terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - JESUS E O NOSSO FUTURO, por Alexandre Snyman



O texto é de Hebreus 13: 14: “Pois, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a cidade vindoura”.
Embora muitos cristãos estejam apreciando o privilégio de ser o povo de Deus aqui e agora, a grande esperança deles existe em no final cumprimento de todas as promessas — a segunda vinda de Cristo.
A primeira parte o tempo do fim. Hebreus 1:1 e 2, diz: “Havendo Deus outrora falado, muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a Quem constituiu Herdeiro de tudo, por Quem fez o mundo”. Depois, 9:26, ú.p.): “Jesus, agora, na consumação dos séculos uma vez Se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de Si mesmo”. Estas expressões que falam sobre o fim do mundo, nos últimos dias, e ao se cumprirem os tempos, ou na consumação dos séculos, precisam ser examinados na perspectiva apropriada. Como entendemos estas palavras? Talvez assim: A primeira vinda de Cristo foi um evento culminante que trouxe uma mudança de tempos, uma inteira e nova ordem espiritual foi inaugurada pelo ministério de Jesus, que teve que sofrer e morrer antes que ao pecado e sofrimento pudesse ser dado um fim. O supremo sacrifício foi feito, a penalidade pelo pecado foi paga; tudo que era necessário para garantir a salvação foi providenciado pelo sacrifício único de Cristo. Estas coisas tinham que acontecer, antes que a realidade do novo Céu e da nova Terra pudesse tornar-se efetiva. Neste sentido, e desta perspectiva, o apóstolo podia falar sobre o seu tempo como o fim do mundo, não importando quantos séculos mais se passariam antes que Cristo voltasse. Nós temos que entender esse tipo de pensamento, para coloca na apropriada perspectiva as expressões que encontramos aqui.
Agora, nos volvamos para a epístola do apóstolo Pedro, no primeiro capítulo, versos 18 a 20: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, a qual, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto, nestes últimos tempos, por amor de vós”.
Viram? Pedro conecta a morte de Jesus com os últimos dias, Porque Jesus tinha que morrer antes que estes últimos dias pudessem chegar? O autor de Hebreus deseja que seus leitores saibam que os velhos caminhos tinham passado, e, que algo novo, uma coisa melhor, traria à fruição todas as esperanças deles através de Jesus. O autor, ao que parece, não estava tanto tentando colocá-los numa linha de tempo, mas permitir que soubessem que estavam num novo tempo espiritual. De Jon Paulien: “Com o advento de Cristo, uma nova era surgiu, ou passou a correr paralela com a velha. As duas continuarão a existir lado a lado, até o segundo advento, quando a velha será finalmente destruída. Os cristãos, portanto, vivem em dois mundos ao mesmo tempo, Jesus podia mesmo combinar os dois conceitos juntos em uma única sentença: “Em verdade vos digo, vem a hora, e já agora chegou, quando os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus (João 5: 25).” [What the Bible Says About the End-time (O que a Bíblia Diz Sobre o Tempo do Fim), págs. 77 e 78].
Gostamos de dizer que estamos vivendo nos últimos dias. Como alguns dos versos que lemos a pouco podem nos ajudar a manter este conceito em apropriada perspectiva?
O pastor Millian Lauritz Andreasen, na pág. 364 de sua obra: O Livro de Hebreus, comentando o verso 26, do capítulo 9, diz: A expressão “agora, na consumação dos séculos,” ou “na consumação das eras,” é algo diferente de “nestes últimos dias,” de Hebreus 1:2, que, simplesmente significa, o último período da presente era; enquanto que a expressão aqui em Hebreus 9:26, significa a consumação, ou terminação de uma série de eras, que afinal, chega a um clímax, como vimos numa citação desse mesmo autor.
Todos os períodos que antecederam, foram preparatórios para a vinda do Salvador. Todas as eras apontam para este evento, e têm significado somente na medida em que marcam um caminho para a apoteose. Agora chegou, Cristo apareceu, e uma nova era está às portas. Esta aparição de Cristo para terminar com o pecado, pelo sacrifício de Si mesmo, está em contraste com Seu aparecimento à segunda vez, sem pecado, como mencionado no verso 28.
Devemos guardar-nos de ir muito longe em um sentido, ou noutro contrário, e é fácil fazer isso, já nos aconteceu como um povo. Por um longo período falamos sobre a segunda vinda de Cristo, estando perto, mesmo às portas. O saudoso pastor Enoque de Oliveira, pregava um sermão cujo título era: “Eu já ouço os passos de um Deus que Se aproxima.” Chegamos mesmo a ser criticados por alguns evangélicos como “—a igreja do breve virá.”
Lembro-me quando me tornei Adventista do sétimo dia, muitos anos atrás, bem mais de meio século já. Eu nunca pensei que veria o ano 2000; mas veio e se foi e o tempo está caminhando.
Contra o que temos que nos guardar aqui? De duas coisas: Primeiro: De ignorar o fato de que a vinda de Cristo tem sido retardada. E, Segundo: Também do fato de que parece que há uma tendência para se dizer: “—Meu Senhor retarda a Sua vinda.”
Evidência inspirada existe que nos diz que, se os propósitos de Deus tivessem sido cumpridos em, e por seu povo, o Senhor Jesus teria retornado a esta Terra um longo, longo tempo atrás.
Ouçamos esta declaração de Testimonies, volume 9, pág. 29, e que também está no Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 419; em português, você encontrará, a segunda metade desta declaração, em Testemunhos Seletos, volume III, pág. 297:
“O Senhor intentou que as mensagens de advertência e instrução, dadas através do Espírito a Seu povo, devesse ir a toda parte; mas a influência que cresceu da resistência à luz da verdade em Mineápolis, tende a tornar de nenhum efeito a luz que Deus deu ao Seu povo, através dos testemunhos. Se cada soldado de Cristo tivesse cumprido o Seu dever, houvesse cada atalaia nos muros de Sião dado à trombeta o sonido certo, o mundo já teria ouvido a mensagem de advertência; mas, a obra já está anos atrasada”.
Esta declaração por ser de 1893 me diz que após a concessão daquela maravilhosa mensagem na Conferência Geral de 1888, o trabalho poderia ter sido terminado em quatro anos. Mas, como ouvimos, “a obra está anos atrasada.”
Aqui outra declaração, agora da Revista Adventista Americana Review and Herald de 6 de outubro de 1896:
“Se aqueles que dizem que têm uma experiência nas coisas de Deus, tivessem realizado sua designada tarefa, como ordenou o Senhor, o mundo inteiro já teria sido advertido muito antes disso, e o Senhor Jesus teria vindo em poder e grande glória”.
O que simplesmente significa que nos anos 90 daquele século XIX esta inteira experiência do homem nesta Terra, poderia ter sido consumada. O fim poderia ter vindo, Jesus voltado em poder e grande glória. Diversas das declarações que temos continuam nesta linha, e não são poucas, são muitas, mas o que precisamos enfatizar é o fato de que Jesus pretendia vir então, mas foi amargamente desapontado, por não ser-Lhe possível fazê-lo; porque o Seu povo ainda não estava preparado.
Novamente da Review and Herald, agora de 15 de dezembro de 1904, ouvimos:
“O desapontamento de Cristo está além da descrição”.
De todas as declarações que foram feitas a este respeito, nos parece que o problema se centraliza em volta da rejeição da mensagem de 1888. O primeiro texto que ouvimos, do Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 419, fortemente sugere isto. De O Desejado de Todas as Nações, escrito em 1898, págs. 633 e 634, ouvimos:
“Tivesse a igreja de Cristo realizado seu designado trabalho, como o Senhor determinou, o mundo inteiro já teria sido, antes desse tempo, advertido, e o Senhor Jesus já teria vindo com poder e grande glória”.
Eis aí o porquê de eu ter sugerido que devemos ser muito cuidadosos aqui. Certamente vamos colocar todas as declarações a respeito dos últimos dias, o fim dos tempos, a consumação dos séculos, etc., em um panorama devidamente ajustado, à luz desses textos que estamos estudando do livro de Hebreus, mas não vamos usar isto como base para dizer: “—Bem, o Senhor não veio por muito e muito tempo, e a expressão últimos dias tem sido usada e na verdade não tem muito significado; assim Ele talvez não venha pelos próximos 100 anos, quem sabe 1000?
Há aqueles que têm esposado esta ideia e eu creio que é uma perigosa posição a ser adotada. Temos que ser cuidadosos, em verdade, muito cautelosos, a fim de manter tudo em perspectiva adequada.
A segunda parte tem por título: O já e o ainda não.
No Novo Testamento, e, especialmente nos escritos de Paulo, encontramos o conceito do “já”, em oposição ao “ainda não”. O que isso significa é que nós já somos salvos, e ainda não estamos finalmente salvos, Por exemplo: Em João 5: 24 lemos: “Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a Minha palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entra em condenação, mas passou da morte para a vida”. Portanto nós já somos salvos, temos a vida eterna, mesmo agora; em contraste, em Mateus 19: 29, lemos: “E todo aquele que tiver deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por causa de Meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna”. Em outras palavras, a salvação final ainda não veio, e por outro contraste, ou por outro exemplo dessa confrontação, veja Efésios 2:6, onde lemos: “Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo, e nos fez assentar nos lugares celestiais com Ele”. Agora Romanos 8: 22-24: “Sabemos que toda criação a um só tempo geme, como se estivesse com dores de parto e suporta angustias até agora; e não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a saber, a redenção do nosso corpo, porque nesta esperança somos salvos, mas a esperança que se vê não é esperança. Quem aguarda por algo que já tem? Mas se esperamos o que não vemos, com perseverança o aguardamos”.
O que podemos ver são contrastes similares nestes textos especiais. Observe, primeiro: Hebreus 12: 28: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça pela qual sirvamos a Deus, desse modo agradável, com reverência e santo temor”. E depois Hebreus 11: 13-16: “Todos estes morreram na fé, sem terem obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. Porque os que falam desse modo, manifestam estar buscando uma pátria. E, se na verdade se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, a celestial. Por isso Deus não Se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade”.
Como podemos resolver essa ansiedade? Há toda sorte de tensão ou ansiedade na Bíblia, que, se apropriadamente compreendidas, na verdade harmonizam-se umas com as outras, ajudando a completar o grande quadro. O problema vem quando enfatizamos um aspecto em detrimento do outro; ao invés disso deveríamos tentar equilibrá-los. A Bíblia é plena de citações que parecem ser opostas umas das outras, entretanto ambas são verdade. Ouça alguns exemplos: Primeiro: Enquanto vivendo na Terra, Jesus era completamente divino e completamente humano. Segundo: A Bíblia foi escrita por autores humanos, mesmo assim, ela é a palavra de Deus. Terceiro: Deus é independente do tempo, embora Se relacione conosco em tempo. Quarto: Há uma Divindade, mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo são chamados Deus. Quinto: Somos salvos pela fé, e julgados pelas obras.
E há muitos outros exemplares de fictícias incoerências nas escrituras. Quando se trata de Deus e seu plano de salvação, temos que reconhecer que nossa mente pode captar somente parte da realidade, no máximo poucas fatias. Em tal contexto temos que notar também que opostos não são necessariamente contraditórios, mas podem simplesmente ser parte de um quadro muito maior. O problema vem quando enfocamos demasiado uma única parte em detrimento do todo. Temos visto alguns exemplos disto, especialmente quando falamos do fato de que Cristo poderia ter vindo há muito tempo atrás, e há aqueles que vão começar a pensar que Cristo vai demorar centenas ou milhares de anos para vir.
Essas tensões não nos ajudam se permitirmos que elas coloquem o quadro fora de proporção e perspectiva. Observe agora estes textos: O primeiro é João 3:15: “Para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna”, e o verso 36 diz: “Todo aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas todo aquele que rejeita o Filho não verá a vida; pois, sobre ele permanece a ira de Deus”. E então temos Iª Timóteo 6:12: “Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também fostes chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas”. E agora I João 5: 12,13: “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do Filho de Deus”.
Estes, entre outros, enfatizam que temos vida eterna agora; embora a plena realização disso não possa ocorrer até o retorno de Cristo. Como estas promessas nos dão conforto e segurança para o presente? Bem, obviamente elas nos falam que para prático intento e propósito, já estamos no reino. O fato de que há um período de espera, o fato de que há uma ou duas coisas que devem ocorrer, não muda o fato de que, falando em termos práticos e propósitos, já estamos no reino. É algo como o que ouvi uma vez, quando um homem estava pregando um sermão numa cerimônia fúnebre, e o ente querido a ser sepultado jazia ali; estava para todos efeitos e intentos sendo levado de nós, e do nosso ponto de vista, isso poderia ser talvez, por um longo, longo período de tempo, antes que ele visse a vida eterna. Mas, o pregador que oficiava o serviço fúnebre, comentava que na prática, para todos os efeitos, este ser amado que partia já estava no reino, porque desde o momento em que fechou os seus olhos na morte, até o momento em que os reabrirá na ressurreição, não haverá consciência do tempo decorrido. Portanto aqui, novamente, colocando o quadro numa perspectiva global, vemos sobre outro ponto de vista, quão diferentes deveríamos viver, sabendo que temos a vida eterna mesmo agora; a conscientização do fato de que a vida eterna é nossa, mesmo no tempo presente, deveria nos ajudar a dar-nos conta rapidamente do nosso dever de testemunhar por Deus, por Cristo Jesus, vivendo o tipo de vida que testifica o fato de que estamos virtualmente, por intenções práticas e propósitos, já vivendo no reino de Deus. Tenha em mente o fato de que o tema de nosso estudo é Jesus o nosso futuro; e lembre-se deste texto, Hebreus 11:16: “Mas, agora, aspiram a uma pátria melhor, isto é, a celestial, pelo que Deus não Se envergonha deles, de ser chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade”.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 
Terceira parte: Eventos Futuros.
Aqui estão alguns textos que tratam deles, e dependem da intervenção de Jesus como mencionado em Hebreus: Primeiro, Hebreus 9:28, “assim também Cristo, oferecendo-Se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para a salvação”; segundo, Hebreus 10:25, “não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns, mas admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”; terceiro, versos 36 e 37, “necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa, pois ainda um pouco de tempo, Aquele que há de vir virá e não tardará”; quarto, Hebreus 6:2, “o ensino do batismo, e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno”; quinto, Hebreus 9: 27, “e assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o juízo ...”, sexto, Hebreus 10:27, “pelo contrário, se certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, prestes a consumir os adversários...”; sétimo, Hebreus 10:30, “ora, nós conhecemos Aquele que disse: a Mim pertence a vingança, Eu retribuirei, e, novamente, Deus julgará Seu povo”; oitavo, Hebreus 13:14, “na verdade, não temos aqui uma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”; nono, Hebreus 11:26, “Moisés considerou o opróbrio de Cristo por riqueza maior do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa”; décimo, vs. 39 e 40, “ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé, não receberam contudo, a concretização da promessa, Deus havia provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados”.
Não há nenhum tempo marcado, tanto em Hebreus, como em qualquer outra parte da Bíblia, para estes eventos. Sem dúvida, é mais importante viver uma vida santa, do que saber exatamente, quando os eventos finais vão acontecer; o que é, provavelmente, a razão bíblica na ênfase de estar pronto para o retorno de Cristo, não importa quando isto aconteça. O julgamento futuro é mencionado frequentemente em Hebreus. Do capítulo 10:27, o julgamento parece referir-se ao que chamamos de: Juízo executivo, porque o fogo consumidor é mencionado (Mateus 25:41 e Apocalipse 20: 9 e 10).
Quando isto ocorrerá, e como e quanto tempo levará, não nos é dito, mas de acordo com Hebreus, alguns pontos são revelados: Primeiro, a função de Deus como juiz (Hebreus 12:23); segundo, Ele virá recompensar o mal (Hebreus 10: 30); terceiro, Ele dará um galardão a Seu povo (Hebreus 11:26).
A cidade Celestial, é a quarta parte:
Três passagens em Hebreus, falam sobre a cidade celestial. Quais são as similaridades e diferenças nessas passagens?: a primeira está em Hebreus 11:13-16, “todos estes morreram na fé, não alcançaram as promessas, viram-nas de longe e as saudaram e confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra, ora, os que dizem tais coisas, claramente mostram que buscam uma pátria; e se na verdade se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não Se envergonha de ser chamado Seu Deus, pois já lhes preparou uma cidade”. Todos estes morreram na fé. Aqueles mencionados são: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Sara; sem dúvida muitos outros encontraram a aprovação de Deus, mas estes são especialmente mencionados. Eles viram as promessas ao longe; estavam convictos, abraçaram tais promessas, confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Todos estes morreram, não receberam as promessas, mas eles morreram crendo nelas.
Quatro coisas são mencionadas deles: Primeiro, viram as promessas ao longe; segundo, eles estavam convencidos delas; terceiro, as abraçaram, e quarto, eles confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra.
Eles estavam procurando uma pátria. Deve ter sido difícil para Abraão e sua família subir e descer a terra como estrangeiros, quando eles podiam ter se acomodado como fez Ló e tido um lar permanente. Viver em tendas pode ser divertido por um pouco tempo, mas podemos logo entender quão grande deve ter sido a tentação para eles de terminar suas perambulâncias e fixarem-se; eles buscavam uma pátria que tinha fundamento. Eles tinham uma boa casa sem dúvida em Harã, eles poderiam ter retornado, não era mais longe ir até lá do que rumar para o Egito. Em Harã eles eram conhecidos e poderiam imediatamente fixar-se nas posições anteriores, eles devem ter tido oportunidade; mas não nos é dito que eles tiveram a mínima vontade de voltar. Eles tinham partido para a terra de Canaã, e não iriam retornar. Um valioso exemplo para outros seguirem.
Agora do pastor Andreasen, pág. 495 de sua obra: O Livro de Hebreus, com respeito à pátria melhor (Hebreus11: 16): “É natural que cada pessoa ame o país de seu nascimento ou adoção, mas o cristão jamais deve esquecer que ele tem uma pátria melhor, e que esta melhor Terra é seu verdadeiro lar”.
Há um perigo de que nos tornemos tão enamorados das coisas daqui e tão bem satisfeitos que possamos esquecer a pátria melhor. Isto não quer dizer que nos façamos miseráveis aqui a fim de que possamos algum dia desfrutar algo melhor, o que parece ser o cristianismo de alguns, mas devemos ser sempre cuidadosos para que não armemos nossas tendas tão perto de Sodoma, e então percamos de vista o lar celestial.
Creiam meus queridos amigos, a muito tenho sentido que estamos mais perto de Sodoma e Gomorra hoje, do que nunca dantes. E então, Hebreus 12: 18-24. Aqui temos a descrição da entrega da lei no Sinai. Este é o cenário da entrega da lei, a qual Paulo se refere em Hebreus. E aqui é o comentário do pastor Andreasen, Deus deu uma amostra de seu poder e santidade para vos provar, para que o seu temor esteja diante de nós, a fim de que não pequeis (Êxodo 20: 20). Verdadeiramente, nenhuma amostra de glória e majestade jamais tem sido dada. O povo permaneceu face a face como o legislador e juiz de toda a Terra. Eles compareceram ante o banco de julgamento de Deus, e conhecendo agora o temor do Senhor (II Coríntios 5:11).
Jamais eles poderiam pensar levemente do pecado. Tinham vivenciado o terror do julgamento; ao entregar a lei, Deus cumpriu uma missão mais do que meramente intimidar o povo e fazê-los temer. Ele mostrou ao povo Seu grande poder de proteção; com um tal Deus ao seu lado, que razão poderia jamais haver para que o povo temesse por mais numerosos e fortes que fossem seus inimigos? Deus era abundantemente capaz para protegê-los.
Esta descrição da entrega da lei no monte Sinai contém muitas lições para nós. Não somente temos esta leitura e comentários bíblicos do pastor Andreasen, mas Ellet Joseph Waggoner, tem muito a dizer em seu livro: The Glad Tidings (As Boas Novas) pág. 77. Ali ele diz: “A lei é justiça, assim como Deus diz: Ouvi-me vós que conheceis a justiça, vós povo em cujo coração está a Minha lei” (Isaías 51: 7). Portanto a justiça que a lei demanda é a única que pode herdar a Terra prometida. Ela é obtida, não por obras da lei, mas pela fé. A justiça da lei não se consegue por esforço humano, mas pela fé. Por conseguinte quanto maior seja a justiça que a lei demanda, maior parece ser a promessa de Deus.
Você vê, Deus não está tentando intimidar as pessoas, amedrontando-as para serem submissas, Ele está simplesmente demonstrando Seu maravilhoso poder, para dar direção sabedoria e proteção. Ele prometeu a todos os que creem; Ele tem jurado isso. Então quando a lei foi proclamada no Sinai, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão com grande voz, acompanhada pelo som da trombeta de Deus, e com a terra inteira tremendo pela presença do Senhor e Seus santos anjos, a inconcebível grandeza e majestade da lei de Deus foi mostrada. Para todos os que se lembravam do juramento de Deus a Abraão, isto foi uma revelação da assombrosa grandeza da promessa divina. Ele tem jurado dar a justiça que a lei demanda a todo aquele que confia nele. A voz potente com a qual a lei foi proclamada é a voz potente que dos altos montes proclama as boas novas da misericórdia salvadora de Deus. Os preceitos de Deus são promessas, e como tal, devem necessariamente ser, porque Ele sabe que não tempos poder. Tudo o que Deus requer é o que Ele dá, quando Ele diz: Não farás; podemos estar seguros de que se confiarmos nEle, Ele nos preservará de pecar contra o que nos adverte.
“Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras” (Parábolas de Jesus, pág. 333).
Na pág. 78 do livro Glad Tidings (Boas Novas) lemos que Gálatas 3:21 mostra que a lei foi dada para enfatizar a promessa. Todas as circunstâncias em torno da proclamação da lei: o som de trombeta, a voz potente, o tremor de terra, o fogo, a tempestade, os trovões e relâmpagos, os limites ao redor do monte, sob pena de morte, tudo falava da lei que obra a ira aos filhos da desobediência. Mas, o mesmo fato de que a ira das obras da lei, vem somente aos filhos da desobediência, mostra que a lei é boa, e que aqueles que a cumprem viverão por ela.
Queria Deus desanimar o povo? De maneira nenhuma. A lei deve ser observada e os terrores do Sinai, foram designados para trazê-los de volta ao juramento de Deus, que havia sido dado 430 anos antes como garantia a todas as pessoas de todas as épocas, da justificação através do crucificado e eterno Salvador.
E. J. Waggoner fala mais adiante, na pág.99 de seu livro, The Glad Tidings (As Boas Novas) Se os filhos de Israel que saíram do Egito tivessem caminhado nas pisadas da fé, que teve Abraão nosso pai (Romanos 4: 12), eles jamais teriam se gabado de que poderiam guardar a lei falada no Sinai. Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé (Romanos 4:13).
A fé justifica. A fé faz justos. Se o povo tivesse tido a fé de Abraão, eles poderiam ter tido a justiça que ele teve. No Sinai, a lei que fora falada por causa da transgressão, poderia ter estado no coração deles. Não teria sido necessário despertá-los pelos trovões, para o senso de sua condição – Deus nunca esperou e nem espera agora, que pessoa alguma possa obter justiça pela lei proclamada no Sinai, e todas as coisas relacionadas com o Sinai mostram isso. Ainda assim, a lei é verdade, e deve ser observada.
Deus livrou o povo do Egito para que Lhe guardassem os preceitos e Lhe observassem as leis (Salmo 105:45). Notem isso agora: Nós não obtemos vida pela guarda dos mandamentos, mas Deus nos dá a vida, a fim de que possamos guardá-los através da fé nEle. Quando consideramos o tema de nosso estudo – Jesus e o Nosso Futuro, podemos resumir com confiança ao dizer que envolve nesta vida, justiça através da obediência aos mandamentos de Deus pela fé e finalmente um lar no reino celeste.
Quinta Parte: O Santuário e a Segunda Vinda.
De que maneira o autor de Hebreus conecta o tema do santuário com a segunda vinda de Cristo nos versos que se seguem? O Primeiro é Hebreus 9:24-28, “Pois Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para comparecer agora por nós perante a face de Deus; nem também entrou para Se oferecer a Si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote entra de ano em ano no santo dos santos com sangue alheio; doutra forma, necessário Lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas Se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-Se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para a salvação”.
O segundo texto está em Hebreus 10:11-13: “Todo o sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados; mas Este, havendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-Se à destra de Deus, daí por diante espera que os Seus inimigos sejam postos por estrado de Seus pés”.
Depois Hebreus 12: 22-24: “Mas tendes chegado ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal assembléia e igreja do primogênitos inscritos nos céus, tendes chegado a Deus o juiz de todos e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; a Jesus, o Mediador de uma Nova Aliança, e ao sangue da aspersão que fala melhor que o de Abel”.
A segunda vinda de Cristo é a consumação do que Jesus fez na cruz e do que Ele está fazendo como Sumo Sacerdote no santuário celestial. Ambos, Sua morte e Seu ministério, como Sumo Sacerdote, seriam sem valor sem a segunda vinda. A salvação final será uma realidade quando Jesus retornar e levar Seu povo ao monte Sião para a futura cidade, a Jerusalém celestial, onde eles podem viver na direta presença de Deus.
O ensino sobre o santuário, e o ensino sobre os últimos acontecimentos vão juntos, e não poderiam ser separados.
A nota de encerramento nos vem de uma citação de Testimonies, vol. 9, págs. 287 e 288, e que em português, pode ser encontrada em Testemunhos Seletos, vol. 3 pág. 434.
“Caminhamos em direção ao lar. Aquele que tanto nos amou, a ponto de morrer por nós, construiu uma cidade para nós, a Nova Jerusalém é nosso lugar de descanso. ... ‘Tendes necessidade de perseverança para que havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque ainda dentro de pouco de tempo, Aquele que vem virá e não tardará’ (Hebreus 10:35 a 37). Contemple, contemple e deixe que sua fé cresça continuamente. Deixe esta fé guiá-lo através da estreita senda que leva por entre os portais da cidade de Deus, ao grande além, o amplo futuro sem limites da glória que é para os redimidos”.
“Ora, a suma do que temos dito é que temos um Sumo Sacerdote tal, que está assentado no Céu à destra do trono da Majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo o qual o Senhor fundou e não o homem” (Hebreus 8: 1 e 2).
“Tendo pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne” (Hebreus 10: 20). “E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteireza de fé; tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu (Hebreus 9: 19-23).
Tudo que podemos dizer é Amém!      
Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma.
 

Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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