quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lição 7: "A vitória Sobre o Pecado," por Daniel H. Peters

Nenhum homem pode servir a dois senhores e nenhum homem pode viver duas vidas simultaneamente. Nenhum homem pode ser ao mesmo tempo escravo da justiça e escravo do pecado.

Um versículo favorito mostra-nos que, uma vez tenhamos sido crucificados com Cristo, e tenhamos morrido já não é a nossa vida que vive em nós. "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gal. 2: 20). Sabemos agora que é a vida de Cristo que vive em nós pela fé.

Em Romanos 6 Paulo começa com uma pergunta que contém sua própria resposta. "Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (vs. 2). Ele explica ainda que quem é batizado em Jesus Cristo, foi sepultado com Ele na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dente os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o nosso corpo do pecado seja desfeito, e não sejamos mais escravos do pecado. Paulo termina sua explicação com estas simples palavras: "Porque aquele que está morto, está justificado do pecado,” [foi liberto do pecado] (vs. 3-7).

Não pense que a cruz foi apenas cerca de 2.000 anos atrás — "O Cristo crucificado é o Cristo vivo. ... A crucificação é uma coisa atual. Nunca pode estar no passado."[1] É uma poderosa boa nova para o cristão. Há uma ajuda presente na atual angústia!

Muitos, mesmo cristãos, têm um problema real com a cruz. A cruz fala à nossa fragilidade humana e incapacidade de fazer qualquer coisa boa. Eles ficam ofendidos com o fato de que todos os anos fazendo e tentando obedecer e agradar a Deus, nada conta. "O escândalo da cruz consiste em que a cruz é uma confissão da fraqueza e do pecado do homem, e de sua absoluta incapacidade para obrar o bem. Tomar a cruz de Cristo, significa depender somente dEle para todas as coisas, e esta é a humilhação de todo o orgulho humano. (*O Homem gosta de sentir-se independente e autônomo). Mas pregado-se a cruz, fica manifesto que no homem não mora nenhum bem e que tudo deve ser recebido como um dom, e logo alguém se sente ofendido."[2]

O que não é claramente compreendido é que você não pode viver uma vida diferente da que você tem vivido. Se você gostaria de viver uma vida diferente, você deve receber outra vida para viver. Ela é um dom e é completa quando ela chega.

"A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida toda nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo."[3]

Sobre aqueles que são escravos do pecado e livres da justiça (*nos é dito): "Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça" (Rom. 6: 20). Os escravos do pecado “confiam em sua obediência à lei de Deus, para se glorificarem a Seu favor. Quando são convidados a olhar para Jesus, e a crer que Ele os salva apenas pela Sua graça, eles exclamam: ‘Como pode ser isto?'"[4] "Aquele que se esforça para alcançar o Céu por suas próprias obras em observar a lei, está tentando o impossível."[5] Você não pertence a si mesmo, mas foi comprado por Cristo na cruz. Você é Sua obra, não a sua própria!

É dito daqueles que são escravos da justiça e livres do pecado; "libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça" (Rom. 6: 18). "Em nenhum de Seus discursos posteriores (*à conversa com Nicodemos) Cristo explicou, tão plenamente, passo a passo, a obra necessária ao coração de todo aquele que quisesse herdar o reino do Céu."[6] Os escravos da justiça entendem que o trabalho a ser feito no coração é feito pela fé, pelo Espírito de Deus, pelo poder da cruz. Os escravos do pecado ignoram esse fato.

A mui preciosa mensagem de 1888 é uma mensagem que traz "de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo." Convida "o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus."[7]

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2ª Cor. 5:17). “Na cruz, Cristo derramou Seu sangue para nos reconciliar com Deus, e nos dar o perdão dos nossos pecados, Colossenses 1:14, e Rom. 5: 9 e 10. ... Todas as coisas criadas originam-se de Sua vida. Assim que, o poder da cruz, pelo qual somos salvos, é o poder pelo qual os mundos foram feitos. Assim é que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; ou, uma nova criação."[8]

"Agora, todas as coisas são de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo" (2ª Coríntios. 5:18). "Deus estava em Cristo reconciliando-nos a Si mesmo, e na cruz é que Ele nos dá a Sua vida. Incapacidade para perceber isso é a razão por que temos falhado muitas vezes nas cruzes que carregamos. Nós carregamos fardos separados de Cristo, e, portanto, o poder na cruz foi apenas o poder em nossas próprias vidas. Não foi nada. Mas quando somos crucificados com Cristo e, portanto, carregamos a cruz com Ele, nós temos o poder da cruz, que é o poder da vida de Cristo. Era um poder que todos os exércitos de Satanás não poderiam alterar. Era um poder que Satanás não poderia segurar na sepultura. Assim, quando a cruz vem, se nós a compartilharmos com Cristo, então o poder da cruz para nós é o poder da Sua vida eterna." [9]

"Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e, por fim, a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus nosso Senhor "(Rom. 6: 22 e 23). "Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que nEle fossemos feitos justiça de Deus" (2ª Cor. 5: 21).

Deus já nos libertou da terra do Egito (pecado) e da casa da servidão (hábitos / vícios), tornando todos os Seus mandamentos promessas, (*“Eu Sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”) Êxodo. 20: 2. Ele já nos libertou da nossa escravidão, e nos tornou livres! (*“Ó Senhor, deveras sou Teu servo; sou Teu servo, filho da Tua serva; soltaste as minhas ataduras”) Salmo 116: 16.

É por crer no que Deus já fez por nós, por meio de Cristo, e este crucificado, que nos dá a Sua vida — e nos liberta do pecado. A Bíblia ensina isso — diga-se de nós, como é dito de Abraão: "Abraão tinha tanta confiança na vida e no poder da palavra do Senhor, que ele cria que ela iria cumprir-se a si mesma."[10]

"Isto é verdade, quer creiamos ou não. ... Ele nos comprou; e tendo nos comprado Ele quebrou todas as ataduras que nos impediam de servi-Lo. Se nós realmente crermos, temos a vitória que vence o mundo, 1ª João 5:4 e João 16:33. A mensagem para nós é que a nossa 'nossa milícia acabou’ e nosso "pecado está perdoado" (Isaias 40: 2)." [11]

"Meu pecado — oh, a felicidade do pensamento glorioso!

Meu pecado, não em parte, mas o fardo todo,

Foi pregado na cruz, e eu não o carrego mais,

Louvado seja o Senhor, louvai o Senhor, ó minha alma! "[12]

Daniel H. Peters

O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da California, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e alcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensívelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

Notas do autor:


[1] Ellet J. Waggoner, "Christ Lifted Up" (Cristo Crucificado). Publicado na revista adventista The Present Truth (A Verdade Presente) de 8 de Fev. de 1894, pág. 82.
[2] Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings (Boas Novas), pág. 113.
[3] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 172.
[4] Ibidem, pág. 175.
[5] Ibidem, pág. 172.
[6] Ibidem, pág. 176, (ênfase acrescida);
[7] Testemunhos para Ministos, pág. 91.
[8] Ellet J. Waggoner, "Creation and the Cross" (A Criação e a Cruz). The Present Truth, 22 de Março de 1894.
[9] Ellet J. Waggoner, "The Power of the Cross" (O Poder da Cruz) The Present Truth, de 8 de Fev. de 1894, (ênfase acrescida);
[10] Ellet J. Waggoner, "The Call of Abraham--The Test of Faith" (O Chamado de Abraão — O Teste da Fé). The Present Truth, de 2 de Julho de 1896.
[11] Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings (Boas Novas), pág. 13.

Nota do tradutor:

[12] Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings (Boas Novas), pág. 13.

A estrofe foi assim traduzida, por autor desconhecido, para o português com rima:

Me viste perdido e em condenação,

E desde o calvário me deste perdão;

Levaste os espinhos por mim, Senhor;

Por isto com hinos Te rendo meu amor.

Como se vê o sentido ficou um pouco prejudicado.