quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Lição 8 — A MULHER de Romanos 7, por Raul Diaz

Paulo desenvolve seu ensino com o que chamamos de blocos. A idéia é que um conceito, ou ensino, leva ao entendimento do próximo. Nós vemos este conceito demonstrado em matemática. Cada conceito nessa ciência exata suporta o seguir. Por exemplo, não entender (*a operação de) divisão nos leva a não compreender frações (*porque são partes da unidade) e, portanto, não compreender os pontos decimais e porcentagens. Assim, os blocos básicos (*do desenvolvimento de um raciocínio) servem de apoio aos mais complexos.

Paulo começa com os conceitos mais simples para levar ao entendimento dos mais complexos. Isso explica por que ele é tão minucioso em seus pontos. É como se ele dissesse: "—Não perca esta idéia. Senão você não vai entender o que eu disser depois." Portanto, para realmente compreender o dilema e a luta do "homem de Romanos 7" — o "miserável homem" — primeiro você precisa entender o dilema e a luta da mulher nos primeiros versos de Romanos 7.

A mulher de Romanos 7: 2 e 3

Em nossa passagem da Escritura, Paulo estava escrevendo aos cristãos judeus em Roma, acerca de uma verdade essencial. Eles conhecem a lei (a Torá) podem recitá-la de memória, tanto individual como coletivamente, mas eles não entendem o seu verdadeiro significado. Eles sabem que estão sob a jurisdição da lei, e que ela tem domínio sobre eles enquanto viverem, tanto quanto as leis de um país têm jurisdição sobre os seus cidadãos e visitantes. No entanto, Paulo está dizendo a estes judeus cristãos que Deus não só lhes deu liberdade para escolher obedecer, mas que Ele pôs um fim ao domínio da lei em suas vidas. Para ilustrar isso, Paulo faz uma declaração em Romanos 7, verso 1, e fornece uma analogia nos versículos 2-3.

A mulher nos três primeiros versos de Romanos 7 se encontra em situação semelhante, aos leitores de Paulo. Vejamos a passagem em Romanos 7:1-3:

Vs. 1 “Não sabeis vós, irmãos (pois falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?”

Vs. 2 “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver está-lhe ligada pela lei; mas morto o marido, está livre da lei do marido.”

Vs. 3 “De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.”

Na passagem acima, uma mulher casada se vê atraída por um homem solteiro. Ela quer deixar seu marido e se casar com ele, mas sabe que não pode porque ela já é casada. Talvez possamos inferir a partir dos versos que se seguem a Romanos 7:3 que seu atual marido é um homem cruel, cuja intenção é matá-la. Mas não, isso é incorreto, na verdade, ele é um marido amoroso. O problema é que ele não pode se compadecer com a fraqueza dela em não cumprir os mandamentos dele, nem ele pode ajudá-la a obedecer-lhos.

Em contraste, seu novo interesse amoroso é uma espécie de homem doce e amoroso, que não só quer que ela seja Sua, mas também se solidariza com todas as suas fraquezas (Hebreus 4:15). Este homem também é capaz de ajudá-la a fazer o que ela é incapaz de realizar por si mesma (Hebreus 2:17, 18). Assim, a nossa mulher de Romanos 7 tem um dilema. Ela não pode deixar seu atual marido e se casar com seu novo amor, sem cometer um dos dois crimes: 1º) violar a lei do casamento, que diz: 'até que a morte os separe” ou 2º), matar seu cônjuge.

Ela não pode deixar o marido, e não pode ficar. Diariamente, ela sofre uma existência cruel. O que ela pode fazer? A única saída é através de uma morte. No entanto, não pode ser através de assassinato. Ela não pode assassinar seu marido, por que é ilegal. Se ele a mata, ela não estará livre para se casar, porque ela estaria morta.

Então ela vai para o seu novo pretendente amoroso e apresenta o seu dilema para Ele. É verdade que nem Ele nem ela podem matar seu marido, que representa a lei, pois ela é ‘justa e santa e boa’ (Romanos 7:12). Ele não pode pregar o esposo dela (a lei) na cruz. Mas Ele e ela podem morrer juntos, libertando-a assim de seu primeiro casamento. Com efeito, Ele diz a ela que irá pregá-la (nós) na cruz em Si mesmo e, portanto, quando Ele morrer, ela vai morrer e quando Ele ressuscitar, ela será ressuscitada nEle. Esta solução a enche de esperança. Em gratidão, ela consente.

Como Paulo disse (*em Rom. 7:4, "Assim, meus irmãos, também vós (a mulher) estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo." Não é a lei (ex-cônjuge), que morre na cruz. Trata-se de nós (toda a raça humana), que morreu no segundo Adão, Jesus Cristo (cf. 1ª Coríntios 15: 21, 22, 44-47).

Vamos lidar com a primeira questão. Nós (a raça humana) somos representados, individual e coletivamente, em Romanos 5. Assim, não tivemos nada a ver com o que Adão fez para nos mergulhar no pecado. Também não tínhamos nada a ver com o que Cristo, nosso amante divino, fez para nos resgatar do pecado. Temos, no entanto, uma escolha — Podemos concordar em receber, individualmente, o dom pela graça mediante a fé.

Por conseguinte, a mulher, em Romanos 7, que faz a escolha de morrer em Cristo e ser ressuscitada nEle, passa a fazer parte da corporativa noiva de Cristo. Ela é uma parte, mas não o todo. É ela (tanto individual como coletivamente) a quem o nosso amante divino tem estado à esperar de toda a Sua vida.

Você vê, o amor é o cumprimento da lei, Romanos 13:10. Cristo, como o amante divino, cumpriu todos (*os quesitos) da mesma lei. Assim, quando a nossa mulher de Romanos 7 morre, e é ressuscita com Ele (Cristo), ela também cumpre a lei nEle. A lei tem sido descrita como o supremo amor a Deus e amor ao homem, como Ele nos amou (João 13: 34 e 35). Portanto, enquanto não podemos obedecer a lei em nossa fraqueza, nem a lei pode ajudar-nos a obedecer, nós nos tornamos obedientes através de Cristo.

Em suma, quando, pela fé, cremos na nossa morte em Cristo, reconhecida através do símbolo do batismo, nos libertamos do “domínio e competência” da lei. Não é abolida, mas é colocada na mente e no coração, como prometido por Deus (Jeremias 31: 33; Ezequiel 11:19, Hebreus 8:10). Isto é o que significa estar debaixo da graça, em Cristo. Podemos agora produzir juntos o fruto da nossa união. Louvado seja Deus!


--Raul Diaz

O irmão Raul Diaz é um membro da Igreja adventista da cidade de Monte Vernon, no estado de Illinois, perto de Chicago. Ele atua em diversos departamentos da igreja, prega em diferentes ocasiões e locais, e coordena o estudo da lição da escola sabatina em sua unidade evangelizadora em sua igreja local, Seventh-day Adventist church, na cidade de Mt Vernon, Illinois,

Endereço da igreja: 12831, N. Norton Dr., Mount Vernon, Il. 62864-8231, U.S.A.

Telefone: 001 XX (618) 244-7064. Site: www.mtvernonadventist.org

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