domingo, 1 de agosto de 2010

Biografia de Ellet J. Waggoner

Biografia de Ellet Joseph Waggoner

Da Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC,

e de outras fontes, colhemos isto:

Ellet Joseph Waggoner, Nascido em Baraboo, Wisconsin, em 1855, filho de Joseph Harvey Waggoner e de Dona Maryetta Hall Waggoner, convertidos ao adventismo dois anos antes. Sendo Adventista de berço, a segunda geração de pioneiros, concluiu o segundo grau no Colégio de Battle Creek, Michigan, nos primeiros anos daquela instituição, e prosseguiu seus estudos na Faculdade Médica Bellevue, na cidade de Nova Iorque. Casou-se com Jessie Fremont Moser, a quem conheceu no Colégio de Battle Creek. Iniciou sua carreira como médico no Sanatório Adventista de Battle Creek, mas considerou que seu coração estava no evangelismo e preferia pregar a clinicar, e assim entrou para o ministério evangélico.

Depois de revelar talento para escrever, foi ele chamado a trabalhar como editor-assistente da revista Signs of the Times, em 1884, sob a direção de seu pai. Nesse tempo, muitos líderes da igreja ainda acalentavam conceitos semi-arianos ou adocianistas, concernentes à natureza divina de Cristo, daí a importância da questão levantada por Waggoner: “Cristo é Deus?” Como resposta aos tais, naquele ano Waggoner publicou uma série de artigos naquela revista, nos quais afirmava sua fé na divindade de Cristo, Criador de todas as coisas, a quem os anjos adoram exatamente como fazem a Deus, o Pai.

Dois anos mais tarde, tornou-se editor-chefe da revista Signs of the Times, cargo que manteve até 1891.

Foi um dos dois mensageiros da Assembléia da Conferência Geral de 1888, realizada em Mineápolis, estado de Minessota, EUA, entre 17 de outubro e 4 de novembro daquele ano, tendo sido o primeiro teólogo adventista a apresentar a Cristologia sistemática, referente à divindade e à humanidade de Jesus Cristo.

Os Pastores Roberto J. Wieland, e Donald K. Short, em sua exposição à Conferência Geral, em meados do século XX, apresentaram o documento intitulado An Introduction to the 1888 Message, (Uma Introdução à Mensagem de 1888), relataram uma relação de mais de duzentos endossos de Ellen G. White à obra e mensagem de Waggoner e Jones. Cremos que a mais conhecida e importante está em Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, páginas 91 e 92:

“Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor uma mui (*conforme o original em inglês) preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones (*na assembléia da Conf. Geral, de 1888 e anos que se seguiram). Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus.”

Na sessão da Conferência Geral de Minneápolis, em 1888, Waggoner apresentou uma série de palestras sobre a divindade de Cristo, um assunto que estava na agenda da Conferência. Embora não tenha deixado versões escritas de suas apresentações, Waggoner publicou uma série de quatro artigos na Signs of the Times sobre o assunto, imediatamente após a sessão nos dias 25 de março, 1, 8 e 15 de abril de 1889. Isso sugere que eles foram relatos de suas palestras. Eles também foram incluídos nas primeiras quatro seções do livro Christ and His Righteousness (Cristo e Sua Justiça), publicado em 1890. Esse livro contém a maioria das idéias prevalecentes na Cristologia adventista sistematizada por Waggoner

Para provar que Ele realmente era Deus, Waggoner citou muitos versos nos quais Cristo era chamado Deus. Para benefício daqueles que ainda negavam isso, ele explicou que o nome de Deus “não foi dado a Cristo em conseqüência de alguma grande realização, mas é Seu por direito hereditário”. Cristo é a ‘expressa imagem’ da pessoa do Pai (Heb. 1:3)... Conquanto Filho do Deus auto-existente, Ele tinha por natureza todos os atributos da divindade”. O próprio Cristo ensinou de maneira categórica que Ele era Deus (João 14:8 e 9; 10:33; 8:58) Waggoner enfatizava a importância da declaração do Apóstolo Paulo em Col. 1:19: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse.”

“Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade” 9col 2;90. Waggoner qualifica isso como “o mais absoluto e inequívoco testemunho”, noção que foi repetida quinze vezes em seu estudo.

Não bastou para ele simplesmente dizer: “Jesus Cristo é Deus.” Os apóstolos descrevem-nO também como “Criador”. Waggoner cita Colossenses 1:15-17, afirmando que “não há coisa alguma no Universo que deixou de ser criada por Cristo... Tudo depende dEle para existir ... Ele sustém todas as coisas pela palavra do Seu poder”. Em Hebreus 1:10, o próprio Pai diz ao Filho: “Tu, ó Senhor, no princípio fundaste a Terra e os céus são obra das Tuas mãos.”


A insistência de Waggoner sobre o fato de ser Cristo da mesma substância de Deus e possuir vida em Si mesmo, não era, indubitavelmente, uma novidade aos olhos de muitos dos delegados na sessão de Minneápolis. Sua posição sobre a natureza divina de Cristo era, provavelmente, parte da razão para a oposição de muitos delegados à sua mensagem sobre a justificação pela fé. Ele, evidentemente, achou que era essencial afirmar a igualdade de Cristo com Deus, pois somente a vida de Deus em Cristo tinha o poder de salvar pecadores, justificando-os por Sua graça.

Sua contribuição nesse ponto, como também a respeito da natureza humana de Cristo, foi decisiva. Froom reconhece isso prontamente: “Em 1888, Waggoner estava sendo pioneiro, e sem os benefícios das muitas afirmações posteriores dela [Ellen White]”, “não apenas sobre a eterna preexistência de Cristo, como também de Sua existência individual e Sua infinitude, igualdade e onipotência”.

Ellen White assim se expressou após ouvir Waggoner: “A plenitude da divindade em Jesus Cristo foi-nos mostrada com beleza e encanto” (Review and Herald, 27 de maio de 1890). Para ela, isso demonstrava que Deus estava operando entre eles.

Nos anos que se seguiram aquela “mui preciosa mensagem” (TM, 91 e 92, no original), Ellet J. Waggoner, Alonzo T. Jones, juntamente com a mensageira do Senhor, Ellen G. White, passaram a fazer séries de reuniões nas igrejas apresentando ao povo aquela mensagem.

Tempos depois este trio evangelístico se desfez em decorrência de “nomeações”: EGW “enviada” para a Austrália, Alonzo Trevier Jones permaneceu nos EUA e Ellet José Waggoner, de 1892 até 1902, trabalhou na Inglaterra, primeiramente como editor da revista Present Truth, e depois como primeiro presidente da Associação do Sul da Inglaterra. Durante estes anos ele retornou aos EUA para as assembléias da Conferência Geral de 1897, 1899, 1901 e 1903. Em todas, exceto a última, ele foi o orador principal. Após retornar aos Estados Unidos definitivamente, entre1903 e 1904 Waggoner trabalhou como porofessor de Bíblia na faculdade Emmanuel Missionary College, em Berrien Springs, Michigan. Por causa de seu divórcio e novo casamento com Edith Adams despendeu os anos que se seguiram, à parte da igreja, mas após 1910, tornou-se professor de teologia no Colégio de Battle Creek, nessa época dirigido por John Harvey Kellogg. (Seventh-day Adventist Encyclopedia, vol. 10, pág. 1563).

Em 28 de maio de 1916, Waggoner morreu de doença do coração com a idade de 61 anos, e seu amigo Alonzo T. Jones realizou o seu funeral.

Waggoner era um teólogo muito fecundo. Escreveu vários e importantes livros, numerosos panfletos e centenas de artigos para revistas. Estamos elaborando uma bibliografia de seus escritos, e que será postada neste blog juntmente com os diversos capítulos de O Concerto Eterno. Ele ficou mais conhecido pelo papel que desempenhou na sessão da Conferência Geral de 1888, em Minneapolis, juntamente com seu colega Alonzo T. Jones. Juntos deixaram sua marca na história da igreja adventista, pelas apresentações sobre justificação pela fé. Para Waggoner, o assunto somente poderia ser compreendido através das lentes da Cristologia.


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