O Concerto Eterno, Capítulo 29
206
A Introdução da Lei
2a. Parte
Após o que temos aprendido da história de Israel, não há nada que, de modo mais conciso e simples, declare o propósito de Deus em pronunciar a lei no Sinai do que
O Terceiro Capítulo de Gálatas,
estudaremos brevemente. É tão simples quanto um livro de história infantil, contudo é tão profundo e abrangente quanto o amor de Deus.
O sexto e sétimo versos do primeiro capítulo nos revelam o fato de que os irmãos gálatas haviam começado a se afastar da fé, sendo enganados por falsos ensinos—por um pretenso evangelho. Diante disso, o Apóstolo exclama com veemência: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. Gal. 1:8, 9.
A única porção das Escrituras, que foi escrita quando Paulo pregava, foram os livros comumente conhecidos como o Velho Testamento. Quando ele pregava, abria essas Escrituras, e raciocinava a partir delas; e os interessados entre seus ouvintes pesquisavam as mesmas Escrituras para ver se as coisas sobre que ele pregava eram assim. Atos 17:3, 11. Quando ele estava sendo julgado por heresia e sedição, [207] solenemente declarou que, em todo o seu ministério, não havia dito “nada mais do que senão o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer” (Atos 26:22). Agora, quando lemos o seu anátema contra qualquer que presumisse pregar um evangelho diferente do que se acha no Velho Testamento, ele traz a maldição de Deus sobre si. Esta é uma forte razão por que deveríamos estudar fielmente Moisés e os profetas.
Sabendo, pois, que Paulo sempre e por toda parte nada pregava, “senão a Jesus Cristo, e Este crucificado,”[1] não nos surpreendemos que ele desabafe: “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado como crucificado entre vós?” (Gál. 3:1). A partir dos escritos de Moisés e dos profetas eles foram levados a ver a Cristo, não como Alguém que devia ser crucificado, nem meramente como alguém que havia sido crucificado alguns anos no passado, mas como Aquele clara e visivelmente crucificado entre eles. E é a partir desses antigos escritos somente que ele se pôs a reavivar sua fé e zelo declinantes.
A conversão deles havia sido plena, pois tinham recebido o Espírito, e tinham sofrido perseguição pela causa de Cristo. Assim, o Apóstolo pergunta: “Recebestes o Espírito por obras da lei, ou pela pregação da fé?” (Verso 2). Eles haviam ouvido as palavras da lei, e as tinham recebido pela fé, e assim a justiça da lei havia sido operada neles pelo Espírito. “A obra de Deus é esta: Que creiais nAquele que Ele enviou” (João 6:29. 29). O Apóstolo não estava depreciando a lei, somente repreendendo-os por sua mudança de relação para com ela. Quando a ouviram com fé, receberam o Espírito, e estava tudo bem com eles; mas quando começaram a confiar na carne para realizar a justiça da lei, deixaram de obedecer à verdade.
Outra vez o Apóstolo pergunta: “Aquele pois que vos dá o Espírito, e que opera milagres entre vós, acaso o faz pelas obras da lei, ou pelo ouvir com fé?” (Gal. 3:5). É uma pergunta admitindo, mas a resposta óbvia é que foi mediante o ouvir da [208] fé, “Assim como Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça” (Verso 6). Eles, à semelhança de Abraão, tinham sido justificados—tornados justos—pela fé, não pelas obras.
Antes de darmos prosseguimento, vamos estabelecer algumas poucas definições: “Pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), e “toda injustiça é pecado”. 1 João 5:17. Portanto, segue-se que, assim como toda injustiça é transgressão da lei, evidentemente que toda justiça é obediência à lei de Deus. Logo, quando lemos que Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça, podemos saber que a sua fé lhe foi creditada como obediência à lei.
Essa imputação de fé a Abraão como justiça não foi uma forma vazia, nem se dá isso conosco. Lembrem-se que a imputação é feita por Deus, que não pode mentir, contudo Ele chama as coisas que não são como se fossem, pelo poder pelo qual torna os mortos vivos. Abraão realmente possuía justiça. A fé obra. “A obra de Deus é esta: que creiais nAquele a Quem Ele enviou”[2] “Com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Rom. 10:10.
A partir desta pequena digressão podemos ter em mente que, no capítulo diante de nós, não há menosprezo à lei, mas a asserção de que a justiça, que é fruto da fé, é sempre obediência à lei de Deus.
Abraão é o pai de todos quantos crêem. “Sabei, pois, que os que são da fé, são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura, previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão abençoadas todas as nações”. Gál. 3:7, 8. O evangelho que foi pregado a Abraão é o mesmo que se aplica a “todos os povos”, e que “será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações”[3]. A “toda criatura” deve ser pregado, e quem nele “crer e for batizado será salvo”[4]. Mas no evangelho, “a justiça de Deus é revelada de fé em fé”[5]. O evangelho é pregado para a “obediência de fé”[6]. A obediência traz consigo uma bênção, pois está escrito: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos”[7]. “De sorte que os que são da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gal. 3:9).
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[209] A Maldição da Lei
“Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Gal. 3:10.
Uma leitura superficial deste verso, ou talvez da primeira parte somente, tem levado alguns a crer que a própria lei, e a obediência à mesma, é uma maldição. Mas uma detida leitura de sua segunda parte mostra como tal idéia constitui um grave erro. “porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. A maldição não é pela obediência, mas pela desobediência. Não é o homem que permanece em todas as coisas que estão escritas na lei, mas o homem que não permanece continuamente fazendo todas as coisas escritas na lei que é amaldiçoado. Não uma parte somente, mas o todo deve ser cumprido; não uma parte do tempo somente, mas continuamente. Aquele que não cumpre isso é amaldiçoado; portanto, o homem que fizesse isso seria abençoado.
Nos versos nove e dez deste capítulo temos o mesmo contraste entre a bênção e a maldição como apresentado em Deut. 11:26-28: “Eis que hoje Eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: A bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que Eu hoje vos mando; porém a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus”. De um lado, temos num grupo, fé, obediência, justificação, bênção, vida; de outro lado encontramos juntados como num molho descrença, desobediência, pecado, maldição, morte. Esse conjunto não é afetado no mínimo que seja pela época em que se vive.
“É evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque: O justo viverá da fé; ora, a lei não é da fé; mas o homem que fizer estas coisas, por elas viverá” (Gál. 3:11, 12).
“O homem que as fizer estas coisas, por elas viverá”; mas ninguém as fez; “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”[8]. Em conseqüência, homem algum pode encontrar vida na lei. Assim, “o mandamento que era para vida”, revela-se como sendo “para [210] morte” (Rom. 7:10). Destarte, quem quer que tente guardar a lei por seus próprios esforços, está sob maldição; e apresentar a lei perante pessoas que não a recebam pela fé, não passa de uma ministração de morte a elas. A maldição da lei é a morte que ela inflige sobre os seus transgressores.
Mas, “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gál. 3:13). Aqui temos clara evidência de que a morte é a maldição da lei, uma vez que morte foi o que Cristo padeceu sobre o madeiro. “O salário do pecado é a morte”[9]; e Cristo foi feito “pecado por nós” (II Cor. 5:21). “O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós” e “pelas Suas pisaduras fomos sarados” (Isa. 53: 6 e 5). Não é da obediência da lei que Cristo nos redimiu, mas de sua transgressão e da morte, que resulta do pecado. Seu sacrifício ocorreu a fim de que “a justiça da lei se cumprisse em nós” (Rom. 8:4).
Agora, esta verdade de que “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós”[10] era tão certa nos dias de Israel no Sinai quanto é hoje. Mais de setecentos anos antes que a cruz fosse erguida sobre o Calvário, Isaías, cujos próprios pecados haviam sido purificados com uma brasa viva do altar de Deus, e que sabia sobre o que falava, declarou: “Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou as nossas dores”. “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”[11]. Isso é idêntico a Gál. 3:13.
Novamente Isaías escreveu, com especial referência aos filhos de Israel em seu jornadear no deserto: “Em toda a angústia deles foi Ele angustiado, e o anjo da Sua presença os salvou; no Seu amor, e na Sua compaixão Ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da antigüidade”. Isa. 63:9. E é a Davi, muito antes dos dias de Isaías, que devemos essas palavras animadoras: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades”. “Quanto o oriente está longe do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões”. Sal. 103:10, 12. Esta linguagem descreve um fato consumado—salvação era tão completa naqueles dias como o é hoje.
[211] Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”[12]; e desde os dias de Abel até agora Ele tem remido da maldição da lei a todos que têm crido nEle. Abraão recebeu a bênção da justificação; e “os que são da fé são benditos com o fiel Abraão”[13]
Isso é tornado ainda mais evidente na declaração de que Cristo foi feito “maldição por nós, ... para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito”. Gál. 3:13 e 14). A Abraão e àqueles que são seus filhos pela fé, não importa qual seja a sua nação ou língua, pertencem todas as bênçãos que vêm através da cruz de Cristo; e todas as bênçãos da cruz de Cristo são somente aquelas que Abraão teve. Não admira que ele se regozijasse e ficasse feliz por ver o dia de Cristo[14]. A morte de Cristo na cruz nos traz somente a bênção de Abraão. Nada mais poderia ser pedido ou imaginado.
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O Concerto Inalterado
“Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula, nem a acrescenta. Ora, a Abraão e a seu Descendente foram feitas as promessas. Não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de Um só: E a teu Descendente, que é Cristo. E digo isto: Ao testamento anteriormente confirmado por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a abolir a promessa”. Gál. 3:15-17.
A primeira declaração é muito simples: nenhum homem pode anular, reduzir ou adicionar nada, nem mesmo a um concerto humano, uma vez tendo ele sido confirmado.
A conclusão é igualmente simples. Deus estabeleceu um concerto com Abraão, e o confirmou com um juramento. “Porque os homens certamente juram por quem é superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu conselho, Se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus [212] minta, tenhamos firme consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta”. Heb. 6:16-18. Portanto, esse concerto, que foi confirmado em Cristo pelo juramento
Observem a declaração de que “a Abraão e a seu Descendente foram feitas as promessas”. E a semente é Cristo. Todas as promessas a Abraão foram confirmadas em Cristo. “Promessas”, lembre-se, e não simplesmente uma promessa. “Porque, tantas quantas forem as promessas de Deus, são nEle está sim; portanto é por Ele o amém, para glória de Deus por nós” (II Cor. 1:20).
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Nossa Esperança Também
Note novamente que o concerto feito com Abraão, e confirmado em Cristo pelo juramento de Deus, é o que nos concede esperança
A cruz de Cristo, e a bênção dos pecados perdoados existiam portanto, não somente junto ao Sinai, mas nos dias de Abraão. A salvação não era mais segura nos dias
Portanto, a outorga da lei no Sinai não poderia contribuir para qualquer novo aspecto do concerto feito com Abraão e confirmado em Cristo, nem poderia em qualquer maneira interferir com a promessa. O concerto, que foi confirmado antes em Cristo, não pode por qualquer maneira ser anulado, ou suas promessas tornadas de nenhum efeito, pela lei pronunciada quatrocentos e trinta depois.
Contudo, a lei era para ser observada, e se não o fosse, morte estaria assegurada. Nem um jota ou til poderia em qualquer medida ser diminuída da lei[16]. “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gálatas 3:10). Agora, desde que a outorga da lei no Sinai nada acrescentou ao concerto com Abraão, e, contudo, aquela lei dever ser perfeitamente observada, segue-se que a lei estava no concerto feito com Abraão. A justiça que foi confirmada a Abraão por aquele concerto—a justificação que Abraão tinha pela fé,—era a justiça da lei que foi proclamada no Sinai. E isso é tornado adicionalmente evidente pelo fato de que Abraão recebeu a circuncisão como um selo da justiça que ele tinha pela fé, e a circuncisão se apresentava simplesmente pela observância da lei. Rom. 2:25-29.
O juramento de Deus a Abraão tinha o compromisso de colocar a justiça de Deus, que é plenamente esboçada nos dez mandamentos, sobre e em cada crente. O concerto sendo confirmado em Cristo, e a lei estando no concerto, muito seguramente segue-se que os requisitos de Deus para os cristãos nestes dias não são uma partícula sequer diferente do que eram nos dias de Abraão. A outorga da lei não introduziu qualquer novo elemento.
“Logo, para que é a lei?” Uma pergunta pertinente, e que obtém plena resposta. Se a lei não fez qualquer mudança nos termos do concerto feito com Abraão, qual foi o objetivo de outorgá-la? A [214] resposta é que “foi acrescentada[17] por causa da transgressão” (Gál. 3:19); “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse” (Rom. 5:20). Não era “contra as promessas de Deus”, Gál. 3:21, mas diretamente em harmonia com elas; pois as promessas de Deus são todas mediante justificação, e a lei é o padrão de justiça. Era necessário que a ofensa fosse feita abundar, “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rom. 5: 21). A convicção necessariamente precede a conversão. A herança poderia ser obtida somente mediante a justificação, conquanto fosse inteiramente pela promessa; pois a justiça é o “dom de graça”. Mas, a fim de que os homens possam apreciar as promessas de Deus, devem ser levados a sentir a necessidade delas. A lei, dada de modo tão tremendo, o foi para o propósito de fazer com que o povo percebesse quão impossível lhes era obter sua justiça por seus próprios esforços, e assim fazê-los ver que Deus estava ansioso em conceder-lhes isso.
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Cristo, o Mediador
E isso é enfatizado pelo fato de que foi ordenada “pela mão de um Mediador”[18]. Quem era o Mediador?—“Ora, o mediador [215] não o é de um só, mas Deus é um” (Gál. 3:20). “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tim. 2:5). Jesus Cristo foi, portanto, Aquele que deu a lei sobre o Sinai; e Ele a deu em Sua função de Mediador entre Deus e os homens. Assim, conquanto fosse impossível que houvesse uma lei concedida que pudesse dar vida, a lei, que era morte aos pecadores descrentes, estava nas mãos de um Mediador que oferece a Sua própria vida, que é a lei em sua perfeição viva. NEle a morte é consumida, e a vida toma o seu lugar; Ele carrega a maldição da lei, e a bênção dela nos advém. Isso nos traz o fato de que no Sinai encontramos o Calvário, para a consideração adicional da mesma precisamos esperar até outro número.
-- The Present Truth, 19 de novembro de 1896.
[1] I Cor. 2:2;
[2] João 6: 29;
[3] Mateus 24:14;
[4] Marcos 16:16;
[5] Romanos 1:17;
[6] Romanos 1:5;
[7] Apocalipse 22:14;
[8] Romanos 3:23;
[9] Romanos 6:23;
[10] Gálatas 3:13;
[11] Isaias 53: 4 e 5:
[12] Apocalipse 13: 8;
[13] Gálatas 3:9;
[14] João 8:56;
[15] Hebreus 6:18;
[16] Mateus 5:18. Nas versões em português, aparece a palavra jota, indicativa da letra (“j”), mas no original grego aparece iota (“i”), a nona letra do alfabeto grego, correspondendo à letra hebraica yod (“י” = y), a menor letra do alfabeto hebraico;
[17] Nota do autor: Alguns têm pensado em formar um argumento sobre a palavra “acrescentada”, supondo que indica algo inteiramente novo acrescentado às provisões que Deus havia anteriormente feito. Uma referência a Deut. 5:22 mostrará o sentido em que é empregada. Após ter repetido os dez mandamentos, Moisés declarou: “Essas palavras falou o Senhor a toda a vossa assembléia no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com grande voz; e Ele nada acrescentou”. Isto é, Ele falou até este ponto, e nada mais disse. A mesma coisa é mostrada ainda mais claramente em Heb. 12:18, 19: “Pois não tendes chegado ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que não se lhes falasse mais”. Comparar com Êxo. 20:19. A palavra grega traduzida como “falasse” neste caso é idêntica com a que se traduziu por “acrescentou” em Gál 3:19 e Deu. 5:22. Assim, quanto à pergunta, para que serviu a lei, uma vez que ela não operou nenhuma mudança no concerto? A resposta é, “Ela foi falada por causa da transgressão”;
[18] Gálatas 3:19.