terça-feira, 1 de outubro de 2013

1/10/13 - JESUS NOSSA SEGURANÇA, por Alexandre Snyman



O texto é Hebreus 10: 22 e 23: “Aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados de má consciência, e lavados o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança sem vacilar; pois, quem fez a promessa é fiel”.
No prefacio da obra: “Estudo de Passagens Controvertidas da Epístola aos Hebreus”, do pastor Ermano Bassi, publicado pela Voz da Profecia, nas págs. 3 e 4 o doutor Wilson Harle Endruveit, professor de teologia sistemática, e ex-diretor da Faculdade Adventista de Teologia, o então IAE, hoje Unasp Campus I, diz em outras palavras: Além do Cristo histórico na cruz, do Cristo futuro, na segunda vinda, os Adventistas do Sétimo Dia tem algo muito especial a dizer sobre o Cristo contemporâneo no santuário celestial.
O Primeiro, o mais obvio e talvez mais importante significado da intercessão de Cristo, é que através dEle, temos imediato e direto acesso a Deus, esta é a tese central da epístola aos Hebreus, Cristo é o Mediador.
O Segundo significado da intercessão de Cristo é que Deus ainda está ativo em nosso favor, a obra da salvação continua; a cruz é o grande evento da reconciliação: “Ora tudo provém de Deus que nos reconciliou Consigo Mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos confiou a palavra da reconciliação” (II Coríntios 5: 18,19). Mas a atividade de Deus não termina aí, ela continua no santuário celestial, a intercessão de Cristo traz Deus e Sua salvação para perto de nós, no sentido de dar-nos plena segurança (Hebreus 10: 22. Desta maneira o impacto da cruz é perpetuado na experiência pessoal. Cristo é o nosso sumo sacerdote, Ele não somente fez algo no passado, para salvar-nos, Ele opera em nosso favor agora, hoje, neste momento. A intercessão de Cristo significa que há poder disponível para nós, para resistir ao inimigo que nos tenta, e leva-nos a pecar, e a desanimar e a desesperar também, e se ainda assim pecamos, há perdão. “Temos Advogado junto ao Pai” (I João 2: 1).
O Terceiro significado da intercessão de Cristo é que a nossa salvação é um fato objetivo, que pertence à realidade transcendental, por isso, a base para sua confiança não é a nossa própria experiência, mas — Cristo. Não haverá lugar para um sentimento de justiça humana, isto é, para legalismo. Como a cruz é uma dádiva, fruto da graça, assim também a intercessão contínua de Cristo é um dom. Tudo que fizermos, seja testemunhar, ou qualquer outra coisa, qualquer vitória sobre o pecado, estará dependente do ministério de Cristo.
Um Quarto significado da intercessão de Cristo é que ela nos propicia uma nova visão de nós mesmos, dando-nos significado e dignidade em dois aspectos:
1º) Ela se dá no céu, tem, pois, importância cósmica que ultrapassa os limites do tempo e do espaço (Filipenses 3: 20 e 21).
2º) A despeito de nossas fragilidades, o ser humano é importante para Deus e amado por Ele. O ser humano coletivamente é o povo do Sumo Sacerdote, a comunidade de Deus na Terra, e deve, pois, estar mais preocupada com o que Cristo faz do que com o que ela faz.
O Quinto valor é o fato de que o julgamento significa que Deus leva a sério o indivíduo. O significado de sua existência não depende dos grupos familiares, étnicos religiosos a que pertence, o destino final é determinado pelas suas escolhas próprias. O julgamento dá significado à identidade pessoal.
Em Sexto lugar, o julgamento divino significa que todas as Suas ações e decisões são importantes, nada é irrelevante e insignificante (Mateus 12: 36), há significado até nas intenções e desejos interiores.
Em Sétimo lugar, o julgamento divino significa que o pecado não é eterno, é uma distorção temporária, sujeita aos limites impostos por Deus. A obra do julgamento resultará num povo redimido e num mundo recriado. Assim, o fato do julgamento lembra o triunfo do amor.
Resumir todos os sete benefícios em uma única ideia é reconciliar o significado de Deus numa só palavra poderosa que é o tema desta lição: Confiança. (Hebreus 4: 16) diz; “Acheguemo-nos, portanto confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça, para socorro em ocasião oportuna”.
Os que receberiam a epistola precisavam de garantia, certeza e confiança. Hebreus mostra onde essa segurança pode ser encontrada. A maioria dos seres humanos tem desejo e algum nível de certeza e segurança em seu viver. Quem entraria num avião sem certa segurança, garantia de que ele está bem mantido e mecanicamente seguro, ou que os pilotos sabem como manejá-lo? Quem iria a um médico, sem ter certeza sobre a competência do profissional? Quem procuraria emprego junto a uma empresa sem estar certo de que esta existiria por algum tempo? Todos nós, de uma maneira ou de outra procuramos e precisamos de certo nível de segurança em todas as coisas do dia a dia; quanto mais no que se refere ao aspecto mais importante de nossa vida, nossa relação com Deus que nos prometeu eternidade com Ele.
Nossa condição como seguidores de Cristo.
Hebreus 2: 17 diz: “Por isso mesmo, convinha que em todas as cousas Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote, nas cousas referentes a Deus, e para fazer propiciação (ou reconciliação, em outras versões) pelos pecados do povo”.
O pastor Millian Lauritz Andreasen comenta: “A palavra “convinha,” transmite uma ideia de obrigação moral. Nos versos seguintes a mesma palavra grega é variadamente traduzida como: Deve, obrigado a, necessário, devedor, dívida, devido etc. Ouça alguns textos exemplificativos”: “Nós devemos lavar os pés uns aos outros” (João 13: 14). “Quanto deves ao meu Senhor” (Lucas 16: 5-7). “Devemos dar graças a Deus por vós” (II Tess.2: 13); “Neste caso teríeis que sair do mundo” (I Coríntios 5: 10). “...O que jurar pelo ouro do templo, fica obrigado”. (Mateus 23: 16). “deve pagar a dívida”. (Mateus 18: 30). “Pagar tudo o quanto é devido” (vs. 34).
Comentaristas expressam admiração ante a audácia de meros homens dizerem a Deus o que Ele devia fazer; logicamente, não fariam isso se soubessem que estavam expressando o próprio ponto de vista divino. Deus não precisava ter criado; Ele poderia ter omitido a criação, e evitado todas as obrigações, mas se Ele criou, se trouxe a existência criaturas morais, certas responsabilidades repousam sobre Ele. Como um pai de família tem obrigações por ser o cabeça da casa, assim também Deus tem responsabilidades. Não é correto dizer, como alguns fazem, que, porque Deus não criou satanás como um ser pecaminoso, Ele está livre de toda obrigação. É verdade, Deus não criou satanás, mas Ele criou Lúcifer, que se tornou satanás, e por causa dessa criação, certas necessidades Lhe cabem; isto, Ele seria o último a negar ou evitar. Ele de modo algum é responsável pelo pecado, mas há certas coisas que Ele é obrigado a fazer por causa da existência do pecado. É isto que o autor tem em mente ao usar a palavra “convinha”. O que Ele deve fazer? Convinha-Lhe fazer-se igual a seus irmãos em todas as coisas. O que isso significa? Ele deve tornar-Se homem, tão completa e plenamente, que jamais se poderá dizer ser Ele estranho a qualquer tentação, qualquer sofrimento, qualquer prova que o homem deva enfrentar e enfrenta. Conquanto isso não signifique que Suas experiências devam ser idênticas às nossas, em todo respeito, pois, nenhuma, ou mesmo nem um milhar de existências seria suficiente para isto. Mas, significa que as provas devem ser representativas, e, em princípio, incluir tudo que o homem deve sofrer; e, em severidade, deve alcançar tudo quanto o homem deve suportar. A razão porque Cristo deve assim sofrer é para que Se torne um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel.
As duas características, de misericórdia e fidelidade, são necessárias para um ministério justo. A misericórdia, sozinha, seria muito indulgente, e poderia ignorar a justiça. A fidelidade propicia o equilíbrio para a misericórdia ao considerarmos direitos e deveres, tanto do ofensor quanto do ofendido.
Como Sumo Sacerdote, Cristo deve ser bondoso e compreensivo para com o ofensor, mas Ele também precisa ser fiel à justiça e não ignorar a lei. Fidelidade conservará um bom equilíbrio entre misericórdia incondicional e justiça implacável. O Sumo Sacerdote deve considerar o pecador, mas também deve levar em conta aquele contra o qual se pecou; Ele deve ser fiel ao seu depósito, tanto quanto misericordioso para com o transgressor. Todo pecado é, primariamente, praticado contra Deus, este é um pormenor que não devemos esquecer. Davi por exemplo, orando por perdão no salmo 51 declarou: “Contra Ti, contra Ti somente pequei, e fiz o que é mau diante dos Teus olhos”. (v.4, p. parte). Lembrem-se também da experiência de José no Egito, quando defrontava aquela terrível tentação ele disse: “Como, pois, posso cometer este tão grande mal e pecar contra Deus?” (Gênesis 39: 9).
Sendo que todo pecado é, primariamente, praticado contra Deus, a reconciliação que o Sumo Sacerdote deve operar tem que incluir primeiro que tudo a reconciliação do homem para com Deus, isto envolve o padrão divino de justiça, Sua Lei. Sem devida consideração às suas exigências, nenhuma verdadeira reconciliação pode ser efetuada, isto está envolvido em Cristo ser um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote em coisas relativas a Deus. Ele deve ser justo para com todas as partes envolvidas.
Com respeito a fazer reconciliação, esta era a obra dos sacerdotes e particularmente do Sumo Sacerdote. É digno de nota que a palavra “reconciliar,” tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento, nunca é empregada no sentido de reconciliar Deus com o homem, mas sempre de reconciliar o homem com Deus.
Agora, há outro aspecto que se deve considerar; Hebreus 2: 17 ressalta a importância da natureza que Cristo assumiu na encarnação. Comentando isto lemos, em “O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristã” pág. 35: Consequentemente é verdade sem qualquer exceção, que “em todas as coisas Lhe convinha se tornar semelhante aos irmãos”. (Hebreus 2: 17). E o pastor Alonzo Trevier Jones comenta sobre isto dizendo: “Se Ele não fosse da mesma carne como aqueles que veio remir, não haveria qualquer utilidade de ser Ele feito carne; e mais do que isto, sendo que a única carne que há neste vasto mundo, ao qual Ele veio para remir, é esta pobre, pecaminosa, e perdida carne humana, que cada homem tem, se esta não for a carne da qual Ele foi feito, então realmente nunca veio ao mundo que precisa ser remido; porque, se Ele tivesse vindo numa natureza humana diferente da qual há atualmente neste mundo, com quanto estando no mundo, com o propósito de alcançar o homem e de ajudá-lo, teria estado tão longe dele, como se nunca tivesse vindo. Porque, nesse caso, nessa natureza, teria estado tão longe do homem, e seria tanto como doutro mundo, como se nunca tivesse vindo a este mundo de modo algum.
Claramente podemos ter segurança da salvação em saber que Cristo tornou-Se nós. Ele sabe tudo quanto enfrentamos e entende toda tentação que deparamos; cada dificuldade, ou obstáculo, em nada é novo para Ele; Ele sabe a respeito porque Ele tornou-Se nós, caminhando pela mesma estrada que caminhamos para nos dar segurança.
Agora, o próximo texto é Hebreus 3: 14: “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardamos firmes até ao fim a confiança que desde o princípio tivemos.” Demore-se especificamente na noção de que somos tornados participantes de Cristo. Porque Jesus realizou a purificação dos nossos pecados (Hebreus 1: 3), e porque Ele obteve a redenção (Hebreus 9: 12), por nós, podemos ser aceitos por Deus, mesmo como pecadores; assim temos segurança da salvação não por algo em nós mesmos, mas por causa do que Deus realizou em Cristo, O Filho de Deus, nosso Rei, nosso Irmão, nosso Sacrifício e nosso Sumo Sacerdote. Nossa segurança repousa nEle, não em nós mesmos.
De acordo com William G. Johnsson, editor da Revista Adventista em inglês, no livro “Em Absoluta Confiança” pág. 155, lemos que os cristãos são santos, santificados, aperfeiçoados, purificados, todos esses termos sendo associados com o santuário e os seus serviços; são o povo de Deus mesmo agora. São agora limpos, agora têm acesso a Deus, agora têm consciências purificadas e agora têm a Jesus como Sumo Sacerdote celestial.
E notem o que o pastor Millian Lauritz Andreasen comenta também sobre este verso, a respeito de participantes de Cristo, ou, com Cristo: “Não é no futuro remoto que devemos tornar-nos participantes de Cristo, união com Cristo, aqui e agora, e é uma experiência muito preciosa e a maior realização possível para um cristão. Certamente podemos apreciar em tudo isto uma maravilhosa segurança que nos vem; a segurança de salvação, quando percebemos que sermos participantes com Cristo nos coloca com Ele na experiência toda de salvação”. O pastor Andreasen prossegue na pág. 155 de sua obra “O Livro de Hebreus”: “Este verso fez paralelo com o 6, onde somos admoestados a mantermos firme a nossa confiança e o regozijo de nossa esperança até o fim. Neste lugar nos é dito para firmarmos não só a nossa confiança, mas o início de nossa confiança. Como nossa fé, confiança e ousadia eram fortes no princípio, quando estávamos em nosso primeiro amor, assim devemos manter-nos firmes, não devemos perder nosso primeiro amor, ou nossa primeira confiança. Estas admoestações foram escritas aos membros da igreja de Jerusalém e ali têm sua primeira aplicação. Eles compartilhavam com outros as coisas que possuíam e muitos dispuseram todas as suas possessões terrenas aos pés dos apóstolos (Atos 2: 44,45; e 4: 32-35). Eles esperavam que Cristo retornasse logo, mas muitos anos se passaram desde então e nem sinal se apercebia da vinda imediata de Cristo. Ele foi para preparar-lhes lugar, mas porque demorava tanto? Moisés esteve com Deus por 40 dias na montanha, mas Cristo já havia partido por quase 40 anos e a fé deles estava minguando, eles precisavam ser admoestados a manterem-se firmes, porém mais do que isto, precisavam de uma clara concepção da obra de Cristo de modo que não esperassem em expectativa inútil, mas inteligentemente cooperando com Ele em Sua obra”.
Israel não havia entrado no descanso de Deus, conquanto tivesse entrado em Canaã, e nos dias de Paulo a igreja em Jerusalém corria o mesmo perigo. Era alto o tempo para despertar-lhes. Deus desejava que Sua igreja entrasse pela fé com Cristo dentro do véu, onde Ele entrou como precursor nosso (Hebreus 6: 19 e 20); mas poucos estavam prontos para atentar ao chamado. Agora observem Hebreus 6: 18, “Para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta.” Agora Hebreus 9: 15, “Por isso mesmo, Ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna aliança, aqueles que têm sido chamados”. Novamente, vocês podem ver, a ênfase está na maravilhosa segurança da eterna redenção que é nossa por causa da morte e sacrifício de Jesus Cristo, que “oferecendo-Se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá, segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para a salvação” (Hebreus 9: 28). Também temos Hebreus 10: 14, “Porque, com uma única oferta aperfeiçoou, para sempre, quantos estão sendo santificados”. E o que dizer de nossa segurança para hoje? “Naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer os que são tentados” (Hebreus 2: 18).
Uma vez mais enfatizamos aqui que Cristo Se tornou nós. Nos Estados Unidos da América do Norte, dizemos que Ele esteve sobre os nossos sapatos; Ele é um de nós, Ele conhece todas as tentações, obstáculos, dificuldades, e terríveis desafios que defrontamos, e, porque Ele mesmo sofreu, sendo tentado, Ele é capaz de salvar os que são tentados.
Em Hebreus 4: 15 novamente surge o mesmo pensamento: “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes foi Ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Oh! Confio em que podemos observar em muitos destes versos, a importância e constante ênfase situada sobre o fato de que Cristo, na encarnação, assumiu nossa natureza caída; se Ele não o tivesse feito, não teria sido possível dizer que “foi em todos os pontos tentado como nós, mas sem pecado.” A fim de ter sido tentado como nós somos Ele tinha que ser nós. Ele não tinha que pecar logicamente, mas experimentou a terrível atração da tentação e sabe o que temos de defrontar quando somos tentados.
O fato de que Ele nunca pecou, ainda que sendo tentado como nós somos, é um magnífico milagre. Diz quão maravilhoso Deus tornou possível que uma demonstração se fizesse do fato de que, mesmo embaraçado com uma natureza humana caída, não temos que submeter-nos às tentações que nos advêm. Outra forma de dizê-lo é que, mesmo que sobrecarregados e embaraçados com essa natureza caída, ainda podemos vencer. Temos é verdade, um equipamento falho, como Jesus assumiu, mas ainda podemos, pelo poder que Ele está desejoso de nos comunicar, produzir um desempenho perfeito, como Jesus. Ouçam novamente Romanos 8: 3 e 4: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isto fez Deus enviando Seu próprio Filho, em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado, e, com efeito, condenou Deus na carne o pecado; a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
Notem novamente estas palavras; “condenou o pecado na carne”; isto significa simplesmente que Cristo, mesmo embaraçado com nossa carne pecaminosa, provou que, nessa carne, não há desculpas para o pecado. Ele condenou o pecado provando que mesmo na natureza caída, pecaminosa, o pecado não tem desculpas para sua existência. Oh! Nada poderia ser tão maravilhosamente claro para nós, e isto contribui para a soma total da plena segurança que temos, plena segurança de salvação em Cristo Jesus. Não somente em Sua morte sobre a cruz, não só no pagamento do resgate pelas nossas almas, mas na vida que viveu aqui sobre a Terra, embaraçado com nossa natureza caída.
Agora, Hebreus 7: 19, “Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, mas isto ocorreu quando se introduziu esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. Verso 25, “Por isso também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Que maior segurança podemos ter de salvação, de uma promessa de vida eterna, de uma promessa de sermos salvos de nossos pecados, e esperar pela vida eterna, por causa do que Jesus realizou por nós? NEle está a segurança final e total.
As passagens que descrevem o que foi realizado no passado, tratam com diferentes aspectos de nossa salvação. As passagens que acabamos de citar, em contraste, contém certos aspectos práticos da vida atual que, não obstante, dependem do ministério sumo sacerdotal de Jesus. Ele faz intercessão em nosso favor, Ele simpatiza e trata bondosamente conosco, Ele sofreu na carne como temos sofrido na carne. Assim Ele pode relacionar-Se conosco como um ser humano para um ser humano em nosso sofrimento carnal; contudo, Ele nunca sucumbe ao pecado, e assim oferece-nos poder para vencer também o pecado. Como cristãos nunca tivemos uma boa desculpa para o pecado. Sabemos que Deus nos ama, sabemos que Cristo está agindo em nosso benefício mesmo agora, contudo, temos que ser cuidadosos sobre como entendemos o que isto significa. Isto é, que a vida sempre será doce e boa porque temos a Jesus como nosso Sumo Sacerdote ministrando em nosso benefício no Céu. Podemos ter segurança, podemos ter esperança, podemos ter paz do conhecimento de que não só Jesus morreu por nossos pecados, tendo pago a penalidade por eles, mas agora ministra no Céu em nosso benefício, representando-nos perante o Pai, não nos nossos próprios méritos, mas com Seu perfeito registro. Isso é que é segurança; mas isso não significa que nunca teremos sofrimentos nesta vida, pelo contrário, contudo, isto não nos deve causar qualquer desânimo. O Senhor nos prometeu que nunca nos deixará e que estará conosco até o fim. Eis aqui agora alguns textos cheios de esperança e promessa: Hebreus 4:3, “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito. Assim jurei na Minha ira, não entrarão no Meu descanso; embora certamente as suas obras estivessem concluidas desde a fundação do mundo”.
Isto sem dúvida nos fala, que o repouso que temos em Cristo é descanso do terrível fardo do pecado. Agora observem o verso 16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Hebreus 8: 10 a 12, “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor; nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as escreverei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo; E não ensinará jamais cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Pois para com as suas iniquidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei.”
Versos como estes, nem precisam comentário, as promessas são por demais preciosas para serem mal compreendidas. Agora considerem Hebreus 10: 22, “Aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados de má consciência, e lavado o corpo com água pura”. Depois, Hebreus 12: 28, “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor”. E finalmente, Hebreus 13: 5 e 6, “Seja a vossa vida sem avareza, contentai-vos com as coisas que tendes; porque Ele tem dito: de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim afirmou-nos confiantemente: O Senhor é meu auxílio,  não temerei, que me poderá fazer o homem?”
Examinem cuidadosamente Hebreus 10: 22; fala da plena segurança da fé. A palavra grega traduzida por “plena segurança,” também significa estar absolutamente certo, completamente em segurança; em outras palavras, não há hesitação aqui. O apóstolo declara que devemos aproximar-nos de Deus em plena garantia de fé, e plena segurança de que as promessas que Ele nos fez serão cumpridas. O verso 23 declara que é fiel O que prometeu. Porque temos essa plena segurança? Os três versos anteriores ajudam a compreendermos isso. Jesus, por Sua morte, agora é nosso Sumo Sacerdote, que consagrou um novo e vivo caminho para nós (Hebreus 10: 20), para termos acesso a Deus.
Termos descrevendo garantia e segurança.
Hebreus 3: 6 diz: “Cristo, porém, como Filho, era fiel (vs. 5) sobre a Sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança”.  Verso 14, “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardamos firme, até ao fim, a confiança que desde o princípio tivemos.”  10:35: “Não abandoneis portanto a vossa confiança, ela tem grande galardão”.  4:16, “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.  10:19, “Tendo, pois, irmãos intrepidez para entrar no santo dos santos, pelo sangue de Jesus”.  6:11, “Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando até ao fim a mesma diligência para a plena certeza da esperança”.  Finalmente Hebreus 11:1, “Ora a fé é a certeza das cousas que se esperam, e a convicção de fatos que se não veem”.
Estes textos podem ser agrupados em quatro categorias:
A primeira ressalta o fato de que nós, com confiança, podemos aproximar-nos de Deus, termos acesso ao trono da graça, no santuário celestial, somos purificados e lavados, as barreiras são removidas, e, em lugar de temor, confiança enche a nossa vida.
A 2ª Categoria liga segurança com esperança e parece um chamado para permanecer fiéis e suportar até o prometido fim.
A 3ª categoria faz ligação entre segurança e fé. É pela fé que temos as garantias do que Cristo realizou por nós e o que Ele fará até nas coisas que são ainda invisíveis. Fé é um elemento indispensável da nossa esperança, confiança, e segurança.
A última [4ª] Categoria: Consiste de apelo a nos mantermos firmes na confiança e não lançar fora a segurança.
Chegamos agora ao bem conhecido capítulo da fé, Hebreus 11. O pastor Millian Lauritz Andreasen, assinalou que este primeiro verso, de Hebreus 11: “Ora a fé é a certeza das cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”. Não é tanto definição de fé, mas aqui a fé realizará ou o que a fé realiza. Somos instados a ler os primeiros 10 versos de Hebreus 10.
Em Hebreus o conceito de fé e segurança estão ligados, somos salvos pela fé, não pelas obras. Assim, na medida em que nos apegamos ao Senhor, em fé, temos a segurança da salvação que nos vem pela fé. É interessante que Hebreus 4 contem um chamado para tomar uma decisão de crer, contudo, o livro não é dirigido a não cristãos, porém a cristãos. Assim em Hebreus, fé não se refere simplesmente a uma decisão de aceitar a Jesus como nosso Salvador e Senhor. Fé é prática. Por um lado conduz à segurança e propicia esperança, por outro, tem que ver com a conduta de vida. Enquanto isto, em Hebreus 10:35, o autor chama os seus leitores, a não descartarem sua confiança, sua garantia; como não o fariam? A resposta é que eles perseveram em fé, os que perseveram receberão a promessa (v.36), a segunda vinda de Jesus (v.37) e a salvação final (vs. 38 e 39).
O sacrifício de Cristo assegura aos cristãos dois grandes fatos:
Primeiramente: Foi realizado o ato que soluciona o problema do pecado. Eles não têm que lidar e empenhar, sentir fome e sede, pressionar e prevalecer, no esforço frenético e fútil de encontrar purificação de seus pecados. Por um sacrifício de uma vez por todas, Deus tratou inteiramente com o pecado. Nada que possamos fazer pode acrescentar ou diminuir dele. O Calvário nos concede absoluta confiança da eliminação dos pecados.
Em segundo lugar: O Calvário nos assegura de nosso pleno acesso à presença de Deus, não importa quem possamos ser, pertencemos a Jesus. As portas do Templo jazem plenamente abertas e todos quantos creem podem entrar, não humildemente, mas de modo ousado. Isto se acha em William Johnson em “Absoluta Confiança,” pág. 118.
E agora, da Revista Adventista Review and Herald, uma declaração do Espírito de Profecia em 17 de Janeiro de 1899:
“Temos a garantia de um Salvador que veio, um Salvador que foi crucificado e ressuscitou e que proclamou acima do sepulcro, emprestado de José: Eu Sou a Ressurreição e a vida. Em nosso conhecimento de Jesus e de Seu amor, o reino de Deus foi colocado no meio de nós. Tem-nos sido apresentado pelos mensageiros de Deus, a mais rica festa, a justiça de Cristo — Justificação pela fé; as excepcionais e preciosas promessas de Deus em Sua palavra; o livre acesso ao Pai por Jesus Cristo; as consolações do Espírito Santo, e a bem firmada segurança de vida eterna no Reino de Deus—. Perguntamos, o que poderia Deus fazer por nós que Ele não fez na preparação da grande ceia, o banquete celestial?!”
Que risco você correria para chegar a Jesus? Zaqueu, o coletor de impostos, subiu a uma árvore apenas para ter um vislumbre dEle. Quatro amigos fizeram uma abertura no teto de uma casa e desceram o corpo distorcido de um paralítico, para que Ele o curasse. Maria Madalena perturbou uma festa em Sua homenagem, ungindo Seus pés com perfume e enxugando-os com seus cabelos. Esses homens e mulheres foram ousados, a ponto de correrem riscos para estarem perto de Jesus. Mesmo que significasse subir numa árvore, expondo-se à ridicularia da multidão; mesmo que significasse vandalizar um teto, ou tornar-se um espetáculo diante de um anfitrião reprovador. Os que correm riscos, espiritualmente falando, superam obstáculos ousadamente. A necessidade deles de estar na presença de Cristo é tão forte que não permitem que nada os impeça. O livro de Hebreus nos encoraja a não permitir que nada impeça a nossa aproximação de Jesus, mas a irmos ousadamente ao trono da graça, para que possamos obter misericórdia e encontrar graça para ajuda em tempo de necessidades.
Dizemos Amém.   

Alexandre Snyman



O irmão Alexandre Snyman foi pastor adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se vê de correspondência que recebi da mesma.


Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
______________________________________