domingo, 8 de agosto de 2010

O Concerto Eterno, Capítulo 29

O Concerto Eterno, Capítulo 29

206

A Introdução da Lei

2a. Parte

Após o que temos aprendido da história de Israel, não há nada que, de modo mais conciso e simples, declare o propósito de Deus em pronunciar a lei no Sinai do que

O Terceiro Capítulo de Gálatas,

estudaremos brevemente. É tão simples quanto um livro de história infantil, contudo é tão profundo e abrangente quanto o amor de Deus.

O sexto e sétimo versos do primeiro capítulo nos revelam o fato de que os irmãos gálatas haviam começado a se afastar da fé, sendo enganados por falsos ensinos—por um pretenso evangelho. Diante disso, o Apóstolo exclama com veemência: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. Gal. 1:8, 9.

A única porção das Escrituras, que foi escrita quando Paulo pregava, foram os livros comumente conhecidos como o Velho Testamento. Quando ele pregava, abria essas Escrituras, e raciocinava a partir delas; e os interessados entre seus ouvintes pesquisavam as mesmas Escrituras para ver se as coisas sobre que ele pregava eram assim. Atos 17:3, 11. Quando ele estava sendo julgado por heresia e sedição, [207] solenemente declarou que, em todo o seu ministério, não havia dito nada mais do que senão o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer” (Atos 26:22). Agora, quando lemos o seu anátema contra qualquer que presumisse pregar um evangelho diferente do que se acha no Velho Testamento, ele traz a maldição de Deus sobre si. Esta é uma forte razão por que deveríamos estudar fielmente Moisés e os profetas.

Sabendo, pois, que Paulo sempre e por toda parte nada pregava, “senão a Jesus Cristo, e Este crucificado,”[1] não nos surpreendemos que ele desabafe:Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado como crucificado entre vós?” (Gál. 3:1). A partir dos escritos de Moisés e dos profetas eles foram levados a ver a Cristo, não como Alguém que devia ser crucificado, nem meramente como alguém que havia sido crucificado alguns anos no passado, mas como Aquele clara e visivelmente crucificado entre eles. E é a partir desses antigos escritos somente que ele se pôs a reavivar sua fé e zelo declinantes.

A conversão deles havia sido plena, pois tinham recebido o Espírito, e tinham sofrido perseguição pela causa de Cristo. Assim, o Apóstolo pergunta: Recebestes o Espírito por obras da lei, ou pela pregação da fé?” (Verso 2). Eles haviam ouvido as palavras da lei, e as tinham recebido pela fé, e assim a justiça da lei havia sido operada neles pelo Espírito. “A obra de Deus é esta: Que creiais nAquele que Ele enviou” (João 6:29. 29). O Apóstolo não estava depreciando a lei, somente repreendendo-os por sua mudança de relação para com ela. Quando a ouviram com fé, receberam o Espírito, e estava tudo bem com eles; mas quando começaram a confiar na carne para realizar a justiça da lei, deixaram de obedecer à verdade.

Outra vez o Apóstolo pergunta: Aquele pois que vos dá o Espírito, e que opera milagres entre vós, acaso o faz pelas obras da lei, ou pelo ouvir com fé?” (Gal. 3:5). É uma pergunta admitindo, mas a resposta óbvia é que foi mediante o ouvir da [208] fé, “Assim como Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça” (Verso 6). Eles, à semelhança de Abraão, tinham sido justificadostornados justos—pela fé, não pelas obras.

Antes de darmos prosseguimento, vamos estabelecer algumas poucas definições: “Pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), e “toda injustiça é pecado”. 1 João 5:17. Portanto, segue-se que, assim como toda injustiça é transgressão da lei, evidentemente que toda justiça é obediência à lei de Deus. Logo, quando lemos que Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça, podemos saber que a sua fé lhe foi creditada como obediência à lei.

Essa imputação de fé a Abraão como justiça não foi uma forma vazia, nem se dá isso conosco. Lembrem-se que a imputação é feita por Deus, que não pode mentir, contudo Ele chama as coisas que não são como se fossem, pelo poder pelo qual torna os mortos vivos. Abraão realmente possuía justiça. A fé obra. “A obra de Deus é esta: que creiais nAquele a Quem Ele enviou”[2] “Com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Rom. 10:10.

A partir desta pequena digressão podemos ter em mente que, no capítulo diante de nós, não há menosprezo à lei, mas a asserção de que a justiça, que é fruto da fé, é sempre obediência à lei de Deus.

Abraão é o pai de todos quantos crêem. “Sabei, pois, que os que são da fé, são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura, previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão abençoadas todas as nações”. Gál. 3:7, 8. O evangelho que foi pregado a Abraão é o mesmo que se aplica a “todos os povos”, e que “será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações”[3]. A “toda criatura” deve ser pregado, e quem nele “crer e for batizado será salvo”[4]. Mas no evangelho, “a justiça de Deus é revelada de fé em fé”[5]. O evangelho é pregado para a “obediência de fé”[6]. A obediência traz consigo uma bênção, pois está escrito: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos”[7]. De sorte que os que são da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gal. 3:9).

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[209] A Maldição da Lei

“Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Gal. 3:10.

Uma leitura superficial deste verso, ou talvez da primeira parte somente, tem levado alguns a crer que a própria lei, e a obediência à mesma, é uma maldição. Mas uma detida leitura de sua segunda parte mostra como tal idéia constitui um grave erro. “porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. A maldição não é pela obediência, mas pela desobediência. Não é o homem que permanece em todas as coisas que estão escritas na lei, mas o homem que não permanece continuamente fazendo todas as coisas escritas na lei que é amaldiçoado. Não uma parte somente, mas o todo deve ser cumprido; não uma parte do tempo somente, mas continuamente. Aquele que não cumpre isso é amaldiçoado; portanto, o homem que fizesse isso seria abençoado.

Nos versos nove e dez deste capítulo temos o mesmo contraste entre a bênção e a maldição como apresentado em Deut. 11:26-28: “Eis que hoje Eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: A bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que Eu hoje vos mando; porém a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus”. De um lado, temos num grupo, fé, obediência, justificação, bênção, vida; de outro lado encontramos juntados como num molho descrença, desobediência, pecado, maldição, morte. Esse conjunto não é afetado no mínimo que seja pela época em que se vive.

“É evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque: O justo viverá da fé; ora, a lei não é da fé; mas o homem que fizer estas coisas, por elas viverá” (Gál. 3:11, 12).

“O homem que as fizer estas coisas, por elas viverá”; mas ninguém as fez; “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”[8]. Em conseqüência, homem algum pode encontrar vida na lei. Assim, “o mandamento que era para vida”, revela-se como sendo “para [210] morte” (Rom. 7:10). Destarte, quem quer que tente guardar a lei por seus próprios esforços, está sob maldição; e apresentar a lei perante pessoas que não a recebam pela fé, não passa de uma ministração de morte a elas. A maldição da lei é a morte que ela inflige sobre os seus transgressores.

Mas, “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gál. 3:13). Aqui temos clara evidência de que a morte é a maldição da lei, uma vez que morte foi o que Cristo padeceu sobre o madeiro. “O salário do pecado é a morte”[9]; e Cristo foi feito “pecado por nós” (II Cor. 5:21). “O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós” e “pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53: 6 e 5). Não é da obediência da lei que Cristo nos redimiu, mas de sua transgressão e da morte, que resulta do pecado. Seu sacrifício ocorreu a fim de que “a justiça da lei se cumprisse em nós” (Rom. 8:4).

Agora, esta verdade de que “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós”[10] era tão certa nos dias de Israel no Sinai quanto é hoje. Mais de setecentos anos antes que a cruz fosse erguida sobre o Calvário, Isaías, cujos próprios pecados haviam sido purificados com uma brasa viva do altar de Deus, e que sabia sobre o que falava, declarou: “Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou as nossas dores”. “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”[11]. Isso é idêntico a Gál. 3:13.

Novamente Isaías escreveu, com especial referência aos filhos de Israel em seu jornadear no deserto: “Em toda a angústia deles foi Ele angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; no Seu amor, e na Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da antigüidade”. Isa. 63:9. E é a Davi, muito antes dos dias de Isaías, que devemos essas palavras animadoras: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades”. “Quanto o oriente está longe do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões”. Sal. 103:10, 12. Esta linguagem descreve um fato consumado—salvação era tão completa naqueles dias como o é hoje.

[211] Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”[12]; e desde os dias de Abel até agora Ele tem remido da maldição da lei a todos que têm crido nEle. Abraão recebeu a bênção da justificação; e “os que são da fé são benditos com o fiel Abraão”[13]

Isso é tornado ainda mais evidente na declaração de que Cristo foi feito “maldição por nós, ... para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito”. Gál. 3:13 e 14). A Abraão e àqueles que são seus filhos pela fé, não importa qual seja a sua nação ou língua, pertencem todas as bênçãos que vêm através da cruz de Cristo; e todas as bênçãos da cruz de Cristo são somente aquelas que Abraão teve. Não admira que ele se regozijasse e ficasse feliz por ver o dia de Cristo[14]. A morte de Cristo na cruz nos traz somente a bênção de Abraão. Nada mais poderia ser pedido ou imaginado.

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O Concerto Inalterado

“Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula, nem a acrescenta. Ora, a Abraão e a seu Descendente foram feitas as promessas. Não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de Um só: E a teu Descendente, que é Cristo. E digo isto: Ao testamento anteriormente confirmado por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a abolir a promessa”. Gál. 3:15-17.

A primeira declaração é muito simples: nenhum homem pode anular, reduzir ou adicionar nada, nem mesmo a um concerto humano, uma vez tendo ele sido confirmado.

A conclusão é igualmente simples. Deus estabeleceu um concerto com Abraão, e o confirmou com um juramento. “Porque os homens certamente juram por quem é superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu conselho, Se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus [212] minta, tenhamos firme consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta”. Heb. 6:16-18. Portanto, esse concerto, que foi confirmado em Cristo pelo juramento em que Deus hipoteca Sua própria existência para seu cumprimento, nunca poderia depois ser alterado em nada. Nenhum um jota ou til poderia passar da lei ou ser-lhe acrescentado enquanto Deus viver.[15].

Observem a declaração de que “a Abraão e a seu Descendente foram feitas as promessas”. E a semente é Cristo. Todas as promessas a Abraão foram confirmadas em Cristo. “Promessas”, lembre-se, e não simplesmente uma promessa. “Porque, tantas quantas forem as promessas de Deus, são nEle está sim; portanto é por Ele o amém, para glória de Deus por nós” (II Cor. 1:20).

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Nossa Esperança Também

Note novamente que o concerto feito com Abraão, e confirmado em Cristo pelo juramento de Deus, é o que nos concede esperança em Cristo. Foi confirmado pelo juramento, a fim de que nós pudéssemos ter forte consolação em fugir em busca de refúgio e lançar mão da esperança que nos foi proposta. A suma do concerto era justificação pela fé em Jesus crucificado, como revelado nas palavras de Pedro: “Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua Descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a Seu Filho Jesus, O enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades”. Atos 3:25, 26.

A cruz de Cristo, e a bênção dos pecados perdoados existiam portanto, não somente junto ao Sinai, mas nos dias de Abraão. A salvação não era mais segura nos dias em que Jesus Se levantou da tumba do que foi no dia em que Isaque carregou a lenha para seu próprio sacrifício na subida no Monte Moriá; pois a promessa e juramento de Deus são “duas coisas imutáveis”15. Conquanto não fosse senão um concerto humano, “uma vez confirmado, ninguém o anula, nem lhe acrescenta coisa alguma”. Quanto mais, portanto, quando é o próprio concerto de Deus, confirmado por um juramento em que Ele hipoteca a [213] Sua própria vida! Esse concerto abrangia a salvação da humanidade. Portanto, é um fato que, para nada dizer do tempo anterior, após a promessa e juramento de Deus a Abraão nenhum novo mínimo aspecto poderia ser adicionado ao plano de salvação. Nenhum dever a mais ou a menos poderiam ser acrescentados ou requeridos, nem poderia haver qualquer possibilidade de alguma variação nas condições de salvação.

Portanto, a outorga da lei no Sinai não poderia contribuir para qualquer novo aspecto do concerto feito com Abraão e confirmado em Cristo, nem poderia em qualquer maneira interferir com a promessa. O concerto, que foi confirmado antes em Cristo, não pode por qualquer maneira ser anulado, ou suas promessas tornadas de nenhum efeito, pela lei pronunciada quatrocentos e trinta depois.

Contudo, a lei era para ser observada, e se não o fosse, morte estaria assegurada. Nem um jota ou til poderia em qualquer medida ser diminuída da lei[16]. “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gálatas 3:10). Agora, desde que a outorga da lei no Sinai nada acrescentou ao concerto com Abraão, e, contudo, aquela lei dever ser perfeitamente observada, segue-se que a lei estava no concerto feito com Abraão. A justiça que foi confirmada a Abraão por aquele concerto—a justificação que Abraão tinha pela fé,—era a justiça da lei que foi proclamada no Sinai. E isso é tornado adicionalmente evidente pelo fato de que Abraão recebeu a circuncisão como um selo da justiça que ele tinha pela fé, e a circuncisão se apresentava simplesmente pela observância da lei. Rom. 2:25-29.

O juramento de Deus a Abraão tinha o compromisso de colocar a justiça de Deus, que é plenamente esboçada nos dez mandamentos, sobre e em cada crente. O concerto sendo confirmado em Cristo, e a lei estando no concerto, muito seguramente segue-se que os requisitos de Deus para os cristãos nestes dias não são uma partícula sequer diferente do que eram nos dias de Abraão. A outorga da lei não introduziu qualquer novo elemento.

“Logo, para que é a lei?” Uma pergunta pertinente, e que obtém plena resposta. Se a lei não fez qualquer mudança nos termos do concerto feito com Abraão, qual foi o objetivo de outorgá-la? A [214] resposta é que “foi acrescentada[17] por causa da transgressão” (Gál. 3:19); “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse” (Rom. 5:20). Não era “contra as promessas de Deus”, Gál. 3:21, mas diretamente em harmonia com elas; pois as promessas de Deus são todas mediante justificação, e a lei é o padrão de justiça. Era necessário que a ofensa fosse feita abundar, “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rom. 5: 21). A convicção necessariamente precede a conversão. A herança poderia ser obtida somente mediante a justificação, conquanto fosse inteiramente pela promessa; pois a justiça é o “dom de graça”. Mas, a fim de que os homens possam apreciar as promessas de Deus, devem ser levados a sentir a necessidade delas. A lei, dada de modo tão tremendo, o foi para o propósito de fazer com que o povo percebesse quão impossível lhes era obter sua justiça por seus próprios esforços, e assim fazê-los ver que Deus estava ansioso em conceder-lhes isso.

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Cristo, o Mediador

E isso é enfatizado pelo fato de que foi ordenada “pela mão de um Mediador”[18]. Quem era o Mediador?—“Ora, o mediador [215] não o é de um só, mas Deus é um” (Gál. 3:20). “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tim. 2:5). Jesus Cristo foi, portanto, Aquele que deu a lei sobre o Sinai; e Ele a deu em Sua função de Mediador entre Deus e os homens. Assim, conquanto fosse impossível que houvesse uma lei concedida que pudesse dar vida, a lei, que era morte aos pecadores descrentes, estava nas mãos de um Mediador que oferece a Sua própria vida, que é a lei em sua perfeição viva. NEle a morte é consumida, e a vida toma o seu lugar; Ele carrega a maldição da lei, e a bênção dela nos advém. Isso nos traz o fato de que no Sinai encontramos o Calvário, para a consideração adicional da mesma precisamos esperar até outro número.

-- The Present Truth, 19 de novembro de 1896.



[1] I Cor. 2:2;

[2] João 6: 29;

[3] Mateus 24:14;

[4] Marcos 16:16;

[5] Romanos 1:17;

[6] Romanos 1:5;

[7] Apocalipse 22:14;

[8] Romanos 3:23;

[9] Romanos 6:23;

[10] Gálatas 3:13;

[11] Isaias 53: 4 e 5:

[12] Apocalipse 13: 8;

[13] Gálatas 3:9;

[14] João 8:56;

[15] Hebreus 6:18;

[16] Mateus 5:18. Nas versões em português, aparece a palavra jota, indicativa da letra (“j”), mas no original grego aparece iota (“i”), a nona letra do alfabeto grego, correspondendo à letra hebraica yod (“י” = y), a menor letra do alfabeto hebraico;

[17] Nota do autor: Alguns têm pensado em formar um argumento sobre a palavra “acrescentada”, supondo que indica algo inteiramente novo acrescentado às provisões que Deus havia anteriormente feito. Uma referência a Deut. 5:22 mostrará o sentido em que é empregada. Após ter repetido os dez mandamentos, Moisés declarou: “Essas palavras falou o Senhor a toda a vossa assembléia no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz; e Ele nada acrescentou”. Isto é, Ele falou até este ponto, e nada mais disse. A mesma coisa é mostrada ainda mais claramente em Heb. 12:18, 19: “Pois não tendes chegado ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que não se lhes falasse mais”. Comparar com Êxo. 20:19. A palavra grega traduzida como “falasse” neste caso é idêntica com a que se traduziu por “acrescentou” em Gál 3:19 e Deu. 5:22. Assim, quanto à pergunta, para que serviu a lei, uma vez que ela não operou nenhuma mudança no concerto? A resposta é, “Ela foi falada por causa da transgressão”;

[18] Gálatas 3:19.