quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Lição de 5ª Feira, 5 de agosto de 2010 - Feitos ou Constituídos.

Feitos ou Constituídos???

A lição de ontem, quinta feira, nos traz o texto de Romanos 5, versos 18 e 19, que dizem:

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um, muitos serão feitos justos.”

Esta é a versão Almeida Fiel, bem como a KJV.

Se, entretanto, consultarmos a versão Literal de Young1, veremos que, ao invés de usar o verbo fazer, no tempo passado, “feitos,” usa o termo “constituído,” em estrita fidelidade à versão original do texto:

"Assim, pois, como através de uma ofensa a todos os homens (*veio) a condenação, assim também por meio de uma declaração de "Justos" a todos os homens veio justificação de vida, pois, como através da desobediência de um homem [Adão], muitos [todos os homens] foram constituídos pecadores, assim também por meio da obediência de Um [Cristo], muitos [todos os mesmo homens] serão constituídos justos "(Versão Literal de Young, de Romanos 5: 18 e 19).

Com efeito, o pecado de Adão não fez "todos os homens" serem pecadores reais — o que seria "o pecado original"2. A paternidade de Adão não obrigou ninguém a pecar! (Pode ser que a tradução da Almeida e da KJV, como "feito" tenha levado alguns a pensar que a Bíblia ensina o pecado original, mas a Versão Literal Young deixa claro que ainda temos liberdade de escolha. Graças a Deus!)

Mas, por outro lado, é verdade que "todos pecaram" (Rom. 3:23), exceto Cristo. Mas Ele tomou sobre Si o DNA caído de Adão, e Ele ainda mostra que herdando uma natureza pecaminosa não é necessariamente forçoso ser um pecador em caráter. Cristo foi tentado como nós somos, mas ele disse "Não!" para cada tentação: “Em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Heb. 4:15); “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” (Tito 2:11, 12). O pecado de Adão constituiu "todos os homens", sob a condenação legal do pecado. Jesus a "tomou" sobre si, para que Ele pudesse morrer.

Da mesma forma, de acordo com a versão Literal de Young, a cruz de Cristo não fez todos os mesmos homens se tornarem experiencialmente “justos”. Constituiu-os "justos" no sentido legal para que o Pai pudesse enviar Sua chuva sobre os justos e os injustos — para que Ele pudesse tratar cada pessoa como se não tivesse pecado. Alguns chamam esta experiência de uma "segunda provação.” Mas Deus dá a entender o que Ele diz: ninguém pode mantê-lo fora do céu, exceto por sua própria perversa escolha ! ! !

por Robert J. Wieland.

Escrito em March 25, 2005

O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.


________________


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Young, i.e., Young’s Literal Translation (Tradução literal de Young). É a versão bíblica de Roberto Young (1822-1888), estritamente literal, traduzida diretamente do hebraico e do grego para o inglês, em 1862. Foram 3 edições: a original em 1862; a “Edição Revisada” por ele mesmo, em 1887; e, 10 anos após a sua morte, em 1898, o editor publicou uma “Nova Edição Revisada”. Dele também temos Young’s Analytical Concordance to the Bible (Concordância Analítica da Bíblia, por Young), em 1879; e Concise Commentary on the Holy Bible (Comentário Conciso da Santa Bíblia), 1865, sendo uma obra auxiliar para a Nova Tradução do Velho e Novo Concertos. Sua filosofia era: “A PALAVRA DE DEUS É TORNADA DE NENHUM EFEITO PELA TRADIÇÃO DOS HOMENS” (ênfase dele).

2) A expressão “Pecado Original” é uma idéia católico-romana criada por Santo Agostinho, que não conseguindo vencer o pecado do adultério (tendo mesmo um filho fora do casamento) procurando uma desculpa para o seu fracasso, declarou que o homem é culpado não somente por seus próprios pecados, mas, principalmente, culpado pelo próprio pecado de Adão. Assim o homem peca pelo simples fato de ser descendente de Adão, quando a Bíblia e o Espírito de Profecia amplamente ensinam que pecado é escolha, não “status”.

Ao pensar em Cristo homem, Santo Agostinho viu que sua idéia de pecado original era contraditória, pois, se nós somos pecadores, simplesmente porque nascemos, então Cristo, também, foi um pecador, pois Ele, também, nasceu como nós nascemos. Sem dúvida, este era um pensamento intolerável.

Assim, Agostinho viu que estava projetando os seus pecados na pessoa de Cristo, e, para escapar disto, declarou que Cristo possuía uma natureza diferente da nossa; a natureza de Adão antes da queda, desprezando a verdade da Bíblia. A diferença entre Cristo e nós não é uma questão de natureza, mas de caráter.

O passo decorrente seguinte foi o catolicismo adotar a doutrina da Imaculada Conceição da Virgem Maria, a fim de gerar um ente santo, Cristo.

Muitos, mesmo entre nós pregam a doutrina da imaculada concepção de Jesus Cristo. Dirão que nada tem a ver. Mas a base inicial é a mesma.

___________________________