O texto é Hebreus 10:
22 e 23: “Aproximemo-nos com sincero
coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados de má
consciência, e lavados o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da
esperança sem vacilar; pois, quem fez a promessa é fiel”.
No prefacio da obra: “Estudo de Passagens Controvertidas da
Epístola aos Hebreus”, do pastor Ermano Bassi, publicado pela Voz da
Profecia, nas págs. 3 e 4 o doutor Wilson Harle Endruveit, professor de
teologia sistemática, e ex-diretor da Faculdade Adventista de Teologia, o então
IAE, hoje Unasp Campus I, diz em outras palavras: Além do Cristo histórico na
cruz, do Cristo futuro, na segunda vinda, os Adventistas do Sétimo Dia tem algo
muito especial a dizer sobre o Cristo contemporâneo no santuário celestial.
O Primeiro, o mais obvio e talvez mais
importante significado da intercessão de Cristo, é que através dEle, temos
imediato e direto acesso a Deus, esta é a tese central da epístola aos Hebreus,
Cristo é o Mediador.
O Segundo significado da intercessão de
Cristo é que Deus ainda está ativo em nosso favor, a obra da salvação continua;
a cruz é o grande evento da reconciliação: “Ora
tudo provém de Deus que nos reconciliou Consigo Mesmo por meio de Cristo, e nos
deu o ministério da reconciliação; a saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões;
e nos confiou a palavra da reconciliação” (II Coríntios 5: 18,19). Mas a
atividade de Deus não termina aí, ela continua no santuário celestial, a
intercessão de Cristo traz Deus e Sua salvação para perto de nós, no sentido de
dar-nos plena segurança (Hebreus 10: 22. Desta maneira o impacto da cruz é perpetuado
na experiência pessoal. Cristo é o nosso sumo sacerdote, Ele não somente fez
algo no passado, para salvar-nos, Ele opera em nosso favor agora, hoje, neste
momento. A intercessão de Cristo significa que há poder disponível para nós,
para resistir ao inimigo que nos tenta, e leva-nos a pecar, e a desanimar e a
desesperar também, e se ainda assim pecamos, há perdão. “Temos Advogado junto ao Pai” (I João 2: 1).
O Terceiro significado da intercessão de Cristo é que a nossa
salvação é um fato objetivo, que pertence à realidade transcendental, por isso,
a base para sua confiança não é a nossa própria experiência, mas — Cristo. Não
haverá lugar para um sentimento de justiça humana, isto é, para legalismo. Como
a cruz é uma dádiva, fruto da graça, assim também a intercessão contínua de
Cristo é um dom. Tudo que fizermos, seja testemunhar, ou qualquer outra coisa,
qualquer vitória sobre o pecado, estará dependente do ministério de Cristo.
Um Quarto significado da intercessão de
Cristo é que ela nos propicia uma nova visão de nós mesmos, dando-nos
significado e dignidade em dois aspectos:
1º) Ela se dá no céu,
tem, pois, importância cósmica que ultrapassa os limites do tempo e do espaço
(Filipenses 3: 20 e 21).
2º) A despeito de
nossas fragilidades, o ser humano é importante para Deus e amado por Ele. O ser
humano coletivamente é o povo do Sumo Sacerdote, a comunidade de Deus na Terra,
e deve, pois, estar mais preocupada com o que Cristo faz do que com o que ela
faz.
O Quinto valor é o fato de que o
julgamento significa que Deus leva a sério o indivíduo. O significado de sua
existência não depende dos grupos familiares, étnicos religiosos a que
pertence, o destino final é determinado pelas suas escolhas próprias. O
julgamento dá significado à identidade pessoal.
Em Sexto lugar, o julgamento divino
significa que todas as Suas ações e decisões são importantes, nada é
irrelevante e insignificante (Mateus 12: 36), há significado até nas intenções
e desejos interiores.
Em Sétimo lugar, o julgamento divino
significa que o pecado não é eterno, é uma distorção temporária, sujeita aos
limites impostos por Deus. A obra do julgamento resultará num povo redimido e
num mundo recriado. Assim, o fato do julgamento lembra o triunfo do amor.
Resumir todos os sete
benefícios em uma única ideia é reconciliar o significado de Deus numa só
palavra poderosa que é o tema desta lição: Confiança. (Hebreus 4: 16) diz; “Acheguemo-nos, portanto confiadamente junto
ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça, para
socorro em ocasião oportuna”.
Os que receberiam a
epistola precisavam de garantia, certeza e confiança. Hebreus mostra onde essa
segurança pode ser encontrada. A maioria dos seres humanos tem desejo e algum
nível de certeza e segurança em seu viver. Quem entraria num avião sem certa segurança,
garantia de que ele está bem mantido e mecanicamente seguro, ou que os pilotos
sabem como manejá-lo? Quem iria a um médico, sem ter certeza sobre a
competência do profissional? Quem procuraria emprego junto a uma empresa sem
estar certo de que esta existiria por algum tempo? Todos nós, de uma maneira ou
de outra procuramos e precisamos de certo nível de segurança em todas as coisas
do dia a dia; quanto mais no que se refere ao aspecto mais importante de nossa
vida, nossa relação com Deus que nos prometeu eternidade com Ele.
Nossa condição como seguidores de Cristo.
Hebreus 2: 17 diz: “Por isso mesmo, convinha que em todas as cousas
Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo
Sacerdote, nas cousas referentes a Deus, e para fazer propiciação (ou
reconciliação, em outras versões) pelos pecados
do povo”.
O pastor Millian
Lauritz Andreasen comenta: “A palavra “convinha,” transmite uma ideia de
obrigação moral. Nos versos seguintes a mesma palavra grega é variadamente
traduzida como: Deve, obrigado a, necessário, devedor, dívida, devido etc. Ouça
alguns textos exemplificativos”: “Nós
devemos lavar os pés uns aos outros” (João 13: 14). “Quanto deves ao meu Senhor” (Lucas 16: 5-7). “Devemos dar graças a Deus por vós” (II Tess.2: 13); “Neste caso teríeis que sair do mundo” (I
Coríntios 5: 10). “...O que jurar pelo
ouro do templo, fica obrigado”. (Mateus 23: 16). “deve pagar a dívida”. (Mateus 18: 30). “Pagar tudo o quanto é devido” (vs. 34).
Comentaristas
expressam admiração ante a audácia de meros homens dizerem a Deus o que Ele
devia fazer; logicamente, não fariam isso se soubessem que estavam expressando
o próprio ponto de vista divino. Deus não precisava ter criado; Ele poderia ter
omitido a criação, e evitado todas as obrigações, mas se Ele criou, se trouxe a
existência criaturas morais, certas responsabilidades repousam sobre Ele. Como
um pai de família tem obrigações por ser o cabeça da casa, assim também Deus
tem responsabilidades. Não é correto dizer, como alguns fazem, que, porque Deus
não criou satanás como um ser pecaminoso, Ele está livre de toda obrigação. É
verdade, Deus não criou satanás, mas Ele criou Lúcifer, que se tornou satanás,
e por causa dessa criação, certas necessidades Lhe cabem; isto, Ele seria o
último a negar ou evitar. Ele de modo algum é responsável pelo pecado, mas há
certas coisas que Ele é obrigado a fazer por causa da existência do pecado. É
isto que o autor tem em mente ao usar a palavra “convinha”. O que Ele deve
fazer? Convinha-Lhe fazer-se igual a seus irmãos em todas as coisas. O que isso
significa? Ele deve tornar-Se homem, tão completa e plenamente, que jamais se
poderá dizer ser Ele estranho a qualquer tentação, qualquer sofrimento,
qualquer prova que o homem deva enfrentar e enfrenta. Conquanto isso não signifique
que Suas experiências devam ser idênticas às nossas, em todo respeito, pois,
nenhuma, ou mesmo nem um milhar de existências seria suficiente para isto. Mas,
significa que as provas devem ser representativas, e, em princípio, incluir
tudo que o homem deve sofrer; e, em severidade, deve alcançar tudo quanto o
homem deve suportar. A razão porque Cristo deve assim sofrer é para que Se
torne um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel.
As duas
características, de misericórdia e fidelidade, são necessárias para um
ministério justo. A misericórdia, sozinha, seria muito indulgente, e poderia
ignorar a justiça. A fidelidade propicia o equilíbrio para a misericórdia ao
considerarmos direitos e deveres, tanto do ofensor quanto do ofendido.
Como Sumo Sacerdote,
Cristo deve ser bondoso e compreensivo para com o ofensor, mas Ele também
precisa ser fiel à justiça e não ignorar a lei. Fidelidade conservará um bom
equilíbrio entre misericórdia incondicional e justiça implacável. O Sumo
Sacerdote deve considerar o pecador, mas também deve levar em conta aquele
contra o qual se pecou; Ele deve ser fiel ao seu depósito, tanto quanto
misericordioso para com o transgressor. Todo pecado é, primariamente, praticado
contra Deus, este é um pormenor que não devemos esquecer. Davi por exemplo,
orando por perdão no salmo 51 declarou: “Contra
Ti, contra Ti somente pequei, e fiz o que é mau diante dos Teus olhos”.
(v.4, p. parte). Lembrem-se também da experiência de José no Egito, quando
defrontava aquela terrível tentação ele disse: “Como, pois, posso cometer este tão grande mal e pecar contra Deus?”
(Gênesis 39: 9).
Sendo que todo pecado
é, primariamente, praticado contra Deus, a reconciliação que o Sumo Sacerdote
deve operar tem que incluir primeiro que tudo a reconciliação do homem para com
Deus, isto envolve o padrão divino de justiça, Sua Lei. Sem devida consideração
às suas exigências, nenhuma verdadeira reconciliação pode ser efetuada, isto
está envolvido em Cristo ser um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote em coisas
relativas a Deus. Ele deve ser justo para com todas as partes envolvidas.
Com respeito a fazer
reconciliação, esta era a obra dos sacerdotes e particularmente do Sumo
Sacerdote. É digno de nota que a palavra “reconciliar,” tanto no Velho
Testamento quanto no Novo Testamento, nunca é empregada no sentido de
reconciliar Deus com o homem, mas sempre de reconciliar o homem com Deus.
Agora, há outro
aspecto que se deve considerar; Hebreus 2: 17 ressalta a importância da natureza que Cristo assumiu na encarnação.
Comentando isto lemos, em “O Caminho
Consagrado Para a Perfeição Cristã” pág. 35: Consequentemente é verdade sem
qualquer exceção, que “em todas as coisas
Lhe convinha se tornar semelhante aos irmãos”. (Hebreus 2: 17). E o pastor
Alonzo Trevier Jones comenta sobre isto dizendo: “Se Ele não fosse da mesma
carne como aqueles que veio remir, não haveria qualquer utilidade de ser Ele
feito carne; e mais do que isto, sendo que a única carne que há neste vasto mundo,
ao qual Ele veio para remir, é esta pobre, pecaminosa, e perdida carne humana,
que cada homem tem, se esta não for a carne da qual Ele foi feito, então
realmente nunca veio ao mundo que precisa ser remido; porque, se Ele tivesse
vindo numa natureza humana diferente da qual há atualmente neste mundo, com
quanto estando no mundo, com o propósito de alcançar o homem e de ajudá-lo,
teria estado tão longe dele, como se nunca tivesse vindo. Porque, nesse caso,
nessa natureza, teria estado tão longe do homem, e seria tanto como doutro
mundo, como se nunca tivesse vindo a este mundo de modo algum.
Claramente podemos
ter segurança da salvação em saber que Cristo tornou-Se nós. Ele sabe tudo
quanto enfrentamos e entende toda tentação que deparamos; cada dificuldade, ou
obstáculo, em nada é novo para Ele; Ele sabe a respeito porque Ele tornou-Se
nós, caminhando pela mesma estrada que caminhamos para nos dar segurança.
Agora, o próximo
texto é Hebreus 3: 14: “Porque nos temos
tornado participantes de Cristo, se de fato guardamos firmes até ao fim a
confiança que desde o princípio tivemos.” Demore-se especificamente na
noção de que somos tornados participantes de Cristo. Porque Jesus realizou a
purificação dos nossos pecados (Hebreus 1: 3), e porque Ele obteve a redenção
(Hebreus 9: 12), por nós, podemos ser aceitos por Deus, mesmo como pecadores;
assim temos segurança da salvação não por algo em nós mesmos, mas por causa do
que Deus realizou em Cristo, O Filho de Deus, nosso Rei, nosso Irmão, nosso
Sacrifício e nosso Sumo Sacerdote. Nossa segurança repousa nEle, não em nós
mesmos.
De acordo com William
G. Johnsson, editor da Revista Adventista em inglês, no livro “Em Absoluta Confiança” pág. 155, lemos
que os cristãos são santos, santificados, aperfeiçoados, purificados, todos
esses termos sendo associados com o santuário e os seus serviços; são o povo de
Deus mesmo agora. São agora limpos, agora têm acesso a Deus, agora têm
consciências purificadas e agora têm a Jesus como Sumo Sacerdote celestial.
E notem o que o
pastor Millian Lauritz Andreasen comenta também sobre este verso, a respeito de
participantes de Cristo, ou, com Cristo: “Não é no futuro remoto que devemos
tornar-nos participantes de Cristo, união com Cristo, aqui e agora, e é uma
experiência muito preciosa e a maior realização possível para um cristão.
Certamente podemos apreciar em tudo isto uma maravilhosa segurança que nos vem;
a segurança de salvação, quando percebemos que sermos participantes com Cristo
nos coloca com Ele na experiência toda de salvação”. O pastor Andreasen
prossegue na pág. 155 de sua obra “O
Livro de Hebreus”: “Este verso fez paralelo com o 6, onde somos admoestados
a mantermos firme a nossa confiança e o regozijo de nossa esperança até o fim.
Neste lugar nos é dito para firmarmos não só a nossa confiança, mas o início de
nossa confiança. Como nossa fé, confiança e ousadia eram fortes no princípio,
quando estávamos em nosso primeiro amor, assim devemos manter-nos firmes, não
devemos perder nosso primeiro amor, ou nossa primeira confiança. Estas
admoestações foram escritas aos membros da igreja de Jerusalém e ali têm sua
primeira aplicação. Eles compartilhavam com outros as coisas que possuíam e
muitos dispuseram todas as suas possessões terrenas aos pés dos apóstolos (Atos
2: 44,45; e 4: 32-35). Eles esperavam que Cristo retornasse logo, mas muitos
anos se passaram desde então e nem sinal se apercebia da vinda imediata de
Cristo. Ele foi para preparar-lhes lugar, mas porque demorava tanto? Moisés esteve
com Deus por 40 dias na montanha, mas Cristo já havia partido por quase 40 anos
e a fé deles estava minguando, eles precisavam ser admoestados a manterem-se
firmes, porém mais do que isto, precisavam de uma clara concepção da obra de
Cristo de modo que não esperassem em expectativa inútil, mas inteligentemente
cooperando com Ele em Sua obra”.
Israel não havia
entrado no descanso de Deus, conquanto tivesse entrado em Canaã, e nos dias de
Paulo a igreja em Jerusalém corria o mesmo perigo. Era alto o tempo para
despertar-lhes. Deus desejava que Sua igreja entrasse pela fé com Cristo dentro
do véu, onde Ele entrou como precursor nosso (Hebreus 6: 19 e 20); mas poucos
estavam prontos para atentar ao chamado. Agora observem Hebreus 6: 18, “Para que, mediante duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que Deus minta, já corremos para o refúgio, a fim de
lançar mão da esperança proposta.” Agora Hebreus 9: 15, “Por isso mesmo, Ele é o Mediador da nova
aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que
havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna aliança, aqueles que
têm sido chamados”. Novamente, vocês podem ver, a ênfase está na
maravilhosa segurança da eterna redenção que é nossa por causa da morte e
sacrifício de Jesus Cristo, que “oferecendo-Se
uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá, segunda vez, sem pecado,
aos que O esperam para a salvação” (Hebreus 9: 28). Também temos Hebreus
10: 14, “Porque, com uma única oferta
aperfeiçoou, para sempre, quantos estão sendo santificados”. E o que dizer
de nossa segurança para hoje? “Naquilo
que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer os que são tentados” (Hebreus
2: 18).
Uma vez mais
enfatizamos aqui que Cristo Se tornou nós. Nos Estados Unidos da América do
Norte, dizemos que Ele esteve sobre os nossos sapatos; Ele é um de nós, Ele
conhece todas as tentações, obstáculos, dificuldades, e terríveis desafios que
defrontamos, e, porque Ele mesmo sofreu, sendo tentado, Ele é capaz de salvar
os que são tentados.
Em Hebreus 4: 15
novamente surge o mesmo pensamento:
“Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas
fraquezas; antes foi Ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas
sem pecado”. Oh! Confio em que podemos observar em muitos destes versos, a
importância e constante ênfase situada sobre o fato de que Cristo, na
encarnação, assumiu nossa natureza caída; se Ele não o tivesse feito, não teria
sido possível dizer que “foi em todos os pontos
tentado como nós, mas sem pecado.” A fim de ter sido tentado como nós somos
Ele tinha que ser nós. Ele não tinha que pecar logicamente, mas experimentou a
terrível atração da tentação e sabe o que temos de defrontar quando somos
tentados.
O fato de que Ele
nunca pecou, ainda que sendo tentado como nós somos, é um magnífico milagre.
Diz quão maravilhoso Deus tornou possível que uma demonstração se fizesse do
fato de que, mesmo embaraçado com uma natureza humana caída, não temos que
submeter-nos às tentações que nos advêm. Outra forma de dizê-lo é que, mesmo
que sobrecarregados e embaraçados com essa natureza caída, ainda podemos
vencer. Temos é verdade, um equipamento falho, como Jesus assumiu, mas ainda
podemos, pelo poder que Ele está desejoso de nos comunicar, produzir um
desempenho perfeito, como Jesus. Ouçam novamente Romanos 8: 3 e 4: “Porquanto o que fora impossível à lei, no
que estava enferma pela carne, isto fez Deus enviando Seu próprio Filho, em
semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado, e, com efeito, condenou Deus
na carne o pecado; a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
Notem novamente estas
palavras; “condenou o pecado na carne”;
isto significa simplesmente que Cristo, mesmo embaraçado com nossa carne
pecaminosa, provou que, nessa carne, não há desculpas para o pecado. Ele
condenou o pecado provando que mesmo na natureza caída, pecaminosa, o pecado
não tem desculpas para sua existência. Oh! Nada poderia ser tão
maravilhosamente claro para nós, e isto contribui para a soma total da plena
segurança que temos, plena segurança de salvação em Cristo Jesus. Não somente
em Sua morte sobre a cruz, não só no pagamento do resgate pelas nossas almas,
mas na vida que viveu aqui sobre a Terra, embaraçado com nossa natureza caída.
Agora, Hebreus 7: 19,
“Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma, mas isto ocorreu quando se
introduziu esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. Verso 25, “Por isso também pode salvar totalmente os
que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. Que
maior segurança podemos ter de salvação, de uma promessa de vida eterna, de uma
promessa de sermos salvos de nossos pecados, e esperar pela vida eterna, por
causa do que Jesus realizou por nós? NEle está a segurança final e total.
As passagens que
descrevem o que foi realizado no passado, tratam com diferentes aspectos de
nossa salvação. As passagens que acabamos de citar, em contraste, contém certos
aspectos práticos da vida atual que, não obstante, dependem do ministério sumo sacerdotal
de Jesus. Ele faz intercessão em nosso favor, Ele simpatiza e trata
bondosamente conosco, Ele sofreu na carne como temos sofrido na carne. Assim
Ele pode relacionar-Se conosco como um ser humano para um ser humano em nosso
sofrimento carnal; contudo, Ele nunca sucumbe ao pecado, e assim oferece-nos poder
para vencer também o pecado. Como cristãos nunca tivemos uma boa desculpa para
o pecado. Sabemos que Deus nos ama, sabemos que Cristo está agindo em nosso
benefício mesmo agora, contudo, temos que ser cuidadosos sobre como entendemos
o que isto significa. Isto é, que a vida sempre será doce e boa porque temos a
Jesus como nosso Sumo Sacerdote ministrando em nosso benefício no Céu. Podemos
ter segurança, podemos ter esperança, podemos ter paz do conhecimento de que
não só Jesus morreu por nossos pecados, tendo pago a penalidade por eles, mas
agora ministra no Céu em nosso benefício, representando-nos perante o Pai, não
nos nossos próprios méritos, mas com Seu perfeito registro. Isso é que é
segurança; mas isso não significa que nunca teremos sofrimentos nesta vida,
pelo contrário, contudo, isto não nos deve causar qualquer desânimo. O Senhor
nos prometeu que nunca nos deixará e que estará conosco até o fim. Eis aqui
agora alguns textos cheios de esperança e promessa: Hebreus 4:3, “Nós, porém,
que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito. Assim jurei na Minha
ira, não entrarão no Meu descanso; embora certamente as suas obras estivessem concluidas
desde a fundação do mundo”.
Isto sem dúvida nos
fala, que o repouso que temos em Cristo é descanso do terrível fardo do pecado.
Agora observem o verso 16: “Acheguemo-nos,
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Hebreus 8:
10 a 12, “Porque esta é a aliança que
firmarei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor; nas suas mentes
imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as escreverei; e Eu
serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo; E não ensinará jamais cada um a seu
próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor; Porque todos me
conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Pois para com as suas iniquidades
usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei.”
Versos como estes,
nem precisam comentário, as promessas são por demais preciosas para serem mal
compreendidas. Agora considerem Hebreus 10: 22, “Aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os
corações purificados de má consciência, e lavado o corpo com água pura”.
Depois, Hebreus 12: 28, “Por isso, recebendo
nós um reino inabalável, retenhamos a graça pela qual sirvamos a Deus de modo
agradável, com reverência e santo temor”. E finalmente, Hebreus 13: 5 e 6,
“Seja a vossa vida sem avareza, contentai-vos
com as coisas que tendes; porque Ele tem dito: de maneira alguma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei. Assim afirmou-nos confiantemente: O Senhor é meu auxílio,
não temerei, que me poderá fazer o homem?”
Examinem
cuidadosamente Hebreus 10: 22; fala da plena segurança da fé. A palavra grega
traduzida por “plena segurança,”
também significa estar absolutamente certo, completamente em segurança; em
outras palavras, não há hesitação aqui. O apóstolo declara que devemos
aproximar-nos de Deus em plena garantia de fé, e plena segurança de que as
promessas que Ele nos fez serão cumpridas. O verso 23 declara que é fiel O que
prometeu. Porque temos essa plena segurança? Os três versos anteriores ajudam a
compreendermos isso. Jesus, por Sua morte, agora é nosso Sumo Sacerdote, que
consagrou um novo e vivo caminho para nós (Hebreus 10: 20), para termos acesso
a Deus.
Termos descrevendo garantia e segurança.
Hebreus 3: 6 diz: “Cristo, porém, como Filho, era fiel (vs.
5) sobre a Sua casa; a qual casa somos
nós, se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança”.
Verso 14, “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardamos
firme, até ao fim, a confiança que desde o princípio tivemos.” 10:35: “Não
abandoneis portanto a vossa confiança, ela tem grande galardão”. 4:16, “Acheguemo-nos,
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. 10:19, “Tendo,
pois, irmãos intrepidez para entrar no santo dos santos, pelo sangue de Jesus”.
6:11, “Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando até ao fim a mesma
diligência para a plena certeza da esperança”. Finalmente Hebreus 11:1, “Ora a fé é a certeza das cousas que se esperam, e a convicção de fatos
que se não veem”.
Estes textos podem ser agrupados em quatro categorias:
A primeira ressalta o
fato de que nós, com confiança, podemos aproximar-nos de Deus, termos acesso ao
trono da graça, no santuário celestial, somos purificados e lavados, as
barreiras são removidas, e, em lugar de temor, confiança enche a nossa vida.
A 2ª Categoria liga
segurança com esperança e parece um chamado para permanecer fiéis e suportar
até o prometido fim.
A 3ª categoria faz
ligação entre segurança e fé. É pela fé que temos as garantias do que Cristo
realizou por nós e o que Ele fará até nas coisas que são ainda invisíveis. Fé é
um elemento indispensável da nossa esperança, confiança, e segurança.
A última [4ª] Categoria:
Consiste de apelo a nos mantermos firmes na confiança e não lançar fora a
segurança.
Chegamos agora ao bem
conhecido capítulo da fé, Hebreus 11. O pastor Millian Lauritz Andreasen,
assinalou que este primeiro verso, de Hebreus 11: “Ora a fé é a certeza das cousas que se esperam, a convicção de fatos que
se não veem”. Não é tanto definição de fé, mas aqui a fé realizará ou o que
a fé realiza. Somos instados a ler os primeiros 10 versos de Hebreus 10.
Em Hebreus o conceito
de fé e segurança estão ligados, somos salvos pela fé, não pelas obras. Assim,
na medida em que nos apegamos ao Senhor, em fé, temos a segurança da salvação
que nos vem pela fé. É interessante que Hebreus 4 contem um chamado para tomar
uma decisão de crer, contudo, o livro não é dirigido a não cristãos, porém a
cristãos. Assim em Hebreus, fé não se refere simplesmente a uma decisão de
aceitar a Jesus como nosso Salvador e Senhor. Fé é prática. Por um lado conduz à
segurança e propicia esperança, por outro, tem que ver com a conduta de vida. Enquanto
isto, em Hebreus 10:35, o autor chama os seus leitores, a não descartarem sua
confiança, sua garantia; como não o fariam? A resposta é que eles perseveram em
fé, os que perseveram receberão a promessa (v.36), a segunda vinda de Jesus
(v.37) e a salvação final (vs. 38 e 39).
O sacrifício de Cristo assegura aos cristãos dois grandes
fatos:
Primeiramente: Foi
realizado o ato que soluciona o problema do pecado. Eles não têm que lidar e
empenhar, sentir fome e sede, pressionar e prevalecer, no esforço frenético e
fútil de encontrar purificação de seus pecados. Por um sacrifício de uma vez
por todas, Deus tratou inteiramente com o pecado. Nada que possamos fazer pode
acrescentar ou diminuir dele. O Calvário nos concede absoluta confiança da
eliminação dos pecados.
Em segundo lugar: O
Calvário nos assegura de nosso pleno acesso à presença de Deus, não importa
quem possamos ser, pertencemos a Jesus. As portas do Templo jazem plenamente
abertas e todos quantos creem podem entrar, não humildemente, mas de modo
ousado. Isto se acha em William Johnson em “Absoluta
Confiança,” pág. 118.
E agora, da Revista
Adventista Review and Herald, uma
declaração do Espírito de Profecia em 17 de Janeiro de 1899:
“Temos a garantia de
um Salvador que veio, um Salvador que foi crucificado e ressuscitou e que proclamou
acima do sepulcro, emprestado de José: Eu
Sou a Ressurreição e a vida. Em nosso conhecimento de Jesus e de Seu amor,
o reino de Deus foi colocado no meio de nós. Tem-nos sido apresentado pelos
mensageiros de Deus, a mais rica festa, a justiça de Cristo — Justificação pela
fé; as excepcionais e preciosas promessas de Deus em Sua palavra; o livre
acesso ao Pai por Jesus Cristo; as consolações do Espírito Santo, e a bem
firmada segurança de vida eterna no Reino de Deus—. Perguntamos, o que poderia
Deus fazer por nós que Ele não fez na preparação da grande ceia, o banquete
celestial?!”
Que risco você correria
para chegar a Jesus? Zaqueu, o coletor de impostos, subiu a uma árvore apenas
para ter um vislumbre dEle. Quatro amigos fizeram uma abertura no teto de uma
casa e desceram o corpo distorcido de um paralítico, para que Ele o curasse.
Maria Madalena perturbou uma festa em Sua homenagem, ungindo Seus pés com
perfume e enxugando-os com seus cabelos. Esses homens e mulheres foram ousados,
a ponto de correrem riscos para estarem perto de Jesus. Mesmo que significasse
subir numa árvore, expondo-se à ridicularia da multidão; mesmo que significasse
vandalizar um teto, ou tornar-se um espetáculo diante de um anfitrião
reprovador. Os que correm riscos, espiritualmente falando, superam obstáculos
ousadamente. A necessidade deles de estar na presença de Cristo é tão forte que
não permitem que nada os impeça. O livro de Hebreus nos encoraja a não permitir
que nada impeça a nossa aproximação de Jesus, mas a irmos ousadamente ao trono
da graça, para que possamos obter misericórdia e encontrar graça para ajuda em
tempo de necessidades.
Dizemos Amém.
Alexandre Snyman
O irmão Alexandre Snyman foi pastor
adventista na África por quase toda a sua vida ministerial. Nos últimos anos de
sua vida viveu no estado de Tenessee, nos Estados Unidos, e foi credenciado junto
à Associação da Igreja Adventista nos estados de Kentucky e Tennessee, como se
vê de correspondência que recebi da mesma.
Tradução:
"19 de maio de 1998
A quem possa interessar
Esta carta é escrita para confirmar que Alexandre Snyman é um empregado da Associação da Igreja Adventista do 7º Dia para os estados de Kentucky e Tennessee, na América do Norte, servindo como um de nossos pastores.
Respeitosamente,
ass.:
R. R. Hallock
Presidente."
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