. Sobre a declaração de que há algo no céu que precisa de purificação, “West Cost” em A Epistola aos Hebreus, pág. 271 diz: O santuário celestial deve necessariamente ser purificado de um modo paralelo à purificação do santuário terrestre, não só dedicado ou inaugurado. Frans de Lith, em “Comentário sobre a Epistola aos Hebreus,” vol. 2, pág. 124, diz que: “A purificação necessária no céu, é, não em figura somente, mas em verdade pela morte expiatória e sangue de Jesus”. Ele cita a palavra Katarizestai, isto soa como Katarzi, que é um elemento de limpeza. O Pastor Andreasen na pág. 359 de seu livro diz que: “As coisas celestiais mencionadas aqui incluem, como vimos, antítipos celestiais o tabernáculo terrestre, bem como do santuário, isto é, a purificação inclui o 1º compartimento, bem como o santíssimo que ele chama o santuário eterno; ambos os compartimentos do santuário terrestre precisam ser purificados e não somente o santíssimo. É requerida uma remoção das consequências do pecado humano que os afeta, e a remoção das ações contra o pecado, ou seja, a ira divina. A purificação do santuário celestial envolve não só, ou meramente, as consequências do pecado, mas a remoção do próprio pecado, isto inclui a destruição pela morte daquele que tem o poder da morte, ou seja: o Diabo. Lembre-se que o titulo de nossa lição é: “O Ministério de Jesus e o Santuário”, assim, vamos repetir o que uma frase que lemos do pastor Andreasen na pág. 359 de seu livro que diz: “Devemos igualmente esperar que após o giro anual de serviços no santuário terrestre, chegava ao dia da prestação de contas, e todos os pecados eram passados em revista perante Deus, chamado o dia da expiação, o dia em que o santuário era purificado de todos os pecados acumulados.” Assim deve haver uma obra paralela no encerramento do ministério de Cristo no Céu. Isto é exatamente ao que o nosso texto nos leva a esperar e é o que diz.
Agora chegamos a uma passagem muito relevante no livro “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã”, pág. 69, escrito por Alonso Trevier Jones, um dos mensageiros de 1888. Ele Cita de Isaías Capítulo 1, começando com o verso 10, nos é dito aqui: “Ouvi a palavra do Senhor, vós príncipes de Sodoma, prestai ouvidos à lei de nosso Deus, vós, ó povo de Gomorra. De que me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios? Diz o Senhor: Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais nédios; e não folgo como o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para compareceres perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os Meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde; o incenso é para Mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas luas novas e as vossas solenidades as aborrece a Minha alma; já Me são pesadas: Já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos: Cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto, ajudai ao oprimido; fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas. Vinde então, e arguí-Me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão com a branca lã (Isaías 1: 10-18).
“O que isto tudo queria dizer? Estava Deus cancelando o sistema sacrifical? De modo algum. O problema estava com o povo. Todo o sistema tornou-se sem significado para eles, porque nada mais era que um enfadonho ritual. Não só para eles mesmos, mas para Deus também. O Senhor queria que eles tirassem lições objetivas do derramamento de sangue, que vissem o quadro da cruz que haveria de vir e para a qual todos esses sacrifícios apontavam. Eis aí porque Isaías apelou para eles pararem, com esses rituais destituídos de significado, mesmo assim, porém, não foram consideradas as Suas queixas. Foi por causa de sua iniquidade que Israel foi levado cativo e o seu país ficou desolado. Havia também, para ajudar, o perigo de não reconhecer esta grande verdade, apesar de o Senhor ter Se empenhado em ensinar à nação. Mas, não a tinham aprendido a manutenção do templo e a presença de Deus nesse templo como sua grande finalidade. Não reconheceram, porém, que somente através do templo e seu ministério, podia-se alcançar o cumprimento do perdão e da expiação e que Aquele que habitava no templo, queria habitar neles. O Senhor clamou outra vez através de Jeremias ao Seu povo, que queria salvá-los do seu erro, para que pudessem ver e receber a grande verdade do propósito do templo e do seu serviço. Assim disse Ele:    
“Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas. Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis e vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu nome, e direis: Somos livres, podemos fazer todas essas abominações? É, pois esta casa, que se chama pelo Meu nome, um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que Eu, Eu mesmo, vi isto, diz o Senhor”, [Jeremias 7: 8-11]. Jeremias sentiu uma grande responsabilidade pelo seu povo e ele clamou: “Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas e os meus olhos numa fonte de lagrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo” [Jeremias 9: 1]. Lembrem-se que lemos uns momentos atrás onde foi dito, eis as palavras mentirosas que não podem ter proveito. O pastor A. T. Jones, pergunta, em que palavras mentirosas especificamente esse povo confiava? Ei-las: “Não vos fieis em palavra falsas dizendo: Templo do senhor, templo do senhor, templo do senhor, é este” (Jeremias 7: 4).
“Assim foi perfeitamente mostrado que apesar de o povo ter tudo, as formas do culto e do serviço do templo, passaram por tudo, meramente como forma, falhando por completo quanto ao propósito do templo e dos serviços, o que seria unicamente para que Deus pudesse reformar e santificar a vida do povo, habitando neles individualmente. E como faltava isso tudo, a iniquidade de seus próprios corações manifestava-se neles cada vez mais, por esta razão todos os seus sacrifícios, cultos e orações eram somente escárnio e barulho, enquanto seus corações e vidas continuavam irregeneráveis e ímpios.
Podemos nós começar a entender, através do erro do povo de Deus no passado, porque o ministério de Jesus no santuário celestial é tão importante, também, para nós hoje?
“Por esse motivo foi dito a Jeremias, cap. 7:1 a 7: “Põe-te à porta da casa do Senhor, e proclama ali esta palavra e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, vós os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e Eu vos farei habitar neste lugar. Não confieis em palavras falsas dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do senhor é este, mas se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras praticares a justiça cada um com o seu próximo, se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal, Eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre”.
“Em vez de permitir que o grande propósito de Deus, o templo e seu serviço, fossem encontrados neles próprios o povo corrompeu por completo esse propósito. Em vez de permitir que o templo e seus serviços que Deus na Sua graça tinha montado entre eles, para ensinar-lhes como ele verdadeiramente queria habitar entre eles, a saber, nos seus corações, e fossem santificados em suas vidas, eles excluíram todo esse verdadeiro propósito do templo e dos seus serviços e o perverteram numa finalidade completamente errada, sancionando as maiores iniquidades e acobertando a mais profunda e negra impiedade. Para tal sistema, não havia outro remédio, senão a destruição. De acordo com isto, a cidade foi sitiada, foi posta em cativeiro pelos gentios, o templo e sua santa e preciosa casa foi destruído, e, com a cidade e o templo ficaram um negro amontoado de ruínas, destruídas pelo fogo. O povo foi levado cativo para Babilônia onde na sua dor e no profundo sentimento de sua grande privação, procuraram, encontraram e adoraram ao Senhor duma maneira que reformou a vida deles, que se o tivessem feito quando o templo ainda existia, este certamente teria existido para sempre (Salmo 137: 1-6). Deus os trouxe de Babilônia como um povo humilhado e reformado, o seu santo templo foi reconstruído e os seus serviços foram restaurados; o povo habitava novamente na sua cidade e no seu país, mas, outra vez, seguiu-se a apostasia, o mesmo roteiro foi novamente repetido, até que Jesus, o grande centro do templo e dos seus serviços, veio para o que era Seu, as mesmas condições antigas prevaleciam (Mateus 21: 12, 13, e  23: 13 a 32). Nos seus corações podiam persegui-Lo até à morte e exteriormente mostravam-se tão santos, que não podiam atravessar a soleira do salão de julgamento de Pilatos, para não se contaminarem, João 18: 28. Quando Jesus no templo falou nisto ao povo, referindo-se ao templo do seu corpo, estava se esforçando como, aliás, durante toda a história do povo de Israel, para fazer-lhes entender que o grande propósito do templo e os seus serviços fora sempre que Deus, através do ministério e dos serviços efetuados, habitasse e andasse no meio deles como habitava no templo; santificar assim a Sua morada neles como tinha santificado o templo quando nele habitava. Assim deveriam ter sido seus corpos, templos verdadeiros do Deus vivo, para Deus poder habitar e andar neles.”
Oh! Confio que possam ver o ponto que o pastor Jones está tentando acentuar, seria diferente hoje com o ministério de Jesus no santuário? Não deveríamos nós entrar nesta experiência cooperando com Ele, de modo que Ele possa cumprir os Seus propósitos em nossa vida?
E Jones continua na página 74: “Mesmo assim não quiseram ver a verdade, não quiseram ser reformados, não quiseram ter cumprido neles próprios o propósito do santuário, que era habitar Deus neles. Rejeitaram aquele que veio pessoalmente para lhes mostrar este verdadeiro propósito e o caminho verdadeiro. Por conseguinte, mais uma vez não havia remédio senão a destruição; novamente foi a sua cidade tomada pelos pagãos, novamente o templo, a sua santa e famosa casa, foi queimada pelo fogo, novamente foram levados cativos, sendo para sempre espalhados para serem novamente “...vagabundos andarão entre as nações” (Oséias 9: 17).
“O verdadeiro santuário do qual aquele era um símbolo, original do qual isto era um modelo, era naquele tempo existente. Através destas lições ilustradas, Deus quis dar-lhes o conhecimento da verdade; por conseguinte não era um símbolo de alguma coisa por vir, que ainda não existia, mas um símbolo no sentido de ser uma lição e representação visível daquilo que existia naquele tempo, sendo, porém, invisível; para educá-los numa tal experiência na fé e na verdadeira espiritualidade de modo a que pudessem ver o invisível. Através disso tudo estava Deus a revelar-lhes assim como a todos os povos, para sempre, que Ele através do sacerdócio, ministério e o serviço de Cristo no verdadeiro santuário, no templo que está nos céus, vive entre os homens.”
Oh! Como espero que possam ter percebido aquilo a que temos estado apontando. Nossa lição ao tratar com o ministério de Jesus no santuário é realmente abrangida neste último parágrafo. Notem agora estes textos: O primeiro é Iª Timóteo 2:5: “Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”. Daí temos Hebreus 8:6: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também mediador de superior aliança, instituída com base em superiores promessas”. Também Hebreus 9: 15: “Por isso mesmo,  Ele o mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.” Depois Hebreus 12: 24: “E a Jesus, o Mediador de Nova Aliança, e ao sangue da aspersão, que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel”.
Jesus como Mediador, não pode ser separado do Jesus do sacrifício e Jesus o nosso Sumo Sacerdote, tudo é parte do mesmo plano da salvação. Em virtude da Sua vida perfeita e completo sacrifício, Jesus agora apresenta-se como nosso Sumo Sacerdote no céu, onde apresenta-se na presença de Deus por nós, como nosso Mediador. No serviço do Velho concerto, o sacerdote tomava o sangue de animais, e levava para dentro do santuário terrestre, ele o fazia como representante de outros e ia a lugares onde outros não podiam ir. O sacerdote tinha que fazer isto dia após dia, ano após ano. Sob o novo concerto, em lugar dos sacerdotes terrenos e pecadores, temos a Jesus, o Mediador de um melhor concerto, que é estabelecido sobre melhores promessas. Os pecadores hoje não precisam encontrar um animal, não precisam levá-lo a um santuário terrestre, e não precisam que outro pecador faça mediação desse sangue por nós; tudo foi realizado por nós mediante Jesus, por quem podemos ter acesso a Deus, a qualquer tempo e em qualquer lugar.
Quando pecamos confessamos os nossos pecado a Jesus, por causa de Seus méritos. Sua perfeita justiça, apresenta-se na presença de Deus por nós, representando-nos, não com nossa justiça, mas com a Sua própria. Os méritos que Ele próprio operou por nós, enquanto aqui sobre a terra, os méritos que se tornaram nossos pela fé. Em Suma, Ele está aplicando em nosso favor os benefícios de Sua perfeita vida e morte, o único meio pelo qual nós, como pecadores, podemos ser aceitos por Deus. Portanto neste tempo, que todo crente em Jesus, se erga na força dessa verdadeira fé confiando implicitamente nos méritos de nosso Grande Sumo Sacerdote, em Seu santo ministério e intercessão por nós.
E então na justiça da paz e do poder dessa fé verdadeira, que toda alma que conheça isto, espalhe a todas as pessoas e aos confins do mundo, as gloriosas novas do sacerdócio de Cristo da purificação do santuário, da conclusão do ministério de Deus dos tempos de refrigério que virão e do breve retorno do Senhor, para ser glorificado em seus santos, e para ser admirado por todos aqueles que creem naquele dia, e para apresentar-se uma igreja gloriosa, não tendo mancha ou ruga, mas santa e sem mácula.
E o pastor Jones conclui o seu livro: “O caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã”, citando: “Ora a suma do que temos dito, é que temos um Sumo Sacerdote tal, que está assentado no Céus à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo o qual o Senhor fundou e não o homem. Tendo, pois, irmãos ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é pela Sua carne” (Hebreus 10: 20), e tendo um grande Sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, e inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu. 
O pastor Jack Sequeira, no segundo sermão com o título: O Santuário Celestial, segunda parte, da série sobre o santuário, nos chama a atenção para o fato de que, em sua grande maioria, os evangélicos entendem que os dois bodes usados no dia da expiação representavam a Cristo, pois tinham que ser ambos sem mancha; que ambos tinham de ser puros é evidente, do simples fato de que sobre eles era lançada a sorte para se escolher qual seria o bode do Senhor. Bem, precisamos primeiramente entender que bode na Bíblia, representa o pecado, em Mateus 25: 33, Cristo dirá a estes, apartai-vos de Mim. (vs. 41).
Escolásticos judeus concordam que azazel representa satanás. A King James trás Scapegoat, bode expiatório. Os críticos dos Adventistas, erroneamente dizem que fazemos de satanás salvador do crente. Para sustentarem tal tese mudam para interpretação de que o bode que permanece vivo, também representa a Cristo; assim fazem de Cristo um agente tanto do bem como do mal. Que ligação há entre a luz e as trevas? Entre a verdade e o erro? Azazel, sempre entendiam eles, era, e sempre foi satanás. O manuscrito Siríaco, um dos mais antigos e confiáveis, para azazel tem esta frase: O anjo que revoltou-se. Significativamente esclarecedor, não é verdade? A maioria dos Escolásticos Cristãos interpretam azazel como bode expiatório. Os críticos e Escolásticos evangélicos contemporâneos, no afã exclusivo de combaterem os Adventistas abandonaram esta interpretação que era quase unânime, o que lhes causará maiores problemas e incômodo que teriam em defrontar a clara verdade Adventista da purificação do santuário. O problema é que quando você lida com o pecado, no sentido legal como transgressão da lei, defronta três consequências envolvidas: Primeiramente: Há a culpa; em segundo lugar: Há a punição; e, finalmente, terceiro: Há a responsabilidade.  Se você atropela uma pessoa que se jogou na frente do seu carro, você esteve envolvido na morte daquele indivíduo, embora não seja responsável pelo ocorrido. A lide, no processo expiatório será: Quem é responsável pelo pecado? A expiação lida com este aspecto, que não foi resolvido na cruz.
Vejamos isto de outro ângulo: Algo claro nas escrituras é a soberania de Deus, isto implica que nada ocorre no Universo, sem que Ele o permita. Sabia Deus que Lúcifer pecaria? Então, porque o criou? Se Deus é Soberano, então Ele permitiu a superveniência do pecado. A verdade de fato, é que Deus assume a culpa de tudo o que ocorre até o dia da purificação, quando este aspecto da responsabilidade pela origem e desenvolvimento do pecado será finalmente resolvida; sem o que Deus não pode dar por encerrado o grande conflito entre o bem e o mal. Porque Ele é Soberano e permite as coisas acontecerem, Ele tem que assumir a culpa até o dia da expiação. Os dois bodes, representam dois seres puros, Cristo e Lúcifer. Dois seres puros. Um originou a existência do pecado, o outro solveu o problema do pecado. Ezequiel 28: 15 mostra-nos que Lúcifer era perfeito.
Na cruz, Cristo solveu o problema do pecado, porém, para encerrá-lo Ele deve defrontar-se com Lúcifer e este deve confessar que Deus estava certo. Dois seres santos militavam nos lugares celestiais. Um, Lúcifer, inexplicavelmente originou o pecado em si, por si e para si mesmo; é o princípio do ego. Ele é, pois, o grande responsável pelo pecado, a expiação resolverá este último efeito do pecado. Ele não será eliminado sumariamente, mas terá 1000 anos para pensar no que realizou. Note que o bode azazel não é morto, mas levado ao deserto por alguém especialmente selecionado para isto; este alguém é Jesus. E é previamente selecionado para tal tarefa pelo princípio Ágape, que se destacou em negação de si mesmo. Solveu o problema que o outro ser, Lúcifer, criara.
Então satanás e seus anjos terão mil anos para meditar no que fizeram. Estarão presos por uma cadeia de circunstâncias. (Apocalipse 20: 2), não terem a quem tentar (v.3). E finalmente admitirão que Deus estava certo, porque todas as evidências, estarão claramente demonstradas. Todo joelho se dobrará diante de Mim, e toda a língua confessará a Deus (Romanos 14: 11); uma citação de Isaías 45: 23 última parte. Estarão convencidos ante a clara evidência dos fatos, porém, não arrependidos, e findando-se os mil anos, os ímpios ressuscitarão (v.5), e satanás sairá a enganá-los (v.8), sitiarão a grande cidade, mas descerá fogo do Céu e os consumirá.
O propósito do dia da expiação é colocar a responsabilidade aonde e sobre quem pertence, sem o que o grande conflito entre o bem e o mal, nunca poderá terminar. A expiação tem este propósito, tratar com o último aspecto legal do pecado, a responsabilidade. Note que o bode sorteado para ser o bode do Senhor é que era oferecido em sacrifício. Sem o derramamento de sangue não há remissão. Cristo fez isto no calvário, Ele ali lidou com a culpa.
O sumário: O livro de Hebreus, empregando como seu modelo os serviços do santuário terrestre emprega imagem dos serviços diário e anual. Tudo isto aponta a grande e melhor esperança que temos em Jesus, nosso Intercessor, Mediador, e Sumo Sacerdote no Céu. Também isto, Hebreus nos dá uma boa descrição de como o santuário terrestre, representava o celeste. Conquanto ambos tivessem papéis similares, o fator delineador é a intercessão de Cristo em nosso favor. O que podemos dizer senão Amém!?    
Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma.

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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